perda libido / Dra Aline Rangel

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A dor na hora da relação sexual — causada muitas vezes por medo e estresse excessivos — é um problema que tem nome e afeta de 3% a 5% da população feminina. Os transtornos sexuais femininos ocorrem quando a mulher não consegue responder de forma satisfatória a um dos ciclos da relação sexual, o que a impede de sentir prazer durante o ato.

Sintomas da excitação sexual feminina

O ciclo de resposta sexual da mulher é dividido em 4 fases: excitação, platô, orgasmo e resolução. A excitação é caracterizado pelo despertar do desejo, pela vontade de realizar o ato. Nesse momento, o corpo responde com alguns sinais, como início da lubrificação, aumento dos batimentos cardíacos, aumento dos seios e aumento da tensão muscular. Um pouco antes de chegar ao orgasmo, a mulher passa pela fase do platô, quando há um aumento das características da excitação. Em seguida, a mulher chega ao orgasmo e depois à resolução, a fase de recuperação do corpo, que normalmente é mais rápida nas mulheres que nos homens.

Se em um desses momentos a mulher sente dor, incômodo ou insatisfação, o prazer sexual não é alcançado. Existem vários tipos de transtornos sexuais, eles variam de acordo com os sintomas e alguns podem causar dor.

aAgende sua consulta com a Dr. Aline Rangel psiquiatra e sexóloga.

Transtornos sexuais que causam dor

Existem 3 tipos de transtornos sexuais femininos que podem causar dor: a dispareunia, o vaginismo e a fobia ou aversão sexual.

1# Dispareunia

Caracteriza-se essencialmente pela dor genital, manifestada durante ou após o ato sexual. Algumas causas da dor e da contração involuntária da vagina, que impede a penetração, diminuição da lubrificação vaginal, endometriose, infecções ginecológicas ou o fato de ser a primeira relação, em que há rompimento do hímen. Essa disfunção pode acontecer em qualquer fase da vida, causando sofrimento e dificuldade no relacionamento sexual e até afetivo.

2# Vaginismo

É caracterizado pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual. Não apresenta uma causa física. Mulheres que tiveram uma educação muito rígida e religiosa, em que a virgindade é muito valorizada, podem desenvolver o problema. Traumas e abusos também podem estar relacionados ao distúrbio.

3# Aversão sexual

Ocorre quando a mulher sente pânico e repulsa diante de relações sexuais ou que levem ao sexo.

Causas dos transtornos sexuais

As causas para os transtornos são multifatoriais e incluem componentes biopsicossociais (biológicos, psicológicos e sociais). Vivências, experiências e educação sexual influenciam no desenvolvimento desse quadro. Vítimas de violência sexual, por exemplo, têm grande propensão a ter disfunções sexuais ao longo da vida.

Mulheres em períodos como o pós-parto, a menopausa e o climatério podem ter maior desconforto ou outras queixas devido à oscilação hormonal. Vítimas de violência sexual ou com traumas relacionados à própria sexualidade também têm maiores chances de ter dificuldades para retomarem uma vida sexual saudável.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico do transtorno ligado ao sexo em geral envolve um questionário detalhado sobre sintomas, histórico médico, condições do relacionamento, experiências sexuais passadas e até mesmo sobre a autoestima e a história de vida da paciente.

O tratamento vai variar de acordo com o diagnóstico e o tipo de dor. Os medicamentos podem ser utilizados em casos de infecções e disfunções hormonais. Além disso, podem ser indicados terapia sexual, relaxamento da musculatura vaginal, fisioterapia pélvica, além de técnicas de respiração e inserção de dilatadores vaginais.

Os transtornos sexuais que causam dor podem afetar significativamente a qualidade de vida de uma mulher. É crucial abordá-los com sensibilidade, empatia e um entendimento abrangente de suas causas e opções de tratamento. Buscar ajuda profissional de saúde especializados em saúde sexual é essencial para diagnosticar e gerenciar esses transtornos de forma eficaz. Com o tratamento adequado e o apoio necessário, mulheres que apresentam essas queixas sexuais podem recuperar o seu bem-estar sexual e desfrutar da sua sexualidade em toda a sua plenitude.


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A ideia desse artigo é mergulhar no intrigante mundo do desejo sexual masculino, onde os estereótipos frequentemente retratam os homens como seres obcecados por sexo. De livros a filmes, a mídia tem perpetuado a ideia de que os homens estão exclusivamente focados no sexo, enquanto as mulheres são consumidas pelo romance. Mas essa representação é precisa? Vamos explorar os mitos e as verdades que cercam o desejo sexual masculino.

Estereótipos do desejo sexual masculino

Os homens pensam em sexo o dia todo?

Ao contrário da crença popular de que os homens pensam em sexo a cada sete segundos, um estudo* recente realizado na Universidade Estadual de Ohio revelou que os homens têm em média 19 pensamentos sobre sexo por dia, enquanto as mulheres têm em média 10. Além disso, o estudo sugeriu que os homens também pensam com frequência em comida e sono. Talvez os homens simplesmente se sintam mais à vontade para expressar seus pensamentos sobre sexo. Terri Fisher, autora principal do estudo, propôs que indivíduos que são abertos e à vontade com sua sexualidade têm mais probabilidade de pensar frequentemente em sexo.

