Medo da Morte / Dra Aline Rangel

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A morte é o processo pelo qual a vida de um organismo chega ao fim. É uma parte natural do ciclo da vida e pode ser entendida como o término da atividade biológica e funcionamento dos órgãos e sistemas corporais. Entretanto, muitas pessoas vivenciam ou testemunham a morte como algo “nada natural”. Desastres naturais, acidentes, pandemias como a do Coronavírus, doenças com apresentação fulminante como um infarto, suicídio, etc, estão na lista de causas de morte que nos pegam de surpresa, não são esperadas e, sobretudo pra quem fica, traz o questionamento “e se ?” – trazendo uma sensação de que poderiam ter sido evitadas.

O que é a morte?

A morte pode ser vista como um evento final e irreversível, mas também pode ser compreendida de formas diferentes dependendo das crenças e valores de cada indivíduo. Algumas pessoas acreditam que a morte é um processo de transição para uma vida após a morte, enquanto outros acreditam que é o fim da existência consciente.

Em geral, a morte é vista como uma perda e pode ser um evento assustador e doloroso para aqueles que estão deixando ou perdendo alguém que amam. No entanto, é importante lembrar que a morte é uma parte natural da vida e que é possível encontrar formas de lidar com ela e celebrar a vida de quem já se foi.

Os principais medos sobre a morte:

Existem muitos medos específicos relacionados à morte e as preocupações podem ser diferentes para cada pessoa.

De forma geral, pensar em morte pode deflagrar os sentimentos abaixo:

  1. Medo da dor: Temor de que a morte possa ser dolorosa ou sofrida.
  2. Medo da solidão: Medo de morrer sozinho e sem apoio.
  3. Medo da perda: Medo de perder entes queridos ou coisas importantes na vida.
  4. Medo da incerteza: Insegurança sobre o que acontece depois da morte e sobre o que será deixado para trás.
  5. Medo do desconhecido: Ansiedade sobre o desconhecido e o que pode acontecer após a morte.
  6. Medo da falta de propósito: Preocupação de que a vida não tenha sentido ou propósito após a morte.
  7. Medo da perda de identidade: Medo de perder a identidade e a personalidade após a morte.
  8. Medo de deixar as responsabilidades para trás: Preocupação de não ter cumprido todas as responsabilidades ou tarefas na vida.

O medo da morte é um transtorno psicológico?

O medo da morte não é considerado um transtorno psicológico por si só. Na verdade, é considerado normal ter algum medo ou ansiedade em relação à morte, especialmente quando se pensa sobre a finitude da vida.

No entanto, se o medo da morte estiver interferindo significativamente na vida de uma pessoa, impedindo-a de realizar suas atividades diárias ou causando sofrimento emocional excessivo, pode ser indicativo de um transtorno de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada ou o transtorno de estresse pós-traumático.

Se você está sentindo medo intenso ou ansiedade em relação à morte e isso está afetando negativamente sua vida, é importante buscar ajuda profissional. Um terapeuta ou psiquiatra pode ajudá-lo a trabalhar em seus medos e encontrar maneiras saudáveis de lidar com eles.

Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a lidar com o medo de morrer

1) Enfrente seus medos:

Identifique seus medos específicos em relação à morte e trabalhe para enfrentá-los. Isso pode incluir conversar com alguém sobre suas preocupações, ler sobre a morte ou visitar um terapeuta.

2) Mantenha-se ocupado:

Ocupar-se com atividades que você ama e que lhe dão significado para a vida pode ajudar a distrair a mente das preocupações sobre a morte, de forma que elas sejam menores do que a importância de viver o presente.

3) Conecte-se com os outros:

Fale com amigos e familiares sobre seus medos e busque suporte em grupos de apoio ou comunidades religiosas. A conexão social pode ajudar a sentir-se menos sozinho e mais conectado ao mundo.

4) Enfocar no que você pode controlar:

Em vez de se preocupar com o que não pode controlar, como a inevitabilidade da morte, concentre-se em cuidar de sua saúde e viver uma vida significativa.

