dicas / Dra Aline Rangel


22 de abril de 2020 Todos

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno de origem neurobiológica caracterizado por três sintomas principais: hiperatividade, falta de atenção e impulsividade.

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o problema atinge em torno de 3 a 5% da população infantil do Brasil. Em geral, ele pode persistir na vida adulta.

Os primeiros sinais desse transtorno normalmente aparecem na fase escolar, em que a criança apresenta dificuldades de aprendizado e nos relacionamentos com outras crianças, pais e professores.

Há várias abordagens envolvidas no tratamento, as mais comuns são a medicação, a terapia e a mudança no estilo de vida. O ideal é que o acompanhamento seja feito por uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, pediatras e psiquiatras.

Listamos algumas dicas que podem ser úteis para ajudar pais e responsáveis a melhor a vida de crianças com TDAH.

1 – Planejar o tempo


Passar muito tempo fazendo atividades que exigem muita concentração, como estudos e lição de casa, é extremamente exaustivo para quem tem TDAH. Por isso, uma das formas de evitar o cansaço é intercalar atividades que sejam prazerosas com as obrigações do dia-a-dia.

2 – Organizar a rotina


Adicionar técnicas de organização na rotina dos pequenos, como criar um espaço tranquilo para os estudos e incentivar o uso de calendários, agendas, post-it, cronogramas e lembretes, são algumas atividades essenciais.

3 – Finalizar atividades

A criança com o transtorno tem dificuldade de completar tarefas porque há outros estímulos dentro do ambiente que chamam a atenção, dificultando o foco. Por isso, é importante ensiná-la a não interromper as atividades, estabelecendo um período certo para a tarefa que não seja muito prolongado.

4 – Descansar

A hiperatividade pode fazer a garotada se cansar rapidamente. Por este motivo, é importante incluir na rotina dos pequenos momentos de descanso, como um cochilo durante o dia.

5 – Incentivar a prática de atividade física

Exercícios físicos são extremamente benéficos. Eles aumentam a disciplina, melhoram o humor e a capacidade cognitiva. Algumas atividades recomendadas são dança, ginástica, futebol, natação e luta.

6 – Dar feedbacks

Elas precisam de um retorno sobre suas atitudes com mais frequência. Comportamentos positivos devem ser incentivados e comportamentos negativos devem ser orientados.  

7 – Estimular amizades

Por meio do contato com outras crianças, é possível aprender algumas regras de sociabilidade e estabelecer limites para atitudes. Crianças hiperativas, por falarem tudo o que vem à cabeça, sem filtrar, podem aprender a se relacionarem melhor. Já as que são mais desatentas tendem a ser mais introspectivas e, no convívio com outras, terão um estímulo para se relacionar.

8 – Fazer brincadeiras com jogos e regras

Essas brincadeiras desenvolvem a atenção e permitem que ela se organize por meio de regras e limites. Desse modo, ela aprende a participar e a compreender momentos de vitória, empate e de derrota.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



10 de abril de 2020 Ansiedade

E se você tiver o tipo de ansiedade que faz você se sentir preso e em pânico por causa dos pedidos de distanciamento social devido ao COVID-19?

Embora existam algumas pessoas cujo transtorno de ansiedade possa ser um alívio ter que ficar em casa e permanecer no distanciamento social, há muitos para quem essa situação cria um pesadelo especial. Esse pesadelo ocorre por várias razões compreensíveis. Primeiro, muitas pessoas com transtorno do pânico se sentem mais seguras quando sabem que têm fácil acesso ao apoio emocional e segurança física. Isso pode significar sentir-se mais seguro e menos propenso a entrar em pânico quando estiver próximo a instalações médicas, quando houver outras pessoas próximas ou quando puderem viajar facilmente para uma área que sinta menos ansiedade.

Como o Transtorno de Pânico e a Agorafobia pioram a quarentena?

A permanência em casa e as regras de distanciamento social mudam tudo isso. As instruções para evitar a sala de emergência e sempre chamar seu médico antes de fazer um contato com ele presencialmente mudam isso. O conhecimento de que você será afastado de um centro médico, a menos que esteja gravemente doente, também muda tudo isso. De repente, todos os suportes em potencial que possibilitaram o funcionamento não estão mais disponíveis. Você nem pode ver seu terapeuta pessoalmente, o que é outro desafio.

Além disso, a maioria das pessoas com transtorno do pânico e agorafobia acha que qualquer menção a sintomas físicos, especialmente o coração ou a respiração, provocam ansiedade, porque os lembra dos sintomas do ataque de pânico. O mesmo vale para ouvir palavras que lembram seus outros medos, como ficar sozinho sem uma maneira pronta de obter ajuda, palavras como “quarentena” e “distanciamento social”. Se você é uma dessas pessoas, isso pode significar que você encontra palavras-chave o dia todo.

