psiquiatra online / Dra Aline Rangel

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31 de julho de 2023 DestaquesTodos

Se você está pensando em fazer uma consulta com o psiquiatra mas, só de pensar em agendar, teme escrever uma mensagem de WhatsApp ou fica ansioso(a) ao digitar o número, permita-me tranquilizá-lo(a) explicando o passo a passo do que é uma avaliação em psiquiatria, que realizo quatro ou cinco vezes por dia nos últimos 20 anos. (Observação: nem todos os psiquiatras conduzirão suas avaliações exatamente como eu faço, mas o processo de coleta de informações geralmente será semelhante ao que descrevo aqui.)

“Estou envergonhado(a) por estar aqui.”

“Realmente não queria vir hoje.”“Estou preocupado(a) que você me diga que sou louco(a).”

 “Devia ter feito isso há anos.”

Essas são algumas das coisas mais comuns que os pacientes me dizem no início de sua primeira consulta, porque, vamos encarar a realidade: a ideia de abrir o “livro da sua vida”, contar seus conflitos emocionais, pensamentos, falar de sexualidade, drogas e tantas outras questões sobre a saúde mental para alguém que, naquele momento, é um completo estranho, pode ser intimidante.

Respira fundo, a consulta com a psiquiatra irá começar…

Primeiro, eu me apresentarei e terei uma ideia geral do motivo pelo qual você está aqui e das questões que deseja orientação, cuidado e/ou tratamento. Vou informá-lo(a) de que não tenho uma “bola de cristal”, preciso que ouvir a sua “verdade” e, embora eu possa fornecer um diagnóstico já de imediato, esse não é o aspecto mais importante – poderíamos chamar sua condição de “meu problema” se quiser. Não acho adequado ter pressa nesta primeira conversa. Neste primeiro contato, o que realmente importa é criar uma intervenção que funcione para você e o ajude a se sentir melhor. Ao final da consulta, já deixaremos a segunda parte da sua avaliação agendada para 15 dias no máximo.

Sim, psiquiatras fazem perguntas idiotas…

 Uma coisa importante em lembrar é que nem todas as perguntas que eu farei se aplicarão a você. Psiquiatras fazer muitas perguntas e talvez você nem saiba responde-las. Entretanto, um avaliação minuciosa, assim como aquela que um médico clínico geral faria durante um exame físico, envolve verificar e descartar uma infinidade de sintomas e doenças. Embora eu possua um estetoscópio bem guardado dentro do meu consultório, provavelmente não vou ouvir seus pulmões; estarei mais preocupada em como você está se saindo no dia a dia.

Farei perguntas vagas: “e a família, trabalho, e a vida e isso ou aquilo…” Se você preferir perguntas mais diretas, pouco papo, iremos para elas… Não tem como ser diferente: preciso conhecer a sua história desde que você se conhece por gente. Também não se preocupe que sua fala faça sentido, divague sobre o que vier espontaneamente à sua mente e achar importante me contar. A ideia é abrir vários hiperlinks e acessar seu psiquismo. A gente fecha depois.

Se você começar se queixando de que está “nervoso”, eu vou te perguntar “o que é nervoso?”. Percepções pré-concebidas ou generalizadas demais não me ajudam  a te conhecer. Faço perguntas que talvez eu saiba a resposta mas preciso confrontar com sua realidade e posso parecer idiota ou, pior, que estou me fazendo de idiota. Eu durmo quando estou nervosa, por exemplo, enquanto a maioria das pessoas fica agitada.

Você pode não ter qualquer sintoma de depressão, mas junto com a ansiedade, os transtornos de humor são os mais frequentes na população brasileira e, com certeza, farei perguntas sobre tristeza, solidão, vontade de fazer e prazer em fazer as atividades que costuma estar envolvido(a). Vou perguntar com que frequência você sente isso ou aquilo, há quanto tempo, se tem padrão ou associação com alguma coisa, a que horas… Conversaremos sobre oscilações de humor, insônia e qualquer histórico de raiva, explosão ou comportamento excessivamente impulsivo ou compulsivo. Você pode se assustar, mas perguntarei sobre suicídio. Às vezes não é sobre querer morrer de verdade ou se matar, mas tem momentos na vida em que não queremos existir… Ou um vazio gigantesco onde nada nem ninguém parece ter sentido para sua existência. Pode parecer uma cena horrível mas isso é mais comum do que você possa imaginar.

