agorafobia / Dra Aline Rangel


10 de abril de 2020 Ansiedade

E se você tiver o tipo de ansiedade que faz você se sentir preso e em pânico por causa dos pedidos de distanciamento social devido ao COVID-19?

Embora existam algumas pessoas cujo transtorno de ansiedade possa ser um alívio ter que ficar em casa e permanecer no distanciamento social, há muitos para quem essa situação cria um pesadelo especial. Esse pesadelo ocorre por várias razões compreensíveis. Primeiro, muitas pessoas com transtorno do pânico se sentem mais seguras quando sabem que têm fácil acesso ao apoio emocional e segurança física. Isso pode significar sentir-se mais seguro e menos propenso a entrar em pânico quando estiver próximo a instalações médicas, quando houver outras pessoas próximas ou quando puderem viajar facilmente para uma área que sinta menos ansiedade.

Como o Transtorno de Pânico e a Agorafobia pioram a quarentena?

A permanência em casa e as regras de distanciamento social mudam tudo isso. As instruções para evitar a sala de emergência e sempre chamar seu médico antes de fazer um contato com ele presencialmente mudam isso. O conhecimento de que você será afastado de um centro médico, a menos que esteja gravemente doente, também muda tudo isso. De repente, todos os suportes em potencial que possibilitaram o funcionamento não estão mais disponíveis. Você nem pode ver seu terapeuta pessoalmente, o que é outro desafio.

Além disso, a maioria das pessoas com transtorno do pânico e agorafobia acha que qualquer menção a sintomas físicos, especialmente o coração ou a respiração, provocam ansiedade, porque os lembra dos sintomas do ataque de pânico. O mesmo vale para ouvir palavras que lembram seus outros medos, como ficar sozinho sem uma maneira pronta de obter ajuda, palavras como “quarentena” e “distanciamento social”. Se você é uma dessas pessoas, isso pode significar que você encontra palavras-chave o dia todo.

E quando a sua ansiedade encontra a dos outros

Por fim, o clima geral de ansiedade e incerteza sobre o futuro é um desafio especial para os que ficam em pânico. As pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade costumam achar que sua capacidade de sentir empatia (perceber e sentir as emoções dos outros) é desafiadora quando detectam ansiedade em outras pessoas. Sabemos que, se você tem transtorno do pânico e agorafobia, seu corpo interpreta mal as sensações físicas associadas à ansiedade e estressa algo alarmante. Seu cérebro não pode dizer a diferença entre o medo imaginado, como ter empatia com alguém que se sente ansioso ou assustado enquanto assiste a uma cena tensa em um filme e um perigo real. Isso significa que, quando você encontra histórias e manchetes alarmantes da mídia, é mais provável que seu corpo sinta ansiedade que se transforma em um ataque de pânico. Isso significa que se você ouvir as pessoas que expressam preocupação e pânico, será mais provável que sinta ansiedade que se transforma em um ataque de pânico.

Aqui está o que você pode fazer para ajudar a atenuar a tendência do seu corpo e cérebro de entrar em pânico durante esse período desafiador:

