O transtorno alimentar restritivo evitativo, também conhecido pela sigla TARE, é diagnosticado quando uma pessoa come quantidades muito pequenas de alimento. Além disso, quem é acometido pelo problema pode se recusar a comer determinado tipo de comida.
É natural ter alimentos preferidos e alimentos não tolerados. Mas, quem é portador do TARE não tem o apetite normal como o das outras pessoas. Conseguem, inclusive, além de evitar algumas comidas, se alimentar de quantidades tão ínfimas a ponto de comprometer a própria saúde.
O TARE é classificado como um transtorno psiquiátrico e foi incluído na 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5). Isso porque o comportamento alimentar restritivo pode estar associado a uma resposta emocional negativa do indivíduo em relação a algum aspecto da sua vida.
Causas para o transtorno alimentar restritivo evitativo
A associação negativa entre as emoções e a comida, característica do transtorno restritivo evitativo, é apontada por alguns profissionais da área de saúde mental como decorrência de problemas familiares.
Pode ocorrer, por exemplo, em função de pais muito rígidos, que forçam a ingestão de alimentos indesejados. Ou, então, de famílias que brigam muito na hora das refeições, criando um abalo emocional na criança que está à mesa para se alimentar. Para corroborar com essa perspectiva, a maior incidência do TARE é em crianças.
O TARE não tem relação com a escassez de alimentos incidente em algumas culturas. Alguns estudiosos defendem que o transtorno também pode ter relação com o impacto sensorial que a comida causa em cada pessoa. Ou seja, o aspecto do alimento desperta emoções negativas, desencadeando enjoo e náuseas, o que impede a pessoa de ingerir tal alimento.
É importante ressaltar, no entanto, que esse tipo de problema não se relaciona com doenças como a anorexia ou a bulimia. Isso porque o que acontece é a privação e repulsa pelos alimentos. Indivíduos com TARE podem restringir os alimentos que ingerem a uma lista de, no máximo, 10 itens.
Como tratar?
O transtorno tem cura e deve ser efetivamente tratado, pois pode trazer prejuízos para a saúde do indivíduo. Exemplos são a deficiência nutricional, perda de peso e crescimento abaixo da média em crianças.
Além disso, pode haver interferência no funcionamento psicossocial e desencadeamento de transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo. E, ainda, transtornos do neurodesenvolvimento, como por exemplo, o transtorno do espectro autista e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O tratamento para este tipo de problema deve ser, sobretudo, multidisciplinar. O psiquiatra, em associação com o nutricionista e com o psicólogo, pode ajudar o indivíduo a lidar com todas as dificuldades relacionadas ao problema.
Em alguns casos, o transtorno restritivo evitativo pode ser um alerta para o aparecimento de outros distúrbios alimentares. Por isso, é importante que, no caso de crianças, os pais fiquem atentos a comportamentos anormais em relação à comida.
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