Depressão / Dra Aline Rangel


9 de maio de 2020 Depressão

Perda de emprego ou de uma pessoa próxima, dificuldades de relacionamento, problemas financeiros ou qualquer mudança indesejada nos padrões de vida podem estar associados a um profundo mal-estar físico, emocional e até mesmo à depressão. Em qualquer idade ou momento ela pode se manifestar, ocasionada pela combinação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais.

Considerada uma doença psiquiátrica, é caracterizada por alteração da maneira como a pessoa pensa e sente, além de afetar o comportamento social  e o senso de bem-estar físico.

Quando os sentimentos de tristeza, falta de energia e ânimo permanecem por semanas a fio, aumentam em intensidade e começam a interferir no trabalho, na vida estudantil ou nos relacionamentos sociais, incluindo o familiar, pode-se tratar de depressão.

Sinais e sintomas da depressão

Para identificar a doença, é possível analisar se há a alterações no modo de vida, por meio dos sinais e sintomas seguintes:

  •     Pensamentos: pacientes depressivos relatam problemas de concentração e tomada de decisões, perda de memória recente e de lapsos de memória frequentes, além de pensamentos negativos. São comuns também baixa auto-estima, sensação excessiva de culpa e autocrítica. Nos casos mais graves, os pacientes apresentam pensamentos autodestrutivos, como vontade de se suicidar.
  •     Sentimentos: tristeza sem motivo identificável, não ter mais prazer na realização de atividades que anteriormente sentia e falta motivação para fazer qualquer coisa são comuns em pessoas depressiva.  Às vezes, está presente irritabilidade e pode haver dificuldade em controlar o temperamento.
  •     Comportamento: alguns pacientes não se sentem confortáveis na presença de outras pessoas, de maneira que evitam situações sociais. A doença também afeta na produtividade no trabalho e em casa. Algumas vezes, a pessoa não consegue nem se levantar da cama, pela manhã, para fazer alguma atividade. É comum também apresentar mudanças em relação ao apetite, podendo estar aumentado ou diminuído. Devido à tristeza crônica, é comum a presença de choro constante. O desejo sexual pode desaparecer, o que resulta em ausência de atividade sexual. Nos casos mais graves, o indivíduo passa a negligenciar a si mesma, evitando realizar até mesmo higiene pessoal.
  •     Bem-estar físico: alguns pacientes não conseguem dormir, ficando acordados por horas ou acordando várias vezes durante a noite. Em outros casos, eles costumam dormir em excesso, inclusive durante o dia, embora continuem tendo a sensação de estarem cansados. Muitos se queixam de dores por todo o corpo e fadiga crônica.

Diagnóstico e tratamento

Você precisará falar sobre isso com um profissional da saúde sobre isso, ok? Isso pode soar embaraçoso, inútil ou estigmatizado, mas lembre sempre que toda a sua interpretação do que está acontecendo e como sair disso poderão estar comprometidos pela própria depressão. A avaliação de um médico generalista ou de um especialista, como o psiquiatra, é muito necessária. No seu primeiro contato será feita uma entrevista que incluirá histórico do paciente, conflitos, sentimentos e sintomas, bem como alguns exames, poderá diagnosticar o problema.

Na maioria das vezes, o tratamento da depressão é feito de forma conjunta com medicamentos e uma conversa terapêutica e psicoterapia. Existem diversos medicamentos antidepressivos que ajudam a regular a bioquímica cerebral, e o médico definirá o mais indicado para o paciente.

O acompanhamento psicológico, além de buscar levantar os conflitos e consequências relacionadas ao problema, é fundamental, porque os remédios demoraram um tempo para fazer efeito, mas sobretudo existem determinantes emocionais e psicodinâmicos que precisam ser identificados e suficientemente elaborados pela pessoa.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!

 



A musicoterapia consiste no ato de usar sons, melodias e instrumentos como ferramentas de tratamento. Os primeiros estudos científicos sobre a eficácia da musicoterapia ocorreram no estado de Michigan, nos Estados Unidos da América, no ano de 1944. Poucos anos depois, em 1950, foi criada a Associação Nacional para Musicoterapia, nesse mesmo país. 

