Dra Aline Rangel / Dra Aline Rangel

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Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.  A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho.

Desde 2022, a Organização Mundial da Saúde reconhece o burnout como um transtorno relacionado ao estresse crônico no trabalho, descrito na CID-11. Mas para as mulheres, o burnout vai além do ambiente profissional. É o peso invisível de conciliar carreira, maternidade, vida social, autocuidado e a constante cobrança de ser “boa o suficiente”.

Sintomas de burnout

  • Exaustão física e emocional constante

  • Sensação de distanciamento mental ou desconexão

  • Sentimento persistente de ineficácia ou incompetência

  • Irritabilidade, desânimo e perda de motivação

Burnout não é frescura. Não é preguiça.
É um colapso físico e emocional que precisa de atenção profissional.

Fadiga Crônica: cansaço além do normal

Se você:

  • Dorme bem, mas acorda exausta,

  • Sente que pequenas tarefas viraram desafios gigantes,

  • Carrega uma sensação permanente de esgotamento,

Seu corpo está pedindo ajuda.

A fadiga crônica em mulheres pode indicar burnout feminino, depressão, ansiedade, transtornos do sono ou até doenças autoimunes — todas condições que precisam de avaliação médica cuidadosa.

Síndrome da Impostora: a insegurança que consome

Mesmo após conquistas impressionantes, você sente que “não merece” o sucesso que tem?
Que está enganando todo mundo e, a qualquer momento, será “descoberta”?

Esses sentimentos definem a síndrome da impostora, descrita pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes em 1978, após estudarem mulheres de alto desempenho que:

  • Atribuíam suas vitórias à sorte ou esforço desproporcional,

  • Sofriam com ansiedade e perfeccionismo,

  • Viviam com medo de serem “expostas” como uma fraude.

A síndrome da impostora em mulheres potencializa o burnout e reforça ciclos de autoexigência e exaustão.

Psiquiatria e o feminino: cuidar antes de quebrar

A psiquiatria não é apenas um espaço para “dar remédio” — é um espaço de prevenção, escuta e fortalecimento emocional.

O acompanhamento psiquiátrico pode:

  • Identificar sinais precoces de burnout em mulheres,

  • Apoiar decisões de carreira, maternidade e vida pessoal,

  • Tratar fadiga crônica, ansiedade e transtornos relacionados,

  • Fortalecer a autoestima e ajudar a enfrentar a síndrome da impostora.

Você não precisa chegar ao limite para pedir ajuda.

Um convite à pausa: seu bem-estar também importa

Este texto, escrito neste dia dedicadp à mulher, é uma homenagem a todas nós que, muitas vezes, carregamos o mundo nas costas e, mesmo assim, duvidamos do nosso próprio valor.

✨ Você não precisa provar nada para merecer descanso.
✨ Você tem o direito de cuidar de si.
✨ Você não está sozinha.

Se o seu corpo está gritando, se a exaustão virou rotina, se a sensação de não ser “suficiente” te persegue… talvez seja hora de colocar a sua saúde emocional em primeiro lugar.

Perguntas Frequentes sobre Burnout em Mulheres

O que é burnout em mulheres?
O burnout em mulheres é um estado de esgotamento físico, mental e emocional causado por estresse crônico, que afeta de forma desproporcional mulheres que acumulam múltiplas funções, como trabalho, maternidade e autocobrança pessoal.

Quais são os sintomas mais comuns do burnout feminino?
Os principais sintomas incluem fadiga extrema, distanciamento emocional, sensação de incompetência, irritabilidade, insônia, dores físicas sem causa aparente e queda no rendimento profissional.

Qual a diferença entre cansaço normal e burnout?
Enquanto o cansaço normal melhora após o descanso, o burnout persiste, mesmo após noites de sono ou férias. É um esgotamento profundo, que impacta corpo, mente e emoções de forma duradoura.

Como a síndrome da impostora contribui para o burnout em mulheres?
A síndrome da impostora faz com que mulheres minimizem suas conquistas e sintam que nunca são boas o suficiente, levando a padrões de autoexigência extrema que aumentam o risco de esgotamento emocional e burnout.

Quando devo procurar ajuda psiquiátrica para burnout?
Se o cansaço é constante, se você sente que perdeu o prazer no trabalho ou na vida pessoal, se há sintomas físicos ou emocionais frequentes, é importante buscar ajuda de um psiquiatra. A intervenção precoce pode prevenir o agravamento do quadro.


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Você domina códigos, projetos, algoritmos. Mas e quando não consegue dar conta de si mesmo?
Se você é um homem de alta performance, que trabalha com tecnologia, por exemplo, talvez já tenha se perguntado por que tem tanto sucesso profissional e, ainda assim, sente um certo vazio quando fecha o notebook. Muitos homens brilhantes vivem o que chamo de paradoxo do prazer solitário: recorrem à pornografia ou ao sexo virtual como forma de relaxamento, regulação emocional ou até preenchimento afetivo — sem perceber que estão, pouco a pouco, se afastando da possibilidade de conexão real.

Quando o uso de pornografia deixa de ser só um hábito?

Nem todo consumo de pornografia é um problema. Mas, em alguns casos, ele pode se tornar compulsivo. A Organização Mundial da Saúde reconheceu, desde 2018, o Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo (TCSC) na CID-11. O critério não é a quantidade de vezes que você se masturba ou assiste a conteúdo adulto — e sim o grau de sofrimento, prejuízo pessoal e impacto nas relações​.

Um estudo internacional estima que cerca de 5% da população mundial pode apresentar esse tipo de comportamento — e apenas uma minoria procura ajuda​,

Por que homens inteligentes e solitários podem ser mais vulneráveis?

Você pode ser altamente funcional no trabalho, mas emocionalmente desorganizado no campo afetivo. A ciência tem mostrado que fatores como impulsividade contextual, solidão, histórico de traumas e até a maneira como lidamos com prazer imediato (como nos jogos, pornografia ou comida) interferem na capacidade de adiar recompensas e manter comportamentos equilibrados​.

Além disso, o uso de pornografia é reforçado por um tripé difícil de combater: acesso fácil, anonimato e gratificação instantânea​No curto prazo, alivia. No longo prazo, isola.

“Mas eu não sou viciado, só uso para relaxar…”

Esse é um ponto importante. Nem sempre há um “vício químico” como se vê em substâncias. Muitas vezes, o que há é um padrão compulsivo que serve para abafar outras dores: ansiedade, estresse, medo de rejeição, traços depressivos ou um sentimento persistente de inadequação​.

Um sinal de alerta? Quando você não consegue parar, mesmo quando quer. Ou quando o consumo interfere nas suas relações reais, no seu sono, produtividade ou bem-estar emocional.

O ciclo da compulsão: por que o prazer pode afastar o afeto?

Muitos homens dizem: “Não me conecto com ninguém. Prefiro ficar na minha”. Mas o que começa como um refúgio pode se transformar em isolamento. A pornografia oferece excitação sem vulnerabilidade, orgasmo sem intimidade, satisfação sem reciprocidade.

