Ansiedade / Dra Aline Rangel

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A depressão, uma condição que afeta milhões de brasileiros, ganha uma nova aliada no tratamento: a vilazodona, comercialmente conhecida como Aymee ® (Farmacêutica Libbs). Aymee é indicado para o tratamento da depressão (um estado de profunda e persistente infelicidade ou tristeza, acompanhada por uma completa perda de interesse em atividades diárias normais). Recém-chegada ao mercado brasileiro, essa molécula representa um avanço significativo para o manejo de transtornos depressivos, especialmente quando acompanhados de sintomas de ansiedade.

Embora ela traga inovações importantes no tratamento da depressão, é fundamental contextualizar sua utilização de forma responsável, evitando generalizações que possam levar a mudanças precipitadas em tratamentos que se revelaram bem bem-sucedidos na história de quem procura a ajuda de um psiquiatra.

O que é a Vilazodona?

A vilazodona é um antidepressivo classificado como SPARI (inibidor seletivo da recaptação de serotonina e agonista parcial de receptores 5-HT1A). Esse mecanismo duplo não apenas aumenta a neurotransmissão de serotonina, mas também reduz o tempo necessário para a ação clínica, potencialmente aliviando os sintomas mais rapidamente do que outros ISRS tradicionais.

Imagine uma ponte cheia de bloqueios representando as conexões neuronais na depressão. A vilazodona atua como um “gestor de tráfego”, desbloqueando o fluxo de serotonina (inibindo sua recaptação) e ajustando a “sinalização” nos receptores 5-HT1A, que regulam o humor e reduzem a ansiedade. Essa combinação permite que o cérebro recupere sua “regulação emocional”.

Eficácia clínica: o que os estudos mostram?

  • Melhora rápida: Estudos randomizados indicam melhora significativa nos sintomas depressivos a partir da segunda semana, avaliada por escalas como a MADRS (Montgomery-Asberg Depression Rating Scale)​.
  • Depressão ansiosa: Em pacientes com depressão acompanhada de sintomas de ansiedade, um subtipo mais complexo de tratamento, a vilazodona demonstrou redução notável em escores de ansiedade e somatização (HAM-A e subescalas de HAMD-17)​
  • Comparação com outros antidepressivos: Em estudos comparativos, a vilazodona foi tão eficaz quanto ISRSs tradicionais, como escitalopram, mas com vantagens no perfil de efeitos adversos​.

​Efeitos Adversos

A vilazodona tem um perfil de segurança bem estabelecido. Os efeitos adversos mais comuns incluem:

  • Náusea (23%) e diarreia (28%), geralmente transitórios e observados nas primeiras semanas. Podem ser muito desconfortáveis mas são passíveis de manejo adequado.
  • Insônia (6%) e dor de cabeça (13%) também foram relatados, mas em menor frequência​.

Função Sexual

A função sexual foi avaliada em dois estudos. A Escala de Experiências Sexuais Arizona (ASEX) foi utilizada no Estudo 1 e as mudanças no Questionário de Função Sexual (CSFQ) foram utilizadas no Estudo 2. A mudança negativa ao partir do período basal, com pontuações mais baixas, indica melhora do funcionamento da ASEX e a mudança média > 2 pontos na pontuação total é considerada clinicamente significativa. Na CSFQ, uma mudança positiva, com pontuações crescentes, é indicativa de melhor funcionamento.

No Estudo 1, a mudança média dos quadrados mínimos (QM) a partir do período basal na pontuação total de ASEX ao término do tratamento para pacientes do sexo masculino tomando placebo ou cloridrato de vilazodona 40 mg foi -1,03 e 0,80, respectivamente. Para o sexo feminino, a mudança média de QM basal na pontuação total de ASEX ao Término do Tratamento foi de 0,07, para os pacientes tomando placebo e -1,14 para pacientes que tomam cloridrato de vilazodona 40 mg. Embora a diferença na média de QM entre placebo e cloridrato de vilazodona tenha sido estatisticamente significativa nos homens, não houve diferença entre cloridrato de vilazodona e placebo em mulheres. Não houve diferenças clinicamente importantes entre o cloridrato de vilazodona e o placebo em nenhum dos domínios ASEX.

No Estudo 2, mudanças na pontuação total média de CSFQ aumentaram em homens e mulheres, tanto para o grupo cloridrato de vilazodona, como para o placebo. As mudanças basais demonstraram nenhuma diferença estatística ou clinicamente significativa entre cloridrato de vilazodona e placebo sobre o funcionamento sexual.

MAS FICA O ALERTA:

Medicações que chegam como promessa de “mais moderna” e “menos efeitos colaterais” podem fazer com que pacientes e colegas psiquiatras menos experientes considerem uma mudança em esquemas terapêuticos efetivos, sobretudo no contexto de episódios recorrentes de depressão, depressões de difícil tratamento, com outros transtornos psiquiátricos associados e/ou resistentes a vários esquemas de tratamento prévios.

A automedicação pode trazer riscos. Medicamentos sob prescrição devem ser administrados sob orientação médica. Converse com o seu médico.

Referências:

  1.  Gbreel, M. I., Al-Kafarna, M., Almaghary, B. K., Elsnhory, A. B., Sabra, H. K., Adwan, M., … & Almadhoon, H. W. (2022). Efficacy and Safety of Vilazodone treatment for Major Depressive Disorder (MDD): A 3390 patients’ meta-analysis of randomized controlled trials.
  2. Jiang, Y., Qu, Y., Du, Z., Ou, M., Shen, Y., Zhou, Q., … & Zhu, H. (2024). Exploring adverse events of Vilazodone: evidence from the FAERS database. BMC psychiatry24(1), 371.
  3. Khan A, Cutler AJ, Kajdask DK, Gallipoli S, Athanasiou M, Robinson DS et al. A randomized, double-blind, placebocontrolled, 8-week study of vilazodone, a serotonergic agent for the treatment of major depressive disorder. J Clin Psychiarty 2011;72:441-7.
  4. Rickels K, Athanasiou M, Robinson DS, Gibertini M, Whalen H, Reed CR. Evidence for efficacy and tolerability of vilazodone in the treatment of major depressive disorder: a randomized, double- blind, placebo- controlled trial. J Clin Psychiatry 2009;70:326-33.
  5. Santi, N. S., Biswal, S. B., Naik, B. N., Sahoo, J. P., & Rath, B. (2024). A randomized controlled trial comparing the effects of vilazodone, escitalopram, and vortioxetine monotherapy on the metabolic parameters in patients with major depressive disorder. Cureus16(8), e67941.