A seguir, virão perguntas sobre ansiedade. Você fica acordado(a) até tarde da noite com pensamentos recorrentes, obsessivos ou ruminantes correndo pela sua mente? Preocupa-se com ou precisa fazer algo a ponto de interferir em sua vida diária? Já teve um ataque de pânico? Fique tranquilo, eu traduzirei o “psiquiatrês” pra você.

“Família ê, família ah, família oh yeah, yeah yeah…”

É importante você me contar se, na sua família, tem alguém com um diagnóstico de transtorno psiquiátrico, mesmo que você só desconfie. Você pode não saber como funciona, mas não só a genética como também comportamentos e hábitos apreendidos desde a infância poderão me ajudar a te ajudar. Já te adianto que não precisa se apavorar em ter a mesma doença que um pai, mãe ou avós. Teremos tempo para eu te explicar como funciona essa questão da hereditariedade em transtornos psiquiátricos. Também perguntarei algumas coisas sobre o uso de drogas e histórico de trauma.

Você já sabe: nós, psiquiatras e psicólogos(as) adoramos “caçar trauma” mas meu olho pode se arregalar quando ouvir sua história e você travar. Não estou assustada, eu aguento ouvir coisas que até Deus duvida mas algo pode ter me impactado. A-M-O conhecer gente. Não cairei na “psicologia de botequim” e atestar que “a culpa de tudo de ruim na sua vida é por causa desse trauma”. Lembre-se de que ser o mais honesto possível comigo permitirá que eu forneça o melhor atendimento informado. Julgamento, vergonha e culpa não são bem-vindos em meu consultório (ou na tela do meu computador).

Possivelmente eu vou perguntar se você acredita em Deus, Adonai, Olorum, Alá, Jeová… Se tem uma religião, se é ateu ou agnóstico. Não vou querer te converter a nenhuma religião tampouco atribuir todos os seus problemas ao fato de ser uma pessoa religiosa. A ideia é acessar tudo que possa me contar um pouquinho sobre quem é você.

A consulta psiquiátrica “dá” mas também “tira” diagnóstico

 Posso contrariar você em algum momento, talvez não seja pânico, TDAH, bipolaridade, mas farei com respeito e explicarei o meu ponto de vista. A consulta psiquiátrica também é uma oportunidade de uma segunda opinião ou de esmiuçar transtornos psiquiátricos previamente diagnosticados, sobretudo quando o tratamento não está dando certo.

Falaremos sobre sua história psiquiátrica e eu perguntarei se você já foi prescrito medicamentos psicotrópicos anteriormente ou foi hospitalizado(a) por motivos de saúde mental e clínica. Caso você faça outros tratamentos ou tenha alguma doença clínica e não sabe explicar direito, traga um exame, relatório ou prescrição para eu dar uma olhada. Devo te pedir alguns exames se for necessário, ok? Se você tiver exames recentes, traga também, mesmo que seja do dedão do pé, viu? Dimensionar e identificar como está a sua saúde física me ajuda a cuidar da sua saúde mental e vice-versa.

E qual o meu transtorno psiquiátrico, Aline Rangel?!

 As informações que você me fornecer ajudam a identificar um diagnóstico e a descartar outros que possam ou não se aplicar a você. Minha visão sobre diagnósticos, como mencionei anteriormente, é que são diretrizes flexíveis. Nem todos com depressão querem se matar, e nem todos com ansiedade têm ataques de pânico. Eu pratico uma abordagem centrada na pessoa, o que significa que ajudo os pacientes a encontrarem o que funciona para eles numa vida real, possível e que valha a pena ser vivida. No final das contas, você se conhece melhor e, sem a sua contribuição, minhas sugestões são sem sentido.

E afinal, como é o tratamento com o psiquiatra?

 O final da sessão é quando discutimos que caminhos iremos tomar. Muitas pessoas me procuram porque só precisam responder “isso que eu sinto é normal?”. Possivelmente eu responderei: “depende”, “talvez”, “veja bem…”

Inevitavelmente, você deve ter me procurado com um “pré-conceito” estabelecido de que “um(a) psiquiatra é um psicólogo(a) que prescreve medicações”. A essa altura você já deve ter entendido que eu não sou assim. Mas eu te explicarei novamente o que um psiquiatra faz de verdade além de receitar um remédio.