A longo prazo, isso pode tornar mais difícil lidar com os ritmos, frustrações e imperfeições dos relacionamentos reais. O sexo real exige presença, diálogo, afeto — e não apenas performance. E isso assusta, principalmente quem cresceu sem aprender a expressar o que sente.

Existe tratamento?

Sim. A abordagem mais eficaz é aquela que não reduz o problema a uma “falta de força de vontade”, mas considera o contexto emocional, os padrões de pensamento, a história de vida e a relação com o próprio corpo e o desejo​Assessment and treatmen….

O tratamento pode envolver:

  • Psicoeducação sobre compulsão sexual, desejo e prazer;

  • Terapia sexual com foco em autoestima, intimidade e vínculo;

  • Avaliação psiquiátrica, quando há comorbidades como depressão, ansiedade, outros transtornos que cursem com impulsividade como o TDAH e/ou Transtorno Bipolar;

  • E sobretudo: um espaço seguro, sem julgamentos, para repensar a sexualidade como parte da saúde mental — e não como inimiga do afeto.

Um convite à reflexão

Talvez você se reconheça nesse texto. Talvez não. Mas se a sua sexualidade está se tornando uma forma de evitar, esconder ou anestesiar o que sente, vale a pena olhar para isso com mais cuidado.

Você merece uma vida em que o prazer não exclua o afeto.


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A depressão, uma condição que afeta milhões de brasileiros, ganha uma nova aliada no tratamento: a vilazodona, comercialmente conhecida como Aymee ® (Farmacêutica Libbs). Aymee é indicado para o tratamento da depressão (um estado de profunda e persistente infelicidade ou tristeza, acompanhada por uma completa perda de interesse em atividades diárias normais). Recém-chegada ao mercado brasileiro, essa molécula representa um avanço significativo para o manejo de transtornos depressivos, especialmente quando acompanhados de sintomas de ansiedade.

Embora ela traga inovações importantes no tratamento da depressão, é fundamental contextualizar sua utilização de forma responsável, evitando generalizações que possam levar a mudanças precipitadas em tratamentos que se revelaram bem bem-sucedidos na história de quem procura a ajuda de um psiquiatra.

O que é a Vilazodona?

A vilazodona é um antidepressivo classificado como SPARI (inibidor seletivo da recaptação de serotonina e agonista parcial de receptores 5-HT1A). Esse mecanismo duplo não apenas aumenta a neurotransmissão de serotonina, mas também reduz o tempo necessário para a ação clínica, potencialmente aliviando os sintomas mais rapidamente do que outros ISRS tradicionais.

Imagine uma ponte cheia de bloqueios representando as conexões neuronais na depressão. A vilazodona atua como um “gestor de tráfego”, desbloqueando o fluxo de serotonina (inibindo sua recaptação) e ajustando a “sinalização” nos receptores 5-HT1A, que regulam o humor e reduzem a ansiedade. Essa combinação permite que o cérebro recupere sua “regulação emocional”.

Eficácia clínica: o que os estudos mostram?

  • Melhora rápida: Estudos randomizados indicam melhora significativa nos sintomas depressivos a partir da segunda semana, avaliada por escalas como a MADRS (Montgomery-Asberg Depression Rating Scale)​.
  • Depressão ansiosa: Em pacientes com depressão acompanhada de sintomas de ansiedade, um subtipo mais complexo de tratamento, a vilazodona demonstrou redução notável em escores de ansiedade e somatização (HAM-A e subescalas de HAMD-17)​
  • Comparação com outros antidepressivos: Em estudos comparativos, a vilazodona foi tão eficaz quanto ISRSs tradicionais, como escitalopram, mas com vantagens no perfil de efeitos adversos​.

​Efeitos Adversos

A vilazodona tem um perfil de segurança bem estabelecido. Os efeitos adversos mais comuns incluem:

  • Náusea (23%) e diarreia (28%), geralmente transitórios e observados nas primeiras semanas. Podem ser muito desconfortáveis mas são passíveis de manejo adequado.
  • Insônia (6%) e dor de cabeça (13%) também foram relatados, mas em menor frequência​.

Função Sexual

A função sexual foi avaliada em dois estudos. A Escala de Experiências Sexuais Arizona (ASEX) foi utilizada no Estudo 1 e as mudanças no Questionário de Função Sexual (CSFQ) foram utilizadas no Estudo 2. A mudança negativa ao partir do período basal, com pontuações mais baixas, indica melhora do funcionamento da ASEX e a mudança média > 2 pontos na pontuação total é considerada clinicamente significativa. Na CSFQ, uma mudança positiva, com pontuações crescentes, é indicativa de melhor funcionamento.

No Estudo 1, a mudança média dos quadrados mínimos (QM) a partir do período basal na pontuação total de ASEX ao término do tratamento para pacientes do sexo masculino tomando placebo ou cloridrato de vilazodona 40 mg foi -1,03 e 0,80, respectivamente. Para o sexo feminino, a mudança média de QM basal na pontuação total de ASEX ao Término do Tratamento foi de 0,07, para os pacientes tomando placebo e -1,14 para pacientes que tomam cloridrato de vilazodona 40 mg. Embora a diferença na média de QM entre placebo e cloridrato de vilazodona tenha sido estatisticamente significativa nos homens, não houve diferença entre cloridrato de vilazodona e placebo em mulheres. Não houve diferenças clinicamente importantes entre o cloridrato de vilazodona e o placebo em nenhum dos domínios ASEX.

No Estudo 2, mudanças na pontuação total média de CSFQ aumentaram em homens e mulheres, tanto para o grupo cloridrato de vilazodona, como para o placebo. As mudanças basais demonstraram nenhuma diferença estatística ou clinicamente significativa entre cloridrato de vilazodona e placebo sobre o funcionamento sexual.

MAS FICA O ALERTA:

Medicações que chegam como promessa de “mais moderna” e “menos efeitos colaterais” podem fazer com que pacientes e colegas psiquiatras menos experientes considerem uma mudança em esquemas terapêuticos efetivos, sobretudo no contexto de episódios recorrentes de depressão, depressões de difícil tratamento, com outros transtornos psiquiátricos associados e/ou resistentes a vários esquemas de tratamento prévios.

A automedicação pode trazer riscos. Medicamentos sob prescrição devem ser administrados sob orientação médica. Converse com o seu médico.

Referências:

  1.  Gbreel, M. I., Al-Kafarna, M., Almaghary, B. K., Elsnhory, A. B., Sabra, H. K., Adwan, M., … & Almadhoon, H. W. (2022). Efficacy and Safety of Vilazodone treatment for Major Depressive Disorder (MDD): A 3390 patients’ meta-analysis of randomized controlled trials.
  2. Jiang, Y., Qu, Y., Du, Z., Ou, M., Shen, Y., Zhou, Q., … & Zhu, H. (2024). Exploring adverse events of Vilazodone: evidence from the FAERS database. BMC psychiatry24(1), 371.
  3. Khan A, Cutler AJ, Kajdask DK, Gallipoli S, Athanasiou M, Robinson DS et al. A randomized, double-blind, placebocontrolled, 8-week study of vilazodone, a serotonergic agent for the treatment of major depressive disorder. J Clin Psychiarty 2011;72:441-7.
  4. Rickels K, Athanasiou M, Robinson DS, Gibertini M, Whalen H, Reed CR. Evidence for efficacy and tolerability of vilazodone in the treatment of major depressive disorder: a randomized, double- blind, placebo- controlled trial. J Clin Psychiatry 2009;70:326-33.
  5. Santi, N. S., Biswal, S. B., Naik, B. N., Sahoo, J. P., & Rath, B. (2024). A randomized controlled trial comparing the effects of vilazodone, escitalopram, and vortioxetine monotherapy on the metabolic parameters in patients with major depressive disorder. Cureus16(8), e67941.