 


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A ideia desse artigo é mergulhar no intrigante mundo do desejo sexual masculino, onde os estereótipos frequentemente retratam os homens como seres obcecados por sexo. De livros a filmes, a mídia tem perpetuado a ideia de que os homens estão exclusivamente focados no sexo, enquanto as mulheres são consumidas pelo romance. Mas essa representação é precisa? Vamos explorar os mitos e as verdades que cercam o desejo sexual masculino.

Estereótipos do desejo sexual masculino

Os homens pensam em sexo o dia todo?

Ao contrário da crença popular de que os homens pensam em sexo a cada sete segundos, um estudo* recente realizado na Universidade Estadual de Ohio revelou que os homens têm em média 19 pensamentos sobre sexo por dia, enquanto as mulheres têm em média 10. Além disso, o estudo sugeriu que os homens também pensam com frequência em comida e sono. Talvez os homens simplesmente se sintam mais à vontade para expressar seus pensamentos sobre sexo. Terri Fisher, autora principal do estudo, propôs que indivíduos que são abertos e à vontade com sua sexualidade têm mais probabilidade de pensar frequentemente em sexo.

O enigma do sexo casual: os homens são mais abertos?

Um estudo realizado em 2015** mostrou que os homens estavam mais dispostos do que as mulheres a se envolver em sexo casual,  transar com alguém desconhecido sem o compromisso de estabelecer com essa pessoa um relacionamento sério. No entanto, uma reviravolta intrigante surgiu no mesmo estudo quando as mulheres estavam em um ambiente mais seguro (um bar próximo à sua casa, p.ex.). O estudo demonstrou que a disposição das mulheres para se envolver numa relação sexual considerada casual, aumentou em uma situação mais segura, indicando que as normas sociais e os fatores culturais influenciam significativamente a busca de relacionamentos sexuais tanto para homens quanto para mulheres.

A conexão complexa: o desejo sexual, emoções e o cérebro

O desejo sexual, também conhecido como libido, não é quantificável, mas sim entendido em termos relativos. A libido masculina tem raízes em duas áreas cruciais do cérebro: o córtex cerebral e o sistema límbico. Essas regiões desempenham um papel fundamental no desejo e no desempenho sexual do homem, a ponto de a satisfação sexual poder ser alcançada apenas por meio de pensamentos ou sonhos. O córtex cerebral, responsável por funções superiores como planejamento e pensamento, influencia os pensamentos e a excitação sexual. Sinais originados dessa região interagem com outras partes do cérebro e nervos, acelerando a frequência cardíaca, o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e iniciando o processo de ereção. O sistema límbico, que engloba várias partes do cérebro associadas à emoção, motivação e desejo sexual, também contribui para a resposta sexual de um indivíduo.

Testosterona

A testosterona é o hormônio mais intimamente associado ao desejo sexual masculino. Produzida principalmente nos testículos, a testosterona desempenha um papel crucial em diversas funções do corpo, incluindo:

  • Desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos
  • Crescimento de pelos no corpo
  • Massa óssea e desenvolvimento muscular
  • Aprofundamento da voz na puberdade
  • Produção de espermatozoides
  • Produção de glóbulos vermelhos

Níveis baixos de testosterona geralmente estão relacionados a uma baixa libido. Os níveis de testosterona tendem a ser mais altos pela manhã e mais baixos à noite. Ao longo da vida de um homem, seus níveis de testosterona estão no auge durante a adolescência tardia e, em seguida, começam a diminuir gradualmente.

Perda da libido no homem

O desejo sexual pode diminuir com a idade. Mas às vezes a perda de libido está associada a uma condição subjacente. Os seguintes fatores podem causar uma diminuição no desejo sexual:

  • Estresse ou depressão. Cérebro, emoções e libido estão relacionados de forma bastante complexa, como mencionado anteriormente.
  • Doenças metabólicas. Um doença endocrinológica, como o hipogonadismo, pode diminuir os hormônios sexuais masculinos.
  • Níveis baixos de testosterona. Certas condições médicas, como apneia do sono, podem causar níveis baixos de testosterona, o que pode afetar seu desejo sexual.
  • Medicações. Alguns medicamentos podem afetar a libido. Por exemplo, alguns antidepressivos, anti-histamínicos e até mesmo medicamentos para pressão arterial podem prejudicar as ereções.
  • Pressão alta. Danos ao sistema vascular podem afetar a capacidade de um homem de obter ou manter uma ereção.
  • Diabetes. Assim como a pressão alta, o diabetes pode danificar o sistema vascular de um homem e afetar sua capacidade de manter uma ereção.

 

Apenas você, homem, pode avaliar o que é normal para o seu desejo sexual. Se você estiver enfrentando alterações na libido, seja diminuição ou percepção de excesso, procure ajuda especializada. Às vezes, pode ser difícil falar com alguém sobre seus desejos sexuais, mas um profissional especializado pode ser capaz de ajudá-lo.


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Referências: *Spurgas, A. K. (2020). Diagnosing desire: Biopolitics and femininity into the twenty-first century. The Ohio State University Press. ** Baranowski AM, Hecht H. Gender Differences and Similarities in Receptivity to Sexual Invitations: Effects of Location and Risk Perception. Arch Sex Behav. 2015 Nov;44(8):2257-65. doi: 10.1007/s10508-015-0520-6. Epub 2015 Apr 1. PMID: 25828991.



