Transtorno do desejo sexual hipoativo / Dra Aline Rangel

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A ideia desse artigo é mergulhar no intrigante mundo do desejo sexual masculino, onde os estereótipos frequentemente retratam os homens como seres obcecados por sexo. De livros a filmes, a mídia tem perpetuado a ideia de que os homens estão exclusivamente focados no sexo, enquanto as mulheres são consumidas pelo romance. Mas essa representação é precisa? Vamos explorar os mitos e as verdades que cercam o desejo sexual masculino.

Estereótipos do desejo sexual masculino

Os homens pensam em sexo o dia todo?

Ao contrário da crença popular de que os homens pensam em sexo a cada sete segundos, um estudo* recente realizado na Universidade Estadual de Ohio revelou que os homens têm em média 19 pensamentos sobre sexo por dia, enquanto as mulheres têm em média 10. Além disso, o estudo sugeriu que os homens também pensam com frequência em comida e sono. Talvez os homens simplesmente se sintam mais à vontade para expressar seus pensamentos sobre sexo. Terri Fisher, autora principal do estudo, propôs que indivíduos que são abertos e à vontade com sua sexualidade têm mais probabilidade de pensar frequentemente em sexo.

O enigma do sexo casual: os homens são mais abertos?

Um estudo realizado em 2015** mostrou que os homens estavam mais dispostos do que as mulheres a se envolver em sexo casual,  transar com alguém desconhecido sem o compromisso de estabelecer com essa pessoa um relacionamento sério. No entanto, uma reviravolta intrigante surgiu no mesmo estudo quando as mulheres estavam em um ambiente mais seguro (um bar próximo à sua casa, p.ex.). O estudo demonstrou que a disposição das mulheres para se envolver numa relação sexual considerada casual, aumentou em uma situação mais segura, indicando que as normas sociais e os fatores culturais influenciam significativamente a busca de relacionamentos sexuais tanto para homens quanto para mulheres.

A conexão complexa: o desejo sexual, emoções e o cérebro

O desejo sexual, também conhecido como libido, não é quantificável, mas sim entendido em termos relativos. A libido masculina tem raízes em duas áreas cruciais do cérebro: o córtex cerebral e o sistema límbico. Essas regiões desempenham um papel fundamental no desejo e no desempenho sexual do homem, a ponto de a satisfação sexual poder ser alcançada apenas por meio de pensamentos ou sonhos. O córtex cerebral, responsável por funções superiores como planejamento e pensamento, influencia os pensamentos e a excitação sexual. Sinais originados dessa região interagem com outras partes do cérebro e nervos, acelerando a frequência cardíaca, o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e iniciando o processo de ereção. O sistema límbico, que engloba várias partes do cérebro associadas à emoção, motivação e desejo sexual, também contribui para a resposta sexual de um indivíduo.

Testosterona

A testosterona é o hormônio mais intimamente associado ao desejo sexual masculino. Produzida principalmente nos testículos, a testosterona desempenha um papel crucial em diversas funções do corpo, incluindo:

  • Desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos
  • Crescimento de pelos no corpo
  • Massa óssea e desenvolvimento muscular
  • Aprofundamento da voz na puberdade
  • Produção de espermatozoides
  • Produção de glóbulos vermelhos

Níveis baixos de testosterona geralmente estão relacionados a uma baixa libido. Os níveis de testosterona tendem a ser mais altos pela manhã e mais baixos à noite. Ao longo da vida de um homem, seus níveis de testosterona estão no auge durante a adolescência tardia e, em seguida, começam a diminuir gradualmente.

Perda da libido no homem

O desejo sexual pode diminuir com a idade. Mas às vezes a perda de libido está associada a uma condição subjacente. Os seguintes fatores podem causar uma diminuição no desejo sexual:

  • Estresse ou depressão. Cérebro, emoções e libido estão relacionados de forma bastante complexa, como mencionado anteriormente.
  • Doenças metabólicas. Um doença endocrinológica, como o hipogonadismo, pode diminuir os hormônios sexuais masculinos.
  • Níveis baixos de testosterona. Certas condições médicas, como apneia do sono, podem causar níveis baixos de testosterona, o que pode afetar seu desejo sexual.
  • Medicações. Alguns medicamentos podem afetar a libido. Por exemplo, alguns antidepressivos, anti-histamínicos e até mesmo medicamentos para pressão arterial podem prejudicar as ereções.
  • Pressão alta. Danos ao sistema vascular podem afetar a capacidade de um homem de obter ou manter uma ereção.
  • Diabetes. Assim como a pressão alta, o diabetes pode danificar o sistema vascular de um homem e afetar sua capacidade de manter uma ereção.