Talvez eu te oriente a ter novas conversas comigo, outras consultas, iniciar uma psicoterapia comigo ou com um outro profissional especialista em saúde mental. Você vai me perguntar “qual a diferença entre um psiquiatra e um psicólogo” ou se “eu sou uma psicóloga”. Não tem problema, eu te explico novamente e quantas vezes forem necessárias.

Serotonina, Dopamina, Noradrenalina…

Sabe aquela Biologia que você fez questão de esquecer, nunca aprendeu e/ou não tem a menor vontade de entender? Pois é, teremos uma aula de neurotransmissores… Mas só se você quiser, viu? Relaxa. Preciso te dizer que tudo que envolve nossas emoções, pensamentos e comportamentos não vêm do nosso coração mas do cérebro e de todo o sistema nervoso. As células nervosas, os neurônios, se comunicam entre si através de uma rede diversa e complexa de diferentes neurotransmissores, hormônios, receptores, etc.

Todas as funções normais do cérebro humano exigem um conjunto ordenado de reações químicas e essas reações são aquelas associadas aos famosos neurotransmissores que citei ali em cima. Essa parte fascinante nas neurociências merece nossa atenção por um motivo muito relevante: defeitos nos neurotransmissores são a base de muitos distúrbios neurológicos e psiquiátricos, gerando consequentemente sintomas.

Além disso, praticamente todas as drogas psicoativas, terapêuticas ou não, exercem seus efeitos nessa comunicação entre os neurônios. Ah, e já ia me esquecendo! O processo de aprendizagem, atenção e memória também está intimamente ligado às modificações na efetividade desses neurotransmissores. Você com certeza trará alguma queixa sobre isso.

Remédio psiquiátrico: precisa mesmo, engordam, viciam, deixa lerdo(a), altera libido?

Se houver indicação, eu vou te apresentar opções de tratamento com psicotrópicos, com base em vários fatores – indicação precisa conforme a sua história clínica, genética, efeitos colaterais, reações anteriores a medicamentos semelhantes, custo, etc.

Possivelmente você questionará se é mesmo necessário tomar este ou aquele remédio. Eu te dou uma garantia: se eu te orientar que faça uso de um remédio, é porque considerei todas as possibilidades, os riscos e benefícios de você iniciar um psicotrópico.

Você vai querer saber “o que é tarja preta”, “remédio controlado”, “receita azul”, “receita amarela”… Vou lhe dar a oportunidade de fazer perguntas sobre os efeitos colaterais caso optemos por usar uma medicação, e também o incentivarei fortemente a entrar em contato comigo antes de se perder no buraco negro dos fóruns encontrados na internet. Em algum lugar, alguém vai afirmar que o Escitalopram (Lexaproâ) fez “crescer um chifre em suas costas”, e você não precisa desse tipo de estresse em sua vida.

Ufa, você sobreviveu à consulta com um psiquiatra!

Respira funda: terminaremos essa primeira consulta em uns 90 minutos. Você deverá está com muita coisa na cabeça a essa altura. Perguntarei como você se sente em relação ao diagnóstico que lhe dei ou afastei. Você terá tempo para fazer isso com cama. Como já descrevi, gosto de dividir a primeira avaliação em duas consultas para que dê tempo para “digerir” tanta coisa.

Talvez você não goste e não concorde com nada que eu disser sobre você. Sinto que estou muito melhor em “dar nomes” atualmente, mas você pode não gostar do que ouvir de mim. Fale comigo. Exponha seu incômodo, mesmo que nunca mais queira olhar na minha cara.

Aprendo muito com vocês que me procuram e, dos aprendizados mais importantes que tive, ao longo desses 20 anos, é que, dar a alguém um diagnóstico como bipolar, por exemplo, quando essa pessoa não conhece nada em relação à saúde mental ou está muito vulnerável, pode abalar profundamente sua realidade – pode fazê-la se ver como quebrado(a), louco(a) ou defeituoso(a).  Já ouvi todas essas palavras de pacientes recém-diagnosticados, e é nesse momento que eu construo a melhor empatia terapêutica com eles.

O tratamento psiquiátrico é, por fim, uma construção de confiança, habilidades emocionais, relacionamentos, mecanismos de proteção, enfrentamento, arquiteturas de neurotransmissores saudáveis, etc. Mas, sobretudo “de uma vida que valha a pena ser vivida” (Linehan, 2020).

Eu te aguardo em consulta!