7 de julho de 2023 AnsiedadeSono

Insônia e Ansiedade estão, respectivamente, entre os Transtornos do Sono e Transtornos Psiquiátricos mais prevalentes na população de adultos1. Dentre todos os caso de insônia, 40-92% ocorrem no contexto de um transtorno psiquiátrico2,3. Por sua vez, a prevalência de transtornos ansiosos em pacientes com insônia é estimada em 25-30%3.  Uma vez observados estes dados, profissionais da saúde precisam ter, ainda que em diferentes cenários, um alto índice de suspeição e investigar a possibilidade dessas duas condições serem comórbidas (aparecerem juntas), em uma avaliação clínica e inicial, o que determinará a melhor intervenção terapêutica, morbidade e prognóstico. O artigo a seguir é denso, publiquei num curso de educação médica, mas acho que você, caro leitor, terá muitas explicações sobre o que é a Ansiedade Noturna e a como ansiedade e insônia estão coorrelacionadas.

Transtorno de Ansiedade

As características essenciais dos Transtorno de Ansiedade são ansiedade e preocupação excessivas acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento ou ao impacto do evento antecipado, com funcionamento diário prejudicado4. Transtornos de ansiedade comuns incluem transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico (PD), fobias específicas, agorafobia, transtorno de ansiedade social (TAS) e transtorno de ansiedade de separação.

Transtorno da Insônia

O Transtorno da Insônia é definido como dificuldade persistente para início, manutenção e consolidação do sono, que ocorre a despeito de haver adequada oportunidade para adormecer e que resulta em prejuízo diurno, ocorrendo por, ao menos, três vezes por semana, por três meses 5. Um crescente corpo de evidências apoiou a necessidade da conceituação do termo insônia comórbida de problemas médicos e transtornos psiquiátricos nos últimos tempos, e o desuso do termo insônia secundária 6 .

Qual a relação entre Insônia e Ansiedade?

Modelo Epidemiológico

A relação entre insônia e ansiedade tem sido, progressivamente, cada vez melhor reconhecida em sua complexidade e as implicações para o entendimento da forma como esta interação é construída e seu manejo terapêutico 2,3. Ford e Kamerow7 foram precursores na busca da “causa e/ou consequência” na relação entre estes dois transtornos através de estudos epidemiológicos longitudinais. Eles analisaram 7.954 indivíduos ao longo de 1 ano em busca de uma possível relação entre o Transtorno da Insônia e Transtorno de Ansiedade. Os sujeitos deste estudo foram entrevistado na linha de base para determinar a presença de insônia e Transtornos de Ansiedade nos últimos 6 meses. Uma nova entrevista foi concluída 1 ano depois. No início do estudo, a insônia estava presente em 10% dos sujeitos, e sujeitos com insônia eram mais propensos a ter um transtorno de ansiedade do que sujeitos sem queixa de sono (23,9% vs 10%, P<0,001)7.

Modelo Psicobiológico

Alguns autores propõem que um estado de hiperexcitação mental, frequentemente marcado por preocupação e ruminação, é um fator chave tanto para a insônia quanto a ansiedade8,9 . Os indivíduos que apresentam insônia muitas vezes se preocupam em não dormir o suficiente e sobre as consequências de sua falta de sono. Como tal, as suas crenças, atitudes e comportamentos podem contribuir para a manutenção ou agravamento do seu distúrbio do  sono8. É importante notar que o medo aprendido é crucial para o início e a manutenção de distúrbios relacionados à ansiedade e a perda total do sono pode interromper a lembrança da extinção do medo condicionado10 . Ao interferir nos processos naturais de extinção, a perda total ou parcial do sono após um ataque de pânico, por exemplo, pode ser um importante contribuinte para o início e a manutenção da ansiedade.

Modelos Neuromoleculares

Uma infinidade de sistemas neurotransmissores e neuromoduladores orquestra o sono e a regulação emocional, incluindo norepinefrina, acetilcolina, GABA, dopamina, glutamato, serotonina e adenosina, conforme estabelecido em modelos animais e/ou trabalho farmacológico 11,12. Estudos de tomografia por emissão de pósitrons (PET) em humanos saudáveis ​​ou em indivíduos com ansiedade indicam uma paisagem neuromodulatória que está envolvida no sono, bem como na expressão de sintomas de ansiedade 13,14. Particularmente a adenosina, tem sido implicada na geração do sono de ondas lentas SWA e atua como mediador da homeostase do sono, rastreando as alterações dependentes do sono-vigília na pressão do sono. A adenosina é um neuromodulador onipresente no Sistema Nervoso Central, e os subtipos de receptores de adenosina corticais (receptores A1 e A2) limitam a superexcitação perigosa e desempenham um papel na ansiedade, excitação e sono 15.

Modelos emergentes da relação insônia e ansiedade

Novas pesquisas, a partir de estudos de neuroimagem usando ressonância magnética funcional (fMRI) indicam que a perda total do sono amplifica a atividade dentro da “rede do medo”, que inclui o sistema límbico e a rede envolvida no seu controle (córtex cingulado anterior dorsal e ínsula anterior) 16. Além disso, o impacto ansiogênico da perda total de sono está relacionado atividade do córtex pré-frontal medial prejudicada e conectividade associada a regiões límbicas. Ben Simon e colegas conduziram17  um estudo de privação total de sono no qual os participantes visualizaram clipes visuais emocionalmente aversivos ou neutros. A imagem de Ressonância Magnética Funcional) indicou hipoatividade dentro do mPFC (Córtex Pré-Frontal medial). Em contraste, a perda de sono aumentou a atividade dentro de áreas do sistema límbico (ou seja, amígdala, ínsula e ACC) e diminuiu a atividade do hipocampo, em comparação com uma condição bem descansada. Além disso, a perda total de sono reduziu a conectividade da modulação Cortéx Pré-Frontal medial – amígdala, e esta atividade reduzida, dentro do estudo, foi fortemente associada ao aumento dos escores clínicos de ansiedade. É importante ressaltar que uma noite de perda total de sono pode ser suficiente para aumentar a vulnerabilidade à ansiedade em indivíduos que, de outra forma, não apresentam ansiedade. De relevância crítica para futuras pesquisas e tratamentos, uma maior produção de Sono de Ondas Lentas SWS/ Atividade de Onda Lentas SWA previu uma diminuição maior na pontuações de ansiedade de estado durante a noite em indivíduos bem descansados, o que pode ria ser aprimorado usando estimulação cerebral não- invasiva 17

