Dificuldade escolar / Dra Aline Rangel

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24 de fevereiro de 2021 Todos

Muitos problemas que afetam a aprendizagem na adolescência às vezes podem passar despercebidos por nós, afetando de forma negativa a vida escolar, social e psíquica dos nossos filhos deixando sequelas que podem ser levadas para toda a vida.

Além disso, quando problemas relacionados a dificuldade escolar não são tratados, a autoestima do jovem pode ficar comprometida e ele pode desenvolver quadros de depressão e, em alguns casos, outros transtornos mais graves.

Sintomas que dificultam o aprendizado

A dificuldade no aprendizado pode estar relacionada a transtornos de origens variadas como transtornos do espectro autista ou psiquiátricos, e deficiências intelectuais.

Também está relacionada a transtornos de aprendizagem em leitura (dislexia), escrita (disgrafia), ou matemática (discalculia), com base genética. Mas uma das principais causas de dificuldade na aprendizagem é o Transtorno de Déficit de Aprendizagem e Hiperatividade (TDAH).

TDAH: um dos transtornos mais comuns

Esse transtorno acaba atrapalhando, e muito, a vida escolar do jovem. Dentre os sintomas, é possível observar a presença, por pelo menos seis meses, de ações relacionadas à desatenção, hiperatividade e impulsividade. Tais como:

  • Desatenção: falha em dar atenção a detalhes, dificuldade de manter atenção nas tarefas, parece não estar escutando o que falam, não consegue seguir instruções, desorganização, evitar atividades com esforço mental, perde coisas com facilidade, tem memória falha, e é fácil de distrair;
  • Hiperatividade: sempre inquieto, geralmente desvia o assunto das conversas, fala bastante, está sempre correndo e não consegue ficar parado;
  • Impulsividade: geralmente responde antes de acabarmos de perguntar algo, intromete-se ou interrompe as conversas, não consegue aguardar sua vez nas atividades.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do TDAH e de vários transtornos que podem comprometer a educação dos nossos adolescentes é feito com base no histórico do comportamento do adolescente.

No caso do TDAH não há exames específicos para validação, visto que a base neurológica do transtorno é pouco esclarecida. Durante a consulta com um psiquiatra são avaliados os sintomas recorrentes e, a partir da exclusão de patologias ou problemas que possam gerar sintomas parecidos aos do TDAH, é que o profissional pode dizer se ele sofre ou não do transtorno.

Quais os sintomas recorrentes?

Vale lembrar que outros transtornos que atingem os jovens também tem a agitação como sintoma, como é o caso do Transtorno de Espectro Autista (TEA), do retardo mental, e do distúrbio de conduta. Por isso, é tão importante a presença de um profissional capacitado que possa detalhar a presença de outros sintomas do TDAH.

Os sintomas que mais diferenciam esse transtorno dos demais são: distúrbio depressivo, transtornos variados de aprendizado, comprometimento sensorial, efeito colateral a medicamentos como antipsicóticos e anticonvulsionantes. Por exemplo.

Tratamento indicado

O tratamento de um adolescente com dificuldade escolar mais indicado é a terapia cognitiva comportamental com acompanhamento psiquiátrico, para melhorar os sintomas e prevenir (ou diminuir) as chamadas comorbidades (quando o paciente apresenta ou desenvolve mais de um transtorno) como depressão ou transtorno bipolar.

É indicado que o tratamento seja feito em conjunto, com o psiquiatra e o pedagogo, para que o trabalho tenha maior eficácia e possa reduzir as dificuldades que o jovem tem em sala de aula.

Não deixe os sinais passarem despercebidos

O não tratamento de transtornos de aprendizagem como o TDAH pode acarretar, no futuro, transtorno de conduta, personalidade antissocial e propensão ao vício em drogas, tanto lícitas quanto ilícitas.