O enigma do sexo casual: os homens são mais abertos?

Um estudo realizado em 2015** mostrou que os homens estavam mais dispostos do que as mulheres a se envolver em sexo casual,  transar com alguém desconhecido sem o compromisso de estabelecer com essa pessoa um relacionamento sério. No entanto, uma reviravolta intrigante surgiu no mesmo estudo quando as mulheres estavam em um ambiente mais seguro (um bar próximo à sua casa, p.ex.). O estudo demonstrou que a disposição das mulheres para se envolver numa relação sexual considerada casual, aumentou em uma situação mais segura, indicando que as normas sociais e os fatores culturais influenciam significativamente a busca de relacionamentos sexuais tanto para homens quanto para mulheres.

A conexão complexa: o desejo sexual, emoções e o cérebro

O desejo sexual, também conhecido como libido, não é quantificável, mas sim entendido em termos relativos. A libido masculina tem raízes em duas áreas cruciais do cérebro: o córtex cerebral e o sistema límbico. Essas regiões desempenham um papel fundamental no desejo e no desempenho sexual do homem, a ponto de a satisfação sexual poder ser alcançada apenas por meio de pensamentos ou sonhos. O córtex cerebral, responsável por funções superiores como planejamento e pensamento, influencia os pensamentos e a excitação sexual. Sinais originados dessa região interagem com outras partes do cérebro e nervos, acelerando a frequência cardíaca, o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e iniciando o processo de ereção. O sistema límbico, que engloba várias partes do cérebro associadas à emoção, motivação e desejo sexual, também contribui para a resposta sexual de um indivíduo.

Testosterona

A testosterona é o hormônio mais intimamente associado ao desejo sexual masculino. Produzida principalmente nos testículos, a testosterona desempenha um papel crucial em diversas funções do corpo, incluindo:

  • Desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos
  • Crescimento de pelos no corpo
  • Massa óssea e desenvolvimento muscular
  • Aprofundamento da voz na puberdade
  • Produção de espermatozoides
  • Produção de glóbulos vermelhos

Níveis baixos de testosterona geralmente estão relacionados a uma baixa libido. Os níveis de testosterona tendem a ser mais altos pela manhã e mais baixos à noite. Ao longo da vida de um homem, seus níveis de testosterona estão no auge durante a adolescência tardia e, em seguida, começam a diminuir gradualmente.

Perda da libido no homem

O desejo sexual pode diminuir com a idade. Mas às vezes a perda de libido está associada a uma condição subjacente. Os seguintes fatores podem causar uma diminuição no desejo sexual:

  • Estresse ou depressão. Cérebro, emoções e libido estão relacionados de forma bastante complexa, como mencionado anteriormente.
  • Doenças metabólicas. Um doença endocrinológica, como o hipogonadismo, pode diminuir os hormônios sexuais masculinos.
  • Níveis baixos de testosterona. Certas condições médicas, como apneia do sono, podem causar níveis baixos de testosterona, o que pode afetar seu desejo sexual.
  • Medicações. Alguns medicamentos podem afetar a libido. Por exemplo, alguns antidepressivos, anti-histamínicos e até mesmo medicamentos para pressão arterial podem prejudicar as ereções.
  • Pressão alta. Danos ao sistema vascular podem afetar a capacidade de um homem de obter ou manter uma ereção.
  • Diabetes. Assim como a pressão alta, o diabetes pode danificar o sistema vascular de um homem e afetar sua capacidade de manter uma ereção.

 

Apenas você, homem, pode avaliar o que é normal para o seu desejo sexual. Se você estiver enfrentando alterações na libido, seja diminuição ou percepção de excesso, procure ajuda especializada. Às vezes, pode ser difícil falar com alguém sobre seus desejos sexuais, mas um profissional especializado pode ser capaz de ajudá-lo.


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Referências: *Spurgas, A. K. (2020). Diagnosing desire: Biopolitics and femininity into the twenty-first century. The Ohio State University Press. ** Baranowski AM, Hecht H. Gender Differences and Similarities in Receptivity to Sexual Invitations: Effects of Location and Risk Perception. Arch Sex Behav. 2015 Nov;44(8):2257-65. doi: 10.1007/s10508-015-0520-6. Epub 2015 Apr 1. PMID: 25828991.


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O transtorno de aversão sexual (TAS) caracteriza-se pela aversão a qualquer tipo de contato sexual, particularmente o contato genital. A ideia de um relacionamento sexual causa repulsa e desconforto. Contudo, a pessoa se sente culpada e envergonhada com a situação – o que diferencia o transtorno de aversão sexual de um quadro de assexualidade.