 


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O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento marcado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Com prevalência variando de 5,9% a 10% em crianças e 2,5% a 7% em adultos, o TDAH afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com diferenças importantes entre os gêneros ao longo da vida. Já o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCA), um distúrbio alimentar crônico, é caracterizado por episódios frequentes de ingestão exagerada de alimentos sem comportamentos compensatórios, atingindo cerca de 2,8% da população.

Embora pareçam condições distintas, estudos mostram que tanto o TDAH quanto o TCA compartilham uma característica neurobiológica central: a disfunção no sistema de recompensa do cérebro. Essa similaridade abre caminho para intervenções eficazes, como o uso da lisdexanfetamina (LDX) –  comercializada com o nome Venvanse ® aqui no Brasil – um medicamento que tem se mostrado promissor no tratamento de ambas as condições.

O sistema de recompensa no TDAH e na Compulsão Alimentar

O sistema de recompensa desempenha um papel central na regulação da motivação, do prazer e da tomada de decisões. Tanto no TDAH quanto no TCA, há uma disfunção nesse sistema, especialmente em relação à dopamina, um neurotransmissor crucial para o processamento de recompensas.

  • TDAH: Pacientes apresentam dificuldade em lidar com atividades que não oferecem gratificação imediata, o que leva a impulsividade e problemas de autorregulação.
  • TCA: No transtorno da compulsão alimentar, observa-se uma hipersensibilidade às recompensas alimentares, resultando em um ciclo de compulsão e reforço positivo contínuo.

Essa preferência por recompensas imediatas é comum em condições como transtornos por uso de substâncias e compulsão alimentar, dificultando o controle sobre comportamentos impulsivos.

Lisdexanfetamina: um tratamento promissor

A lisdexanfetamina (LDX) é um pró-fármaco que se converte em dextroanfetamina no organismo, aumentando os níveis de dopamina e norepinefrina em áreas do cérebro relacionadas à atenção, controle de impulsos e recompensa. Ela é amplamente utilizada no tratamento do TDAH e também tem demonstrado eficácia no manejo do TCA.

Benefícios da Lisdexanfetamina no TDAH:

  • Redução da impulsividade e da aversão a recompensas tardias.
  • Melhora na tomada de decisões e no controle de impulsos.
  • Efeitos consistentes ao longo do dia devido à sua ação prolongada.

Benefícios da Lisdexanfetamina no TCA:

  • Redução significativa nos episódios de compulsão alimentar.
  • Normalização da resposta de recompensa aos alimentos.
  • Melhora na regulação dopaminérgica, reduzindo o ciclo de compulsão e reforço positivo.

Estudos mostram que a LDX pode atuar diretamente na habênula lateral (LHb), uma estrutura do cérebro associada à sinalização de não recompensa. Essa regulação contribui para a normalização do sistema de recompensa em pacientes com TDAH e TCA, promovendo escolhas mais equilibradas e reduzindo os comportamentos impulsivos.

Conexão entre TDAH, Compulsão Alimentar e tratamento

A relação entre TDAH e TCA vai além das semelhanças nos sintomas. Ambos os transtornos compartilham disfunções neurobiológicas que afetam o dia a dia dos pacientes, aumentando o risco de comorbidades psiquiátricas. Intervenções que abordam essas disfunções, como o uso da lisdexanfetamina, têm se mostrado eficazes na melhoria da qualidade de vida.

Investir em um tratamento adequado, que pode incluir psicoestimulantes, terapia comportamental e mudanças no estilo de vida, é essencial para o manejo desses transtornos. O impacto positivo da LDX no sistema de recompensa oferece uma abordagem inovadora para tratar não apenas os sintomas principais, mas também as comorbidades associadas.


Referências:

  1. Newcorn JH, Ivanov I, Krone B, Li X, Duhoux S, White S, et al. Neurobiological basis of reinforcement-based decision making in adults with ADHD treated with lisdexamfetamine dimesylate: Preliminary findings and implications for mechanisms influencing clinical improvement. J Psychiatr Res. 2024;170:19-26.
  2. Schneider E, Higgs S, Dourish CT. Lisdexamfetamine and binge-eating disorder: A systematic review and meta-analysis of the preclinical and clinical data with a focus on mechanism of drug action in treating the disorder. Eur Neuropsychopharmacol. 2021;53:49-78.
  3. Mondoloni S, Mameli M, Congiu M. Reward and aversion encoding in the lateral habenula for innate and learned behaviours. Transl Psychiatry. 2022;12(1):3.

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O movimento internacional Novembro Azul, comemorado em todo o mundo, nasceu do “Movember”, que é a junção das palavras “moustache” (bigode, em inglês) e “november” (novembro), na Austrália. A ideia rapidamente se espalhou e hoje é celebrada em diversos países, inclusive o Brasil, para lembrar aos homens a importância de cuidar da saúde, especialmente a prevenção do câncer de próstata.

Aqui no Brasil, o Instituto Lado a Lado pela Vida realiza, desde sua fundação em 2008,  iniciativas para promover a mudança de comportamento dos homens. Em 2011, o Instituto lançou o Novembro Azul no país, com o objetivo de conscientizar e orientar os homens acerca da sua saúde; estimular uma importante mudança de hábitos, e também trabalhar por um melhor acesso da população masculina à saúde de forma integral. Atualmente, é o maior movimento em prol da saúde do homem no país. Em 2024, a campanha está pautada na mensagem “Saúde do Homem: Cada Passo Conta”, mostrando como podemos sair do labirinto da dúvida com informação e cuidado.

E olha, para isso, nada de desculpas ou mitos! Fazer o exame de próstata não é “uma dedada” que “vai deixar de ser homem” ou trazer qualquer conotação sexual. A cartilha do Ministério da Saúde alerta que, em casos suspeitos, o exame do toque retal é um método de avaliação importante e absolutamente clínico – e nada tem a ver com brincadeiras de “virar gay”! O exame de toque reta é uma ferramenta essencial para a saúde masculina e prevenção do câncer de próstata, assim como tantas outras que usamos no dia a dia sem questionar.

Saúde Integral do Homem

A saúde do homem, porém, vai além da próstata. Ela envolve também cuidar da saúde mental, algo que infelizmente ainda é negligenciado por muitos. Desde jovens, os homens são educados a “não chorar”, “ser forte” e “segurar as pontas”, e isso leva muitos a não buscarem ajuda mesmo quando necessário. Sem tratamento, os problemas emocionais podem prejudicar não só o próprio homem, mas também aqueles ao seu redor.

