distúrbios do sono / Dra Aline Rangel


7 de julho de 2023 AnsiedadeSono

Insônia e Ansiedade estão, respectivamente, entre os Transtornos do Sono e Transtornos Psiquiátricos mais prevalentes na população de adultos1. Dentre todos os caso de insônia, 40-92% ocorrem no contexto de um transtorno psiquiátrico2,3. Por sua vez, a prevalência de transtornos ansiosos em pacientes com insônia é estimada em 25-30%3.  Uma vez observados estes dados, profissionais da saúde precisam ter, ainda que em diferentes cenários, um alto índice de suspeição e investigar a possibilidade dessas duas condições serem comórbidas (aparecerem juntas), em uma avaliação clínica e inicial, o que determinará a melhor intervenção terapêutica, morbidade e prognóstico. O artigo a seguir é denso, publiquei num curso de educação médica, mas acho que você, caro leitor, terá muitas explicações sobre o que é a Ansiedade Noturna e a como ansiedade e insônia estão coorrelacionadas.

Transtorno de Ansiedade

As características essenciais dos Transtorno de Ansiedade são ansiedade e preocupação excessivas acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento ou ao impacto do evento antecipado, com funcionamento diário prejudicado4. Transtornos de ansiedade comuns incluem transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico (PD), fobias específicas, agorafobia, transtorno de ansiedade social (TAS) e transtorno de ansiedade de separação.

Transtorno da Insônia

O Transtorno da Insônia é definido como dificuldade persistente para início, manutenção e consolidação do sono, que ocorre a despeito de haver adequada oportunidade para adormecer e que resulta em prejuízo diurno, ocorrendo por, ao menos, três vezes por semana, por três meses 5. Um crescente corpo de evidências apoiou a necessidade da conceituação do termo insônia comórbida de problemas médicos e transtornos psiquiátricos nos últimos tempos, e o desuso do termo insônia secundária 6 .

Qual a relação entre Insônia e Ansiedade?

Modelo Epidemiológico

A relação entre insônia e ansiedade tem sido, progressivamente, cada vez melhor reconhecida em sua complexidade e as implicações para o entendimento da forma como esta interação é construída e seu manejo terapêutico 2,3. Ford e Kamerow7 foram precursores na busca da “causa e/ou consequência” na relação entre estes dois transtornos através de estudos epidemiológicos longitudinais. Eles analisaram 7.954 indivíduos ao longo de 1 ano em busca de uma possível relação entre o Transtorno da Insônia e Transtorno de Ansiedade. Os sujeitos deste estudo foram entrevistado na linha de base para determinar a presença de insônia e Transtornos de Ansiedade nos últimos 6 meses. Uma nova entrevista foi concluída 1 ano depois. No início do estudo, a insônia estava presente em 10% dos sujeitos, e sujeitos com insônia eram mais propensos a ter um transtorno de ansiedade do que sujeitos sem queixa de sono (23,9% vs 10%, P<0,001)7.

Modelo Psicobiológico

Alguns autores propõem que um estado de hiperexcitação mental, frequentemente marcado por preocupação e ruminação, é um fator chave tanto para a insônia quanto a ansiedade8,9 . Os indivíduos que apresentam insônia muitas vezes se preocupam em não dormir o suficiente e sobre as consequências de sua falta de sono. Como tal, as suas crenças, atitudes e comportamentos podem contribuir para a manutenção ou agravamento do seu distúrbio do  sono8. É importante notar que o medo aprendido é crucial para o início e a manutenção de distúrbios relacionados à ansiedade e a perda total do sono pode interromper a lembrança da extinção do medo condicionado10 . Ao interferir nos processos naturais de extinção, a perda total ou parcial do sono após um ataque de pânico, por exemplo, pode ser um importante contribuinte para o início e a manutenção da ansiedade.

Modelos Neuromoleculares

Uma infinidade de sistemas neurotransmissores e neuromoduladores orquestra o sono e a regulação emocional, incluindo norepinefrina, acetilcolina, GABA, dopamina, glutamato, serotonina e adenosina, conforme estabelecido em modelos animais e/ou trabalho farmacológico 11,12. Estudos de tomografia por emissão de pósitrons (PET) em humanos saudáveis ​​ou em indivíduos com ansiedade indicam uma paisagem neuromodulatória que está envolvida no sono, bem como na expressão de sintomas de ansiedade 13,14. Particularmente a adenosina, tem sido implicada na geração do sono de ondas lentas SWA e atua como mediador da homeostase do sono, rastreando as alterações dependentes do sono-vigília na pressão do sono. A adenosina é um neuromodulador onipresente no Sistema Nervoso Central, e os subtipos de receptores de adenosina corticais (receptores A1 e A2) limitam a superexcitação perigosa e desempenham um papel na ansiedade, excitação e sono 15.