O transtorno de aversão sexual se desenvolve, em geral, em resposta a experiências sexuais negativas e mensagens negativas sobre sexualidade.O medo apresentado chega a tal ponto que as pessoas passam a deixar de frequentar ambientes sociais e até adotar uma forma de se vestir defensiva para evitar a intenção e a aproximação de outras pessoas.

A prevalência do TAS é desconhecida e difícil de estabelecer, pois indivíduos com este transtorno evitam encontros sexuais e relacionamentos íntimos, portanto, raramente procuram terapia de aversão sexual ou clínicas de terapia de casais. O TAS é relatado principalmente por mulheres. Homens com TAS têm mais probabilidade de evitar relacionamentos e, portanto, sofrem de ansiedade de desempenho sexual ou ansiedade orgásmica.

Embora não se saiba o que causa o desenvolvimento do TAS em algumas pessoas e não em outras, histórico familiar de transtorno de ansiedade e fobia é comum em pessoas com TAS. A vergonha em falar sobre este assunto pode prejudicar o tratamento. O primeiro passo para tratar o transtorno é reconhecer o problema e procurar ajuda de um psiquiatra.

Não confunda transtorno de aversão sexual com abstenção

Antes de prosseguirmos, é essencial que façamos uma distinção clara entre o transtorno e a abstenção. O transtorno é uma doença psicológica, que causa sofrimento à pessoa, que pode se sentir anormal, perdida e infeliz e fugir do constrangimento causado pelas interações sociais. Já a abstenção é um processo consciente em que a pessoa passa a redirecionar o prazer sexual para outras áreas da sua vida, como projetos profissionais, sociais, científicos ou de qualquer natureza. Pessoas com quadro de assexualidade não se incomodam com a falta de desejo sexual, encaram essa situação de forma natural e parte da vida.

Causas do transtorno de aversão sexual

Ainda existem poucos estudos sobre o transtorno de aversão sexual, o que dificulta o entendimento de um padrão de comportamento destes indivíduos. Entretanto, o que se sabe até agora é que esse processo pode ser desencadeado por experiências traumáticas em qualquer fase da vida. Condições de saúde e tratamentos médicos também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da aversão sexual. Algumas doenças, como vários tipos de câncer, causam mudanças físicas que afetam a função sexual e/ou imagem corporal de um indivíduo. Alguns medicamentos, como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), podem diminuir a resposta orgásmica, criando um ambiente e uma experiência sexual imprevisíveis e frustrantes. O distúrbio pode ser ocasionados por abuso sexual durante a infância ou adolescência ou ter origem em experiências familiares traumáticas, como exposição precoce à sexualidade e até mesmo o adultério de um dos membros da família. Casos de agressão sexual na vida adulta e exposição a crenças e sistemas morais repressivos também podem fazer com que o indivíduo enxergue o sexo de forma imoral e aversiva.

Transtorno Sexual ou Fobia

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais até sua 4a edição (DSM-IV-TR) (1)  descreveu anteriormente o transtorno de aversão sexual como “caracterizado por aversão extrema recorrente ou persistente e evitação de todo contato genital com um parceiro sexual que não seja atribuível a outro transtorno psiquiátrico”. O transtorno de aversão sexual foi posteriormente removido do DSM-5 (2) devido ao seu uso raro e à falta de pesquisas de apoio. Agora, ele é classificado como uma disfunção sexual. Ocorreram diversos debates sobre se a aversão sexual deveria ser classificado como uma fobia ou um transtorno sexual. Na Classificação Internacional de Doenças (CID 11) da Organização Mundial da Saúde, a Aversão Sexual permanece como um diagnóstico bem estabelecido dentre os transtornos sexuais (3).


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Referências: (1) American Psychiatric Association. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado (DSM-IV-TR). Artmed Editora. (2) American Psychiatric Association. (2022). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado (DSM-5-TR). Artmed Editora. (3) Reed GM, Drescher J, Krueger RB, Atalla E, Cochran SD, First MB, Cohen-Kettenis PT, Arango-de Montis I, Parish SJ, Cottler S, Briken P, Saxena S. Disorders related to sexuality and gender identity in the ICD-11: revising the ICD-10 classification based on current scientific evidence, best clinical practices, and human rights considerations. World Psychiatry. 2016 Oct;15(3):205-221. doi: 10.1002/wps.20354. Erratum in: World Psychiatry. 2017 Jun;16(2):220. PMID: 27717275; PMCID: PMC5032510.


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5 de janeiro de 2023 Todos

O reconhecimento de que a libido está associado à qualidade do relacionamento e a outras experiências interpessoais importantes tem despertado interesse em identificar os correlatos e as causas desse aspecto da resposta sexual humana. A maioria dos pesquisadores tem se concentrado em estudar  fatores individuais, incluindo processos hormonais. A ideia deste artigo é explorar a relação entre um evento de vida feminino mediado por diverso hormônios – a gravidez – e o desejo sexual.