A proposta do Novembro Azul, portanto, é mais do que um lembrete para cuidar do físico; é um convite para que os homens cuidem da saúde integral, incorporando a saúde mental ao seu autocuidado. Para superar o estigma, precisamos promover uma educação emocional desde cedo – antes mesmo que eles tenham bigode!

Um novo olhar para a Saúde Masculina

Os desafios culturais e o estigma de “ser macho” muitas vezes dificultam que os homens busquem apoio emocional. São condicionados a evitar mostrar fraqueza e acabam reprimindo suas próprias emoções, o que gera problemas de saúde mental que, em muitos casos, poderiam ser tratados desde cedo.Cuidar da saúde mental é, sim, cuidar do corpo. Ansiedade, estresse e depressão, por exemplo, têm impactos no sistema imunológico e aumentam o risco de doenças crônicas. Além disso, a saúde emocional é crucial para manter bons relacionamentos, melhor desempenho profissional e uma vida social mais saudável.

Estratégias para promover a Saúde do Homem

  1. Educação e Conscientização: É preciso ensinar aos homens a importância de reconhecer seus sentimentos e procurar ajuda quando necessário. Quebrar o estigma da vulnerabilidade e tornar as informações sobre saúde mental acessíveis é fundamental.
  2. Expressão Emocional e Apoio Social: Estimular uma cultura onde os homens sintam-se à vontade para falar sobre o que sentem é essencial. Grupos de apoio e terapia são excelentes para criar um espaço seguro onde eles possam se expressar.

O Novembro Azul não se trata só de lembrar do exame de próstata, mas de promover um cuidado integral do homem. Desde o físico até o emocional, a saúde do homem deve ser valorizada o ano todo. E para aqueles que ainda têm receio do exame de próstata, lembrem-se: o médico está ali para ajudar, não para “mexer com a sua masculinidade”. Afinal, a verdadeira força está em cuidar de si e viver uma vida longa e saudável – com ou sem bigode!


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Embora amplamente invisível até recentemente, a população LGBTQ+ idosa representa uma parcela significativa (e crescente) tanto da comunidade LGBTQ+ quanto da população geral com mais de 65 anos. Enfrentando os mesmos desafios que atingem todas as pessoas à medida que envelhecem, esses indivíduos também lidam com uma série de barreiras e desigualdades únicas, que podem dificultar uma vida saudável e plena na terceira idade. O etarismo impacta de forma única homens gays e mulheres lésbicas, gerando desafios como o medo da solidão e da invisibilidade. Veja como a comunidade LGBTQIA+ enfrenta o envelhecimento e as barreiras impostas pelo preconceito de idade e orientação sexual.

O que é o Etarismo e como ele impacta a comunidade LGBTQIA+?

O etarismo é o preconceito contra pessoas mais velhas, promovendo a ideia de que a juventude é a fase mais desejável da vida. Na comunidade LGBTQIA+, o etarismo afeta homens e mulheres de maneiras diferentes. Para homens gays, a pressão estética é intensa, enquanto para mulheres lésbicas, o envelhecimento frequentemente leva a uma invisibilidade dupla – tanto como mulher quanto como lésbica. Em uma sociedade que as espera no papel de cuidadoras, muitas vezes o fato de serem lésbicas é ignorado, fazendo com que suas relações afetivas sejam desconsideradas por familiares e pela sociedade em geral​.

Muitos homossexuais relatam temores em relação à velhice que incluem o medo da solidão e a ausência de apoio familiar, uma vez que a maioria não tem filhos e enfrenta rupturas com parentes ao longo da vida. Mesmo em instituições, relatos mostram que o público homossexual mais velho enfrenta resistência e falta de compreensão. Em muitos casos, “retornar ao armário” acaba sendo uma condição para o acolhimento seguro, mesmo que seja sentido como um retrocesso doloroso​.

A solidão e o envelhecimento de pessoas lésbicas e gays

Homens gays frequentemente sentem que envelhecer significa “perder valor” na comunidade, alimentando a insatisfação e baixa autoestima. A falta de modelos positivos de homens homossexuais mais velhos apenas reforça essa perspectiva, e as redes sociais desempenham um papel na perpetuação do “ideal jovem”​. De outra forma, muitas mulheres lésbicas são tratadas como “tias” ou “amigas” por familiares, e suas relações são desconsideradas. Esse apagamento afeta profundamente a saúde mental e a autoestima das mulheres mais velhas, que muitas vezes acabam por internalizar a LGBTfobia e se isolam​.

É comum que muitas pessoas, sobretudo familiares mais próximos, não validem a vida amorosa e a constituição da “família homossexual”. Anula-se a orientação sexual da pessoa. São comuns frases como: ‘Faz tempo que você não traz aquela sua amiga, não é?’, ou ‘aquele amigo que está sempre com você’, desconsiderando o fato de que se trata de uma namorada ou namorado, por exemplo. Uma vez que aos olhos dos outros (família, amigos e/ou colegas de trabalhos, etc) o relacionamento dessa mulher lésbica ou homem gay não é válido, irão exigir que ela tenha toda disponibilidade do mundo para se submeter ao que eles desejarem. Muitos se vêem obrigados a serem os “cuidadores dos idosos” da família por não terem constituído uma “família Doriana”. Mas o mais impressionante disso é que muitas pessoas se veem nesse ‘dever moral’. As mulheres lésbicas, principalmente, tomam para si esta “missão”, muitas vezes por viverem uma vida inteira num conflito chamado homofobia internalizada.

A pressão estética e o medo de perder a juventude

O uso crescente de tratamentos estéticos, como botox e harmonização, entre homens gays reflete o valor desproporcional dado à juventude. Na comunidade lésbica, enquanto a pressão estética é menos intensa, muitas mulheres ainda sofrem ao ver sua identidade ignorada. Quando envelhecem, a expectativa social é de que as lésbicas mais velhas assumam um papel submisso de cuidadora, especialmente para familiares, mesmo que tenham uma vida plena e afetiva com suas parceiras.

Estratégias para enfrentar o etarismo e valorizar o envelhecimento

  1. Busque modelos positivos de idosos LGBTQIA+: Valorizar pessoas homossexuais mais velha s e conhecer histórias de resiliência pode ajudar a desmistificar o envelhecimento e o medo de “perder o valor” com o tempo.
  2. Fortaleça as conexões sociais: Participar de grupos LGBTQIA+ de todas as idades, que valorizem cada fase da vida, ajuda a reduzir o isolamento.
  3. Invista em saúde mental: O apoio psicológico e o apoio mútuo com pessoas que compartilham a mesma dor é fundamental para homens e mulheres que enfrentam o etarismo e a LGBTfobia (externa ou internalizada).
  4. Pratique o Autocuidado e Celebre a Experiência de Vida: Cuidar da saúde física e emocional sem ceder à pressão estética é essencial. Exercícios físicos e uma boa alimentação são maneiras de manter o bem-estar e valorizar o corpo em qualquer idade. Celebrar as conquistas e os desafios superados fortalece a autoestima e ajuda a comunidade LGBTQIA+ a enfrentar o preconceito etário.

