O transtorno de ruminação é um distúrbio alimentar ainda pouco compreendido. Isso acontece porque, quem é acometido pelo problema, apresenta um comportamento altamente desviante, pensando-se no padrão alimentar considerado normal.
O indivíduo com mericismo, como também é denominado esse transtorno, regurgita o alimento, isso sem que haja qualquer disfunção gastrointestinal desencadeadora do ato. Esse comportamento pode se repetir a cada refeição e, com o tempo, comprometer o sistema gástrico, provocar perda de peso, bem como mau hálito e cáries.
Muitos médicos ainda confundem o problema com o refluxo gastresofágico. No entanto, o transtorno de ruminação é considerado um transtorno de saúde mental, uma vez que se relaciona com aspectos emocionais e neurológicos. Por isso, são mais facilmente diagnosticados por psiquiatras e psicólogos.
Entendendo o transtorno de ruminação
A ruminação, no caso do mericismo, significa a retomada frequente da mastigação. Os portadores desse distúrbio alimentar ingerem o alimento, retornam o alimento já ingerido até a boca. Repetem, então, o mesmo ato, mastigando e ingerindo novamente.
Nesse processo, não há esforço, dor, queimação, azia ou refluxo. Ele acontece em função de uma contração involuntária dos músculos do abdômen. O alimento volta à boca de forma pouco digerida, no entanto, sem o gosto ácido característico do vômito.
Essa rotina de regurgitações pode acontecer após cada refeição, mais ou menos uma hora após ela ter sido feita. Esse padrão alimentar passa a ser incidente no dia a dia, podendo ultrapassar o período de um mês.
Não é problema gástrico
O diagnóstico do transtorno de ruminação não é fácil. Muitas vezes, o indivíduo consulta-se, primeiramente, com o clínico geral ou gastroenterologista, para tentar entender do que se trata o problema.
Em geral, só há um posicionamento final em relação ao quadro, quando são observados também fatores mentais associados a ele. O distúrbio, quando diagnosticado, em geral, ocorre a pessoas com depressão, com dificuldades cognitivas e em situações de estresse.
A incidência do problema é mais frequente em bebês, adolescentes ou indivíduos com atraso cognitivo. No entanto, tem ocorrido cada vez mais em adultos saudáveis também.
Como tratar
Antes de definir o tipo de procedimento terapêutico que será empregado, o médico responsável deverá eliminar a possibilidade de outras doenças. Entre as patologias a serem descartadas para o quadro estão: o refluxo gastroesofágico, a bulimia, a gastroparesia (digestão lenta), bem como a acalasia (estômago que não relaxa ao engolir).
O tratamento é feito com base na análise profunda de cada caso. Podem ser empregadas medicações para reduzir a acidez do estômago, já que a prática contínua da regurgitação causa problemas gastroesofágicos.
Além disso, há necessidade de acompanhamento por psiquiatra e psicólogo. Quando há associação de depressão e ansiedade ao quadro, são indicados medicamentos antidepressivos durante determinado período.
A terapia cognitivo-comportamental também pode ser empregada. Dessa forma, o indivíduo pode aprender técnicas que ajudarão no controle da regurgitação.
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