A gravidez, para muitas muitas mulheres, é considerada um momento mágico. Gerar um ser é uma ocasião única. Nesse período, a cada dia que passa, o organismo sofre uma série de alterações emocionais, físicas e hormonais, que preparam o corpo para o desenvolvimento do feto e para o parto.

A libido pode diminuir durante a gravidez?

A maioria dos estudos nessa área é retrospectiva, ou seja, realizados com os pesquisadores perguntando a amostras de mulheres em diferentes momentos após o parto para lembrar seus níveis de desejo sexual durante um ou mais trimestres da gravidez. Um padrão bastante confiável emerge, com a maioria das mulheres relatando, retrospectivamente, que experimentam uma diminuição moderada no desejo sexual durante o primeiro trimestre, seguida por outra diminuição durante o segundo trimestre (com algumas exceções) e, em seguida, um declínio maior no interesse sexual durante o terceiro trimestre.

Em um dos primeiros estudos documentados nesta área (1), em 1950,  questionários sobre “como estava a sua libido” foram distribuídos a mulheres casadas que haviam dado à luz recentemente seu primeiro filho. Aproximadamente 27% das mulheres relataram ter experimentado menos “desejo sexual” (em comparação com os níveis pré-gravidez) durante o primeiro trimestre; essa proporção aumentou para 43,4% e 79,1% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente. Setenta anos depois, em 2020, num estudo com o mesmo objetivo de avaliar o desejo sexual de mulheres antes, durante os 3 trimestres de gestação e após o parto, revelaram o mesmo padrão (2).

Por que a libido pode diminuir durante a gravidez?

É natural que o ritmo e a frequência sexual sejam impactados durante a gestação. Isso acontece por uma série de motivos. Há, inclusive, a crença de que o sexo pode prejudicar o feto. Assim, os parceiros acabam se distanciando.  A insegurança no início da gravidez e o medo de aborto espontâneo também estão ligados ao baixo desejo sexual.

No primeiro trimestre, as alterações hormonais são as culpadas pelo baixo desejo sexual. Uma montanha russa de hormônios ocorre para preparar o corpo da mulher para o desenvolvimento do feto. Além disso, esses hormônios são causadores de sintomas como enjoo, sensação de cansaço e dor de cabeça. Acontece, ainda, um sono incontrolável. Outros sintomas que prejudicam o desejo nessa fase são as mudanças de humor e dor nas mamas.

Essa série de fatores colocam a vontade de fazer sexo em segundo plano, tornando completamente normal que as mulheres sintam diminuição no desejo sexual. A falta de desejo causa, também, incômodo durante ao sexo, uma vez que ocorre diminuição da lubrificação vaginal e a hipersensibilidade nos seios.

Durante o segundo semestre, a atividade hormonal tende a se estabilizar e o casal pode se sentir mais seguro em relação ao sexo. Assim, é comum que, no meio da gravidez, o desejo seja restabelecido. Muitas mulheres relatam, inclusive, o aumento do apetite sexual nesse período.  Isso acontece porque, além de estar mais segura em relação à gravidez, sintomas indesejados, como enjoo, já não se manifestam. Além disso, por causa do volume do útero, a vagina fica mais irrigada, deixando a mulher mais sensível e receptiva.

A diminuição do desejo sexual pode voltar no final da gravidez. Ocorre cansaço físico e mental e, por causa do peso e do tamanho da barriga, a mulher pode ter dificuldade de encontrar uma posição confortável. O fator psicológico também interfere muito nessa fase. A ansiedade e a tensão em relação à proximidade do parto contribuem para que a vontade de fazer sexo seja reduzida.

O que fazer?

O fato de que grande parte do período de gestação está associado a uma diminuição do desejo sexual pode ser perturbador para muitas mulheres e seus (suas) parceiros (as). Portanto, é importante que mulheres grávidas, seus parceiros e seus profissionais de saúde reconheçam alguns padrões comuns. Primeiro, as mudanças na resposta sexual são comuns durante a gravidez. Na verdade, a diminuição do desejo sexual é tão comum a ponto de constituir uma parte normativa do processo de gestação. Segundo, essas mudanças sexuais são, em grande parte, resultado de eventos físicos (como níveis elevados de hormônios, alterações no corpo, etc.) e psicológicos associados à gravidez. Portanto, a diminuição do desejo sexual não necessariamente reflete problemas no relacionamento ou na vida sexual do casal. Terceiro, as mudanças sexuais que ocorrem durante a gravidez geralmente não são permanentes. A maioria das mulheres relata um retorno aos níveis de desejo sexual pré-gravidez em algum momento após o parto.  Assim, casais com um relacionamento sexual saudável antes da gravidez provavelmente retornarão a esse estado após o parto.

Quanto ao sexo, é hora de o casal diversificar. Será possível experimentar posições que sejam confortáveis, usar lubrificante e brincadeiras com sexo oral e masturbação. Tudo para que a mulher sinta desejo e esteja confortável.

A intimidade do casal não deve ser deixada de lado. A gravidez pode ser um pretexto para aumentar a cumplicidade e a parceira dos futuros pais.

