A sexualidade humana é um dos temas que mais provocam polêmicas quando o assunto é a saúde. Apesar de ser considerado tabu e, consequentemente, ter sua discussão evitada em diversos grupos, é um assunto que deve ser discutido pela importância que apresenta na vida das pessoas e na sociedade como um todo. Contribuindo com essa discussão, neste artigo iremos abordar uma temática bastante extensa e complexa, mas que vale muito a pena ser compreendida: os transtornos sexuais. Quando falamos neste tipo de desvio, estamos tratando de transtornos que se incluem em 3 grandes grupos, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, texto revisado (DSM–5–TR), 2022. São eles:
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Disfunções sexuais;
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Disforia de gênero;
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Transtornos parafílicos.
Disfunções sexuais
As disfunções presentes no primeiro grupo dos transtornos são caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. Dentre os males deste grupo, temos:
- Ejaculação retardada;
- Transtorno do orgasmo feminino;
- Transtorno erétil;
- Ejaculação precoce;
- Transtorno do interesse/ excitação sexual feminino;
- Disfunção sexual induzida por substância/medicamento;
- Transtorno da dor gênito-pélvica/ penetração;
- Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo;
- Outras disfunções não especificadas.
Disforia de gênero
A disforia de gênero possui o subgrupo de transtornos mais amplamente discutidos atualmente, graças a conscientização sobre tais tipos de transtornos e das pessoas afetadas pelos mesmos. A disforia de gênero se divide em disforia de gênero em crianças, em adolescentes, em adultos, não especificada e especificada. Pessoas com este tipo de transtornos se identificam como transgêneros, isto é, como pessoas que, seja de forma transitória ou de forma permanente, se identificam com o gênero oposto ao de nascimento, ou como transsexuais, que são pessoas que passam por um processo de resignação social e sexual em termos de gênero.
Parafilias
Aqui temos os transtornos-tabu. As parafilias se caracterizam como um desejo sexual intenso e persistente, que não são voltados para carícias preliminares com parceiros humanos com características normais e maturidade ou que não incluem a estimulação genital. Os transtornos parafílicos incluem:
- Voyeurismo (espiar pessoas em atividades privadas);
- Exibicionismo (expor genitais em locais públicos ou para outras pessoas sem consentimento);
- Frotteurismo (se esfregar em outras pessoas sem consentimento);
- Masoquismo sexual (submeter-se à humilhação, dor ou sofrimento);
- Sadismo sexual (submeter outras pessoas a humilhação, dor ou sofrimento);
- Pedofilia (interesse sexual por crianças, considerado crime);
- Fetichismo (utilização de objetos inanimados ou interesse sexual por outras partes do corpo que não as genitais);
- Escatologia telefônica (telefonemas obscenos);
- Necrofilia (interesse por cadáveres);
- Zoofilia (interesse por animais);
- Clismafilia (interesse por enemas);
- Urinofilia (interesse por urina);
- Cropofilia (interesse por fezes);
Entre outras parafilias não especificadas.
Todo transtorno sexual, seja parafílicos ou não, deve ser tratado e cuidado de maneira a garantir ao indivíduo maior qualidade de vida. Eles englobam uma ampla variedade de condições que podem impactar significativamente a vida das pessoas. O diagnóstico preciso é vital para identificar o distúrbio específico e suas causas subjacentes, permitindo que os profissionais de saúde desenvolvam planos de tratamento eficazes. É crucial fornecer às pessoas com transtornos sexuais o apoio e a assistência necessários para enfrentar seus desafios com dignidade e respeito.
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