vaginismo / Dra Aline Rangel

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A dor na hora da relação sexual — causada muitas vezes por medo e estresse excessivos — é um problema que tem nome e afeta de 3% a 5% da população feminina. Os transtornos sexuais femininos ocorrem quando a mulher não consegue responder de forma satisfatória a um dos ciclos da relação sexual, o que a impede de sentir prazer durante o ato.

Sintomas da excitação sexual feminina

O ciclo de resposta sexual da mulher é dividido em 4 fases: excitação, platô, orgasmo e resolução. A excitação é caracterizado pelo despertar do desejo, pela vontade de realizar o ato. Nesse momento, o corpo responde com alguns sinais, como início da lubrificação, aumento dos batimentos cardíacos, aumento dos seios e aumento da tensão muscular. Um pouco antes de chegar ao orgasmo, a mulher passa pela fase do platô, quando há um aumento das características da excitação. Em seguida, a mulher chega ao orgasmo e depois à resolução, a fase de recuperação do corpo, que normalmente é mais rápida nas mulheres que nos homens.

Se em um desses momentos a mulher sente dor, incômodo ou insatisfação, o prazer sexual não é alcançado. Existem vários tipos de transtornos sexuais, eles variam de acordo com os sintomas e alguns podem causar dor.

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Transtornos sexuais que causam dor

Existem 3 tipos de transtornos sexuais femininos que podem causar dor: a dispareunia, o vaginismo e a fobia ou aversão sexual.

1# Dispareunia

Caracteriza-se essencialmente pela dor genital, manifestada durante ou após o ato sexual. Algumas causas da dor e da contração involuntária da vagina, que impede a penetração, diminuição da lubrificação vaginal, endometriose, infecções ginecológicas ou o fato de ser a primeira relação, em que há rompimento do hímen. Essa disfunção pode acontecer em qualquer fase da vida, causando sofrimento e dificuldade no relacionamento sexual e até afetivo.

2# Vaginismo

É caracterizado pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual. Não apresenta uma causa física. Mulheres que tiveram uma educação muito rígida e religiosa, em que a virgindade é muito valorizada, podem desenvolver o problema. Traumas e abusos também podem estar relacionados ao distúrbio.

3# Aversão sexual

Ocorre quando a mulher sente pânico e repulsa diante de relações sexuais ou que levem ao sexo.

Causas dos transtornos sexuais

As causas para os transtornos são multifatoriais e incluem componentes biopsicossociais (biológicos, psicológicos e sociais). Vivências, experiências e educação sexual influenciam no desenvolvimento desse quadro. Vítimas de violência sexual, por exemplo, têm grande propensão a ter disfunções sexuais ao longo da vida.

Mulheres em períodos como o pós-parto, a menopausa e o climatério podem ter maior desconforto ou outras queixas devido à oscilação hormonal. Vítimas de violência sexual ou com traumas relacionados à própria sexualidade também têm maiores chances de ter dificuldades para retomarem uma vida sexual saudável.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico do transtorno ligado ao sexo em geral envolve um questionário detalhado sobre sintomas, histórico médico, condições do relacionamento, experiências sexuais passadas e até mesmo sobre a autoestima e a história de vida da paciente.

O tratamento vai variar de acordo com o diagnóstico e o tipo de dor. Os medicamentos podem ser utilizados em casos de infecções e disfunções hormonais. Além disso, podem ser indicados terapia sexual, relaxamento da musculatura vaginal, fisioterapia pélvica, além de técnicas de respiração e inserção de dilatadores vaginais.

Os transtornos sexuais que causam dor podem afetar significativamente a qualidade de vida de uma mulher. É crucial abordá-los com sensibilidade, empatia e um entendimento abrangente de suas causas e opções de tratamento. Buscar ajuda profissional de saúde especializados em saúde sexual é essencial para diagnosticar e gerenciar esses transtornos de forma eficaz. Com o tratamento adequado e o apoio necessário, mulheres que apresentam essas queixas sexuais podem recuperar o seu bem-estar sexual e desfrutar da sua sexualidade em toda a sua plenitude.


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Os transtornos sexuais são caracterizados  por alterações psicofisiológicas nas diferentes fases da resposta sexual, o que pode causar sofrimento acentuado, problemas de autoestima e dificuldades nos relacionamentos amorosos. As etapas da resposta sexual humana consistem no desejo, excitação, orgasmo e resolução. Quando existe algum tipo perturbação ou ruptura nesse ciclo natural e saudável, os distúrbios sexuais acontecem.