Modelos emergentes da relação insônia e ansiedade

Novas pesquisas, a partir de estudos de neuroimagem usando ressonância magnética funcional (fMRI) indicam que a perda total do sono amplifica a atividade dentro da “rede do medo”, que inclui o sistema límbico e a rede envolvida no seu controle (córtex cingulado anterior dorsal e ínsula anterior) 16. Além disso, o impacto ansiogênico da perda total de sono está relacionado atividade do córtex pré-frontal medial prejudicada e conectividade associada a regiões límbicas. Ben Simon e colegas conduziram17  um estudo de privação total de sono no qual os participantes visualizaram clipes visuais emocionalmente aversivos ou neutros. A imagem de Ressonância Magnética Funcional) indicou hipoatividade dentro do mPFC (Córtex Pré-Frontal medial). Em contraste, a perda de sono aumentou a atividade dentro de áreas do sistema límbico (ou seja, amígdala, ínsula e ACC) e diminuiu a atividade do hipocampo, em comparação com uma condição bem descansada. Além disso, a perda total de sono reduziu a conectividade da modulação Cortéx Pré-Frontal medial – amígdala, e esta atividade reduzida, dentro do estudo, foi fortemente associada ao aumento dos escores clínicos de ansiedade. É importante ressaltar que uma noite de perda total de sono pode ser suficiente para aumentar a vulnerabilidade à ansiedade em indivíduos que, de outra forma, não apresentam ansiedade. De relevância crítica para futuras pesquisas e tratamentos, uma maior produção de Sono de Ondas Lentas SWS/ Atividade de Onda Lentas SWA previu uma diminuição maior na pontuações de ansiedade de estado durante a noite em indivíduos bem descansados, o que pode ria ser aprimorado usando estimulação cerebral não- invasiva 17

Tratamento

Os modelos apresentados da complexa relação entre Transtornos da Insônia e Transtornos da Ansiedade levam a um dilema clínico prático: o sucesso do tratamento da ansiedade diminuirá os sintomas de insônia (e vice-versa), ou os dois grupos de transtornos devem ser tratados simultaneamente? Problemas para iniciar o sono, sono agitado/interrompido e experiências não reparadoras são tão prevalentes entre os pacientes com transtornos de ansiedade que há muito se pensava que o tratamento dos sintomas centrais de ansiedade produziria uma resolução satisfatória da insônia7. O modelo terapêutico seria: trate a ansiedade [CAUSA] e a insônia [CONSEQUÊNCIA] desaparecerá. Com base nos modelos teóricos apresentados, essa abordagem pareceria útil principalmente no modelo em que a insônia é fator de risco e desfecho negativo da ansiedade, mas apenas se o tratamento foi iniciado na fase mais precoce de doença3,7. Na experiência prática, a maioria dos pacientes com ansiedade e insônia comórbidas procuram tratamento meses para anos após a apresentação inicial dos sintomas. Neste cenário, é necessário tratar ambos os transtornos. Da mesma forma, se ansiedade e insônia apresentam modelos neurobiológicos compreendidos como distintos atualmente, então a abordagem tradicional de tratar sintomas de ansiedade só serão, na melhor das hipóteses, parcialmente eficazes2,3,7,11.

A insônia é uma característica central dos Transtornos de Ansiedade, e estes, muitas vezes, pioram a qualidade do sono, o que indica o estímulo de um ciclo negativo envolvendo sono e ansiedade. O exame de fatores subjacentes que apoiam a ligação entre ambos sugere um circuito neurobiológico compartilhado e talvez de reforço mútuo da insônia e da ansiedade com riscos bidirecionais. A insônia como comorbidade da ansiedade é um indicador de aumento da morbidade e baixa resposta ao seu tratamento.


