luto / Dra Aline Rangel

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Já parou para pensar como determinados fatos nos marcam e são capazes de definir parte da nossa personalidade? Alguns eventos e situações podem ter um caráter negativo e desdobramentos muito prejudiciais, a ponto de influenciarem os pensamentos e comportamentos por um logo período de tempo.

Imagine experimentar emoções perturbadoras, memórias tristes, sensação constante de perigo, desconexão com a realidade, incapacidade de confiar em outras pessoas e lembranças assustadoras. Isso pode acontecer depois que a pessoa vive um momento ruim, como por exemplo, uma tragédia familiar.

Nesse tipo de caso, pode ser muito difícil superar a dor e seguir a vida normalmente, afinal, a pessoa pode ficar traumatizada. A boa notícia é que, adotando as estratégias certas, é possível se recuperar de traumas psicológicos e emocionais. Leia o artigo, descubra como identificar e tratar o problema.

Trauma é a mesma coisa de evento traumático?

Não! As situações traumáticas são fatos e eventos que surpreendem negativamente os indivíduos, como os desastres naturais, acidentes, doenças sérias, procedimentos médicos, perda de pessoas amadas, assaltos, torturas, abusos, etc. Um indivíduo pode passar por essas situações traumáticas, sem, necessariamente, ficar traumatizado.

Os traumas não possuem origem no evento traumático em si. Eles se originam a partir da resposta psíquica e do sistema nervoso para o acontecimento negativo, tanto no momento em que ocorreu, como na sequência. Se a pessoa não consegue agir frente à situação traumática, lutando, fugindo, abstraindo ou superando, o sistema nervoso fica desorganizado e o trauma se estabelece.

Como os traumas acontecem?

Os traumas acontecem depois de experiências emocionalmente dolorosas. Quem sofre com o problema tem a chamada memória traumática, em que a lembrança do momento ruim traz à tona sons, imagens, cheiros e sentimentos vivenciados no passado, quando a situação que desencadeou o trauma aconteceu.

Esse acesso recorrente à memória traumática é capaz de ativar gatilhos que culminam no desagradável retorno ao momento traumatizante, o que gera angústia, tristeza, medo, etc.

Como reconhecer os sintomas?

O trauma gera um conjunto de sintomas que produzem inúmeras sensações e resultam em alterações emocionais, cognitivas e psicológicas. Entre os principais sinais de que a pessoa tem um trauma estão:

  • Sentimento de ansiedade, pânico, desespero, apreensão, raiva, culpa, irritabilidade e desamparo;

  • Capacidade de cognição alterada, que pode afetar o raciocínio lógico, a concentração, confusão mental e a memória de situações triviais;

  • Pensamentos indesejados, preocupação excessiva e/ou paranoia;

  • Travas sociais, timidez e dificuldade de estabelecer relacionamentos interpessoais;

  • Problemas familiares e profissionais pós-trauma;

  • Sensação de impotência e incompetência;

  • Insônia e pesadelos;

  • Sintomas físicos como fadiga, dores e tensão muscular.

Como tratar os traumas?

O melhor tratamento para traumas é a psicoterapia associada ao tratamento psiquiátrico conduzidos por um profissional especializado. Durante as sessões, é possível levar o paciente a elaborar melhor a situação, de modo que, gradualmente, ele modifique os seus padrões mentais negativos e ou que a repercussão emocional desse seja menos desorganizodora.

Em casos mais graves, o especialista pode complementar o tratamento com a prescrição de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, capazes de regular os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.

Quer saber mais sobre trauma? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



23 de janeiro de 2021 Todos
O luto é um período extremamente desafiador para qualquer pessoa. A tristeza e sensação de vazio produzem fortes transformações emocionais. Mas quem perde um ente querido pode passar a desenvolver sintomas físicos também. Um estudo inglês apontou que as emoções vivenciadas com o luto provocam desequilíbrios químicos no cérebro. Além disso, são responsáveis por sintomas como dor no peito, sudorese, tremedeira, tontura e fraqueza. Muitas pessoas que passam por esse momento extremamente delicado da vida relatam experiências semelhantes. A dor passa a ser física, interferindo diretamente no dia a dia da pessoa. Entenda melhor neste artigo.

Luto e dor no peito

Muitos daqueles que passam por uma grande perda afirmam conviver com uma dor no peito muito forte, como se algo estivesse pressionando o coração. Por isso, essa dor costuma ser confundida com um problema cardíaco mais sério. No entanto, estudos afirmam que a dor do luto pode, de fato, causar alterações no coração. A pessoa que perde um ente querido pode passar a sentir dor no peito e palpitação. Isso pode acontecer em função de um problema chamado cardiopatia de Takotsubo. Conhecida também como síndrome do “coração partido”, essa patologia deixa o coração mais fraco e é muito observada em quem passa por uma fase de luto.

Outros sintomas do luto

Há ainda pessoas que relatam problemas gástricos, tremores frequentes, irritação e hipersensibilidade ao barulho. Esses são outros sintomas físicos também muito observados em quadros de luto. A partir da perda de alguma pessoa muito querida de forma brusca, é possível que o indivíduo comece a apresentar problemas gástricos. Dor de estômago, enjoo e perda de apetite são frequentes em quem está de luto. Em muitos casos, o paciente passa a tomar remédio para diminuir os sintomas. No entanto, eles persistem, pois, enquanto a tristeza e o vazio estiverem presentes, os sintomas físicos também estarão.