5) Busque ajuda profissional:

Se o medo de morrer estiver afetando significativamente sua qualidade de vida, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Eles podem ajudá-lo a desenvolver estratégias de trabalhar em seus medos e avaliar se o seu medo pode ser a representação de questões muito mais profundas e que mereçam cuidado especializado.

Lembre-se de que o medo da morte é uma experiência comum e há recursos disponíveis para ajudá-lo a lidar com isso. É importante reconhecer e só assim poder enfrentar esses medos para encontrar paz e equilíbrio em relação à morte. Cada pessoa é única e que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante encontrar o que funciona melhor para você e fazer o que for preciso para encontrar conforto e tranquilidade.


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Já parou para pensar como determinados fatos nos marcam e são capazes de definir parte da nossa personalidade? Alguns eventos e situações podem ter um caráter negativo e desdobramentos muito prejudiciais, a ponto de influenciarem os pensamentos e comportamentos por um logo período de tempo.

Imagine experimentar emoções perturbadoras, memórias tristes, sensação constante de perigo, desconexão com a realidade, incapacidade de confiar em outras pessoas e lembranças assustadoras. Isso pode acontecer depois que a pessoa vive um momento ruim, como por exemplo, uma tragédia familiar.

Nesse tipo de caso, pode ser muito difícil superar a dor e seguir a vida normalmente, afinal, a pessoa pode ficar traumatizada. A boa notícia é que, adotando as estratégias certas, é possível se recuperar de traumas psicológicos e emocionais. Leia o artigo, descubra como identificar e tratar o problema.

Trauma é a mesma coisa de evento traumático?

Não! As situações traumáticas são fatos e eventos que surpreendem negativamente os indivíduos, como os desastres naturais, acidentes, doenças sérias, procedimentos médicos, perda de pessoas amadas, assaltos, torturas, abusos, etc. Um indivíduo pode passar por essas situações traumáticas, sem, necessariamente, ficar traumatizado.

Os traumas não possuem origem no evento traumático em si. Eles se originam a partir da resposta psíquica e do sistema nervoso para o acontecimento negativo, tanto no momento em que ocorreu, como na sequência. Se a pessoa não consegue agir frente à situação traumática, lutando, fugindo, abstraindo ou superando, o sistema nervoso fica desorganizado e o trauma se estabelece.

Como os traumas acontecem?

Os traumas acontecem depois de experiências emocionalmente dolorosas. Quem sofre com o problema tem a chamada memória traumática, em que a lembrança do momento ruim traz à tona sons, imagens, cheiros e sentimentos vivenciados no passado, quando a situação que desencadeou o trauma aconteceu.

Esse acesso recorrente à memória traumática é capaz de ativar gatilhos que culminam no desagradável retorno ao momento traumatizante, o que gera angústia, tristeza, medo, etc.

Como reconhecer os sintomas?

O trauma gera um conjunto de sintomas que produzem inúmeras sensações e resultam em alterações emocionais, cognitivas e psicológicas. Entre os principais sinais de que a pessoa tem um trauma estão:

  • Sentimento de ansiedade, pânico, desespero, apreensão, raiva, culpa, irritabilidade e desamparo;

  • Capacidade de cognição alterada, que pode afetar o raciocínio lógico, a concentração, confusão mental e a memória de situações triviais;

  • Pensamentos indesejados, preocupação excessiva e/ou paranoia;

  • Travas sociais, timidez e dificuldade de estabelecer relacionamentos interpessoais;

  • Problemas familiares e profissionais pós-trauma;

  • Sensação de impotência e incompetência;

  • Insônia e pesadelos;

  • Sintomas físicos como fadiga, dores e tensão muscular.

Como tratar os traumas?

O melhor tratamento para traumas é a psicoterapia associada ao tratamento psiquiátrico conduzidos por um profissional especializado. Durante as sessões, é possível levar o paciente a elaborar melhor a situação, de modo que, gradualmente, ele modifique os seus padrões mentais negativos e ou que a repercussão emocional desse seja menos desorganizodora.

Em casos mais graves, o especialista pode complementar o tratamento com a prescrição de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, capazes de regular os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.

Quer saber mais sobre trauma? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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