Disfunção orgásmica

A disfunção orgásmica ou anorgasmia é a falta de orgasmo nas relações sexuais. Ela é considerada primária quando a pessoa nunca teve orgasmo na vida ou secundária, quando já teve e passou a não ter. Esse transtorno pode ser classificado como situacional ou absoluto. Ele é situacional quando acontece em determinadas ocasiões, como quando a pessoa não se sente confortável no lugar da transa. Mas quando a anorgasmia ocorre sempre, independentemente das circunstâncias, o problema é chamado de absoluto. Como as causas da disfunção orgásmica são normalmente psicológicas, interpessoais e emocionais, o tratamento psiquiátrico é o mais indicado para controlar ou reverter o problema. Eventualmente essa condição está associada a quadros clínicos, como acidentes, alterações hormonais e ginecológicas.

Vaginismo

O vaginismo é uma contração indesejada, involuntária e inconsciente da musculatura vaginal. Esse transtorno normalmente atrapalha e, por vezes, impede a penetração no canal vaginal, pois provoca dor e desconforto intenso. Tal disfunção sexual pode ser decorrente de tabus e traumas sexuais, educação rígida e conservadora, além de experiências passadas que provocaram sofrimento físico e emocional. O primeiro diagnóstico costuma ser feito pelo ginecologista, baseado no conjunto de sintomas, exame ginecológico e relatos dos pacientes. A partir daí, o tratamento se fundamenta na identificação das causas do vaginismo e amenização dos sintomas através de modulação hormonal e exercícios pélvicos. Além da participação ginecologista, um bom terapeuta sexual é fundamental para tratar a condição, pois a manutenção da saúde mental é determinante para que a mulher relaxe e consiga ter uma vida sexual ativa e prazerosa.

Dispareunia

A dispareunia é uma dor genital que ocorre antes, durante ou depois do ato sexual. Ela pode ser causada por doenças ginecológicas ou excessivo desconforto vaginal no sexo, seja por razões físicas ou psicológicas que interferem na saúde sexual. O tratamento da dispareunia normalmente é realizado por ginecologistas, no entanto, o acompanhamento psiquiátrico associado pode ser muito útil para que o paciente consiga lidar com o problema, minimizando assim os seus conflitos psicológicos.

Disfunção Erétil

Disfunção erétil é um problema comum que afeta cerca de 30% dos brasileiros, ou seja, aproximadamente 15 milhões de homens no país. Esse transtorno consiste na dificuldade de obter ou manter a ereção, de modo que aconteça a penetração. As causas da disfunção erétil podem ser psicológicas ou biológicas, como a existência de doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes, acidentes com o pênis ou medula espinhal, dependência química, efeito colateral de medicamentos, traumas e tabus sexuais. O tratamento deve incluir o acompanhamento de urologista, que pode receitar o uso de medicação oral, injeções intrapenianas, implante de próteses e terapias hormonais. O tratamento psiquiátrico também é importante, pois os padrões mentais são determinantes na saúde sexual.

Ejaculação Precoce

A ejaculação precoce acontece quando o homem não consegue controlar o processo ejaculatório e não segura o gozo até o fim do ato sexual, o que pode reduzir significativamente a sensação de prazer, provocando certa frustração nele e na parceira (o). Nesse transtorno, a ejaculação acontece logo depois da penetração, nos primeiros minutos dela, ou mesmo sem que ela ocorra, apenas com os pensamentos eróticos e a ereção. Aproximadamente 40% dos homens sofrem com esse problema, mas a boa notícia é que a ejaculação precoce pode ser tratada com procedimentos e medicamentos específicos para as lesões diagnosticadas e doenças encontradas, além de psicoterapia para a compreensão das causas e controle dos sintomas.

Ejaculação Retardada

A característica particular da ejaculação retardada é retardo acentuado ou incapacidade de atingir a ejaculação. O homem relata dificuldade ou incapacidade para ejacular, a despeito da presença de estimulação sexual adequada e do desejo de ejacular.  A definição de “retardo” não apresenta limites precisos, tendo em vista que não há consenso sobre o que seria um tempo razoável para atingir o orgasmo ou o que é um tempo inaceitavelmente longo para a maioria dos homens e parcerias sexuais. A demora em ejacular chega a ponto de causar exaustão ou desconforto genital,