 

Apenas você, homem, pode avaliar o que é normal para o seu desejo sexual. Se você estiver enfrentando alterações na libido, seja diminuição ou percepção de excesso, procure ajuda especializada. Às vezes, pode ser difícil falar com alguém sobre seus desejos sexuais, mas um profissional especializado pode ser capaz de ajudá-lo.


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Referências: *Spurgas, A. K. (2020). Diagnosing desire: Biopolitics and femininity into the twenty-first century. The Ohio State University Press. ** Baranowski AM, Hecht H. Gender Differences and Similarities in Receptivity to Sexual Invitations: Effects of Location and Risk Perception. Arch Sex Behav. 2015 Nov;44(8):2257-65. doi: 10.1007/s10508-015-0520-6. Epub 2015 Apr 1. PMID: 25828991.


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5 de janeiro de 2023 Todos

O reconhecimento de que a libido está associado à qualidade do relacionamento e a outras experiências interpessoais importantes tem despertado interesse em identificar os correlatos e as causas desse aspecto da resposta sexual humana. A maioria dos pesquisadores tem se concentrado em estudar  fatores individuais, incluindo processos hormonais. A ideia deste artigo é explorar a relação entre um evento de vida feminino mediado por diverso hormônios – a gravidez – e o desejo sexual.

A gravidez, para muitas muitas mulheres, é considerada um momento mágico. Gerar um ser é uma ocasião única. Nesse período, a cada dia que passa, o organismo sofre uma série de alterações emocionais, físicas e hormonais, que preparam o corpo para o desenvolvimento do feto e para o parto.

A libido pode diminuir durante a gravidez?

A maioria dos estudos nessa área é retrospectiva, ou seja, realizados com os pesquisadores perguntando a amostras de mulheres em diferentes momentos após o parto para lembrar seus níveis de desejo sexual durante um ou mais trimestres da gravidez. Um padrão bastante confiável emerge, com a maioria das mulheres relatando, retrospectivamente, que experimentam uma diminuição moderada no desejo sexual durante o primeiro trimestre, seguida por outra diminuição durante o segundo trimestre (com algumas exceções) e, em seguida, um declínio maior no interesse sexual durante o terceiro trimestre.

Em um dos primeiros estudos documentados nesta área (1), em 1950,  questionários sobre “como estava a sua libido” foram distribuídos a mulheres casadas que haviam dado à luz recentemente seu primeiro filho. Aproximadamente 27% das mulheres relataram ter experimentado menos “desejo sexual” (em comparação com os níveis pré-gravidez) durante o primeiro trimestre; essa proporção aumentou para 43,4% e 79,1% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente. Setenta anos depois, em 2020, num estudo com o mesmo objetivo de avaliar o desejo sexual de mulheres antes, durante os 3 trimestres de gestação e após o parto, revelaram o mesmo padrão (2).

Por que a libido pode diminuir durante a gravidez?

É natural que o ritmo e a frequência sexual sejam impactados durante a gestação. Isso acontece por uma série de motivos. Há, inclusive, a crença de que o sexo pode prejudicar o feto. Assim, os parceiros acabam se distanciando.  A insegurança no início da gravidez e o medo de aborto espontâneo também estão ligados ao baixo desejo sexual.

No primeiro trimestre, as alterações hormonais são as culpadas pelo baixo desejo sexual. Uma montanha russa de hormônios ocorre para preparar o corpo da mulher para o desenvolvimento do feto. Além disso, esses hormônios são causadores de sintomas como enjoo, sensação de cansaço e dor de cabeça. Acontece, ainda, um sono incontrolável. Outros sintomas que prejudicam o desejo nessa fase são as mudanças de humor e dor nas mamas.