Aline Rangel é psiquiatra e atende em seu consultório em São Paulo (SP) e por telemedicina em todo o território brasileiro. Desde que entrou na universidade, em 1998, já queria ser psiquiatra e, desde então, não parou de estudar e estar em contato com a subjetividade do ser humano. Sempre estudou temáticas consideradas “difíceis” em Psiquiatria (vícios, sexualidade, personalidade, etc), mas acredita que a Depressão e a Ansiedade não são só as queixas que mais aparecem em consultório, “são as mais complexas” define. “Se eu não conhecer em profundidade o ser humano que está deprimido ou ansioso e ajudá-lo, a partir daí, como meu paciente em sua totalidade, possivelmente a história irá se repetir e ele voltará 10 anos depois, possivelmente ainda mais adoecido”, finaliza.


8 de janeiro de 2021 Todos

O coronavírus virou nosso mundo de cabeça para baixo.

Muitas empresas que normalmente exigem a presença pessoal estão fechadas e não podem operar. Todos estão cientes de que, na maioria dos lugares do país, no momento, você não pode fazer coisas como comer fora em um restaurante ou ir a uma consulta médica não essencial., reforçados por um último mês e projeções que não estão otimistas sobre a possibilidade de aproximação, inclusive numa consulta médica de um Psiquiatra.

Você pode pensar que a consulta médica e psicoterapia seriam interrompidos da mesma forma, porque normalmente é feita em um consultório, mas, felizmente, nossa linha de trabalho é adequada para se mover on-line quando necessário.

Desde que a quarentena por coronavírus se tornou mais generalizada, logo nos seus primeiros 3 meses, terapeutas e profissionais da saúde mental fizeram uma mudança notável e rápida em todo o setor, para fornecer serviços de telemedicina on-line via videochat, em vez de se reunir pessoalmente, conforme orientações dos seus Conselhos de Classe.

Conheço vários colegas terapeutas com escritórios em várias cidades do Brasil e do mundo que, por vários anos, ofereceram terapia on-line para clientes que, por várias razões, não podiam comparecer pessoalmente ao consultório. O motivo mais comum é de pessoas que moram longe e não conseguem encontrar serviços de saúde mental próximo a ele, mas também tem sido uma ótima opção para clientes que ficam em casa devido a problemas de ansiedade, TOC ou depressão.

Comprometimento com a necessidade de afastamento pessoal

Agora, é claro, devido à necessidade de distanciamento social durante o surto de coronavírus, a maioria dos pacientes precisaram migrar para a consulta on-line. De todos os colegas profissionais de saúde mental  com que conversei no último ano, todos fizeram uma transição rápida para oferecer terapia a todos os seus pacientes on-line e o feedback foi maravilhoso.

Esta é uma ótima notícia, pois significa que, se você precisar de ajuda com ansiedade, depressão ou qualquer problema de saúde mental, ainda poderá obtê-lo de praticamente qualquer terapeuta, apesar do distanciamento.  Dado o aumento óbvio e compreensível da ansiedade em todo o país, acho importante que as pessoas ainda possam ter acesso a coisas que possam ajudá-las com ansiedade e estresse, como a consulta psiquiátrica e outras  terapias se destinam a fazê-lo. Mas o espaço presencial com todos os cuidados sanitários recomendados será sempre garantido a qualquer um que me procurar e não tiver história de COVID recente nem contato próximo com alguém que esteja sintomático.

Pacientes em crise, em surto psicótico, com ameaça de ferir a si ou a outra pessoa não são indicados para este tipo de atendimento. Estamos capacitados para cuidar presencialmente, seguindo as orientações do Ministério da Saúde.

Mas fora dessa limitação, a grande maioria das sessões pode ser conduzida normalmente.

Procure ajuda para o seu sofrimento

Se você ou um ente querido está sofrendo com problemas de saúde mental, sejam por causa do surto de coronavírus ou não, encorajo você a não deixar que a quarentena o impeçam de obter ajuda.

Nosso compromisso como profissionais da saúde mental é com a vida e seu bem-estar!

Quer saber mais sobre atendimento online? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



27 de abril de 2020 Ansiedade

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a síndrome do pânico já afeta 4% da população do país. Isso significa que mais de 8 milhões de brasileiros sofrem com o problema.

Ela é um tipo de transtorno de ansiedade em que ocorrem crises inesperadas de medo intenso e desespero de que algo ruim aconteça, sem ter algum motivo ou sinal de perigo aparente.