Nesse sentido, ao menor sinal de que algo não vai bem, é preciso pedir orientação médica. Só assim o futuro de um jovem com dificuldades como essas não será prejudicado.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



22 de outubro de 2020 AnsiedadeTodos

Provas, competitividade, apresentações em público, mudanças hormonais, aprovação social, bullying… esses e outros desafios surgem durante a fase escolar. A ansiedade, que atinge níveis quase epidêmicos no Brasil, pode ser desencadeada por fatores biológicos, emocionais e, claro, ambientais. A escola, portanto, pode ser um espaço gerador de estresse e ansiedade para o adolescente. Como lidar com a ansiedade no ambiente escolar em adolescentes e encorajar esses jovens a manter a saúde mental em um momento tão intenso da vida?

O perigo da ansiedade na adolescência

A ansiedade faz parte da experiência humana. Todos nós a experimentamos de tempos em tempos, dependendo da situação: antes de entrevistas de emprego, apresentações e eventos importantes, por exemplo. Porém, quando se manifesta em nível elevado, muito intenso e recorrente, é o momento de ligar o alerta.

Os transtornos de ansiedade podem ser muito danosos na fase escolar. É o período em que o jovem está descobrindo seu lugar no mundo, assim como descobrindo a si mesmo. É uma fase também muito caracterizada por uma pressão vinda de pais, professores e, sobretudo, colegas.

O adolescente comumente busca a aceitação em grupos, o que pode levá-lo a abrir mão de suas próprias vontades para se sentir incluído. Aqueles que se recusam a fazê-lo, assim como aqueles que fogem de um padrão estético ou de comportamento, geralmente são deixados de lado. Como consequência, passam a ser alvos de bullying, piadas e chacota, contribuindo para o aumento de ansiedade e minando, aos poucos, sua autoestima, confiança e bem-estar. Esses são os jovens que, no futuro, tendem a manifestar problemas psicológicos.

Como identificar ansiedade nos adolescentes?

Segundo dados levantado pelo PISA (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes), os jovens brasileiros estão entre os mais ansiosos e estressados antes de provas.

Psicologicamente falando, a ansiedade moderada pode ser funcional. Esse sentimento leva o jovem a se dedicar aos estudos. Se fosse pela ausência total de ansiedade, o adolescente não se importaria tanto em se preparar. A ansiedade elevada, por outro lado, pode interferir na concentração e no sono, levá-lo ao isolamento, causar irritabilidade e fazê-lo se sentir incapaz diante de avaliações.

  • Fique de olho em alguns sinais:
  • Falta de vontade de frequentar a escola;
  • Dificuldade de concentração;
  • Retraimento social e dificuldade de interagir com outras pessoas, mesmo que fora do ambiente escolar;
  • Pensamentos negativos;
  • Sintomas psicossomáticos, como fadiga, distúrbios do sono, dores gastrointestinais, tontura, entre outros – para saber mais sobre este tema, clique aqui;
  • Estado de alerta constante e preocupação excessiva.

Como é o tratamento?

Assim como outros transtornos psíquicos, a ansiedade pode ser aliviada com o acompanhamento de um especialista como o psiquiatra. É recomendado buscar o apoio do profissional pois há diferentes tipos de ansiedade, e por isso ela precisa ser devidamente identificada e diagnosticada.

Há sintomas que sugerem transtorno de ansiedade social, em que o indivíduo sente dificuldade e desconforto quando precisa interagir com outras pessoas; outros sintomas indicam TOC (transtorno obsessivo compulsivo), caracterizado por ações e pensamentos repetitivos que passam a prejudicar a vida do paciente; o TAG (transtorno de ansiedade generalizada) causa extrema angústia e preocupação desproporcional à gravidade das situações, entre outros.

Os transtornos tratados por psiquiatras nunca são preto no branco. Tudo é sempre muito cinzento, e por isso os tratamentos variam muito. Podem incluir sessões de psicoterapia regulares e, em alguns casos, medicamentos.

De qualquer forma, é importante buscar tratamento o mais cedo possível. Conte comigo caso tenha alguma dúvida sobre esse ou outros assuntos. Lembre-se de que a saúde mental é parte integrante da saúde do indivíduo e necessária para que todas as áreas da vida possam fluir em harmonia. Abração!




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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