Tratamento

Os modelos apresentados da complexa relação entre Transtornos da Insônia e Transtornos da Ansiedade levam a um dilema clínico prático: o sucesso do tratamento da ansiedade diminuirá os sintomas de insônia (e vice-versa), ou os dois grupos de transtornos devem ser tratados simultaneamente? Problemas para iniciar o sono, sono agitado/interrompido e experiências não reparadoras são tão prevalentes entre os pacientes com transtornos de ansiedade que há muito se pensava que o tratamento dos sintomas centrais de ansiedade produziria uma resolução satisfatória da insônia7. O modelo terapêutico seria: trate a ansiedade [CAUSA] e a insônia [CONSEQUÊNCIA] desaparecerá. Com base nos modelos teóricos apresentados, essa abordagem pareceria útil principalmente no modelo em que a insônia é fator de risco e desfecho negativo da ansiedade, mas apenas se o tratamento foi iniciado na fase mais precoce de doença3,7. Na experiência prática, a maioria dos pacientes com ansiedade e insônia comórbidas procuram tratamento meses para anos após a apresentação inicial dos sintomas. Neste cenário, é necessário tratar ambos os transtornos. Da mesma forma, se ansiedade e insônia apresentam modelos neurobiológicos compreendidos como distintos atualmente, então a abordagem tradicional de tratar sintomas de ansiedade só serão, na melhor das hipóteses, parcialmente eficazes2,3,7,11.

A insônia é uma característica central dos Transtornos de Ansiedade, e estes, muitas vezes, pioram a qualidade do sono, o que indica o estímulo de um ciclo negativo envolvendo sono e ansiedade. O exame de fatores subjacentes que apoiam a ligação entre ambos sugere um circuito neurobiológico compartilhado e talvez de reforço mútuo da insônia e da ansiedade com riscos bidirecionais. A insônia como comorbidade da ansiedade é um indicador de aumento da morbidade e baixa resposta ao seu tratamento.


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Referências:

  1. WHO. Mental health action plan 2013- 2020. 2013. p. 1e48.
  2. Glidewell, R. N., Botts, E. M., & Orr, W. C. (2015). Insomnia and anxiety: diagnostic and management implications of complex interactions. Sleep Medicine Clinics10(1), 93-99
  3. Chellappa SL, Aeschbach D. Sleep and anxiety: from mechanisms to interventions. Sleep Med Rev 2022; 101583
  4. American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.
  5. American Academy of Sleep Medicine (AASM). International Classification of Sleep Disorders. 3rd ed. Darien, IL: AASM; 2014.
  6. National Institutes of Health. (2005). National Institutes of Health State of the Science Conference statement on manifestations and management of chronic insomnia in adults, June 13-15, 2005. Sleep28, 1049-1057.
  7. Ford DE, Kamerow MD. Epidemiologic study of sleep disturbances and psychiatric disorders. JAMA 2019, 262: 1479–1484.
  8. Kalmbach DA, Cuamatzi-Castelan AS, Tonnu CV, Tran KM, Anderson JR, Roth T, et al. Hyperarousal and sleep reactivity in insomnia: current insights. Nat Sci Sleep 2018;10:193e201.
  9. Bonnet MH, Arand DL. Hyperarousal and insomnia: state of the science. Sleep Med Rev 2010;14(1):9e15.
  10. Straus LD, Acheson DT, Risbrough VB, Drummond SPA. Sleep deprivation disrupts recall of conditioned fear extinction. Biol Psychiatr Cogn Neurosci Neuroimag 2017;2(2):123e9.
  11. Hefti K, Holst SC, Sovago J, Bachmann V, Buck A, Ametamey SM, et al. Increased metabotropic glutamate receptor subtype 5 availability in human brain after one night without sleep. Biol Psychiatr 2013;73(2):161e8.
  12. Elmenhorst D, Kroll T, Matusch A, Bauer A. Sleep deprivation increases cerebral serotonin 2A receptor binding in humans. Sleep 2012;35(12):1615e23.
  13. Frick A, Ahs F, Engman J, Jonasson M, Alaie I, Bjorkstrand J, et al. Serotonin synthesis and reuptake in social anxiety disorder: a positron emission tomography study. JAMA Psychiatr 2015;72(8):794e802.
  14. Hjorth OR, Frick A, Gingnell M, Hoppe JM, Faria V, Hultberg S, et al. Expression and co-expression of serotonin and dopamine transporters in social anxiety disorder: a multitracer positron emission tomographystudy. Mol Psychiatr 2021;26(8):3970e9
  15. van Calker D, Biber K, Domschke K, Serchov T. The role of adenosine receptorsin mood and anxiety disorders. J Neurochem 2019;151(1):11e27
  16. Wassing R, Schalkwijk F, Lakbila-Kamal O, Ramautar JR, Stoffers D, Mutsaerts H, et al. Haunted by the past: old emotions remain salient in insomnia disorder. Brain 2019;142(6):1783e96
  17. Ben Simon E, Rossi A, Harvey AG,Walker MP. Overanxious and underslept. Nat Hum Behav 2020;4(1):100e10.

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28 de junho de 2023 AnsiedadeDepressãoGeral

Você provavelmente já ouviu falar no termo Burnout, mas e o termo Boreout? Estas são duas condições de esgotamento emocional relacionadas ao trabalho, mas as duas apresentam características distintas. Enquanto o Burnout é amplamente conhecido e discutido, o Boreout é menos reconhecido, mas não menos impactante. Ambos podem afetar negativamente a saúde mental e a qualidade de vida das pessoas, mas surgem em formatos diferentes.

