Alzheimer / Dra Aline Rangel


15 de março de 2020 Todos
Você provavelmente já ouviu falar sobre o Alzheimer. Trata-se de uma doença neurodegenerativa que prejudica progressivamente as funções cognitivas, reduz a capacidade de trabalho e interfere negativamente no convívio social, entre outros efeitos danosos à saúde, bem-estar e qualidade de vida. Embora muito se fale sobre Alzheimer, o assunto ainda é cercado de inverdades, desconhecimento e mitos. Vamos desmitificar? Leia o artigo e descubra o que é verdade e o que é mentira sobre a doença.

1. O primeiro sintoma é a perda de memória

Mito. O esquecimento sintoma mais comum, porém, não é necessariamente o primeiro. Primeiramente o Alzheimer acomete a porção do cérebro responsável pela linguagem, raciocínio e, também, pela a memória. Por isso, é comum doença apresente outros sinais iniciais, como dificuldade para realizar  tarefas cotidianas, alterações comportamentais, instabilidade emocional e baixa concentração.

2. Alzheimer não tem cura

Verdade. Infelizmente o Alzheimer é uma doença crônica e neurodegenerativa, que gera danos cognitivos progressivos e irreversíveis. Não há cura para a doença, mas existem tratamentos capazes de retardar a evolução, amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

3. O Alzheimer atinge apenas idosos

Mito. Embora atinja mais os idosos, é possível que pessoas abaixo dos 65 anos de idade apresentem Doença de Alzheimer de Início Precoce (Daip), uma condição caracterizada pelo declínio mais cedo das funções cognitivas. Os casos são raros, mas correspondem a 10% dos diagnósticos.

4. Existem remédios para o Alzheimer

Verdade. Atualmente existem medicamentos que minimizam os problemas comportamentais, comprometimentos cognitivos e distúrbios de humor provocados pela síndrome demencial. Entre eles estão os inibidores da cetilcolinestinesterase, indicados para tratar a enfermidade em grau leve a moderado.

5. A alimentação ajuda a prevenir a doença?

Verdade. Muitos são os possíveis fatores envolvidos no desenvolvimento do Alzheimer, mas já foi comprovado que alimentos ricos em ômega 3 ajudam na prevenção da doença. Ômega 3 é um ácido graxo encontrado em castanhas, nozes, óleos vegetais e alguns tipos de peixe. Essa substância diminui o acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro, ajudando assim a evitar o surgimento e a progressão da doença.

6. Jogos são benéficos no tratamento do Alzheimer

Verdade. Jogos como sudoku, palavras cruzadas, exercícios de lógica e jogos de tabuleiro ajudam a evitar o declínio cognitivo. Eles exercitam o cérebro, mantendo a cognição e o raciocínio ativos. Além disso, eles engajam as estruturas cerebrais e contribuem na organização e planejamento.

7. Alzheimer é uma doença exclusivamente neurológica

Mito. O Alzheimer pode ser considerado uma enfermidade neuropsiquiátrica, já que além de sintomas cognitivos, ele gera alterações comportamentais como agressividade, delírios, alucinações, paranoia, inquietação, irritabilidade, mudanças de personalidade, falta de moderação, distúrbios do sono, apatia, descontentamento geral, raiva, perda de interesse em atividades que antes davam prazer, isolamento social, tristeza, angústia, desesperança e falas sem sentido. Por conta disso, a condição não deve ser tratada somente pelo neurologista. A abordagem deve ser multidisciplinar e precisa incluir a participação de psiquiatra, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas, preparadores físicos, enfermeiros, etc. Quer saber mais sobre Alzheimer? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


15 de março de 2020 Todos
Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo caracterizado pela deterioração cognitiva. A condição pode combinar uma série de sintomas, como déficit de memória, alterações motoras e mudanças comportamentais que se agravam no decorrer do tempo. Trata-se de uma síndrome demencial que atualmente afeta mais de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo. A estimativa é que esse número triplique até 2050, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao contrário do que muitos pensam, Alzheimer não é uma doença exclusivamente neurológica. Esse transtorno é neuropsiquiátrico, uma vez que interfere na maneira do paciente pensar e agir.

O psiquiatra deve integrar o tratamento multidisciplinar

O Alzheimer é uma condição complexa, que demanda tratamento multidisciplinar. O diagnóstico normalmente é feito pelo neurologista ou geriatra. Entretanto, a abordagem terapêutica deve incluir, também, a participação de enfermeiros cuidadores, terapeutas ocupacionais, preparadores físicos, psiquiatras, etc. Isso é importante para amenizar os variados sintomas dessa síndrome demencial, promovendo o cuidado global do paciente, de modo que a progressão da doença seja retardada.

Esse especialista auxilia no tratamento de eventuais alterações psíquicas

Os sintomas mais conhecidos de Alzheimer são o  declínio da memória e da capacidade de raciocínio, entretanto, as manifestações da doença não se limitam a eles. É comum que a pessoa com Alzheimer se isole socialmente, deixe de fazer coisas que antes davam prazer, percam o interesse pela família e se tornem mais calados e retraídos. Nesse sentido, a participação do psiquiatra é indispensável, até como forma de evitar um quadro depressivo, complicação muito comum nos casos de Alzheimer.

O profissional também ajuda na manutenção da saúde mental da família

Cuidar de um idoso com Alzheimer é uma situação estressante e desgastante, que pode gerar muito sofrimento emocional, trazendo angústia, ansiedade, fadiga, baixa energia e outros prejuízos físicos e psíquicos. Sendo assim, o psiquiatra pode ser útil também no suporte à família e manutenção da saúde mental dos principais cuidadores. É bastante comum que os familiares próximos negligenciem o autocuidado e acabem adoecendo por não conseguirem lidar com a situação da maneira adequada. Não raro, pessoas que cuidam de indivíduos com Alzheimer desenvolvem quadros como depressão, hipotireoidismo, diabetes, hipertensão, entre outras condições somáticas decorrentes do estresse.

Ele contribui no controle de sintomas psíquicos

Nos casos em que a pessoa com Alzheimer apresente mudanças comportamentais extremas, o ideal é procurar rapidamente um bom psiquiatra. Agende uma consulta  se surgirem manifestações como agressividade, alucinações, delírios, paranoia, irritabilidade, inquietação, mudanças de personalidade, dificuldades para realizar tarefas cotidianas, falta de moderação, distúrbios do sono, desejo de fuga, apatia, descontentamento geral, raiva, solidão e falas sem sentido. Cabe ao psiquiatra identificar os desajustes comportamentais e propor soluções terapêuticas adequadas a cada caso, sempre considerando as especificidades clínicas de cada paciente. Quer saber um pouco mais sobre a atuação da psiquiatria no tratamento do Alzheimer? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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