Pessoas em crises de pânico apresentam pelo menos quatro dos sintomas a seguir: taquicardia, falta de ar, dor ou desconforto no peito, formigamento, tontura, tremores, náusea, desconforto abdominal, visão embaçada, boca seca, dificuldade de engolir, sudorese, ondas de calor ou frio, e sensação de iminência da morte.

A frequência das crises varia de pessoa para pessoa e a duração tem tempo médio de 10 minutos. E não há como prever a chegada de uma.

Nos estágios iniciais do transtorno, não há nada específico capaz de desencadear o problema. Porém, há indícios de que lembrar de ataques de pânico anteriores pode contribuir e levar a uma nova crise.

Diagnóstico

Uma crise isolada ou uma reação de medo intenso diante de ameaças reais não constituem eventos suficientes para o diagnóstico da doença. Para ser diagnosticada como síndrome, as situações abaixo devem ocorrer com o paciente:

 

  • sofrer de ataques de pânico inesperados e frequentes.
  • sentir medo e angústia pela recorrência de um novo ataque e pelas consequências dessa nova crise, como perda de controle, ataque cardíaco ou mudanças súbitas de comportamento.
  • evitar situações que possam desencadear em uma nova crise.
  • não serem causadas por abuso de substâncias.
  • modificar o comportamento, a ponto do estilo de vida ser interferido negativamente.

Tratamento para síndrome do pânico

A boa notícia é que o problema tem cura. O principal objetivo do tratamento é reduzir o número e a intensidade das crises, assim como promover uma recuperação mais rápida.

Após o diagnóstico, o paciente é tratado com uma associação de psicoterapia e medicamentos, que incluem antidepressivos e ansiolíticos. Os medicamentos atuam sobre os desequilíbrios bioquímicos que geram os efeitos físicos associados à doença. Já a psicoterapia trabalha os medos, as fobias, a ansiedade e ajuda a pessoa a mudar a atitude diante dos ataques de pânico.

O tempo de tratamento varia a cada caso, podendo ir de alguns meses a vários anos. Manter o processo pelo período definido com o psiquiatra é fundamental para a cura. Caso contrário, um tratamento interrompido antes do fim pode significar o retorno da doença com intensidade ainda maior.

Também faz parte do tratamento da síndrome do pânico a mudança no estilo de vida, priorizando boa alimentação e a realização de exercícios físicos com frequência. Outra indicação é fazer atividades de lazer, que ajudem a não pensar nos efeitos de um possível ataque de pânico, assim como ações de relaxamento, incluindo massagens e meditação.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



15 de abril de 2020 Todos

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os transtornos mentais atingem cerca de 10% da população mundial, o que corresponde a mais de 700 milhões de pessoas.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 46 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais. Em relação ao tratamento, o órgão do governo federal estima que 3% da população brasileira necessita de cuidados contínuos em saúde mental, devido a transtornos severos e persistentes, e 9% precisam de atendimentos eventuais.

Esses dados mostram a importância do acesso a serviços de saúde mental e a profissionais especializados, para que essa população receba o diagnóstico e o tratamento adequado. Esclareceremos abaixo algumas questões para ajudar na escolha de um psiquiatra qualificado e de confiança.

Como o psiquiatra atua

Ele é o profissional capacitado para diagnosticar problemas de ordem mental e somente com ele o tratamento pode ser feito à base de medicamentos. Depressão, ansiedade,  transtorno obsessivo compulsivo (TOC), bipolaridade e transtornos sexuais são alguns dos transtornos mentais que levam as pessoas a buscar tratamento psiquiátrico.

Este especialista pode atuar efetivamente em todos os diagnósticos de transtornos mentais – sejam eles leves, moderados ou graves. Um dos focos do tratamento com um psiquiatra é melhorar os aspectos funcionais da vida diante de uma determinada doença mental e, depois, tratar de forma gradativa e progressiva o problema.

A busca por um tratamento psiquiátrico muitas vezes acontece de forma tardia, devido ao estigma que ainda ronda as pessoas que sofrem de transtornos mentais. Além disso, a falta de informações faz com que os pacientes e seus familiares tenham dificuldade em entender a necessidade de procurar um especialista.

Qualquer sofrimento psíquico que esteja atrapalhando a vida do indivíduo merece uma avaliação psiquiátrica para verificar se isso representa, ou não, uma doença mental.

Quando procurar atendimento?

