preconceito / Dra Aline Rangel

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O movimento internacional Novembro Azul, comemorado em todo o mundo, nasceu do “Movember”, que é a junção das palavras “moustache” (bigode, em inglês) e “november” (novembro), na Austrália. A ideia rapidamente se espalhou e hoje é celebrada em diversos países, inclusive o Brasil, para lembrar aos homens a importância de cuidar da saúde, especialmente a prevenção do câncer de próstata.

Aqui no Brasil, o Instituto Lado a Lado pela Vida realiza, desde sua fundação em 2008,  iniciativas para promover a mudança de comportamento dos homens. Em 2011, o Instituto lançou o Novembro Azul no país, com o objetivo de conscientizar e orientar os homens acerca da sua saúde; estimular uma importante mudança de hábitos, e também trabalhar por um melhor acesso da população masculina à saúde de forma integral. Atualmente, é o maior movimento em prol da saúde do homem no país. Em 2024, a campanha está pautada na mensagem “Saúde do Homem: Cada Passo Conta”, mostrando como podemos sair do labirinto da dúvida com informação e cuidado.

E olha, para isso, nada de desculpas ou mitos! Fazer o exame de próstata não é “uma dedada” que “vai deixar de ser homem” ou trazer qualquer conotação sexual. A cartilha do Ministério da Saúde alerta que, em casos suspeitos, o exame do toque retal é um método de avaliação importante e absolutamente clínico – e nada tem a ver com brincadeiras de “virar gay”! O exame de toque reta é uma ferramenta essencial para a saúde masculina e prevenção do câncer de próstata, assim como tantas outras que usamos no dia a dia sem questionar.

Saúde Integral do Homem

A saúde do homem, porém, vai além da próstata. Ela envolve também cuidar da saúde mental, algo que infelizmente ainda é negligenciado por muitos. Desde jovens, os homens são educados a “não chorar”, “ser forte” e “segurar as pontas”, e isso leva muitos a não buscarem ajuda mesmo quando necessário. Sem tratamento, os problemas emocionais podem prejudicar não só o próprio homem, mas também aqueles ao seu redor.

A proposta do Novembro Azul, portanto, é mais do que um lembrete para cuidar do físico; é um convite para que os homens cuidem da saúde integral, incorporando a saúde mental ao seu autocuidado. Para superar o estigma, precisamos promover uma educação emocional desde cedo – antes mesmo que eles tenham bigode!

Um novo olhar para a Saúde Masculina

Os desafios culturais e o estigma de “ser macho” muitas vezes dificultam que os homens busquem apoio emocional. São condicionados a evitar mostrar fraqueza e acabam reprimindo suas próprias emoções, o que gera problemas de saúde mental que, em muitos casos, poderiam ser tratados desde cedo.Cuidar da saúde mental é, sim, cuidar do corpo. Ansiedade, estresse e depressão, por exemplo, têm impactos no sistema imunológico e aumentam o risco de doenças crônicas. Além disso, a saúde emocional é crucial para manter bons relacionamentos, melhor desempenho profissional e uma vida social mais saudável.

Estratégias para promover a Saúde do Homem

  1. Educação e Conscientização: É preciso ensinar aos homens a importância de reconhecer seus sentimentos e procurar ajuda quando necessário. Quebrar o estigma da vulnerabilidade e tornar as informações sobre saúde mental acessíveis é fundamental.
  2. Expressão Emocional e Apoio Social: Estimular uma cultura onde os homens sintam-se à vontade para falar sobre o que sentem é essencial. Grupos de apoio e terapia são excelentes para criar um espaço seguro onde eles possam se expressar.

O Novembro Azul não se trata só de lembrar do exame de próstata, mas de promover um cuidado integral do homem. Desde o físico até o emocional, a saúde do homem deve ser valorizada o ano todo. E para aqueles que ainda têm receio do exame de próstata, lembrem-se: o médico está ali para ajudar, não para “mexer com a sua masculinidade”. Afinal, a verdadeira força está em cuidar de si e viver uma vida longa e saudável – com ou sem bigode!




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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