Envelhecer é um processo natural, mas pode ser especialmente desafiador para mulheres e homens homossexuais devido ao etarismo e à falta de apoio familiar. Superar esses desafios envolve adotar uma postura de aceitação e criar redes de apoio que valorizem a experiência e a diversidade de vivências.

Se você é uma mulher lésbica ou um homem gay e se identificou com este texto, eu te convido a fazer parte de uma comunidade de mútua ajuda e a compartilhar a sua história. Mande um e-mail para mim e se apresente: aline@apsiquiatra.com.br


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O transtorno de comportamento sexual compulsivo ou, simplesmente, compulsão sexual (CID-11: HA02) é caracterizado pela dificuldade persistente em controlar impulsos sexuais intensos, levando a comportamentos repetitivos, apesar das consequências negativas para o indivíduo. Assim como no impulso sexual excessivo, não há uma medida exata do que seria um “comportamento sexual normal”. O que define o transtorno é o impacto negativo desses comportamentos na vida cotidiana.

Exemplos de comportamentos compulsivos incluem:

  • Passar horas consumindo material sexual online, negligenciando tarefas diárias e responsabilidades.
  • Buscar relações sexuais repetitivas com diferentes parceiros, mesmo quando isso coloca em risco a saúde, o trabalho ou relacionamentos.
  • Utilizar o sexo como uma forma de evitar lidar com emoções difíceis, como estresse ou ansiedade, repetidamente, sem sucesso em controlar esse padrão.

Esse termo “comportamento sexual” age como um “guarda-chuva” que cobre diferentes tipos de expressões sexuais, desde pensamentos, fantasias e impulsos até ações repetitivas. O comportamento sexual torna-se problemático quando é compulsivo e a pessoa não consegue controlar a repetição, mesmo quando isso gera sofrimento e prejuízos à sua vida.

Essa explicação deve deixar claro que o problema não é a “quantidade” de atividade sexual em si, mas o “impacto negativo” que esse comportamento repetitivo e incontrolável gera.

Identificando seus gatilhos de “Vício Sexual

Muitas pessoas acreditam que “viciados em sexo” são provocados apenas quando encontram uma imagem erótica, como uma foto sugestiva ou veem uma pessoa vestida de maneira sensual. No entanto, na realidade, quase qualquer coisa pode ser um gatilho para o vício sexual.

Um gatilho é algo que desperta pensamentos e sentimentos de desejo, que resultam em fantasias e comportamentos sexuais. O gatilho pode ser de natureza sexual, mas também pode ser um evento desagradável ou uma memória infeliz. O desejo sexual e a necessidade de satisfazer esse desejo tornam-se uma forma de evitar pensamentos ou sentimentos difíceis de lidar. Eventos positivos também podem ser gatilhos para comportamentos sexuais.

A compulsão sexual pode ser considerado algo cíclico. Gatilhos geram fantasias sexuais, que levam a rituais, como visitar sites pornográficos ou contatar parceiros sexuais. A consumação do ato, que envolve o sexo e o orgasmo, é seguida por um distanciamento emocional, como racionalizações ou culpar outros pelo comportamento sexual. Em seguida, geralmente há uma onda de emoções negativas, como culpa, vergonha, ansiedade ou depressão. Esse desconforto emocional pode, então, desencadear um novo ciclo de compulsividade sexual.

Quando você está ciente dos seus gatilhos, pode preveni-los. Isso é especialmente verdade se você puder substituir uma atividade positiva e não sexual quando um gatilho ocorrer. Atividades positivas podem incluir conversar com um amigo próximo, ir à academia, reaproximar-se de relacionamentos sexuais “saudáveis” ou trabalhar, ou um hobby.

Identificando seus Gatilhos Internos e Externos

Liste os gatilhos internos que podem levar a um ciclo de atuação sexual. Gatilhos internos comuns incluem baixa autoestima, estresse, sentimentos de solidão e tédio, ou tristeza. Avalie a “força” do gatilho de 1 a 10, sendo: 1=Não muito forte, fácil de ignorar e 10=Muito forte, incontrolável. Também anote atividades positivas que você pode realizar quando enfrentar um gatilho.

GATILHOS INTERNOS                  FORÇA                 ATIVIDADES POSITIVAS

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2._____________________________    _________    __________________________________

3._____________________________    _________    __________________________________

4._____________________________    _________    __________________________________

Agora liste os gatilhos externos que podem levar a um ciclo de atuação sexual. Gatilhos externos comuns incluem o uso de drogas e álcool, discussões, críticas, dificuldades no trabalho ou na escola. Avalie a “força” do gatilho e liste atividades positivas para superá-lo.

GATILHOS EXTERNOS                   FORÇA                 ATIVIDADES POSITIVAS

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2 de setembro de 2024 Dra Aline RangelSem categoria

O que é a Rejeição e por que dói tanto?

Rejeição ocorre quando nos sentimos não aceitos ou desvalorizados por outra pessoa ou grupo. Esse sentimento pode ser desencadeado por um comentário, uma crítica ou a sensação de não ser correspondido em suas expectativas. A rejeição, especialmente quando recorrente, pode ter um impacto duradouro em nossa autoestima. A rejeição ativa áreas do cérebro ligadas à dor física, o que explica por que essa experiência pode ser tão dolorosa e impactante para nossa saúde emocional.

E quando a Rejeição se torna “complexo de rejeição“?

Quando experimentamos rejeição, seja no passado ou no presente, é comum internalizarmos essas experiências e começarmos a acreditar que não somos bons o suficiente. Isso pode nos levar a evitar situações em que o risco de rejeição parece alto, criando um ciclo de isolamento, insegurança e à gênese do “complexo de rejeição”.

complexo de rejeição se manifesta como um medo persistente e intenso de ser rejeitado por outras pessoas. Essa crença negativa pode se infiltrar em diversos aspectos da vida, desde a forma como nos relacionamos com os outros, nos ambientes que estamos (escola, faculdade, trabalho etc) até as decisões que tomamos.

Sintomas do Complexo de Rejeição

  • Autocrítica implacável: Indivíduos com complexo de rejeição tendem a ser extremamente críticos consigo mesmos, focando em seus erros e falhas, mesmo que pequenos. Frases como “Eu nunca sou bom o suficiente” ou “Eu vou cometer um erro e todos vão me rejeitar” são comuns.
  • Baixa autoestima: A crença de que não são bons o suficiente os impede de acreditar em suas capacidades e leva a uma baixa autoestima. Isso pode se manifestar em timidez, inibição e dificuldade em se expressar.
  • Isolamento social: O medo de ser rejeitado pode levar ao isolamento social. Pessoas com esse complexo evitam situações em que se sintam expostas ou vulneráveis, como festas, eventos sociais ou até mesmo iniciar conversas.
  • Dificuldade em se expressar: O receio de críticas ou julgamentos pode inibir a expressão de ideias e opiniões, limitando a participação em debates e a comunicação assertiva.
  • Perfeccionismo exacerbado: A busca incessante pela perfeição pode ser uma forma de mascarar a insegurança e o medo de ser rejeitado. Essa obsessão por resultados impecáveis pode gerar frustração, ansiedade e exaustão.