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Cerca de metade dos brasileiros não está satisfeita com vida a sexual. Grande parte da insatisfação na vida sexual se deve às dificuldades de ereção e a problemas para se atingir o orgasmo. Além disso, o chamado sexo rápido, a falta de autoconfiança, as relações negativas ou traumáticas no passado, as alterações hormonais e a baixa autoestima justificam o desinteresse sexual e podem impedir o prazer e a satisfação plena de homens e mulheres na intimidade.

Só para se ter ideia, somente 22% das mulheres alcançam o orgasmo no sexo e mais de 60% dos homens relatam dificuldade para obter e manter a ereção. Esses dados revelam o quanto a vida sexual pode ser frustrante e insatisfatória. A boa notícia é que os quadros de problemas no sexo podem ser revertidos com apoio psiquiátrico. Leia o texto e veja como um bom psiquiatra pode ajudar nesse sentido.

Psiquiatria para reverter a insatisfação na vida sexual

Ao contrário do que algumas pessoas imaginam, sexo não está relacionado exclusivamente ao corpo. A sexualidade está intimamente ligada, também, à mente. É por isso que a psiquiatria pode ser muito útil no tratamento da insatisfação na vida sexual, especialmente quando essa tem origens em disfunções sexuais.

Quais as principais reclamações sexuais ouvidas pelo psiquiatra?

O sexo ainda é um tabu para boa parte das pessoas, mas quem vence a timidez e o medo do constrangimento, consegue falar sobre a insatisfação na vida sexual e compartilhar os sentimentos com o psiquiatra. As principais reclamações dos pacientes dizem respeito a monotonia sexual, pouca frequência no sexo, ausência de preliminares, falta de desejo, ejaculação precoce, dificuldade de alcançar o orgasmo, casal sem sintonia, disfunção erétil e ao fato de se sentir pouco desejado.

Quais disfunções sexuais podem ser tratadas no consultório psiquiátrico?

Os psiquiatras são profissionais capacitados para tratar múltiplas disfunções sexuais que podem se correlacionar com a insatisfação no sexo. As disfunções são caracterizadas pelas alterações psicofisiológicas e pelas perturbações no desejo sexual, a ponto de provocarem dificuldade interpessoal e sofrimento acentuado. Dentre as principais disfunções, estão o transtorno de aversão sexual, o transtorno do desejo sexual hipoativo, o transtorno da excitação sexual, o transtorno orgásmico, a dispareunia, a ejaculação precoce, o vaginismo, o sadismo, o fetichismo, o exibicionismo e o masoquismo.

Por que procurar ajuda para resolver problemas sexuais?

A sexualidade é uma área extremamente importante para o ser humano e a relevância dela é legitimada pela Organização Mundial de Saúde, que afirma que o sexo é um dos pilares da qualidade de vida. O sexo traz benefícios como proteção cardiovascular, redução dos níveis de estresse, fortalecimento imunológico, além de ganhos emocionais, como menos sintomas depressivos e de ansiedade. Se você estiver insatisfeito na vida sexual, o ideal é buscar auxílio para solucionar os problemas, a fim de ser mais feliz e saudável em todos os sentidos.

Como reverter os quadros de insatisfação na vida sexual?

Esse é um problema multifatorial que pode ser causado por razões orgânicas, físicas, psíquicas ou mistas. Sendo assim, o tratamento depende da causa e, geralmente, demanda a intervenção de uma equipe multidisciplinar. Os métodos para reverter o problema podem combinar farmacologia, psicologia, fisioterapia e psiquiatria.

Para tratar a insatisfação na vida sexual, primeiramente, o psiquiatra vai ouvi-lo sem julgamentos ou preconceitos. Ele também está apto a tratar transtornos sexuais e esclarecer questões médicas, orgânicas e emocionais acerca das disfunções por meio de terapia sexual. Ao procurar um psiquiatra para auxiliá-lo, dê preferência a profissionais especializados em sexualidade humana.


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A sexualidade humana é um dos temas que mais provocam polêmicas quando o assunto é a saúde. Apesar de ser considerado tabu e, consequentemente, ter sua discussão evitada em diversos grupos, é um assunto que deve ser discutido pela importância que apresenta na vida das pessoas e na sociedade como um todo. Contribuindo com essa discussão, neste artigo iremos abordar uma temática bastante extensa e complexa, mas que vale muito a pena ser compreendida: os transtornos sexuais. Quando falamos neste tipo de desvio, estamos tratando de transtornos que se incluem em 3 grandes grupos, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, texto revisado (DSM5TR), 2022. São eles:

  • Disfunções sexuais;

  • Disforia de gênero;

  • Transtornos parafílicos.

Disfunções sexuais

As disfunções presentes no primeiro grupo dos transtornos são caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. Dentre os males deste grupo, temos:

  • Ejaculação retardada;
  • Transtorno do orgasmo feminino;
  • Transtorno erétil;
  • Ejaculação precoce;
  • Transtorno do interesse/ excitação sexual feminino;
  • Disfunção sexual induzida por substância/medicamento;
  • Transtorno da dor gênito-pélvica/ penetração;
  • Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo;
  • Outras disfunções não especificadas.