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Referências:

  1. WHO. Mental health action plan 2013- 2020. 2013. p. 1e48.
  2. Glidewell, R. N., Botts, E. M., & Orr, W. C. (2015). Insomnia and anxiety: diagnostic and management implications of complex interactions. Sleep Medicine Clinics10(1), 93-99
  3. Chellappa SL, Aeschbach D. Sleep and anxiety: from mechanisms to interventions. Sleep Med Rev 2022; 101583
  4. American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.
  5. American Academy of Sleep Medicine (AASM). International Classification of Sleep Disorders. 3rd ed. Darien, IL: AASM; 2014.
  6. National Institutes of Health. (2005). National Institutes of Health State of the Science Conference statement on manifestations and management of chronic insomnia in adults, June 13-15, 2005. Sleep28, 1049-1057.
  7. Ford DE, Kamerow MD. Epidemiologic study of sleep disturbances and psychiatric disorders. JAMA 2019, 262: 1479–1484.
  8. Kalmbach DA, Cuamatzi-Castelan AS, Tonnu CV, Tran KM, Anderson JR, Roth T, et al. Hyperarousal and sleep reactivity in insomnia: current insights. Nat Sci Sleep 2018;10:193e201.
  9. Bonnet MH, Arand DL. Hyperarousal and insomnia: state of the science. Sleep Med Rev 2010;14(1):9e15.
  10. Straus LD, Acheson DT, Risbrough VB, Drummond SPA. Sleep deprivation disrupts recall of conditioned fear extinction. Biol Psychiatr Cogn Neurosci Neuroimag 2017;2(2):123e9.
  11. Hefti K, Holst SC, Sovago J, Bachmann V, Buck A, Ametamey SM, et al. Increased metabotropic glutamate receptor subtype 5 availability in human brain after one night without sleep. Biol Psychiatr 2013;73(2):161e8.
  12. Elmenhorst D, Kroll T, Matusch A, Bauer A. Sleep deprivation increases cerebral serotonin 2A receptor binding in humans. Sleep 2012;35(12):1615e23.
  13. Frick A, Ahs F, Engman J, Jonasson M, Alaie I, Bjorkstrand J, et al. Serotonin synthesis and reuptake in social anxiety disorder: a positron emission tomography study. JAMA Psychiatr 2015;72(8):794e802.
  14. Hjorth OR, Frick A, Gingnell M, Hoppe JM, Faria V, Hultberg S, et al. Expression and co-expression of serotonin and dopamine transporters in social anxiety disorder: a multitracer positron emission tomographystudy. Mol Psychiatr 2021;26(8):3970e9
  15. van Calker D, Biber K, Domschke K, Serchov T. The role of adenosine receptorsin mood and anxiety disorders. J Neurochem 2019;151(1):11e27
  16. Wassing R, Schalkwijk F, Lakbila-Kamal O, Ramautar JR, Stoffers D, Mutsaerts H, et al. Haunted by the past: old emotions remain salient in insomnia disorder. Brain 2019;142(6):1783e96
  17. Ben Simon E, Rossi A, Harvey AG,Walker MP. Overanxious and underslept. Nat Hum Behav 2020;4(1):100e10.

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A ansiedade é um mal que acomete milhões de pessoas. O fato é um retrato de preocupações excessivas do dia a dia, medo e pensamentos descontrolados, proporcionados pelo estilo de vida e incerteza do futuro. Quando esses sentimentos tomam dimensões desproporcionais e a mente não se desliga ao dormir, apresenta-se o quadro de ansiedade noturna.

O estresse acumulado durante o dia, assim como as preocupações constantes, são fatores que interferem diretamente na qualidade do sono, causando esse transtorno. Além da insônia, essa condição pode causar outros problemas do sono, como agitação, síndrome das pernas inquietas, apneia e terror noturno.

Como identificar a ansiedade noturna

Alguns sinais de que a ansiedade prejudica o sono são:

  • dificuldade de adormecer;
  • pensamentos que não permitem que o cérebro descanse;
  • insegurança pelo futuro;
  • antecipação de acontecimentos ruins;
  • sono não contínuo.

Esses fatores aparecem porque a ansiedade impossibilita que o cérebro se desconecte durante a noite. Assim, ao tentar dormir, a mente fica em estado de alerta, focada nos medos e estresse. Essa condição impede que o organismo inicie as fases do sono ou as atrapalha.

A falta de sono pode gerar, também, nervosismo e tensão, ocorrendo um ciclo vicioso.Agende sua consulta com a Dr. Aline Rangel psiquiatra e sexóloga.

Sintomas

Os sintomas podem se manifestar durante o dia, mas são mais incidentes na hora de dormir. Podem variar de pessoa para pessoa e ter intensidade diferente. São eles:

  • inquietação;
  • pensamento acelerado;
  • necessidade de levantar de madrugada;
  • respiração intensa ou ofegante;
  • cansaço;
  • dificuldade de adormecer;
  • necessidade de ficar com os olhos abertos;
  • sono interrompido;
  • falta de atenção durante o dia.

Causas

Alguns fatores causam impacto direto na ansiedade noturna.