Transtorno do desejo sexual hipoativo

O transtorno do desejo sexual hipoativo, comumente expressado com “falta de libido”, se baseia na diminuição ou falta de motivação e interesse por sexo. Nesse caso, a pessoa com baixa libido não apresenta vontade de manter relações sexuais. O problema pode ser causado por múltiplos fatores, como conflitos no relacionamento, alterações hormonais, falta de intimidade, dificuldades de comunicação com o(a) parceiro(a), além de traumas sexuais. O tratamento deve ser conduzido de acordo com a causa. Se o problema for de ordem orgânica (alterações hormonais, secundário a medicações, hipertensão arterial, entre outras causa) o clínico (urologista, ginecologista, endocrinologista, etc),  deve comandar o processo. Se a razão do transtorno for de ordem mental, o paciente deve buscar o auxílio de psicólogos e psiquiatras. De todo modo, nada impede que o tratamento seja multidisciplinar.

 

Os transtornos sexuais podem impactar significativamente a qualidade de vida tanto de homens quanto de mulheres. Compreender as causas, sintomas e opções de tratamento disponíveis é crucial para pessoas afetadas por essas condições. Buscar ajuda profissional, seja por meio de terapia, medicamentos ou mudanças no estilo de vida, pode contribuir muito para melhorar a saúde sexual e o bem-estar geral. É essencial quebrar o estigma em torno dos distúrbios sexuais e criar um ambiente de apoio onde as pessoas possam buscar ajuda sem medo ou vergonha. 


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25 de junho de 2022 Todos

O vaginismo é um problema sério e nós precisamos falar sobre isso. Também conhecido como transtorno de dor gênito-pélvica, ele afeta a vida sexual de mulheres de todas as idades. Sabe aquela dor chata na hora do sexo? É dela que estamos falando. Neste texto, vou esclarecer quais as causas, como identificar os sintomas e buscar tratamento adequado.

Atualmente, estima-se que entre 5 e 17% da população feminina mundial sofra deste distúrbio. Mas, devido ao tabu existente acerca do tema, os números podem ser maiores, uma vez que muitas mulheres não são encorajadas a investigar incômodos mais íntimos.

O que é o vaginismo?

Caracteriza-se pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, de modo leve ou severo, causando até mesmo impossibilidade de manter relação. Às vezes, ocorre na tentativa de introdução de objetos eróticos, absorventes internos e, também, durante exames ginecológicos.

Mulheres com vaginismo não são “anormais” e sentem, sim, excitação e conseguem atingir o orgasmo como qualquer outra, desde que não haja tentativa de penetração. É como se o corpo desejasse, mas a mente bloqueasse.

Nem toda dor significa vaginismo

É importante diferenciar e dizer que outras dores (dispareunias) podem se manifestar antes, durante e após a relação sexual, não guardando relação com o vaginismo, como nos casos de infecções, atrofias, problemas urinários e intestinais, endometriose e malformações. O diagnóstico leva em consideração a época de aparecimento – se presente desde o começo da vida sexual ou depois de um período de relações habituais, exames clínicos e histórico pessoal.

Tratamento

Medicamentos podem tratar doenças associadas ao vaginismo, como infecção urinária. Hormônios, géis anestésicos e aplicação de toxina botulínica (e outras intervenções similares aplicadas nos músculos envolvidos na anatomia vaginal) combatem a atrofia e atuam no relaxamento da musculatura vaginal. Fisioterapia com exercícios perineais e psicoterapia (em casal, se possível, pois é algo que afeta ambas as partes) também são aliadas no tratamento multidisciplinar.

Consequências

Para além da dor, a principal delas é a insegurança com o parceiro, o que, consequentemente, gera sentimentos como culpa, incapacidade, rejeição, frustração, baixa autoestima. No final das contas, enorme distância entre os casais. Algumas mulheres sentem muita vergonha e não procuram ajuda médica, o que é extremamente danoso em termos emocionais e reprodutivos.

Tudo começa na mente

Medo (quase sempre inconsciente, de que a vagina não tenha espaço suficiente para receber o pênis, de ser machucada, etc), ansiedade elevada, contração e dor. Esse é, basicamente, o ciclo que se relaciona ao vaginismo primário, desencadeado por um mecanismo psicossomático, e ao tipo vinculado a uma experiência negativa ou imaginária.

Multifatorial, o vaginismo precisa ser abordado considerando-se causas orgânicas e/ou psicológicas. Você sabia que a forma como a menina foi conduzida nas fases da infância e adolescência à educação sexual interfere, e muito, na ocorrência de bloqueios deste tipo? Questões culturais, falta de conhecimento acerca do próprio corpo, histórias de abuso, resistências morais quanto ao prazer também influenciam.

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