Essa série de fatores colocam a vontade de fazer sexo em segundo plano, tornando completamente normal que as mulheres sintam diminuição no desejo sexual. A falta de desejo causa, também, incômodo durante ao sexo, uma vez que ocorre diminuição da lubrificação vaginal e a hipersensibilidade nos seios.

Durante o segundo semestre, a atividade hormonal tende a se estabilizar e o casal pode se sentir mais seguro em relação ao sexo. Assim, é comum que, no meio da gravidez, o desejo seja restabelecido. Muitas mulheres relatam, inclusive, o aumento do apetite sexual nesse período.  Isso acontece porque, além de estar mais segura em relação à gravidez, sintomas indesejados, como enjoo, já não se manifestam. Além disso, por causa do volume do útero, a vagina fica mais irrigada, deixando a mulher mais sensível e receptiva.

A diminuição do desejo sexual pode voltar no final da gravidez. Ocorre cansaço físico e mental e, por causa do peso e do tamanho da barriga, a mulher pode ter dificuldade de encontrar uma posição confortável. O fator psicológico também interfere muito nessa fase. A ansiedade e a tensão em relação à proximidade do parto contribuem para que a vontade de fazer sexo seja reduzida.

O que fazer?

O fato de que grande parte do período de gestação está associado a uma diminuição do desejo sexual pode ser perturbador para muitas mulheres e seus (suas) parceiros (as). Portanto, é importante que mulheres grávidas, seus parceiros e seus profissionais de saúde reconheçam alguns padrões comuns. Primeiro, as mudanças na resposta sexual são comuns durante a gravidez. Na verdade, a diminuição do desejo sexual é tão comum a ponto de constituir uma parte normativa do processo de gestação. Segundo, essas mudanças sexuais são, em grande parte, resultado de eventos físicos (como níveis elevados de hormônios, alterações no corpo, etc.) e psicológicos associados à gravidez. Portanto, a diminuição do desejo sexual não necessariamente reflete problemas no relacionamento ou na vida sexual do casal. Terceiro, as mudanças sexuais que ocorrem durante a gravidez geralmente não são permanentes. A maioria das mulheres relata um retorno aos níveis de desejo sexual pré-gravidez em algum momento após o parto.  Assim, casais com um relacionamento sexual saudável antes da gravidez provavelmente retornarão a esse estado após o parto.

Quanto ao sexo, é hora de o casal diversificar. Será possível experimentar posições que sejam confortáveis, usar lubrificante e brincadeiras com sexo oral e masturbação. Tudo para que a mulher sinta desejo e esteja confortável.

A intimidade do casal não deve ser deixada de lado. A gravidez pode ser um pretexto para aumentar a cumplicidade e a parceira dos futuros pais.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


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A sexualidade humana é um dos temas que mais provocam polêmicas quando o assunto é a saúde. Apesar de ser considerado tabu e, consequentemente, ter sua discussão evitada em diversos grupos, é um assunto que deve ser discutido pela importância que apresenta na vida das pessoas e na sociedade como um todo. Contribuindo com essa discussão, neste artigo iremos abordar uma temática bastante extensa e complexa, mas que vale muito a pena ser compreendida: os transtornos sexuais. Quando falamos neste tipo de desvio, estamos tratando de transtornos que se incluem em 3 grandes grupos, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, texto revisado (DSM5TR), 2022. São eles:

  • Disfunções sexuais;

  • Disforia de gênero;

  • Transtornos parafílicos.

Disfunções sexuais

As disfunções presentes no primeiro grupo dos transtornos são caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. Dentre os males deste grupo, temos:

  • Ejaculação retardada;
  • Transtorno do orgasmo feminino;
  • Transtorno erétil;
  • Ejaculação precoce;
  • Transtorno do interesse/ excitação sexual feminino;
  • Disfunção sexual induzida por substância/medicamento;
  • Transtorno da dor gênito-pélvica/ penetração;
  • Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo;
  • Outras disfunções não especificadas.

Disforia de gênero

A disforia de gênero possui o subgrupo de transtornos mais amplamente discutidos atualmente, graças a conscientização sobre tais tipos de transtornos e das pessoas afetadas pelos mesmos. A disforia de gênero se divide em disforia de gênero em crianças, em adolescentes, em adultos, não especificada e especificada. Pessoas com este tipo de transtornos se identificam como transgêneros, isto é, como pessoas que, seja de forma transitória ou de forma permanente, se identificam com o gênero oposto ao de nascimento, ou como transsexuais, que são pessoas que passam por um processo de resignação social e sexual em termos de gênero.