Em 1968, na Argentina, realizou-se a Primeira Jornada Latino-Americana de Musicoterapia. No contexto da saúde mental brasileira, pode-se ressaltar a utilização do Modelo Psicanalítico de Musicoterapia por Mary Priestley, criado na década de 1970, o qual associava momentos de música e de reflexão. 

Apesar de já ser realizada há muito tempo e de ser reconhecida internacionalmente, a musicoterapia ainda é pouco conhecida e pouco difundida nos meios de comunicação. Com o propósito específico de auxiliar nos transtornos mentais, este texto explica mais profundamente como essa modalidade pode ser usada.

Como a musicoterapia atua na saúde mental?

Por meio da interação entre o músico terapeuta e os pacientes, há estímulo de circuitos neuronais em que os medicamentos não conseguem atuar de forma plena.

Com isso, várias sinapses são ativadas, gerando respostas tanto psíquicas quanto motoras, ocasionando melhora dos padrões comportamentais e de movimento. 

Como a musicoterapia auxilia nos diversos tipos de transtornos mentais? 

O estresse, as cobranças e o estilo de vida modernos estão gerando pessoas cada vez mais ansiosas e depressivas. Em 2020, haverá mais pessoas com transtorno depressivo do que com pressão alta. Com o intuito de ajudar quem sofre de transtornos mentais, a musicoterapia pode atuar de modo a acalmar e a conectar as pessoas ao momento presente, esquecendo as preocupações tão intensas. 

Indivíduos com transtorno de humor grave, bipolaridade, esquizofrenia, por exemplo, sofrem muito preconceito, sendo taxados de loucos e incapazes. Eles devem ter tratamento em serviços de atenção específica, como CAPS (centro de atenção psicossocial), a fim de que haja união entre o tratamento farmacológico e os demais.

As oficinas terapêuticas são ferramentas de ajuda para esses indivíduos. São utilizadas diversas maneiras para reintegrá-los à esfera social. Existem, por exemplo, oficinas de plantação, em que é ensinado como plantar hortaliças e como vendê-las nas feiras locais. Assim, desvincula-se o indivíduo do conceito de louco, como aquele que não consegue realizar algum trabalho. Ao mesmo tempo, o insere no meio social próximo.

De modo semelhante, a oficina terapêutica pode usar a música como ferramenta de tratamento. Ao se ensaiar uma apresentação musical e apresentá-la para diversas pessoas, como cantatas de datas comemorativas, por exemplo, os indivíduos deixam de ocupar a típica posição de exclusão e passam a ser protagonistas da vida.

A dependência de substâncias psicoativas também é um transtorno mental que atrapalha a vida de diversas famílias. Ao buscar a droga, geralmente, a pessoa procura uma sensação de bem-estar e de prazer. A música age em terminações neuronais semelhantes às que essas substâncias agem, como ocitocina, por exemplo.

Assim, ao cantar ou ouvir uma música, o indivíduo experimenta boas lembranças e sensações agradáveis. Com o passar do tempo, o dependente químico pode associar que outras coisas na vida geram bem-estar, como a música, um alimento saboroso, a família etc.. Com isso, ele deixa em segundo plano a droga, uma vez que os prejuízos relacionados a ela são bem maiores do que o prazer momentâneo gerado. 

Música: vamos utilizá-la?

O som está presente na vida da humanidade desde os primórdios da história. É por meio do som que conseguimos nos comunicar. A música não precisa de técnicas avançadas, como nas demais artes. Pelo contrário. É necessário apenas espontaneidade e movimento. A partir da acústica, o ser humano é capaz de criar. Criar significados, sentimentos, territórios. 

Dito isso, percebe-se que a musicoterapia se torna um momento de expressão de sentimentos e de gestos. Ela se torna parte fundamental para o tratamento em saúde mental, auxiliando os medicamentos. Para maiores informações, consulte um médico especialista. Ele poderá ajudá-lo de forma individualizada. 