Disforia de gênero

A disforia de gênero possui o subgrupo de transtornos mais amplamente discutidos atualmente, graças a conscientização sobre tais tipos de transtornos e das pessoas afetadas pelos mesmos. A disforia de gênero se divide em disforia de gênero em crianças, em adolescentes, em adultos, não especificada e especificada. Pessoas com este tipo de transtornos se identificam como transgêneros, isto é, como pessoas que, seja de forma transitória ou de forma permanente, se identificam com o gênero oposto ao de nascimento, ou como transsexuais, que são pessoas que passam por um processo de resignação social e sexual em termos de gênero.

Parafilias

Aqui temos os transtornos-tabu. As parafilias se caracterizam como um desejo sexual intenso e persistente, que não são voltados para carícias preliminares com parceiros humanos com características normais e maturidade ou que não incluem a estimulação genital. Os transtornos parafílicos incluem:

  • Voyeurismo (espiar pessoas em atividades privadas);
  • Exibicionismo (expor genitais em locais públicos ou para outras pessoas sem consentimento);
  • Frotteurismo (se esfregar em outras pessoas sem consentimento);
  • Masoquismo sexual (submeter-se à humilhação, dor ou sofrimento);
  • Sadismo sexual (submeter outras pessoas a humilhação, dor ou sofrimento);
  • Pedofilia (interesse sexual por crianças, considerado crime);
  • Fetichismo (utilização de objetos inanimados ou interesse sexual por outras partes do corpo que não as genitais);
  • Escatologia telefônica (telefonemas obscenos);
  • Necrofilia (interesse por cadáveres);
  • Zoofilia (interesse por animais);
  • Clismafilia (interesse por enemas);
  • Urinofilia (interesse por urina);
  • Cropofilia (interesse por fezes);

Entre outras parafilias não especificadas.

Todo transtorno sexual, seja parafílicos ou não, deve ser tratado e cuidado de maneira a garantir ao indivíduo maior qualidade de vida. Eles englobam uma ampla variedade de condições que podem impactar significativamente a vida das pessoas. O diagnóstico preciso é vital para identificar o distúrbio específico e suas causas subjacentes, permitindo que os profissionais de saúde desenvolvam planos de tratamento eficazes. É crucial fornecer às pessoas com transtornos sexuais o apoio e a assistência necessários para enfrentar seus desafios com dignidade e respeito. 


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Os transtornos sexuais são caracterizados  por alterações psicofisiológicas nas diferentes fases da resposta sexual, o que pode causar sofrimento acentuado, problemas de autoestima e dificuldades nos relacionamentos amorosos. As etapas da resposta sexual humana consistem no desejo, excitação, orgasmo e resolução. Quando existe algum tipo perturbação ou ruptura nesse ciclo natural e saudável, os distúrbios sexuais acontecem.

Disfunção orgásmica

A disfunção orgásmica ou anorgasmia é a falta de orgasmo nas relações sexuais. Ela é considerada primária quando a pessoa nunca teve orgasmo na vida ou secundária, quando já teve e passou a não ter. Esse transtorno pode ser classificado como situacional ou absoluto. Ele é situacional quando acontece em determinadas ocasiões, como quando a pessoa não se sente confortável no lugar da transa. Mas quando a anorgasmia ocorre sempre, independentemente das circunstâncias, o problema é chamado de absoluto. Como as causas da disfunção orgásmica são normalmente psicológicas, interpessoais e emocionais, o tratamento psiquiátrico é o mais indicado para controlar ou reverter o problema. Eventualmente essa condição está associada a quadros clínicos, como acidentes, alterações hormonais e ginecológicas.

Vaginismo

O vaginismo é uma contração indesejada, involuntária e inconsciente da musculatura vaginal. Esse transtorno normalmente atrapalha e, por vezes, impede a penetração no canal vaginal, pois provoca dor e desconforto intenso. Tal disfunção sexual pode ser decorrente de tabus e traumas sexuais, educação rígida e conservadora, além de experiências passadas que provocaram sofrimento físico e emocional. O primeiro diagnóstico costuma ser feito pelo ginecologista, baseado no conjunto de sintomas, exame ginecológico e relatos dos pacientes. A partir daí, o tratamento se fundamenta na identificação das causas do vaginismo e amenização dos sintomas através de modulação hormonal e exercícios pélvicos. Além da participação ginecologista, um bom terapeuta sexual é fundamental para tratar a condição, pois a manutenção da saúde mental é determinante para que a mulher relaxe e consiga ter uma vida sexual ativa e prazerosa.

Dispareunia

A dispareunia é uma dor genital que ocorre antes, durante ou depois do ato sexual. Ela pode ser causada por doenças ginecológicas ou excessivo desconforto vaginal no sexo, seja por razões físicas ou psicológicas que interferem na saúde sexual. O tratamento da dispareunia normalmente é realizado por ginecologistas, no entanto, o acompanhamento psiquiátrico associado pode ser muito útil para que o paciente consiga lidar com o problema, minimizando assim os seus conflitos psicológicos.