O profissional de psiquiatria deve ser procurado quando se apresenta sintomas que prejudiquem a vida, tanto no campo profissional quanto social como alterações de sono, de alimentação, cuidados com a higiene pessoal, apatia e falta de ânimo para atividades do dia a dia, pensamentos de morte ou suicídio, alucinações ou delírios.

Como escolher?

Na hora de escolher o profissional, verifique se ele possui registro no Conselho Federal de Medicina (CFM) e esteja com esse número ativo. Além disso, o profissional deve ter uma numeração do Registro de Qualificação de Especialidade (RQE), que confirma a prática de residência médica em psiquiatria. Todos esses dados podem ser consultados no site de cada conselho regional.

É importante buscar ainda referências ou indicações com outros pacientes e, até mesmo, profissionais de saúde, para checar se o perfil desse profissional está de acordo com o seu.

Fique atento também aos dias, horários, locais de atendimento e de telemedicina. Os transtornos mentais são doenças crônicas, por isso, os tratamentos são por todo uma vida, ou mesmo a longo prazo.

Escolher um profissional que se encaixe na sua rotina, que possa ser encontrado com regularidade, que esteja próximo do seu trabalho ou casa, são fundamentais para o sucesso terapêutico.

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10 de abril de 2020 Ansiedade

E se você tiver o tipo de ansiedade que faz você se sentir preso e em pânico por causa dos pedidos de distanciamento social devido ao COVID-19?

Embora existam algumas pessoas cujo transtorno de ansiedade possa ser um alívio ter que ficar em casa e permanecer no distanciamento social, há muitos para quem essa situação cria um pesadelo especial. Esse pesadelo ocorre por várias razões compreensíveis. Primeiro, muitas pessoas com transtorno do pânico se sentem mais seguras quando sabem que têm fácil acesso ao apoio emocional e segurança física. Isso pode significar sentir-se mais seguro e menos propenso a entrar em pânico quando estiver próximo a instalações médicas, quando houver outras pessoas próximas ou quando puderem viajar facilmente para uma área que sinta menos ansiedade.

Como o Transtorno de Pânico e a Agorafobia pioram a quarentena?

A permanência em casa e as regras de distanciamento social mudam tudo isso. As instruções para evitar a sala de emergência e sempre chamar seu médico antes de fazer um contato com ele presencialmente mudam isso. O conhecimento de que você será afastado de um centro médico, a menos que esteja gravemente doente, também muda tudo isso. De repente, todos os suportes em potencial que possibilitaram o funcionamento não estão mais disponíveis. Você nem pode ver seu terapeuta pessoalmente, o que é outro desafio.

Além disso, a maioria das pessoas com transtorno do pânico e agorafobia acha que qualquer menção a sintomas físicos, especialmente o coração ou a respiração, provocam ansiedade, porque os lembra dos sintomas do ataque de pânico. O mesmo vale para ouvir palavras que lembram seus outros medos, como ficar sozinho sem uma maneira pronta de obter ajuda, palavras como “quarentena” e “distanciamento social”. Se você é uma dessas pessoas, isso pode significar que você encontra palavras-chave o dia todo.

E quando a sua ansiedade encontra a dos outros

Por fim, o clima geral de ansiedade e incerteza sobre o futuro é um desafio especial para os que ficam em pânico. As pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade costumam achar que sua capacidade de sentir empatia (perceber e sentir as emoções dos outros) é desafiadora quando detectam ansiedade em outras pessoas. Sabemos que, se você tem transtorno do pânico e agorafobia, seu corpo interpreta mal as sensações físicas associadas à ansiedade e estressa algo alarmante. Seu cérebro não pode dizer a diferença entre o medo imaginado, como ter empatia com alguém que se sente ansioso ou assustado enquanto assiste a uma cena tensa em um filme e um perigo real. Isso significa que, quando você encontra histórias e manchetes alarmantes da mídia, é mais provável que seu corpo sinta ansiedade que se transforma em um ataque de pânico. Isso significa que se você ouvir as pessoas que expressam preocupação e pânico, será mais provável que sinta ansiedade que se transforma em um ataque de pânico.

