Embora a ortorexia tenha sido nomeada há duas décadas, ainda é considerada nova e pouco explorada pela ciência – daí porque ainda não consta na lista oficial de transtornos alimentares. Diferentemente da anorexia e da bulimia, o quadro é marcado pela obsessão pela pureza do que se come. Ou seja, não tem relação com o peso ou as calorias.
Em outubro de 1997, o médico americano Steven Bratman descreveu, de maneira inédita, uma prática comum entre seus pacientes: eles acreditavam que determinados alimentos seriam capazes de causar, prevenir ou tratar doenças e, por isso, seguiam uma dieta extremamente rígida. Tal comportamento foi batizado pela primeira vez na história de ortorexia, junção das palavras gregas “orexsis” (apetite) e “orthós” (correto).
Quase toda mulher já fez uma dieta para tentar perder uns quilinhos. Dieta da sopa, dieta da lua, dieta do carboidrato… Só de pensar já começam a vir vários nomes à cabeça. O que muita gente não sabe é que, quando uma simples dieta vira uma restrição alimentar grave, temos um quadro de ortorexia. Ou seja, o transtorno acontece quando uma pessoa está obcecada por uma alimentação “saudável”, que passa a não ingerir alimentos que fogem a uma determinada regra de composição.
Sintomas
Essas pessoas acabam se preocupando excessivamente com os rótulos de produtos, procurando componentes com alto valor nutricional, mas esquecendo da importância de uma alimentação variada.
Isso é prejudicial pelo fato de que, a partir desse transtorno, a alimentação passa a ser, inclusive, prioridade em relação às suas escolhas e hábitos. Essa restrição pode afastar o indivíduo da família e amigos e gerar também oscilações de humor no momento da restrição e também no futuro.
Os sintomas apresentados por quem sofre do transtorno são:
- Recusa a consumir alimentos com conservantes, corantes ou condimentos;
- Evitar toda possibilidade de consumo de alimentos geneticamente modificados ou com pesticidas;
- Excluir sal, açúcar e gorduras da alimentação;
- Obsessão por rótulos de alimentos;
- Recusa de alimentos fora de sua dieta;
- Gastos excessivos para manter a alimentação nesse padrão;
- Sentimento de derrota e depressão quando não conseguem evitar essas ingestão;
- Desnutrição;
- Muita fome durante o dia;
- Descrença em profissionais da saúde, elaborando uma dieta por conta própria;
- Distanciamento do convívio social por não querer ingerir outros alimentos;
- Perda de peso excessiva.
Causas
As causas geralmente estão ligadas à baixa autoestima e à busca pelo corpo “ideal”. Também podem ter raízes em situações de humilhação e/ou discriminação por peso.
Como é o tratamento?
O tratamento é feito por psiquiatra, com a ajuda de educadores físicos e nutricionistas. O apoio do psiquiatra é importante pois, nesse caso, ele é quem irá trabalhar, de forma gradativa, no entendimento e elaboração do transtorno.
Com isso, inicia-se a ajuda na introdução e diminuição ou retirada gradual de alguns hábitos, para que a pessoa possa se acostumar com a ideia de que é normal a ingestão de alimentos variados. Feito isso, também é iniciada uma readaptação alimentar, com a ajuda da nutricionista e do educador físico.
Com um bom aconselhamento tudo se resolve
O trabalho em equipe desses diferentes profissionais visa devolver ao paciente e tranquilidade roubada pelo pânico que comer algo fora da dieta causava. Também irá garantir, com esses trabalho conjunto, que a pessoa possa buscar o resultado desejado, mas tendo consciência de que para que esse objetivo seja alcançado é preciso, além de uma boa alimentação, ter uma mente e vida mais saudáveis e menos idealizada.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!