Disfunção Erétil

Disfunção erétil é um problema comum que afeta cerca de 30% dos brasileiros, ou seja, aproximadamente 15 milhões de homens no país. Esse transtorno consiste na dificuldade de obter ou manter a ereção, de modo que aconteça a penetração. As causas da disfunção erétil podem ser psicológicas ou biológicas, como a existência de doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes, acidentes com o pênis ou medula espinhal, dependência química, efeito colateral de medicamentos, traumas e tabus sexuais. O tratamento deve incluir o acompanhamento de urologista, que pode receitar o uso de medicação oral, injeções intrapenianas, implante de próteses e terapias hormonais. O tratamento psiquiátrico também é importante, pois os padrões mentais são determinantes na saúde sexual.

Ejaculação Precoce

A ejaculação precoce acontece quando o homem não consegue controlar o processo ejaculatório e não segura o gozo até o fim do ato sexual, o que pode reduzir significativamente a sensação de prazer, provocando certa frustração nele e na parceira (o). Nesse transtorno, a ejaculação acontece logo depois da penetração, nos primeiros minutos dela, ou mesmo sem que ela ocorra, apenas com os pensamentos eróticos e a ereção. Aproximadamente 40% dos homens sofrem com esse problema, mas a boa notícia é que a ejaculação precoce pode ser tratada com procedimentos e medicamentos específicos para as lesões diagnosticadas e doenças encontradas, além de psicoterapia para a compreensão das causas e controle dos sintomas.

Ejaculação Retardada

A característica particular da ejaculação retardada é retardo acentuado ou incapacidade de atingir a ejaculação. O homem relata dificuldade ou incapacidade para ejacular, a despeito da presença de estimulação sexual adequada e do desejo de ejacular.  A definição de “retardo” não apresenta limites precisos, tendo em vista que não há consenso sobre o que seria um tempo razoável para atingir o orgasmo ou o que é um tempo inaceitavelmente longo para a maioria dos homens e parcerias sexuais. A demora em ejacular chega a ponto de causar exaustão ou desconforto genital,

Transtorno do desejo sexual hipoativo

O transtorno do desejo sexual hipoativo, comumente expressado com “falta de libido”, se baseia na diminuição ou falta de motivação e interesse por sexo. Nesse caso, a pessoa com baixa libido não apresenta vontade de manter relações sexuais. O problema pode ser causado por múltiplos fatores, como conflitos no relacionamento, alterações hormonais, falta de intimidade, dificuldades de comunicação com o(a) parceiro(a), além de traumas sexuais. O tratamento deve ser conduzido de acordo com a causa. Se o problema for de ordem orgânica (alterações hormonais, secundário a medicações, hipertensão arterial, entre outras causa) o clínico (urologista, ginecologista, endocrinologista, etc),  deve comandar o processo. Se a razão do transtorno for de ordem mental, o paciente deve buscar o auxílio de psicólogos e psiquiatras. De todo modo, nada impede que o tratamento seja multidisciplinar.

 

Os transtornos sexuais podem impactar significativamente a qualidade de vida tanto de homens quanto de mulheres. Compreender as causas, sintomas e opções de tratamento disponíveis é crucial para pessoas afetadas por essas condições. Buscar ajuda profissional, seja por meio de terapia, medicamentos ou mudanças no estilo de vida, pode contribuir muito para melhorar a saúde sexual e o bem-estar geral. É essencial quebrar o estigma em torno dos distúrbios sexuais e criar um ambiente de apoio onde as pessoas possam buscar ajuda sem medo ou vergonha. 


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25 de junho de 2022 Todos

O vaginismo é um problema sério e nós precisamos falar sobre isso. Também conhecido como transtorno de dor gênito-pélvica, ele afeta a vida sexual de mulheres de todas as idades. Sabe aquela dor chata na hora do sexo? É dela que estamos falando. Neste texto, vou esclarecer quais as causas, como identificar os sintomas e buscar tratamento adequado.

Atualmente, estima-se que entre 5 e 17% da população feminina mundial sofra deste distúrbio. Mas, devido ao tabu existente acerca do tema, os números podem ser maiores, uma vez que muitas mulheres não são encorajadas a investigar incômodos mais íntimos.

O que é o vaginismo?

Caracteriza-se pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, de modo leve ou severo, causando até mesmo impossibilidade de manter relação. Às vezes, ocorre na tentativa de introdução de objetos eróticos, absorventes internos e, também, durante exames ginecológicos.

Mulheres com vaginismo não são “anormais” e sentem, sim, excitação e conseguem atingir o orgasmo como qualquer outra, desde que não haja tentativa de penetração. É como se o corpo desejasse, mas a mente bloqueasse.