Parafilias

Aqui temos os transtornos-tabu. As parafilias se caracterizam como um desejo sexual intenso e persistente, que não são voltados para carícias preliminares com parceiros humanos com características normais e maturidade ou que não incluem a estimulação genital. Os transtornos parafílicos incluem:

  • Voyeurismo (espiar pessoas em atividades privadas);
  • Exibicionismo (expor genitais em locais públicos ou para outras pessoas sem consentimento);
  • Frotteurismo (se esfregar em outras pessoas sem consentimento);
  • Masoquismo sexual (submeter-se à humilhação, dor ou sofrimento);
  • Sadismo sexual (submeter outras pessoas a humilhação, dor ou sofrimento);
  • Pedofilia (interesse sexual por crianças, considerado crime);
  • Fetichismo (utilização de objetos inanimados ou interesse sexual por outras partes do corpo que não as genitais);
  • Escatologia telefônica (telefonemas obscenos);
  • Necrofilia (interesse por cadáveres);
  • Zoofilia (interesse por animais);
  • Clismafilia (interesse por enemas);
  • Urinofilia (interesse por urina);
  • Cropofilia (interesse por fezes);

Entre outras parafilias não especificadas.

Todo transtorno sexual, seja parafílicos ou não, deve ser tratado e cuidado de maneira a garantir ao indivíduo maior qualidade de vida. Eles englobam uma ampla variedade de condições que podem impactar significativamente a vida das pessoas. O diagnóstico preciso é vital para identificar o distúrbio específico e suas causas subjacentes, permitindo que os profissionais de saúde desenvolvam planos de tratamento eficazes. É crucial fornecer às pessoas com transtornos sexuais o apoio e a assistência necessários para enfrentar seus desafios com dignidade e respeito. 


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3 de fevereiro de 2021 Todos

A sexualidade é considerada como um aspecto central da vida humana e é estimulada por fantasias, desejos, sonhos, comportamentos, valores e relações, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, a libido, ou desejo sexual, é diretamente afetada pelas relações afetivas e interpessoais que temos no nosso dia a dia. E a falta dela pode ser sintoma do transtorno do desejo sexual hipoativo.

Dados, publicados no livro o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, apontam que esses problemas independem da idade da mulher, mas variam de acordo com a faixa etária. Falta de desejo é queixa de 5,8% das jovens entre 18 e 25 anos e de 19,9% de quem já passou dos 60. Entre os homens, essa porcentagem diminui bastante: apenas 2,4% dos jovens e 5% dos idosos reclamam de baixa libido.

Quando esse desejo é nulo ou deficiente, a pessoa pode sofrer do que chamamos de transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH). O transtorno é caracterizado pela deficiência (ou mesmo a inexistência) frequente do desejo sexual ou da fantasia sexual para a prática do sexo, durante um período maior que seis meses.  Ao contrário de distúrbios como disfunção erétil e ejaculação precoce, o TDSH pode afetar tanto homens quanto mulheres.

Algumas pessoas sempre tiveram esse desinteresse sexual, outras perdem o desejo repentinamente. Muitas vezes, os sintomas permanecem durante meses, como na gestação ou primeiro ano de vida de um filho, ou anos e têm consequências graves para os relacionamentos íntimos, para as relações de casais e para a autoestima de quem enfrenta a situação.

Causas e sintomas do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

As causas do TDSH podem ser físicas ou emocionais. Entre as causas físicas estão as alterações hormonais, uso de antidepressivos ou ansiolíticos, falta de desejo após abuso sexual, doenças mentais, presença de alguma doença sexualmente transmissível, tumores e cirurgia.

Entre os fatores psicológicos, podemos citar ansiedade, depressão, transtornos de apego e da personalidade, perdas no relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro, falta de privacidade, educação muito rígida, fatores religiosos e até mesmo questões morais.