E quando a sua ansiedade encontra a dos outros

Por fim, o clima geral de ansiedade e incerteza sobre o futuro é um desafio especial para os que ficam em pânico. As pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade costumam achar que sua capacidade de sentir empatia (perceber e sentir as emoções dos outros) é desafiadora quando detectam ansiedade em outras pessoas. Sabemos que, se você tem transtorno do pânico e agorafobia, seu corpo interpreta mal as sensações físicas associadas à ansiedade e estressa algo alarmante. Seu cérebro não pode dizer a diferença entre o medo imaginado, como ter empatia com alguém que se sente ansioso ou assustado enquanto assiste a uma cena tensa em um filme e um perigo real. Isso significa que, quando você encontra histórias e manchetes alarmantes da mídia, é mais provável que seu corpo sinta ansiedade que se transforma em um ataque de pânico. Isso significa que se você ouvir as pessoas que expressam preocupação e pânico, será mais provável que sinta ansiedade que se transforma em um ataque de pânico.

Aqui está o que você pode fazer para ajudar a atenuar a tendência do seu corpo e cérebro de entrar em pânico durante esse período desafiador:

  1. Tente nomear ou discriminar seus sintomas que estão mais intensos como resposta típica e acidental do seu corpo à histeria em massa, restrições repentinas no estilo de vida e sua capacidade de ser sensível e ter empatia com os outros seres humanos.
  2. Diminua radicalmente sua exposição a mídias e conversas que provocam ansiedade. Não preste atenção à “contagem do número de casos confirmados de COVID” e peça a seus amigos e familiares que se abstenham desse tipo de discussão ou compartilhem suas informações mais assustadoras.
  3. Reserve um tempo para desacelerar seu corpo usando meditação, relaxamento, respiração diafragmática, relaxamento, ioga ou oração. Seu corpo precisa de ajuda para ser lembrado de que ele pode atingir um estado de repouso para que possa sair do modo de alarme. Faça isso quando acordar e depois mais duas vezes ao longo do dia. Seu objetivo é evitar que seu corpo fique preso no modo inativo que a crise o leva.
  4. Quando sentir um ataque de pânico começando, respire lenta e suavemente pelo nariz enquanto mantém a boca fechada. Respire tão suavemente que você mal consegue sentir a respiração se movendo na parte de trás da garganta e não há som audível de inspiração ou expiração. Isso diminuirá a quantidade de dióxido de carbono que você expira durante um ataque de pânico e ajuda a reduzir os sintomas físicos do pânico. Você também pode usar essa mesma técnica após o início de um ataque de pânico. Se você não conseguir desacelerar a respiração, também pode inspirar e expirar o mais lentamente possível nas mãos em concha ou em um saco de papel para ajudar a aumentar o nível de dióxido de carbono no sangue.
  5. Lembre-se de que seu ataque de pânico é um alarme falso. Pode parecer horrível, mas nada de ruim está acontecendo com seu corpo. Os ataques de pânico são fisicamente inofensivos e não aumentam o risco de ataque cardíaco, derrame ou de enlouquecer. Um sintoma típico de um ataque de ansiedade, no entanto, é a sensação de que você pode estar tendo um ataque cardíaco, derrame, perda de controle ou perda de sanidade. Um ataque de pânico é como a reação do seu corpo quando um garoto não tão engraçado que te surpreende estourando um balão atrás de você para tentar fazer você assustar-se.
  6. Participe de um grupo de suporte on-line gratuito para obter suporte de colegas e lidar com a dificuldade de ter que se adaptar repentinamente ao estilo de vida do COVID-19 em casa. Você descobrirá que não está sozinho e provavelmente obterá ótimas dicas para lidar com isso.

Se você acha que não consegue esse auto-gerenciamento neste momento, procure ajuda. Você não precisa continuar sofrendo. Terapeutas e psiquiatras podem fornecer avaliações e terapia através de atendimento online.



4 de abril de 2020 Todos

O quê eu posso fazer para ajudar alguém com um sofrimento profundo e ideação suícida?

Muitas vezes sou questionada pela família ou amigos de quem está num profundo sofrimento emocional e pensando em morte sobre “o que posso fazer para ajudar a aliviar o sofrimento dele(a)?” Para este e outro pedidos de ajuda, eu gostaria de ter uma “receita de bolo”. Infelizmente ela não existe. Mas a nossa experiência como profissionais da saúde mental e as evidências científicas nos permitem dar orientações adequadas sobre o que fazer ou não fazer.

1- Primeira Dica

 Pergunte: “Você está pensando em se matar?” Não é uma pergunta fácil, mas estudos mostram que perguntar a indivíduos em risco se eles estão com pensamentos suicidas não aumenta suicídios ou pensamentos suicidas.

2- Segunda Dica

Mantenha-os seguros: reduzir o acesso de pessoas em profundo sofrimento a itens ou lugares altamente letais é uma parte importante da prevenção de suicídios. Embora isso nem sempre seja fácil, perguntar se a pessoa em risco tem um plano e remover ou desativar os meios letais pode fazer a diferença.