Nem toda dor significa vaginismo

É importante diferenciar e dizer que outras dores (dispareunias) podem se manifestar antes, durante e após a relação sexual, não guardando relação com o vaginismo, como nos casos de infecções, atrofias, problemas urinários e intestinais, endometriose e malformações. O diagnóstico leva em consideração a época de aparecimento – se presente desde o começo da vida sexual ou depois de um período de relações habituais, exames clínicos e histórico pessoal.

Tratamento

Medicamentos podem tratar doenças associadas ao vaginismo, como infecção urinária. Hormônios, géis anestésicos e aplicação de toxina botulínica (e outras intervenções similares aplicadas nos músculos envolvidos na anatomia vaginal) combatem a atrofia e atuam no relaxamento da musculatura vaginal. Fisioterapia com exercícios perineais e psicoterapia (em casal, se possível, pois é algo que afeta ambas as partes) também são aliadas no tratamento multidisciplinar.

Consequências

Para além da dor, a principal delas é a insegurança com o parceiro, o que, consequentemente, gera sentimentos como culpa, incapacidade, rejeição, frustração, baixa autoestima. No final das contas, enorme distância entre os casais. Algumas mulheres sentem muita vergonha e não procuram ajuda médica, o que é extremamente danoso em termos emocionais e reprodutivos.

Tudo começa na mente

Medo (quase sempre inconsciente, de que a vagina não tenha espaço suficiente para receber o pênis, de ser machucada, etc), ansiedade elevada, contração e dor. Esse é, basicamente, o ciclo que se relaciona ao vaginismo primário, desencadeado por um mecanismo psicossomático, e ao tipo vinculado a uma experiência negativa ou imaginária.

Multifatorial, o vaginismo precisa ser abordado considerando-se causas orgânicas e/ou psicológicas. Você sabia que a forma como a menina foi conduzida nas fases da infância e adolescência à educação sexual interfere, e muito, na ocorrência de bloqueios deste tipo? Questões culturais, falta de conhecimento acerca do próprio corpo, histórias de abuso, resistências morais quanto ao prazer também influenciam.

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3 de fevereiro de 2021 Todos

A sexualidade é considerada como um aspecto central da vida humana e é estimulada por fantasias, desejos, sonhos, comportamentos, valores e relações, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, a libido, ou desejo sexual, é diretamente afetada pelas relações afetivas e interpessoais que temos no nosso dia a dia. E a falta dela pode ser sintoma do transtorno do desejo sexual hipoativo.

Dados, publicados no livro o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, apontam que esses problemas independem da idade da mulher, mas variam de acordo com a faixa etária. Falta de desejo é queixa de 5,8% das jovens entre 18 e 25 anos e de 19,9% de quem já passou dos 60. Entre os homens, essa porcentagem diminui bastante: apenas 2,4% dos jovens e 5% dos idosos reclamam de baixa libido.

Quando esse desejo é nulo ou deficiente, a pessoa pode sofrer do que chamamos de transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH). O transtorno é caracterizado pela deficiência (ou mesmo a inexistência) frequente do desejo sexual ou da fantasia sexual para a prática do sexo, durante um período maior que seis meses.  Ao contrário de distúrbios como disfunção erétil e ejaculação precoce, o TDSH pode afetar tanto homens quanto mulheres.

Algumas pessoas sempre tiveram esse desinteresse sexual, outras perdem o desejo repentinamente. Muitas vezes, os sintomas permanecem durante meses, como na gestação ou primeiro ano de vida de um filho, ou anos e têm consequências graves para os relacionamentos íntimos, para as relações de casais e para a autoestima de quem enfrenta a situação.

Causas e sintomas do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

As causas do TDSH podem ser físicas ou emocionais. Entre as causas físicas estão as alterações hormonais, uso de antidepressivos ou ansiolíticos, falta de desejo após abuso sexual, doenças mentais, presença de alguma doença sexualmente transmissível, tumores e cirurgia.

Entre os fatores psicológicos, podemos citar ansiedade, depressão, transtornos de apego e da personalidade, perdas no relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro, falta de privacidade, educação muito rígida, fatores religiosos e até mesmo questões morais.

Os sintomas podem variar de cada paciente, mas, normalmente, o indivíduo com transtorno de desejo sexual hipoativo apresenta ausência de pensamentos e fantasias sexuais; fuga de momentos que poderiam culminar numa relação; desinteresse pelo contato íntimo, que pode surgir após períodos de vida sexual saudável; falta de ereção e dificuldade para manter a ereção durante a relação; vagina sem lubrificação, permanecendo seca mesmo durante a relação; durante o contato íntimo a mulher pode não ter nenhuma alteração da cor na vulva e vagina.

Tratamento para Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

O tratamento para o transtorno irá depender das causas que levaram o paciente a desenvolver a falta de desejo sexual. Na maioria das vezes, o acompanhamento de um psiquiatra pode ajudar nas questões emocionais.

Nos casos de problemas físicos, como a disfunção erétil, por exemplo, o paciente pode fazer uso de medicamentos, associado à terapia e acompanhamento de um psiquiatra.

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