como lidar com o transtorno bipolar / Dra Aline Rangel

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Pessoas que sofrem com transtornos mentais tendem a se isolar ou a não serem bem-aceitas por colegas de trabalho e familiares. No caso do transtorno bipolar, por exemplo, outras pessoas não entendem que o paciente está sofrendo com algum tipo de problema e não está em perfeitas condições para uma boa convivência. Por isso, é importante entender como funciona esse transtorno e o que podemos fazer para ter um relacionamento saudável e harmonioso com quem sofre com isso.

O que é o transtorno bipolar?

O transtorno bipolar é uma condição crônica de saúde mental caracterizada por oscilações extremas de humor que alternam entre períodos de mania e depressão. Enquanto a depressão é mais conhecida, a mania é um aspecto crucial do transtorno bipolar que ainda é muito mal compreendido pela população de forma geral. Todo e qualquer episódio de oscilação do humor, seja no contexto de um conflito emocional grave (p.ex.: após uma separação conjugal) ou de outros transtornos psiquiátricos (p.ex.: Transtorno de Personalidade Borderline), criam crenças equivocadas de que “essa pessoa é bipolar”.

A mania, com alegria ou irritabilidade patológicas, é o estado de exaltação do humor. Nesse quadro, o paciente demonstra estar alegre sem um motivo específico. Esse humor pode ser eufórico, irritável ou até arrogante. Nesse estágio, é comum que ele também apresente mania de grandeza.

A hipomania é um estado semelhante ao de mania, mas em menor intensidade. Apesar de ser uma fase mais amena, requer atenção redobrada, pois o paciente pensa que já está curado e não precisa manter o tratamento.

A depressão, dentro do transtorno afetivo bipolar, se divide nos tipos 1 e 2. Durante o tipo 1, a pessoa apresenta momentos depressivos intercalados com episódios de mania. Já no tipo 2, os estados de mania são menos intensos.

Além disso, existem diferentes tipos desse transtorno, mas todos afetam o humor, a energia e a eficiência do indivíduo. As oscilações de humor podem não respeitar um período de tempo, ocorrendo de forma aleatória.

Quais são as causas do transtorno bipolar

Não há uma comprovação científica para a origem do problema, o que se sabe é que fatores genéticos e a ocorrência de alterações no cérebro ou nos níveis dos neurotransmissores estão relacionados com o transtorno.

Existem também outras causas que podem servir como gatilhos para o transtorno bipolar, tais como estresse prolongado, uso de remédios inibidores de apetite, puerpério, hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Dicas para lidar com pessoas bipolares

Existem algumas dicas essenciais que servem como regras de convivência para ajudar você a viver de forma harmoniosa com pessoas bipolares num momento de crise. Veja:

  1. Evite discutir, pois esse debate pode desencadear uma crise na pessoa. Assim, evite dizer coisas que podem gerar irritação.
  2. Tenha calma ao falar e use um tom de voz adequado. Dessa forma, você evita que a pessoa bipolar aja com impulsividade e tome atitudes exageradas.
  3. Procure ser positivo ao conversar com o paciente, principalmente nos episódios depressivos.
  4. Evite embates, pois será prejudicial para ambos. Lembre-se de que a pessoa já sofre com a variação de emoções.
  5. Não torne a pessoa bipolar uma vítima da situação e evite facilitar as coisas para ela. A atitude correta é se mostrar disponível, incentivá-la a realizar suas tarefas e seguir em frente.
  6. Não julgue a condição de quem sofre com o transtorno, evite preconceitos ou suposições inadequadas sobre o quadro dele.
  7. Esteja atento ao que é dito pela pessoa bipolar. Normalmente, eles costumam fazer o que dizem. Então, se ouvi-lo comentar qualquer coisa relacionada a suicídio, por exemplo, procure ajuda.

 

Lidar com uma pessoa que tem o diagnóstico de transtorno bipolar requer compreensão, paciência e compaixão. Ao se informar sobre o transtorno, criar um ambiente seguro e acolhedor e incentivar os cuidados pessoais e a busca de ajuda profissional, você pode ter um impacto positivo na qualidade de vida dessa pessoa. Lembre-se de que estar presente para alguém com transtorno bipolar significa oferecer apoio consistente, ouvir ativamente e reconhecer suas experiências únicas. Juntos, podemos ajudar indivíduos com transtorno bipolar a navegar em sua jornada rumo à estabilidade e ao bem-estar. Com todas essas informações e colocando em prática essas dicas você estará apto a lidar melhor com quem sofre com o transtorno bipolar.


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Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


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15 de fevereiro de 2022 Todostranstorno bipolar

Quando falamos em episódios de mania, estamos nos referindo a uma manifestação característica do Transtorno Bipolar. O transtorno bipolar é uma condição crônica de saúde mental caracterizada por oscilações extremas de humor que alternam entre períodos de mania e depressão. Enquanto a depressão é mais conhecida, a mania é um aspecto crucial do transtorno bipolar que ainda é muito mal compreendido pela população de forma geral. Todo e qualquer episódio de oscilação do humor, seja no contexto de um conflito emocional grave (p.ex.: após uma separação conjugal) ou de outros transtornos psiquiátricos (p.ex.: Transtorno de Personalidade Borderline), criam crenças equivocadas de que “essa pessoa é bipolar”.

A frequência das crises maníacas varia de acordo com o quadro instalado, conjuntura psicossocial e adesão adequada ao tratamento deste transtorno. Da mesma forma, a gravidade da situação pode variar.

Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre os episódios de mania, para que amigos, parentes e pessoas próximas a indivíduos bipolares consigam identificar oscilações de humor e auxiliar quando necessário. Confira, a seguir.

Episódios de mania: como são diagnosticados?

O humor elevado ou irritável pode ser classificado como mania ou hipomania, dependendo da gravidade e da presença de sintomas psicóticos. O humor elevado ou irritável grave, associado ou não a sintomas psicóticos, que causam mudanças no comportamento e funcionalidade do indivíduo, é classificado como mania. A duração do estado maníaco deve ser de pelo menos uma semana, com humor elevado ou irritabilidade presente na maior parte do dia, quase todos os dias. O critério de duração mínima é dispensável se a hospitalização for necessária.

Na hipomania, as elevações de humor e as perturbações comportamentais/funcionais são menos graves e de menor duração do que no estado maníaco (consecutivos quatro dias), o que geralmente não requer atendimento médico. No entanto, a hipomania pode evoluir para mania. 

Deve-se observar que a presença de sintomas psicóticos é sempre indicativa de uma condição grave e, mesmo que os outros sintomas de ativação não sejam tão proeminentes, isso automaticamente exclui a possibilidade de um episódio hipomaníaco. Esse é um erro frequentemente cometido em clínicas psiquiátricas, principalmente por profissionais menos experientes.

Episódios de mania: é possível prevê-los?

Não necessariamente. Alguns são engatilhados por situações específicas e outros acontecem de forma abrupta.

O primeiro indício de que o paciente está passando por um episódio de mania é a alteração no comportamento interpessoal, como:

  • Aumento de energia;
  • Diminuição da necessidade de sono;
  • Necessidade de falar ou se movimentar.

Esses são alguns dos elementos que podem ajudar a identificar uma mudança significativa de humor. A irritabilidade, que pode aparecer diante de uma negativa, ou sem motivos aparentes, também indica a presença de um componente distinto no comportamento da pessoa bipolar.

Outros sintomas de episódios de mania

  • .A sensibilidade também pode estar presente e pode vir acompanhada de sudorese, sentimento de nervosismo, pensamento acelerado e boca seca.
  • Não é incomum também que, durante um episódio de mania, o indivíduo fale depressa e sobre muitos assuntos diferentes. Às vezes, a pessoa não consegue permanecer em uma linha de pensamento. Tudo é acelerado.
  • Atitudes inconsequentes e que podem ter consequências graves também indicam alterações de humor.
  • Alguns pacientes, por exemplo, bebem grandes quantidades de álcool e, depois, dirigem.
  • Outros abusam de drogas, fazem grandes compras no cartão de crédito ou entram em atividades sexuais com desconhecidos – muitas vezes, sem a devida proteção.
  • Os excessos estão dentro do comportamento maníaco, que pode ser caracterizado também como uma necessidade de “viver” tudo o que precisa ser vivido, como se não houvesse tempo a perder.
  • Muitas vezes, após os episódios maníacos, os pacientes se sentem culpados, preocupados e com baixa autoestima.
  • Suas atitudes, em alguns momentos, podem prejudicá-los diante de sua família, amigos ou companheiros de trabalho.
  • Esse é o momento em que os episódios depressivos podem tomar conta do indivíduo, que troca a euforia por sentimentos de profunda inadequação e tristeza.

Tratamento do episódio maniforme

  1. Medicamentos: Estabilizadores de humor como o carbonato de lítio, antipsicóticos (haloperiodo, risperidona, quetiapina, olanzapina, lurazidona, etc) e certos anticonvulsivantes (divalproato de sódio, lamotrigina, etc) são comumente prescritos para tratar os sintomas maníacos na crise e na manutenção e/ou prevenção de crises maniformes..
  2. Psicoterapia: Psicoterapias de diferentes tipos (Cognitivo Comportamental, Dialético Comportamental, etc) e a psicoeducação (indivdual e/ou familiar) podem auxiliar os indivíduos a compreenderem seus gatilhos, desenvolverem mecanismos de enfrentamento e regular suas emoções.
  3. Eletroconvulsoterapia (ECT): Em casos graves ou quando os medicamentos se mostram ineficazes, a TEC pode ser considerada para aliviar os sintomas maníacos.

Como lidar com uma pessoa em fase de mania do Transtorno Bipolar

  • Converse com ela sem tocar no assunto, a menos que ela manifeste vontade de conversar sobre isso. Evite, da mesma forma, limitá-la ao seu transtorno de humor: atribuir todos os seu fracassos ao fato da pessoa ter Transtorno Bipolar é um bom exemplo deste comportamento.
  • Se você for muito próximo, tenha o telefone dos médicos responsáveis pelo tratamento, além do contato pessoal de parentes, companheiros ou conhecidos.
  • Em um momento de crise, pedir ajuda especializada pode ser uma excelente ideia, especialmente se você não tiver certeza sobre como prosseguir. Isso é importante, inclusive, se a pessoa apresentar riscos para si mesma e para os outros.
 
A mania é um aspecto significativo do transtorno bipolar, caracterizado por humor elevado, aumento dos níveis de energia e comportamento impulsivo. Reconhecer os sintomas da mania, criar um ambiente de apoio e buscar ajuda profissional são cruciais para gerenciar e tratar efetivamente essa condição. Medicamentos, psicoterapia e outras modalidades de tratamento desempenham um papel vital na estabilização do humor e na redução do impacto dos episódios maníacos na vida do indivíduo. Ao compreender a mania e suas opções de tratamento, as pessoas com transtorno bipolar podem levar uma vida satisfatória e ter um melhor controle sobre sua saúde mental.

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