 

Exercícios para Lidar com a Rejeição

  1. Respire e dê uma pausa: Sentir-se rejeitado pode soar como um alarme emocional em sua mente. Ao invés de reagir imediatamente, crie uma pausa entre o gatilho e sua reação. Quando perceber que está reagindo de forma intensa, pare por um momento e faça algumas respirações profundas. Foque em respirações lentas e profundas por pelo menos um minuto para acalmar seu sistema nervoso e reduzir a intensidade emocional

     Técnica de Respiração 4-7-8: Essa técnica pode ajudar a reduzir a resposta de estresse do seu corpo, permitindo que você reflita sobre a situação com mais calma.

    • Inspire pelo nariz por 4 segundos.
    • Segure a respiração por 7 segundos.
    • Expire lentamente pela boca por 8 segundos.
    • Repita por 4-5 ciclos.

2. Desafie pensamentos negativos: A rejeição pode distorcer nossa percepção, fazendo-nos imaginar o pior cenário possível. Para desafiar esses pensamentos, pergunte-se: Que evidências eu tenho de que estou realmente sendo rejeitado? Estou “lendo a mente” de alguém ou assumindo algo sem provas? Existe outra explicação possível para o que aconteceu?

4. Pratique autocompaixão: Muitas vezes, a rejeição ativa um crítico interno que nos faz sentir “sensíveis demais” ou “não bons o suficiente”. Ao invés de julgar a si mesmo, pratique a autocompaixão. Lembre-se de que todos enfrentam rejeição ou críticas em algum momento e que sua sensibilidade é uma parte normal do ser humano. Diga a si mesmo: “É normal sentir-se magoado. Eu sou forte o suficiente para superar isso.”

5. Reenquadre a crítica: Em vez de enxergar uma crítica como uma rejeição pessoal, tente vê-la como uma oportunidade de crescimento. Nem toda crítica é negativa ou mal-intencionada; muitas vezes, ela pode ser construtiva. Reenquadrar a crítica dessa maneira pode reduzir a carga emocional associada.

6. Comunique suas necessidades: Talvez a mais de difícil de praticar, não é? Expressar que você se sentiu magoado pode ser desafiador, mas é importante para evitar mal-entendidos. Use declarações em primeira pessoa para comunicar seus sentimentos sem culpar os outros. Exemplo: “Eu me senti magoado quando você não respondeu à minha mensagem. Entendo que pode ter estado ocupado, mas gostaria de saber quando não puder responder de imediato.”

7. Transforme o fracasso em oportunidade de aprendizado: Muitas vezes, o fracasso pode ser um gatilho para a sensação de rejeição. Ao invés de ver o fracasso como uma reflexão do seu valor, tente enxergá-lo como parte natural do processo de aprendizado. Pense em uma vez em que você se sentiu fracassado e escreva três coisas que você aprendeu com essa experiência.

8. Jornal ou diário de pensamentos: Quando você se sentir rejeitado ou criticado, escreva o que aconteceu, como interpretou a situação e o que sentiu. Depois, desafie esses pensamentos procurando por evidências e explicações alternativas. Exemplo:

    • Situação: Meu amigo não respondeu à minha mensagem imediatamente.
    • Pensamento: Eles estão bravos comigo ou não querem falar mais comigo.
    • Evidência a favor: Não responderam há horas.
    • Evidência contra: Falamos ontem, e eles estão ocupados com trabalho.
    • Explicação alternativa: Talvez estejam sobrecarregados ou distraídos, mas não estão bravos comigo.

ACREDITE! Esses exercícios são ferramentas práticas para ajudar a reduzir o impacto emocional da rejeição e a melhorar a forma como lidamos com essas situações no dia a dia. Ao praticá-los, é possível desenvolver maior resiliência e um senso de controle sobre as próprias emoções.


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31 de julho de 2024 Dra Aline RangelDestaquesTodos

Se você está pensando em fazer uma consulta com o psiquiatra mas, só de pensar em agendar, teme escrever uma mensagem de WhatsApp ou fica ansioso(a) ao digitar o número, permita-me tranquilizá-lo(a) explicando o passo a passo do que é uma avaliação em psiquiatria, que realizo quatro ou cinco vezes por dia nos últimos 20 anos. (Observação: nem todos os psiquiatras conduzirão suas avaliações exatamente como eu faço, mas o processo de coleta de informações geralmente será semelhante ao que descrevo aqui.)

“Estou envergonhado(a) por estar aqui.”

“Realmente não queria vir hoje.”“Estou preocupado(a) que você me diga que sou louco(a).”

 “Devia ter feito isso há anos.”

Essas são algumas das coisas mais comuns que os pacientes me dizem no início de sua primeira consulta, porque, vamos encarar a realidade: a ideia de abrir o “livro da sua vida”, contar seus conflitos emocionais, pensamentos, falar de sexualidade, drogas e tantas outras questões sobre a saúde mental para alguém que, naquele momento, é um completo estranho, pode ser intimidante.

Respira fundo, a consulta com a psiquiatra irá começar…

Primeiro, eu me apresentarei e terei uma ideia geral do motivo pelo qual você está aqui e das questões que deseja orientação, cuidado e/ou tratamento. Vou informá-lo(a) de que não tenho uma “bola de cristal”, preciso que ouvir a sua “verdade” e, embora eu possa fornecer um diagnóstico já de imediato, esse não é o aspecto mais importante – poderíamos chamar sua condição de “meu problema” se quiser. Não acho adequado ter pressa nesta primeira conversa. Neste primeiro contato, o que realmente importa é criar uma intervenção que funcione para você e o ajude a se sentir melhor. Ao final da consulta, já deixaremos a segunda parte da sua avaliação agendada para 15 dias no máximo.

Sim, psiquiatras fazem perguntas idiotas…

 Uma coisa importante em lembrar é que nem todas as perguntas que eu farei se aplicarão a você. Psiquiatras fazer muitas perguntas e talvez você nem saiba responde-las. Entretanto, um avaliação minuciosa, assim como aquela que um médico clínico geral faria durante um exame físico, envolve verificar e descartar uma infinidade de sintomas e doenças. Embora eu possua um estetoscópio bem guardado dentro do meu consultório, provavelmente não vou ouvir seus pulmões; estarei mais preocupada em como você está se saindo no dia a dia.

Farei perguntas vagas: “e a família, trabalho, e a vida e isso ou aquilo…” Se você preferir perguntas mais diretas, pouco papo, iremos para elas… Não tem como ser diferente: preciso conhecer a sua história desde que você se conhece por gente. Também não se preocupe que sua fala faça sentido, divague sobre o que vier espontaneamente à sua mente e achar importante me contar. A ideia é abrir vários hiperlinks e acessar seu psiquismo. A gente fecha depois.

Se você começar se queixando de que está “nervoso”, eu vou te perguntar “o que é nervoso?”. Percepções pré-concebidas ou generalizadas demais não me ajudam  a te conhecer. Faço perguntas que talvez eu saiba a resposta mas preciso confrontar com sua realidade e posso parecer idiota ou, pior, que estou me fazendo de idiota. Eu durmo quando estou nervosa, por exemplo, enquanto a maioria das pessoas fica agitada.