Burnout

O Burnout refere-se ao esgotamento causado por um acúmulo excessivo de estresse relacionado ao trabalho. É comum em profissionais que enfrentam uma carga de trabalho intensa, longas horas de trabalho, pressão constante e falta de controle sobre seu ambiente de trabalho.

Os sintomas típicos do Burnout incluem:

      • Exaustão física e emocional;
      • Cinismo em relação ao trabalho;
      • Sentimento de ineficácia;
      • Sentimento de esgotamento;
      • Desmotivação;
      • Dificuldades de concentração;
      • Apresentação de sintomas físicos, como dores de cabeça e insônia.

Boreout

Por outro lado, o Boreout é caracterizado pela falta de estímulo e desafio no trabalho, levando a um tédio constante e à sensação de que as tarefas são monótonas e insignificantes. As pessoas que sofrem de Boreout geralmente têm um excesso de tempo livre no trabalho e não são desafiadas intelectualmente.

A falta de motivação e estímulo pode levar à:

      • Apatia;
      • Falta de interesse;
      • Depressão (em casos mais extremos);
      • Sensação de estar preso em uma rotina sem sentido (o que pode afetar sua autoestima e autoconfiança).

Como Lidar

Embora o Burnout e o Boreout apresentem sintomas e causas diferentes, ambos exigem atenção e cuidado. É fundamental reconhecer os sinais precoces dessas condições e buscar ajuda adequada.

No caso do Burnout, medidas como estabelecer limites saudáveis, praticar autocuidado, buscar apoio social e talvez considerar uma mudança no ambiente de trabalho podem ser benéficas.

No Boreout, é importante buscar maneiras de tornar o trabalho mais desafiador e envolvente, buscar novas responsabilidades ou até mesmo considerar uma mudança de carreira, se necessário.

O suporte de um profissional de saúde mental é valioso para ambas as situações, ajudando a desenvolver estratégias de enfrentamento e restabelecer o equilíbrio emocional.


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A família (biológica ou não) é um pilar fundamental na vida de qualquer indivíduo, oferecendo amor, suporte e segurança. No entanto, quando um membro da família se identifica como parte da comunidade LGBTQIAPN+, surgem desafios adicionais que requerem compreensão, aceitação e acolhimento. Neste artigo, exploraremos a importância de criar um ambiente familiar inclusivo, o impacto positivo que isso tem nas pessoas LGBTQIAPN+ e alguns desafios comuns enfrentados por essas famílias.

Desafios enfrentados pelas famílias

Quando um filho, filha, irmão ou irmã revela sua orientação sexual ou identidade de gênero, é natural que a família enfrente um período de adaptação. O desconhecimento, o medo do estigma social e a preocupação com o bem-estar do ente querido podem gerar tensões e desafios emocionais. É importante reconhecer e abordar esses desafios para que a família possa fortalecer os laços e oferecer um ambiente de apoio.

1) Desconhecimento e educação:

Um dos primeiros desafios é o desconhecimento em relação à comunidade LGBTQIAPN+. Muitas famílias podem não ter tido contato prévio com questões de orientação sexual e identidade de gênero, o que pode levar a preconceitos ou falta de entendimento. É fundamental investir tempo em educação, buscar informações confiáveis e abrir-se para aprender sobre a diversidade humana.

2) Superando o estigma:

As famílias podem enfrentar o estigma social relacionado à LGBTfobia. O medo do julgamento dos outros pode causar ansiedade e afetar a saúde mental dos membros da família. É importante que a família desenvolva uma mentalidade aberta e solidária, estando preparada para enfrentar possíveis desafios externos e defender o bem-estar de seu ente querido.

3) Comunicação e apoio emocional:

A comunicação aberta e o apoio emocional são fundamentais para o acolhimento de um membro LGBTQIAPN+ na família. É essencial criar um espaço seguro onde todos possam expressar seus sentimentos e preocupações. O diálogo franco e respeitoso permite que as questões sejam abordadas de maneira construtiva, promovendo a compreensão e fortalecendo os laços familiares.

A importância do acolhimento

Ao acolher um membro LGBTQIAPN+ na família, criamos um ambiente inclusivo e respeitoso, a família promove o amor incondicional, aceitação e respeito pela diversidade humana. Isso contribui para o bem-estar emocional, a autoestima e o desenvolvimento saudável do indivíduo. Além disso, a família se torna uma fonte de apoio e segurança, ajudando a enfrentar os desafios externos que podem surgir. Ao enfrentar os desafios, educar-se e cultivar um ambiente inclusivo, a família fortalece seus laços e contribui para o bem-estar de todos os seus membros.

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Lembre-se de que o amor e a aceitação são pilares fundamentais para construir um futuro onde todas as pessoas se sintam respeitadas e valorizadas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Juntos, podemos criar um mundo mais acolhedor e inclusivo para a comunidade LGBTQIAPN+ e suas famílias.


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O ato de comer está associado à sensação de prazer. Por isso, muitas vezes, comemos mais do que deveríamos. Quando esse comportamento se torna corriqueiro, é hora de prestar atenção, pois o hábito pode ser um sintoma de compulsão alimentar.

A compulsão alimentar é um transtorno que causa nas pessoas a necessidade de comer mesmo sem apetite e, muitas vezes, em excesso. É um distúrbio químico, derivado de um desequilíbrio nos mecanismos de fome e saciedade. Geralmente está associado a problemas de ansiedade e depressão.

Esse transtorno atinge cerca de 3% da população mundial, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria. Três em cada quatro pessoas que comem impulsivamente são obesas, uma vez que a maneira com que se alimentam superam a quantidade de calorias necessárias ao organismo.