Buscando ajuda

O luto é um processo, que tem várias fases e pode durar um longo período. Quem passa por ele pode enfrentar momentos de raiva, depressão e vazio. No entanto, superar essas dificuldades é possível. Se a pessoa, em um momento como esse, não procurar ajuda especializada, o problema pode evoluir para um quadro mais grave de depressão e dores físicas crônicas. As dores físicas crônicas podem ser altamente incapacitantes, prejudicando o trabalho e as atividades cotidianas. Por isso, quando uma pessoa encontra-se em uma quadro de tristeza profunda após uma perda, é preciso orientá-la a procurar ajuda profissional. Quando ocorrem dores físicas, pode ser necessário que o paciente se submeta a exames. Isso ajudará a esclarecer se elas são provenientes do estado emocional ou de outro problema de saúde que, por acaso, tenha surgido a partir do momento da perda de um ente querido. Com o apoio de um especialista, é possível tratar as emoções devastadoras do luto de forma que elas não acarretem sintomas físicos. Esse quadro pode piorar o cotidiano de quem está passando por esse momento da vida. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


19 de janeiro de 2021 Todos
Se você já conheceu alguém que saiu do luto, sabe que a situação é complicada. Isso acontece especialmente se a perda foi muito significativa, como no caso de pais, irmãos ou filhos. O luto é uma fase que precisa ser respeitada, mas encarada: existe a percepção equivocada de que é necessário “cobrir” o luto, seguir com as obrigações como se algo não tivesse causado um abalo significativo nas estruturas psicológicas e, muitas vezes, na rotina do enlutado. A circunstância pode ter ainda um agravante: se a perda era esperada, como no caso de pessoas adoecidas, não há o fator “surpresa”. Porém, se a perda é abrupta, pode ser mais complexo aceitar a realidade. É hábito que façamos a divisão do luto em cinco fases. Nem todos passam por todos os estágios, é claro, mas essa é uma maneira didática de pensar sobre o processo de superação do ocorrido. Apenas depois de vivenciar o impacto da perda é possível prosseguir com as atividades de outrora e criar um novo rumo para a vida. Falaremos mais sobre as fases já citadas abaixo.

Saindo do luto: é preciso respeitar o seu tempo

Como já comentamos anteriormente, não é possível apressar o tempo de compreensão das coisas, nem mesmo sufocar os sentimentos oriundos de uma perda. Quando alguém esconde a sua dor sob algum vício ou prática, como o uso de medicamentos sem prescrição médica, entorpecentes ou compulsões diversas, não consegue superar o acontecido. Essas ações não permitem nem mesmo reinventar o “eu” diante de uma nova perspectiva de mundo. Por isso, é importante compreender que, mesmo doendo muito, o sentimento evolui para algo suportável. Entenda, a seguir, todas as fases do luto, até a superação da dor.

Fases do luto

Negação

Como o próprio nome sugere, trata-se do momento em que a pessoa, diante da perda, tenta negá-la. Ela acredita (ou deseja acreditar) que voltar ao passado é possível, que seguir a vida nos eixos anteriores ainda pode acontecer.

Raiva

Ao perder alguém que se ama, é natural buscar culpados. Para algumas pessoas, a morte não é uma novidade, mas as suas circunstâncias – ainda que em teoria – podem ser diferentes. Durante esta fase, há um sentimento de raiva pelos familiares, pelos médicos, pela própria pessoa falecida. Não raro, o paciente pode direcionar os sentimentos de raiva, juntamente com os sentimentos de culpa, para si mesmo.

Negociação

A percepção da perda já está instalada, mas ainda não é inteiramente compreendida. O indivíduo pensa em como poderia ter alterado o que aconteceu, nos momentos vividos com a pessoa, no que poderia ter sido.

Depressão

Não necessariamente é um quadro clínico, mas pode vir a ser. A perda manifesta-se em dor física e psicológica, podendo vir acompanhada de sentimentos de infelicidade, desesperança, fraqueza e cansaço.

Aceitação

Podemos dizer que as pessoas que estão saindo do luto estão nessa fase. Durante o período de aceitação, existe a dor da perda – para muitas pessoas, ela é uma realidade com a qual se deve lidar para sempre -, mas existe a compreensão de que as coisas não podem ser alteradas pela vontade de um indivíduo. Os sentimentos de culpa tendem a se dissipar, assim como a raiva pelo ocorrido. Pode haver tristeza, mas ela está mais atrelada à saudade de quem se foi.

Como passar pelo luto de forma saudável?

Encará-lo é o primeiro passo. Reforçamos o que já foi dito em outro parágrafo: não é possível superar a dor ou um trauma sem encará-lo e, de certa forma, “fazer as pazes” com ele. Quando a perda foi repentina e a pessoa está muito abalada, é mais do que recomendado que ela busque ajuda psiquiátrica e psicológica. Os medicamentos, assim como o ouvido treinado de um profissional, podem ajudá-la a retomar a sua vontade de viver e seguir em frente. É importante, por mais que seja difícil, buscar o apoio de familiares e amigos. O isolamento após a perda tende a ser negativo, uma vez que os pensamentos invasivos podem sugerir um quadro de solidão (mesmo quando a pessoa possui uma rede de apoio). Dar vazão aos sentimentos é uma boa forma de deixar o luto acontecer. Permita-se sentir e compreenda, ainda que não seja fácil, que a vida agora deve ser percorrida de outra forma. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



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