  1. Tente nomear ou discriminar seus sintomas que estão mais intensos como resposta típica e acidental do seu corpo à histeria em massa, restrições repentinas no estilo de vida e sua capacidade de ser sensível e ter empatia com os outros seres humanos.
  2. Diminua radicalmente sua exposição a mídias e conversas que provocam ansiedade. Não preste atenção à “contagem do número de casos confirmados de COVID” e peça a seus amigos e familiares que se abstenham desse tipo de discussão ou compartilhem suas informações mais assustadoras.
  3. Reserve um tempo para desacelerar seu corpo usando meditação, relaxamento, respiração diafragmática, relaxamento, ioga ou oração. Seu corpo precisa de ajuda para ser lembrado de que ele pode atingir um estado de repouso para que possa sair do modo de alarme. Faça isso quando acordar e depois mais duas vezes ao longo do dia. Seu objetivo é evitar que seu corpo fique preso no modo inativo que a crise o leva.
  4. Quando sentir um ataque de pânico começando, respire lenta e suavemente pelo nariz enquanto mantém a boca fechada. Respire tão suavemente que você mal consegue sentir a respiração se movendo na parte de trás da garganta e não há som audível de inspiração ou expiração. Isso diminuirá a quantidade de dióxido de carbono que você expira durante um ataque de pânico e ajuda a reduzir os sintomas físicos do pânico. Você também pode usar essa mesma técnica após o início de um ataque de pânico. Se você não conseguir desacelerar a respiração, também pode inspirar e expirar o mais lentamente possível nas mãos em concha ou em um saco de papel para ajudar a aumentar o nível de dióxido de carbono no sangue.
  5. Lembre-se de que seu ataque de pânico é um alarme falso. Pode parecer horrível, mas nada de ruim está acontecendo com seu corpo. Os ataques de pânico são fisicamente inofensivos e não aumentam o risco de ataque cardíaco, derrame ou de enlouquecer. Um sintoma típico de um ataque de ansiedade, no entanto, é a sensação de que você pode estar tendo um ataque cardíaco, derrame, perda de controle ou perda de sanidade. Um ataque de pânico é como a reação do seu corpo quando um garoto não tão engraçado que te surpreende estourando um balão atrás de você para tentar fazer você assustar-se.
  6. Participe de um grupo de suporte on-line gratuito para obter suporte de colegas e lidar com a dificuldade de ter que se adaptar repentinamente ao estilo de vida do COVID-19 em casa. Você descobrirá que não está sozinho e provavelmente obterá ótimas dicas para lidar com isso.

Se você acha que não consegue esse auto-gerenciamento neste momento, procure ajuda. Você não precisa continuar sofrendo. Terapeutas e psiquiatras podem fornecer avaliações e terapia através de atendimento online.



15 de setembro de 2019 Todos

Você já ouviu falar em agorafobia? Esse é um tipo de transtorno de ansiedade relativamente comum. Só para ter ideia, no Brasil, a agorafobia atinge cerca de 150 mil pessoas. 

A etimologia da palavra remete ao grego, em que a junção das palavras αγορά  (ágora), que quer dizer praça pública, e φοβία (fobia), que significa terror, passou a designar essa condição que, ao pé da letra, significaria o temor de praça pública. Na prática, o problema vai muito além disso.

A agorafobia é um distúrbio que mexe com os pensamentos, as emoções e as atitudes. Tal transtorno é marcado pelo medo de situações que possam vir a causar sensação de desamparo, constrangimento ou aprisionamento. 

Neste artigo, trazemos mais informações sobre a agorafobia, para você entender suas principais causas e possíveis tratamentos. Boa leitura!

Causas da agorafobia

Essa condição pode se desenvolver espontaneamente, sem nenhuma causa aparente, ou pode ser desencadeada por ambiente e situações estressantes, abuso de substâncias químicas e existência de outros transtornos de ansiedade.

A agorafobia pode aparecer, por exemplo, depois de episódios de crise de pânico. A síndrome do pânico é, inclusive, um importante fator de risco para o surgimento da condição agorafóbica. Quem tem essa síndrome está sujeito a experimentar ataques repentinos de medo extremo e incontrolável, com presença de sintomas físicos intensos, como aumento da frequência cardíaca, sudorese, hiperventilação ou falta de ar, sensação de sufocamento, tontura, náuseas, vômitos, desmaio, aperto no peito, formigamento, dormência, tremores, calafrios,  descontrole, medo da morte, etc. Por temer novas crises no futuro, a pessoa acaba desenvolvendo outro transtorno de ansiedade: a agorafobia.

Tratamentos para agorafobia

Cumpre salientar que esse é um problema psíquico crônico, que pode durar meses, anos ou a vida inteira. Apesar disso, o tratamento adequado é capaz de melhorar – e muito – a qualidade de vida dos pacientes agorafóbicos. É importante tratar essa condição, para evitar que a agorafobia desencadeie outros transtornos, como depressão e dependência química.