Você pode não ter qualquer sintoma de depressão, mas junto com a ansiedade, os transtornos de humor são os mais frequentes na população brasileira e, com certeza, farei perguntas sobre tristeza, solidão, vontade de fazer e prazer em fazer as atividades que costuma estar envolvido(a). Vou perguntar com que frequência você sente isso ou aquilo, há quanto tempo, se tem padrão ou associação com alguma coisa, a que horas… Conversaremos sobre oscilações de humor, insônia e qualquer histórico de raiva, explosão ou comportamento excessivamente impulsivo ou compulsivo. Você pode se assustar, mas perguntarei sobre suicídio. Às vezes não é sobre querer morrer de verdade ou se matar, mas tem momentos na vida em que não queremos existir… Ou um vazio gigantesco onde nada nem ninguém parece ter sentido para sua existência. Pode parecer uma cena horrível mas isso é mais comum do que você possa imaginar.

A seguir, virão perguntas sobre ansiedade. Você fica acordado(a) até tarde da noite com pensamentos recorrentes, obsessivos ou ruminantes correndo pela sua mente? Preocupa-se com ou precisa fazer algo a ponto de interferir em sua vida diária? Já teve um ataque de pânico? Fique tranquilo, eu traduzirei o “psiquiatrês” pra você.

“Família ê, família ah, família oh yeah, yeah yeah…”

É importante você me contar se, na sua família, tem alguém com um diagnóstico de transtorno psiquiátrico, mesmo que você só desconfie. Você pode não saber como funciona, mas não só a genética como também comportamentos e hábitos apreendidos desde a infância poderão me ajudar a te ajudar. Já te adianto que não precisa se apavorar em ter a mesma doença que um pai, mãe ou avós. Teremos tempo para eu te explicar como funciona essa questão da hereditariedade em transtornos psiquiátricos. Também perguntarei algumas coisas sobre o uso de drogas e histórico de trauma.

Você já sabe: nós, psiquiatras e psicólogos(as) adoramos “caçar trauma” mas meu olho pode se arregalar quando ouvir sua história e você travar. Não estou assustada, eu aguento ouvir coisas que até Deus duvida mas algo pode ter me impactado. A-M-O conhecer gente. Não cairei na “psicologia de botequim” e atestar que “a culpa de tudo de ruim na sua vida é por causa desse trauma”. Lembre-se de que ser o mais honesto possível comigo permitirá que eu forneça o melhor atendimento informado. Julgamento, vergonha e culpa não são bem-vindos em meu consultório (ou na tela do meu computador).

Possivelmente eu vou perguntar se você acredita em Deus, Adonai, Olorum, Alá, Jeová… Se tem uma religião, se é ateu ou agnóstico. Não vou querer te converter a nenhuma religião tampouco atribuir todos os seus problemas ao fato de ser uma pessoa religiosa. A ideia é acessar tudo que possa me contar um pouquinho sobre quem é você.

A consulta psiquiátrica “dá” mas também “tira” diagnóstico

Posso contrariar você em algum momento, talvez não seja pânico, TDAH, bipolaridade, mas farei com respeito e explicarei o meu ponto de vista. A consulta psiquiátrica também é uma oportunidade de uma segunda opinião ou de esmiuçar transtornos psiquiátricos previamente diagnosticados, sobretudo quando o tratamento não está dando certo.

Falaremos sobre sua história psiquiátrica e eu perguntarei se você já foi prescrito medicamentos psicotrópicos anteriormente ou foi hospitalizado(a) por motivos de saúde mental e clínica. Caso você faça outros tratamentos ou tenha alguma doença clínica e não sabe explicar direito, traga um exame, relatório ou prescrição para eu dar uma olhada. Devo te pedir alguns exames se for necessário, ok? Se você tiver exames recentes, traga também, mesmo que seja do dedão do pé, viu? Dimensionar e identificar como está a sua saúde física me ajuda a cuidar da sua saúde mental e vice-versa.

E qual o meu transtorno psiquiátrico, Aline Rangel?!

As informações que você me fornecer ajudam a identificar um diagnóstico e a descartar outros que possam ou não se aplicar a você. Minha visão sobre diagnósticos, como mencionei anteriormente, é que são diretrizes flexíveis. Nem todos com depressão querem se matar, e nem todos com ansiedade têm ataques de pânico. Eu pratico uma abordagem centrada na pessoa, o que significa que ajudo os pacientes a encontrarem o que funciona para eles numa vida real, possível e que valha a pena ser vivida. No final das contas, você se conhece melhor e, sem a sua contribuição, minhas sugestões são sem sentido.

E afinal, como é o tratamento com o psiquiatra?

 O final da sessão é quando discutimos que caminhos iremos tomar. Muitas pessoas me procuram porque só precisam responder “isso que eu sinto é normal?”. Possivelmente eu responderei: “depende”, “talvez”, “veja bem…”

Inevitavelmente, você deve ter me procurado com um “pré-conceito” estabelecido de que “um(a) psiquiatra é um psicólogo(a) que prescreve medicações”. A essa altura você já deve ter entendido que eu não sou assim. Mas eu te explicarei novamente o que um psiquiatra faz de verdade além de receitar um remédio.

Talvez eu te oriente a ter novas conversas comigo, outras consultas, iniciar uma psicoterapia comigo ou com um outro profissional especialista em saúde mental. Você vai me perguntar “qual a diferença entre um psiquiatra e um psicólogo” ou se “eu sou uma psicóloga”. Não tem problema, eu te explico novamente e quantas vezes forem necessárias.

Serotonina, Dopamina, Noradrenalina…

Sabe aquela Biologia que você fez questão de esquecer, nunca aprendeu e/ou não tem a menor vontade de entender? Pois é, teremos uma aula de neurotransmissores… Mas só se você quiser, viu? Relaxa. Preciso te dizer que tudo que envolve nossas emoções, pensamentos e comportamentos não vêm do nosso coração mas do cérebro e de todo o sistema nervoso. As células nervosas, os neurônios, se comunicam entre si através de uma rede diversa e complexa de diferentes neurotransmissores, hormônios, receptores, etc.

Todas as funções normais do cérebro humano exigem um conjunto ordenado de reações químicas e essas reações são aquelas associadas aos famosos neurotransmissores que citei ali em cima. Essa parte fascinante nas neurociências merece nossa atenção por um motivo muito relevante: defeitos nos neurotransmissores são a base de muitos distúrbios neurológicos e psiquiátricos, gerando consequentemente sintomas.

Além disso, praticamente todas as drogas psicoativas, terapêuticas ou não, exercem seus efeitos nessa comunicação entre os neurônios. Ah, e já ia me esquecendo! O processo de aprendizagem, atenção e memória também está intimamente ligado às modificações na efetividade desses neurotransmissores. Você com certeza trará alguma queixa sobre isso.

Remédio psiquiátrico: precisa mesmo, engordam, viciam, deixa lerdo(a), altera libido?

Se houver indicação, eu vou te apresentar opções de tratamento com psicotrópicos, com base em vários fatores – indicação precisa conforme a sua história clínica, genética, efeitos colaterais, reações anteriores a medicamentos semelhantes, custo, etc.