Sintomas

Quando a pessoa tem compulsão alimentar, ela:

  • come muito rápido;
  • come fora de hora e sem ter fome;
  • come em pequenos intervalos de tempo;
  • tem a necessidade de comer alimentos calóricos após momentos de estresse;
  • não mastiga a comida adequadamente;
  • coloca na boca grandes quantidades de alimento;
  • sente culpa após se alimentar;
  • come sozinha ou em segredo;
  • continua comendo mesmo depois de saciada;
  • perde o controle do que é consumido;
  • muitas vezes passa mal depois de comer.

Algumas pessoas tendem a comer compulsivamente doces e carboidratos. É comum, também, que percam o controle com todos os tipos de alimentos, inclusive legumes e frutas.

Tratamento

O diagnóstico para a compulsão alimentar é realizado pelo médico, baseado no relato do indivíduo, uma vez que não existe um exame específico que comprove o transtorno. Além disso, o médico poderá pedir exames para avaliar a saúde, pois se trata de um distúrbio alimentar que pode implicar o desenvolvimento de diabetes e doenças cardíacas, por exemplo.

O tratamento para compulsão alimentar é realizado pelo médico psiquiatra. Um trabalho multidisciplinar com nutrólogo, nutricionista e endocrinologista pode ser indicado.

O tratamento se baseará em mudanças no estilo de vida, com reeducação alimentar e indicação de atividade física. Além disso, em alguns casos, o psiquiatra poderá receitar medicamentos como antidepressivos, que adequarão a serotonina e indutores de saciedade no organismo.

Cabe ao médico avaliar, também, se outros transtornos como depressão e ansiedade estão associados à compulsão alimentar. Dessa forma, realizará o tratamento concomitantemente, uma vez que a compulsão está ligada a fatores mentais.  É possível que o médico identifique qual sensação esse distúrbio alimentar desperta e trabalhe esse fato com a pessoa.

Se não tratado, o ato de comer compulsivamente pode implicar doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, colesterol alto e problemas gástricos. Além disso, depressão e bulimia também estão associadas à compulsão alimentar.

A rotina do mundo moderno pode reforçar transtornos como ansiedade, depressão e estresse, que, por sua vez, podem provocar a compulsão alimentar. Por isso, é importante ter sempre bons hábitos. Alimentação saudável, prática de atividade física e hobbies são fatores que podem auxiliar na prevenção desses desencadeadores.

 

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A morte é o processo pelo qual a vida de um organismo chega ao fim. É uma parte natural do ciclo da vida e pode ser entendida como o término da atividade biológica e funcionamento dos órgãos e sistemas corporais. Entretanto, muitas pessoas vivenciam ou testemunham a morte como algo “nada natural”. Desastres naturais, acidentes, pandemias como a do Coronavírus, doenças com apresentação fulminante como um infarto, suicídio, etc, estão na lista de causas de morte que nos pegam de surpresa, não são esperadas e, sobretudo pra quem fica, traz o questionamento “e se ?” – trazendo uma sensação de que poderiam ter sido evitadas.

O que é a morte?

A morte pode ser vista como um evento final e irreversível, mas também pode ser compreendida de formas diferentes dependendo das crenças e valores de cada indivíduo. Algumas pessoas acreditam que a morte é um processo de transição para uma vida após a morte, enquanto outros acreditam que é o fim da existência consciente.

Em geral, a morte é vista como uma perda e pode ser um evento assustador e doloroso para aqueles que estão deixando ou perdendo alguém que amam. No entanto, é importante lembrar que a morte é uma parte natural da vida e que é possível encontrar formas de lidar com ela e celebrar a vida de quem já se foi.

Os principais medos sobre a morte:

Existem muitos medos específicos relacionados à morte e as preocupações podem ser diferentes para cada pessoa.

De forma geral, pensar em morte pode deflagrar os sentimentos abaixo:

  1. Medo da dor: Temor de que a morte possa ser dolorosa ou sofrida.
  2. Medo da solidão: Medo de morrer sozinho e sem apoio.
  3. Medo da perda: Medo de perder entes queridos ou coisas importantes na vida.
  4. Medo da incerteza: Insegurança sobre o que acontece depois da morte e sobre o que será deixado para trás.
  5. Medo do desconhecido: Ansiedade sobre o desconhecido e o que pode acontecer após a morte.
  6. Medo da falta de propósito: Preocupação de que a vida não tenha sentido ou propósito após a morte.
  7. Medo da perda de identidade: Medo de perder a identidade e a personalidade após a morte.
  8. Medo de deixar as responsabilidades para trás: Preocupação de não ter cumprido todas as responsabilidades ou tarefas na vida.

O medo da morte é um transtorno psicológico?

O medo da morte não é considerado um transtorno psicológico por si só. Na verdade, é considerado normal ter algum medo ou ansiedade em relação à morte, especialmente quando se pensa sobre a finitude da vida.

No entanto, se o medo da morte estiver interferindo significativamente na vida de uma pessoa, impedindo-a de realizar suas atividades diárias ou causando sofrimento emocional excessivo, pode ser indicativo de um transtorno de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada ou o transtorno de estresse pós-traumático.

Se você está sentindo medo intenso ou ansiedade em relação à morte e isso está afetando negativamente sua vida, é importante buscar ajuda profissional. Um terapeuta ou psiquiatra pode ajudá-lo a trabalhar em seus medos e encontrar maneiras saudáveis de lidar com eles.

Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a lidar com o medo de morrer

1) Enfrente seus medos:

Identifique seus medos específicos em relação à morte e trabalhe para enfrentá-los. Isso pode incluir conversar com alguém sobre suas preocupações, ler sobre a morte ou visitar um terapeuta.

2) Mantenha-se ocupado:

Ocupar-se com atividades que você ama e que lhe dão significado para a vida pode ajudar a distrair a mente das preocupações sobre a morte, de forma que elas sejam menores do que a importância de viver o presente.

3) Conecte-se com os outros:

Fale com amigos e familiares sobre seus medos e busque suporte em grupos de apoio ou comunidades religiosas. A conexão social pode ajudar a sentir-se menos sozinho e mais conectado ao mundo.