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psiquiatra em São Paulo!



4 de abril de 2020 DepressãoTodos

O que você precisa saber sobre opções de tratamento e medicação

Muitos de vocês, como eu, seguem várias fontes de notícias ao longo do dia. Seja rádio, televisão, sites de notícias eletrônicas ou mídias digitais, existem inúmeras maneiras pelas quais as pessoas podem acessar informações com facilidade 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa proliferação de informações é maravilhosa – mas pode ser avassaladora e, em alguns casos – especialmente em questões de saúde mental – imprecisa ou simplesmente inverídica.

Mais recentemente, fiquei impressionada com entrevistas recentes com pessoas que não são profissionais de saúde mental que discutem a depressão sem ter uma formação profissional no campo. Esses autores se colocam  em uma plataforma pública para discutir o tratamento da depressão e o que “funciona” e o que “não funciona” – e embora muito “pareça” convincente e factual – em muitos casos, não é – e isso pode seja muito perigoso.

Como é o plano de tratamento da Depressão

Como psiquiatra praticante por muitos anos, posso atestar o fato de que os tratamentos para depressão funcionam e que aqueles que sofrem com depressão precisam ser informados sobre o que esperar durante o tratamento. Existem muitas pesquisas baseadas em evidências para mostrar que a medicação e a terapia são uma maneira poderosa e eficaz de tratar a depressão. De fato, o tratamento da depressão geralmente é um tratamento combinado, não muito diferente do tratamento para hipertensão ou enxaqueca. É importante saber que, embora apenas a medicação e a psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental, terapia interpessoal, psicanálise, etc) possam aliviar os sintomas depressivos, é uma combinação de medicação e psicoterapia que foi associada a taxas de melhoria significativamente mais altas em doenças mais graves, crônicas, e apresentações complexas de depressão.

É fundamental que alguém que sofre de depressão seja informado sobre as opções de tratamento e tenha um médico ou terapeuta que discuta claramente que tipos de medicamentos estão disponíveis, como gerenciar a falta de eficácia ou efeitos colaterais e como trabalhar com o paciente para garantir que os medicamentos sejam eficazes. Muitas pessoas me disseram que a medicação salvou suas vidas; quase todos desejavam tê-las experimentado antes. E a grande maioria as tolera muito bem. Também é importante entender o que são as psicoterapias, como elas diferem em termos de base de evidências e quão importante é tentar a terapia e encontrar uma que funcione melhor para você, em vez de permanecer na terapia por anos sem alívio dos sintomas. A terapia geralmente não é fácil e exige muito esforço e comprometimento. Mas funciona e já vi muitas pessoas encontrarem alívio da depressão e prosperarem. Um médico disponível e receptivo é uma necessidade absoluta, e visitas frequentes de acompanhamento para garantir que o plano de tratamento esteja correto e funcionando (e para modificar o plano, se necessário) também são essenciais.

O problema do estigma sobre Transtornos Mentais

Ainda como sociedade, sentimos vergonha ao falar sobre transtornos mentais. É difícil e às vezes impossível para as pessoas procurarem a ajuda de que precisam. O suicídio é a segunda principal causa de morte em nossa população adulta jovem. Lembre-se: estar informado sobre as opções de tratamento é a chave para encontrar o tratamento certo para você ou para um ente querido. Você pode aprender sobre as opções de medicação e terapia visitando outros posts do meu blog.

Os tratamentos de depressão funcionam e podem melhorar significativamente a qualidade de vida. Este período de quarentena é um momento maravilhoso para nos comprometermos a nos educar sobre as opções de tratamento. Vamos nos comprometer a fazer perguntas, aprender e manter-se informado sobre a pesquisa e os tratamentos atuais. Isso ajudará à quebra do estigma em torno dos problemas de saúde mental e garantirá que as pessoas encontrem o tratamento de que precisam hoje e continuem a trabalhar como uma sociedade para obter melhores tratamentos amanhã.

Quer saber mais sobre tratamento da depressão? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!

 




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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