Possivelmente você questionará se é mesmo necessário tomar este ou aquele remédio. Eu te dou uma garantia: se eu te orientar que faça uso de um remédio, é porque considerei todas as possibilidades, os riscos e benefícios de você iniciar um psicotrópico.

Você vai querer saber “o que é tarja preta”, “remédio controlado”, “receita azul”, “receita amarela”… Vou lhe dar a oportunidade de fazer perguntas sobre os efeitos colaterais caso optemos por usar uma medicação, e também o incentivarei fortemente a entrar em contato comigo antes de se perder no buraco negro dos fóruns encontrados na internet. Em algum lugar, alguém vai afirmar que o Escitalopram (Lexaproâ) fez “crescer um chifre em suas costas”, e você não precisa desse tipo de estresse em sua vida.

Ufa, você sobreviveu à consulta com um psiquiatra!

Respira funda: terminaremos essa primeira consulta em uns 90 minutos. Você deverá está com muita coisa na cabeça a essa altura. Perguntarei como você se sente em relação ao diagnóstico que lhe dei ou afastei. Você terá tempo para fazer isso com cama. Como já descrevi, gosto de dividir a primeira avaliação em duas consultas para que dê tempo para “digerir” tanta coisa.

Talvez você não goste e não concorde com nada que eu disser sobre você. Sinto que estou muito melhor em “dar nomes” atualmente, mas você pode não gostar do que ouvir de mim. Fale comigo. Exponha seu incômodo, mesmo que nunca mais queira olhar na minha cara.

Aprendo muito com vocês que me procuram e, dos aprendizados mais importantes que tive, ao longo desses 20 anos, é que, dar a alguém um diagnóstico como bipolar, por exemplo, quando essa pessoa não conhece nada em relação à saúde mental ou está muito vulnerável, pode abalar profundamente sua realidade – pode fazê-la se ver como quebrado(a), louco(a) ou defeituoso(a).  Já ouvi todas essas palavras de pacientes recém-diagnosticados, e é nesse momento que eu construo a melhor empatia terapêutica com eles.

O tratamento psiquiátrico é, por fim, uma construção de confiança, habilidades emocionais, relacionamentos, mecanismos de proteção, enfrentamento, arquiteturas de neurotransmissores saudáveis, etc. Mas, sobretudo “de uma vida que valha a pena ser vivida” (Linehan, 2020).

Eu te aguardo em consulta!

Aline Rangel é psiquiatra e atende em seu consultório em São Paulo (SP) e por telemedicina em todo o território brasileiro. Desde que entrou na universidade, em 1998, já queria ser psiquiatra e, desde então, não parou de estudar e estar em contato com a subjetividade do ser humano. Sempre estudou temáticas consideradas “difíceis” em Psiquiatria (vícios, sexualidade, personalidade, etc), mas acredita que a Depressão e a Ansiedade não são só as queixas que mais aparecem em consultório, “são as mais complexas” define. “Se eu não conhecer em profundidade o ser humano que está deprimido ou ansioso e ajudá-lo, a partir daí, como meu paciente em sua totalidade, possivelmente a história irá se repetir e ele voltará 10 anos depois, possivelmente ainda mais adoecido”, finaliza.


16 de abril de 2024 Dra Aline RangelAnsiedade

Você já sentiu como se seu peito estivesse apertado, a respiração curta e a cabeça tomada por pensamentos catastróficos?

Se sim, você pode ter vivido uma crise de ansiedade — um estado intenso de alerta físico e mental que, embora comum, ainda é pouco compreendido.

No post anterior, falamos sobre os 8 sinais que indicam uma crise de ansiedade. Agora, é hora de dar o próximo passo: entender como sair de uma crise de ansiedade de forma segura, rápida e baseada em evidências.

A crise de ansiedade pode ser interrompida

A boa notícia é: crises de ansiedade passam. E mais do que isso: elas podem ser tratadas e prevenidas.

Estudos recentes mostram que técnicas de atenção plena (mindfulness), especialmente aquelas desenvolvidas na Terapia Comportamental Dialética (DBT), são eficazes na redução de sintomas de ansiedade e pânico​.

Uma dessas técnicas é a habilidade STOP, um acrônimo simples, mas poderoso.

STOP: a técnica que freia a espiral da ansiedade

Durante uma crise, seu cérebro entra no modo “lutar ou fugir”. A habilidade STOP ajuda a interromper esse ciclo:

  • S (Stop): pare tudo que estiver fazendo.

  • T (Take a step back): dê um passo mental para trás. Respire.

  • O (Observe): observe sua mente e corpo, sem julgamento.

  • P (Proceed mindfully): prossiga com consciência, um passo de cada vez.

Essa técnica foi cientificamente validada em contextos de ansiedade moderada a grave e mostrou impacto significativo em reduzir sintomas físicos e mentais​.

8 dicas práticas para sair de uma crise de ansiedade

  1. Reconheça que você está em crise (e que vai passar)
    Nomear a crise reduz seu impacto. Diga a si mesmo:
    “Isso é ansiedade. Eu já passei por isso antes. Vai passar.”

  2. Respire com intenção
    Use a técnica 4-4-4: inspire por 4 segundos, segure por 4, expire por 4. Repita.

  3. Pare de lutar contra os sintomas
    Ansiedade é uma onda. Resistir pode piorar. Surfar essa onda, observando-a, pode encurtar sua duração.

  4. Use os 5 sentidos para se ancorar no presente
    Veja 5 coisas. Toque 4. Ouça 3. Sinta 2 cheiros. Prove 1 sabor. Isso ajuda seu cérebro a sair do estado de alarme.

  5. Diga “não agora” para os pensamentos catastróficos
    Você não precisa resolver todos os problemas nesse momento.
    Coloque seus pensamentos em “modo espera”.

  6. Mude de ambiente (se possível)
    Vá para um local calmo, arejado ou com menos estímulos. Se não der, feche os olhos por alguns segundos.

  7. Fale com alguém de confiança
    Às vezes, o simples fato de compartilhar o que está sentindo ajuda a reduzir os sintomas.

  8. Busque ajuda profissional
    Se as crises são recorrentes, há tratamento psiquiátrico e psicoterapêutico eficaz. A ansiedade não precisa controlar sua vida.

Mindfulness e ansiedade: o que a ciência diz

O estudo de Lothes et al. (2019) avaliou o impacto de técnicas de mindfulness baseadas na DBT em pessoas com alta ansiedade. Em apenas 8 semanas, os participantes tiveram redução significativa da ansiedade geral, da ansiedade de desempenho e aumento dos níveis de atenção plena, tanto presencialmente quanto em intervenções online​.

Ou seja: é possível aprender a se regular emocionalmente com ferramentas práticas e acessíveis — e a habilidade STOP é uma delas.

A crise pode ser a porta de entrada para o cuidado

Uma crise de ansiedade pode parecer o fim — mas, muitas vezes, é apenas o início de um caminho de autoconhecimento e cuidado. Você não está sozinha(o) e não precisa enfrentar isso sem apoio.

E lembre-se: pedir ajuda não é fraqueza. É força. E existem caminhos para respirar melhor — no corpo, na mente e na vida.




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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