4) Enfocar no que você pode controlar:

Em vez de se preocupar com o que não pode controlar, como a inevitabilidade da morte, concentre-se em cuidar de sua saúde e viver uma vida significativa.

5) Busque ajuda profissional:

Se o medo de morrer estiver afetando significativamente sua qualidade de vida, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Eles podem ajudá-lo a desenvolver estratégias de trabalhar em seus medos e avaliar se o seu medo pode ser a representação de questões muito mais profundas e que mereçam cuidado especializado.

Lembre-se de que o medo da morte é uma experiência comum e há recursos disponíveis para ajudá-lo a lidar com isso. É importante reconhecer e só assim poder enfrentar esses medos para encontrar paz e equilíbrio em relação à morte. Cada pessoa é única e que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante encontrar o que funciona melhor para você e fazer o que for preciso para encontrar conforto e tranquilidade.


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7 de fevereiro de 2023 AnsiedadeDepressão0

Engarrafamento de carros. Buzina. Gente pra cá, pra lá. Engarrafamento de gente! Os sinais estão claros: você vive num grande centro urbano. Agora, imagina este cenário com mais carros, buzinas, gente, gente, gente… Imaginou? Bem vindo, o ano de 2023 realmente começou. Você pode estar fora da escola ou faculdade há décadas mas, é fato, nós ainda organizamos nossas metas, tarefas, obrigações, lazer, etc, seguindo a lógica do ano letivo escolar. E isso traz consequências não só no barulho externo,  como o dos carros nas ruas, mas aos nossos “barulhos internos” também.

Ansiedade em relação ao retorno ao ano letivo é uma reação comum e pode ser causada por fatores como pressão para se sair bem, medo de enfrentar desafios, incerteza sobre o futuro, provas, competitividade, apresentações em público, aprovação social, bullying… esses e outros desafios surgem durante a fase escolar e acadêmica. Não há dúvidas de que adolescentes e adultos jovens estão entre as populações mais vulneráveis para ter ansiedade: a vida é só futuro.

Como identificar a ansiedade?

O Ministério da Educação divulgou em 2019 o último resultado do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, PISA  — Programme for International Student Assessment —, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde os jovens brasileiros estão entre os mais ansiosos e estressados antes de provas.

Psicologicamente falando, a ansiedade moderada pode ser funcional. Esse sentimento leva a pessoa a se dedicar aos estudos. Se fosse pela ausência total de ansiedade, a pessoa não se importaria tanto em ir para a vida, desafiar-se e crescer. A ansiedade elevada, por outro lado, pode interferir na concentração e no sono, levá-lo ao isolamento, causar alterações no humor, pensamentos e fazê-lo se sentir incapaz diante de desafios da vida.

Fique de olho em alguns sinais:

  • Falta de vontade de frequentar a escola/faculdade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Retraimento social e dificuldade de interagir com outras pessoas, mesmo que fora do ambiente escolar;
  • Pensamentos negativos;
  • Fadiga (cansaço físico e mental);
  • Distúrbios do sono;
  • Dores gastrointestinais, tontura, entre outros sintomas no corpo;
  • Estado de alerta constante e preocupação excessiva.

 

Identificou estes sinais? Aqui estão 5 dicas para ajudar a lidar com a ansiedade no início do ano letivo:

1) Planeje antecipadamente

Crie um cronograma de estudos e organize suas tarefas para minimizar o estresse.

2) Pratique autocuidado

Dedique tempo para cuidar da sua saúde física e emocional, dormindo o suficiente, comendo bem e praticando atividades que você goste.

3) Conecte-se com outros estudantes:

Participar de grupos de estudantes ou de atividades extracurriculares pode ajudá-lo a fazer amizades e se sentir mais conectado com a universidade.

4) Converse com um professor/coordenador pedagógico

Se você estiver se sentindo sobrecarregado, converse com um conselheiro de alunos ou um profissional de saúde mental.

5) Tenha uma rede de apoio

Aproveite o suporte que grupos de algumas Redes Sociais possam oferecer e/ou crie um grupo de suporte, nem que seja com você mesmo!

Gostou das dicas?

Lembre-se de que a ansiedade é uma experiência comum e que existem muitos recursos e estratégias disponíveis para ajudá-lo a lidar com ela. Se você se sentir sobrecarregado, não hesite em procurar ajuda e apoio.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra e psicoterapeuta em São Paulo. Clique no botão abaixo e fale com a minha equipe!


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8 de dezembro de 2022 Dra Aline RangelAnsiedade

A ansiedade é um problema global. Ao redor do mundo, cerca de 25-30% da população sofre com algum transtorno de ansiedade de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)1. Ela pode se manifestar de diferentes maneiras e pode ser descrita como uma das experiências mais angustiantes que uma pessoa possa vivenciar. Essas crises podem ser avassaladoras e debilitantes, mas é essencial reconhecer os sinais para buscar apoio adequado e tratamento. Neste artigo, exploraremos oito sinais que indicam uma crise de ansiedade, ajudando você a compreender melhor essa condição e tomar medidas proativas para gerenciá-la.

1) Alterações no sono

A dificuldade para adormecer ou manter o sono é um dos indicativos de transtorno de ansiedade, tanto que, 50% das pessoas com transtornos de ansiedade têm problemas para dormir. Quando o indivíduo vira de um lado para o outro, não consegue pegar no sono e acorda excessivamente cansado, há grandes chances de estar vivendo uma crise de ansiedade.

2) Preocupação excessiva

Outra marca da ansiedade é a preocupação excessiva. Se preocupar moderadamente com as coisas do dia a dia é natural, porém, ter sempre a sensação de que algo ruim vai acontecer é um indício de que a pessoa está ansiosa patologicamente. Ficar preocupado de maneira intensa e persistente, a ponto de sofrer com essa condição, revela a desregulação psíquica e emocional característica desse tipo de crise.