O primeiro passo para tratar o distúrbio consiste em reconhecer os sinais. Os principais sintomas de agorafobia são reclusão social e o medo de determinadas circunstâncias, como de expor opiniões em público e do julgamento alheio, de ficar em ambiente fechados e sufocantes, de frequentar lugares lotados, como casas de show, estacionamentos e parques, de participar de processos seletivos e, até mesmo, de coisas corriqueiras como entrar no elevador, usar o transporte público e enfrentar filas. 

Reconhecidas essas manifestações, a pessoa deve buscar suporte psiquiátrico para enfrentar esse transtorno de ansiedade. O tratamento clínico é desafiador, mas geralmente bem-sucedido. Ele consiste na combinação de sessões de psicoterapia e uso de fármacos específicos para o controle dos sintomas. Lembre-se de que a automedicação é contraindicada, pois somente o médico pode recomendar o tipo, a dosagem e a duração do tratamento medicamentoso. Isso aumenta a eficácia e a segurança da abordagem terapêutica. 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



15 de agosto de 2018 Todos

Mais de 18 milhões de brasileiros sofrem com transtornos de ansiedade, incluindo a agorafobia. Essa condição mental é um distúrbio que afeta cerca de 150 mil pessoas no país. Vale acrescentar que termo vem do grego “ágora”, que significa praça pública  ou mercado e “phobia”, que quer dizer medo.

Tal perturbação de ansiedade pode ser causada por outros transtornos psíquicos, ambientes estressantes, abuso de substâncias psicoativas, uso crônico de tranquilizantes, eventos traumáticos ou violência na infância. Em muitos casos, a agorafobia pode ser a progressão de um ataque de pânico ou consequência de eventos que provocam estresse e ansiedade.

Entre os sintomas da agorafobia estão o aumento da frequência cardíaca, falta de ar ou hiperventilação, dor ou aperto no peito, vertigem, formigamento no corpo, suor excessivo, náuseas, calafrios, diarreia, desmaios, insegurança, apreensão e o medo de ter medo.

Quer entender melhor esse problema e descobrir como funciona o tratamento? Leia o texto completo!

Afinal de contas, o que é agorafobia?

Agorafobia é um tipo de fobia caracterizado pelo medo intenso e incontrolável de situações e lugares que causam constrangimento, pânico, sensação de aprisionamento. Esse tipo de transtorno atinge três vezes mais mulheres do que homens.

Pessoas com essa condição geralmente temem ficar sozinhas em casa, além de sentirem medo de multidões e filas de espera, espaços fechados, lugares abertos demais, transportes públicos ou qualquer ambiente em que pensem que não conseguirão escapar.

Mesmo sem nenhum motivo concreto, é comum que os indivíduos que sofrem com agorafobia pensem não estão seguros em locais como cinemas, lojas, elevadores, parques, estacionamentos, teatros, etc.

Qual é a relação com o transtorno do pânico?

A relação desse tipo de fobia com o transtorno do pânico é muito íntima. Para começar, os sintomas de ambos são bem parecidos. Isoladamente, a agorafobia não pode ser considerada uma doença. No entanto, ela é uma manifestação clínica do transtorno de pânico, tanto que pode acontecer depois de ataques repentinos e extremos de medo.

O paciente agorafóbico teme lugares em que se sente ameaçado e onde acredita que o socorro possa ser dificultado em caso de perigo. A pessoa pode ter crises de pânico, de repente, em lugares como shoppings, aviões, praças e casas de shows.

Como tratar?

O tratamento da agorafobia varia de acordo com cada paciente. Geralmente o protocolo combina a psicoterapia com o uso de medicamentos prescritos pelo psiquiatra.

O intuito do tratamento, além de controlar os sintomas e diminuir as crises, é fazer com que a pessoa reconheça sua condição e desenvolva a capacidade de lidar com o problema.

Os efeitos das várias técnicas de psicoterapia são muito positivos, uma vez que ela ajuda a superar o medo e permite que o indivíduo leve uma vida normal na medida do possível. Esse tipo de terapia também é capaz de reduzir a ansiedade e modificar conceitos, comportamentos e sentimentos distorcidos.

Quer saber mais sobre agorafobia? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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