Os sintomas podem variar de cada paciente, mas, normalmente, o indivíduo com transtorno de desejo sexual hipoativo apresenta ausência de pensamentos e fantasias sexuais; fuga de momentos que poderiam culminar numa relação; desinteresse pelo contato íntimo, que pode surgir após períodos de vida sexual saudável; falta de ereção e dificuldade para manter a ereção durante a relação; vagina sem lubrificação, permanecendo seca mesmo durante a relação; durante o contato íntimo a mulher pode não ter nenhuma alteração da cor na vulva e vagina.

Tratamento para Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

O tratamento para o transtorno irá depender das causas que levaram o paciente a desenvolver a falta de desejo sexual. Na maioria das vezes, o acompanhamento de um psiquiatra pode ajudar nas questões emocionais.

Nos casos de problemas físicos, como a disfunção erétil, por exemplo, o paciente pode fazer uso de medicamentos, associado à terapia e acompanhamento de um psiquiatra.

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15 de abril de 2019 Todos

O transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH) é um distúrbio sexual caracterizado pelo desinteresse pelas relações sexuais durante um período maior que 6 meses. O problema, além de trazer instabilidade conjugal, pode atrapalhar a saúde.

A disfunção é mais comum do que se imagina. Pesquisas apontam que essa síndrome faz com que 35% das mulheres brasileiras vá para cama com o parceiro apenas para dormir, sem sentir a menor falta do relacionamento sexual. Mas a DSH não acontece de uma hora para outra. Normalmente, as mulheres que sofrem com a síndrome perdem gradativamente a vontade sexual. As causas dessa diminuição podem ser tanto físicas como psicológicas.

Sintomas e causas do transtorno do desejo sexual hipoativo

Os sintomas dessa condição podem variar de paciente a paciente, mas, normalmente, o indivíduo com transtorno de desejo sexual hipoativo apresenta ausência de pensamentos e fantasias sexuais; fuga de momentos que poderiam culminar numa relação; desinteresse pelo contato íntimo, que pode surgir após períodos de vida sexual saudável; falta de ereção e dificuldade para manter a ereção durante a relação; vagina sem lubrificação, permanecendo seca mesmo enquanto a relação acontece; durante o contato íntimo, a mulher pode não ter nenhuma alteração da cor na vulva e na vagina.

As causas do DSH podem ser físicas ou emocionais. Dentre as principais, estão:

  • fatores biológicos: desequilíbrios hormonais, medicamentos e seus efeitos colaterais, doenças crônicas;
  • fatores do desenvolvimento: ausência de educação ou permissão sexual, infância e adolescência marcadas pela privação emocional, física, verbal ou afetiva, trauma ou coerção sexual;
  • fatores psicológicos: ansiedade, depressão, transtornos de apego e de personalidade;
  • fatores interpessoais: conflitos, insultos, perdas no relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro;
  • fatores culturais: questões morais e crenças religiosas ou culturais relativas à conduta sexual apropriada;
  • fatores contextuais: aspectos ambientais, como privacidade, segurança e conforto;
  • fatores relacionais: desgaste do relacionamento, falta de investimento na relação, rotina, falta do ritual de sedução por parte de um dos parceiros ou dos 2, inadequada estimulação física durante a atividade sexual, mudanças físicas que provocam perda do poder de atração em um dos parceiros ou nos 2; presença de disfunção sexual no parceiro (disfunção erétil, ejaculação precoce ou retardada), conflitos não solucionados de todos os tipos.

Tratamentos para o transtorno do desejo sexual hipoativo

Assim como as causas, o tratamento para o transtorno em questão dependerá de cada paciente. O 1º passo é identificar qual o motivo da falta de desejo. Antes de tudo, devem-se descartar fatores biológicos, como problemas hormonais, efeitos colaterais de medicamentos e doenças crônicas. Mesmo que a falta de libido se deva a problemas orgânicos, ela pode ter consequências emocionais. Por isso, o tratamento deve combinar terapia física e psicológica.

Em alguns casos, podem ser realizadas reposição hormonal, fisioterapia, dentre outras abordagens. Nos casos de problemas físicos, como a disfunção erétil, por exemplo, o paciente pode fazer uso de medicamentos, associados à terapia e ao acompanhamento de um psiquiatra. Esses são alguns dos caminhos para se tratar o transtorno do desejo sexual hipoativo.

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