3) Tensão muscular

A tensão muscular é uma das manifestações físicas da ansiedade. É comum que em meio a crises ansiosas, a pessoa tenha a sensação de mandíbula apertada, punho tensionado e músculos enrijecidos por todo corpo. Por vezes, a tensão é tão grande que pode gerar dores locais. Nesse caso, técnicas como massagens e exercícios regulares podem ajudar a relaxar e aliviar as tensões.

4) Ataques de pânico

Os ataques de pânico podem sinalizar uma crise intensa de ansiedade. A sensação repentina de medo, coração acelerado, aperto no peito e garganta, suor, tremor, mãos frias, dores no estômago e fraqueza acontecem nesse tipo de ataque e estão intimamente relacionados a transtornos de ansiedade.

5) Comportamento compulsivo

Os comportamentos compulsivos, além dos pensamentos intrusivos, descontrolados e irracionais também são sinais de que uma crise de ansiedade se aproxima ou já está acontecendo. Comer excessivamente ou comprar de forma impulsiva/ compulsiva, por exemplo, são atitudes que indicam transtornos de ansiedade. Fique de olho!

6) Tontura e sensação de desmaio

Crises agudas de ansiedade podem vir acompanhadas de tontura e sensação de desmaio sem qualquer aviso. Sintomas como náuseas e vômitos também são comuns em quadros de ansiedade

7) Falta de ar

Na iminência de uma crise de ansiedade, muitos indivíduos sentem falta de ar, respiração ofegante, peito apertado e, até mesmo, uma fadiga incapacitante. Esses sintomas físicos podem aparecer isoladamente ou em conjunto com outros sinais, como balançar braços e pernas sem parar, roer unhas e falar muito rápido.

8) Mudanças de humor

Pessoas ansiosas tendem a apresentar alterações de humor repentinamente. Alguém naturalmente calmo pode ficar irritado, pessoas otimistas podem ficar pessimistas temporariamente e os alegres podem passar por um período de tristeza sem razão aparente.

A ansiedade é uma condição complexa que pode impactar significativamente o bem-estar de uma pessoa quando não é tratada. Ao reconhecer os sinais de uma crise de ansiedade, os indivíduos podem tomar medidas proativas para gerenciar sua ansiedade e melhorar sua qualidade de vida. Lembre-se de buscar ajuda profissional, aprender e utilizar estratégias de enfrentamento, pois isso é crucial para atravessar uma crise de ansiedade. Com o apoio adequado e as ferramentas corretas, é possível recuperar o controle e encontrar a paz interior diante dos desafios que a ansiedade apresenta.

Quer saber mais sobre ansiedade? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


Referências:

  1. WHO. Mental health action plan 2013- 2020. 2013. p. 1e48.

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Assunto considerado tabu, a disfunção sexual masculina acarreta problemas significativos na vida particular e de casais. De modo simples, estamos falando de bloqueios que impedem uma resposta sexual adequada, da incapacidade persistente ou recorrente de manter uma ereção até o final da atividade sexual. Fatores orgânicos e psicológicos estão associados a esses desajustes.Trata-se de um quadro que afeta a vida de quase metade dos brasileiros.

Fatores psicológicos que contribuem para a disfunção sexual masculina

1) Estresse e ansiedade

Você sabia que o simples fato de pensar muito em como será o desempenho na cama altera o ato sexual? Muitos homens sentem-se obrigados a satisfazer todos os desejos do parceiro e entram numa verdadeira corrida que mina a naturalidade. Outras preocupações (trabalho, casa, família, filhos, dinheiro), quando se manifestam de maneira excessiva, também são verdadeiros entraves a uma vida sexual satisfatória. E não pense você que tal comportamento restringe-se aos mais velhos – rapazes jovens também são impactados.

2) Pornografia

Estudos já comprovam certo impacto negativo da pornografia na vida sexual das pessoas. O que acontece, às vezes, é uma comparação desleal. O que é capturado sob lentes, posições estratégicas e efeitos audiovisuais não pode ser cobrado com tanta veemência na vida real. Quando a mente humana é “enganada”, pode-se cair na tentação de esperar da (o) parceira (o) atitudes plásticas demais.

3) Não posso ser pai agora! E se eu pegar alguma doença?

Relacionar-se sexualmente com sua (o) parceira (o) com medo de contrair alguma infecção ou doença, além de lidar com a possibilidade de ser pai, são outras causas de disfunção erétil psicológica. Muitos homens chegam preocupados ao consultório, mesmo tendo feito uso de preservativos adequadamente. Neste caso, salienta-se a importância de conhecer a (o) parceira (o) e não abrir mão de métodos de barreira.

4) Distúrbios mentais, como o de personalidade

Patologias que deixam o cérebro deficitário funcional e estruturalmente, de certa forma, prejudicam o ato sexual. Pense, por exemplo, em alguém com problemas de autoestima, quando o mínimo “erro” cometido altera a percepção em relação ao outro e a si próprio. Neste caso, qualquer comentário (mesmo aqueles ditos sem intenção de depreciar) pode impedir a plenitude nos momentos mais íntimos. O mesmo acontece no estado depressivo, que provoca falta de vontade de agir.

5) Desgastes no relacionamento

Quando a vida a dois não vai bem, discussões, brigas e até mesmo palavras mal empregadas podem causar danos importantes ao desempenho sexual.

Soluções para disfunção sexual masculina

Em alguns casos, pode-se fazer necessário o uso ou ajustes de medicamentos (determinados antidepressivos, por exemplo, têm efeitos colaterais na libido). Em todas as nuances, a terapia é uma ótima aliada, pois é possível, entre outros benefícios, avaliar certos comportamentos, descobrir suas “raízes”, dissipar incômodos e, consequentemente, realizar-se sexualmente. Disfunções sexuais precisam ser tratadas. Não tenha medo de compartilhar essas coisas com sua (o) parceira (o) e com algum especialista. O diálogo continua sendo essencial.

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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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