3- Terceira Dica

Esteja lá: ouça com atenção e aprenda o que o indivíduo está pensando e sentindo. Os resultados sugerem que reconhecer e falar sobre suicídio pode de fato reduzir ao invés de aumentar os pensamentos suicidas.

4- Quarta Dica

Ajude-os a se conectar: ​​salve o número do Centro de Valorização da Vida em seu telefone para que ele esteja lá quando você precisar: 188. Você também pode ajudar a estabelecer uma conexão com um indivíduo de confiança, como um membro da família, amigo, conselheiro espiritual ou profissional de saúde mental. Se você estiver fora do Brasil, visite a Associação Internacional de Prevenção de Suicídio e telefones de outros países neste link para obter um banco de dados de recursos internacionais.

5- Quinta Dica

Mantenha-se conectado: manter contato após uma crise ou após a alta hospitalar pode fazer a diferença. Estudos mostram que o número de mortes por suicídio diminui quando alguém acompanha a pessoa em risco. Também pode ser útil salvar vários números de emergência no seu telefone celular. A capacidade de obter ajuda imediata para você ou para um amigo pode fazer a diferença. O número de telefone de um amigo ou parente confiável. O número emergencial de resgate em saúde SAMU: 192, Corpo de Bombeiros: 193, da Polícia Militar: 190. Caso o paciente seja assistido por um psiquiatra ou psicoterapeuta, tenha sempre em mãos o telefone desses profissionais.

Quer saber mais outras dicas de como lidar com situações emocionais extremamente difíceis? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



17 de setembro de 2017 Todos

A vida é uma união de sensações, pensamentos e atos que aos poucos vão nos transformando em quem somos. Em alguns momentos podem surgir dificuldades em encarar nossos medos e desafios, e isso pode nos trazer prejuízos e conflitos.

Há ainda casos mais específicos nos quais podem surgir problemas realmente graves voltados aos nossos pensamentos. Podemos então, sentir a necessidade de buscar um profissional especializado que possa tratar e nos ajudar a compreender o que pode estar acontecendo.

Não é raro que as pessoas se confundam com os profissionais que tratam e orientam pacientes a respeito de questões voltadas à mente. Mas afinal, qual é a diferença entre psiquiatra, psicólogo e psicanalista?

A seguir, aprenda a respeito do assunto e descubra quando procurar pela ajuda de um psiquiatra, de um psicólogo ou de um psicanalista .

Psiquiatra

O psiquiatra é um profissional formado em medicina e que optou por uma especialização em psiquiatria. Ou seja, ele conhece de forma geral o funcionamento do organismo humano e se aprofundou em estudar a mente humana, pensando na parte biológica dos distúrbios mentais, podendo prescrever medicamentos específicos para doenças voltadas à mente.

Psicólogo

Um profissional de psicologia, por sua vez, tem o seu foco voltado à parte não-biológica do psique humana, ou seja, os comportamentos, os sentimentos e os eventos vividos por nós, que desencadeiem determinados distúrbios e ações. O psicólogo faz o seu tratamento à partir de sessões de terapia, onde trata o paciente com exercícios e de forma não medicamentosa.

Psicanalista

Já o psicanalista é um profissional, de qualquer área, especializado em psicanálise, que é um método de tratamento que envolve técnicas e terapias desenvolvidas pelo famoso estudioso Sigmund Freud e seus sucessores. Um psicanalista, portanto, pode ter diferentes formações primárias, inclusive em medicina ou psicologia.

E o que seria um psiquiatra psicoterapeuta?

Ou seja, um psiquiatra psicoterapeuta é um profissional formado em medicina com especialização em psiquiatria, e que pode oferecer aos seus pacientes tratamentos que envolvam as diferentes técnicas psicoterapêuticas e escolas das ciências do comportamento e psicologia. Neste caso, o profissional pode tratar o paciente tanto biologicamente como psiquicamente.

A psicanálise e outras escolas da psicologia têm se mostrado como formas muito eficazes para tratar os mais diversos tipos de pacientes que buscam respostas para seus medos, sensações e formas de ver a vida e seus acontecimentos. Ela trata com ainda mais ênfase pacientes que sofrem de diferentes tipos de neuroses e psicoses.

O psiquiatra psicoterapeuta, portanto, pode ir muito mais a fundo nas questões psíquicas, já que tem como principal objetivo interpretar todos os conteúdos que estão de alguma forma inconsciente presos na mente de seu paciente, através de palavras, produções imaginárias e ações.

O mais importante é que, independentemente do tipo de profissional que você procure, você possa ser capaz de compreender como ele pode ajudar a conquistar uma vida ainda mais plena.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo.




NEWSLETTER








    Sobre



    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


    Contato


    São Paulo – SP

    Rua Cubatão, 86 – 405 – Paraíso


    WhatsApp


    E-mail

                  aline@apsiquiatra.com.br

    Nosso material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.

    Copyright © 2023 – Todos os direitos reservados

    Política de Privacidade

    × Agende sua consulta