Estresse

O estresse, quando crônico, é um fator de risco não só para esse transtorno, mas também para a depressão. Em níveis altos, causa liberação de cortisol no organismo, um importante hormônio que age em situações de risco. O problema acontece quando o estresse é constante e os níveis de cortisol permanecem altos no corpo.

Rotina de sono

O corpo humano funciona como um relógio. Na hora de dormir não é diferente. Hormônios trabalham em cada fase do sono e, quando o ciclo não é respeitado, esses hormônios tendem a se desregular. Ter uma boa rotina evita crises noturnas. É importante ter horário para dormir, dormir de luz apagada, não dormir assistindo TV, entre outros hábitos.

Preocupações

A mente humana é potente, mas precisa ser educada. As preocupações constantes do dia a dia são obstáculo para o desligamento do cérebro ao dormir. A técnica de substituição de pensamento pode ser útil nesses casos. Funciona da seguinte maneira: quando uma preocupação ou sentimento ruim surgir e tirar o sono, tente trocar esse pensamento por aquilo que pode acontecer de bom.
Refeições leves antes de dormir, manter uma rotina de sono, praticar atividades físicas, meditação e técnicas de respiração profunda são fatores que evitam esse transtorno.

A antecipação dos acontecimentos deve ser controlada, pois pode ser extremamente negativa e gerar problemas graves como depressão e ataque de pânico. Se a ansiedade está atrapalhando seu dia a dia, é hora de buscar ajuda médica.

A ansiedade noturna pode ser uma condição desafiadora de superar, mas não é impossível. Ao entender as causas e implementar estratégias eficazes, podemos minimizar as preocupações noturnas e melhorar nosso bem-estar mental geral. Lembre-se de criar uma rotina que acalme ao invés de agitar antes de dormir,  fazer modificações no estilo de vida e buscar ajuda profissional quando necessário.  Reflita sobre essas informações e recupere noites tranquilas para um amanhã mais promissor.


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29 de novembro de 2018 Todos

Estima-se que quase metade da população mundial apresenta algum problema para dormir. São os chamados distúrbios do sono, que se dividem em mais cem tipos e quatro categorias principais: dificuldade de adormecer ou permanecer dormindo; problemas para permanecer acordado; problemas para manter uma rotina regular de sono e comportamentos incomuns durante o sono.

Já dá para imaginar a repercussão negativa a curto e longo prazo na vida das pessoas quando o sono, que também tem quatro fases, não ocorre de maneira normal!

Distúrbios do sono mais comuns

Insônia

Pode ser transitória, de curto prazo (durar até duas semanas ou três) ou crônica (longa duração). É desencadeada por fatores diversos: ambiente tumultuado (muito barulho, luz forte), consumo excessivo de cafeína, álcool, tabaco e outras drogas, desconforto físico, cochilos durante o dia, efeitos colaterais de medicamentos e presença de patologias, como depressão e ansiedade.

Sonolência excessiva

Permanecer acordado pode ser uma dificuldade e tanta para muita gente.  Essas pessoas podem ter os seguintes distúrbios: hipersônia idiopática (sem causa identificável); narcolepsia; apneia do sono central e obstrutiva; do movimento periódico dos membros e síndrome das pernas inquietas.

Sem rotina

Você já deve ter ouvido casos de pessoas que trabalham em escalas alternadas e apresentam problemas por não manterem rotina de sono e despertar consistentes. Esse comportamento mina o bem estar e prejudica muito a saúde. Mesmo dano é recorrente quando a pessoa dorme um número de horas diferente do que ela imagina ou em contextos de rápidas mudanças de fuso horário (síndrome do jet lag, tão comum na vida de viajantes).

Parassonia

São comportamentos anormais durante o sono, com incidência significativa entre as crianças. Sonambulismo e distúrbio comportamental do sono REM são exemplos.

Cuidando do sono

O psiquiatra é um dos profissionais responsáveis por tratar as alterações do sono, avaliando todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram, bem como o histórico médico – condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade.

Jamais tome remédio, faça ajustes ou interrompa o uso sem orientação médica. O psiquiatra saberá determinar a dosagem correta e a duração do tratamento. É essencial seguir essas orientações, atentando-se também às instruções descritas na bula.

Lembre-se!

Cuidar do sono requer alimentação saudável (prefira refeições leves à noite e faça-as no mínimo duas horas antes de deitar) e prática regular de exercícios físicos. Banho quente e outras atividades relaxantes também são benéficos. Música calma, leitura…

Vale salientar que embora se recomende dormir entre 7 e 8 horas por noite, somos seres de necessidades individuais. Alguns precisam de 9 horas, outros se contentam com 5. 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!




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