Aqui está o que você pode fazer para ajudar a atenuar a tendência do seu corpo e cérebro de entrar em pânico durante esse período desafiador:

  1. Tente nomear ou discriminar seus sintomas que estão mais intensos como resposta típica e acidental do seu corpo à histeria em massa, restrições repentinas no estilo de vida e sua capacidade de ser sensível e ter empatia com os outros seres humanos.
  2. Diminua radicalmente sua exposição a mídias e conversas que provocam ansiedade. Não preste atenção à “contagem do número de casos confirmados de COVID” e peça a seus amigos e familiares que se abstenham desse tipo de discussão ou compartilhem suas informações mais assustadoras.
  3. Reserve um tempo para desacelerar seu corpo usando meditação, relaxamento, respiração diafragmática, relaxamento, ioga ou oração. Seu corpo precisa de ajuda para ser lembrado de que ele pode atingir um estado de repouso para que possa sair do modo de alarme. Faça isso quando acordar e depois mais duas vezes ao longo do dia. Seu objetivo é evitar que seu corpo fique preso no modo inativo que a crise o leva.
  4. Quando sentir um ataque de pânico começando, respire lenta e suavemente pelo nariz enquanto mantém a boca fechada. Respire tão suavemente que você mal consegue sentir a respiração se movendo na parte de trás da garganta e não há som audível de inspiração ou expiração. Isso diminuirá a quantidade de dióxido de carbono que você expira durante um ataque de pânico e ajuda a reduzir os sintomas físicos do pânico. Você também pode usar essa mesma técnica após o início de um ataque de pânico. Se você não conseguir desacelerar a respiração, também pode inspirar e expirar o mais lentamente possível nas mãos em concha ou em um saco de papel para ajudar a aumentar o nível de dióxido de carbono no sangue.
  5. Lembre-se de que seu ataque de pânico é um alarme falso. Pode parecer horrível, mas nada de ruim está acontecendo com seu corpo. Os ataques de pânico são fisicamente inofensivos e não aumentam o risco de ataque cardíaco, derrame ou de enlouquecer. Um sintoma típico de um ataque de ansiedade, no entanto, é a sensação de que você pode estar tendo um ataque cardíaco, derrame, perda de controle ou perda de sanidade. Um ataque de pânico é como a reação do seu corpo quando um garoto não tão engraçado que te surpreende estourando um balão atrás de você para tentar fazer você assustar-se.
  6. Participe de um grupo de suporte on-line gratuito para obter suporte de colegas e lidar com a dificuldade de ter que se adaptar repentinamente ao estilo de vida do COVID-19 em casa. Você descobrirá que não está sozinho e provavelmente obterá ótimas dicas para lidar com isso.

Se você acha que não consegue esse auto-gerenciamento neste momento, procure ajuda. Você não precisa continuar sofrendo. Terapeutas e psiquiatras podem fornecer avaliações e terapia através de atendimento online.



17 de setembro de 2017 Todos

A vida é uma união de sensações, pensamentos e atos que aos poucos vão nos transformando em quem somos. Em alguns momentos podem surgir dificuldades em encarar nossos medos e desafios, e isso pode nos trazer prejuízos e conflitos.

Há ainda casos mais específicos nos quais podem surgir problemas realmente graves voltados aos nossos pensamentos. Podemos então, sentir a necessidade de buscar um profissional especializado que possa tratar e nos ajudar a compreender o que pode estar acontecendo.

Não é raro que as pessoas se confundam com os profissionais que tratam e orientam pacientes a respeito de questões voltadas à mente. Mas afinal, qual é a diferença entre psiquiatra, psicólogo e psicanalista?

A seguir, aprenda a respeito do assunto e descubra quando procurar pela ajuda de um psiquiatra, de um psicólogo ou de um psicanalista .

Psiquiatra

O psiquiatra é um profissional formado em medicina e que optou por uma especialização em psiquiatria. Ou seja, ele conhece de forma geral o funcionamento do organismo humano e se aprofundou em estudar a mente humana, pensando na parte biológica dos distúrbios mentais, podendo prescrever medicamentos específicos para doenças voltadas à mente.

Psicólogo

Um profissional de psicologia, por sua vez, tem o seu foco voltado à parte não-biológica do psique humana, ou seja, os comportamentos, os sentimentos e os eventos vividos por nós, que desencadeiem determinados distúrbios e ações. O psicólogo faz o seu tratamento à partir de sessões de terapia, onde trata o paciente com exercícios e de forma não medicamentosa.

Psicanalista

Já o psicanalista é um profissional, de qualquer área, especializado em psicanálise, que é um método de tratamento que envolve técnicas e terapias desenvolvidas pelo famoso estudioso Sigmund Freud e seus sucessores. Um psicanalista, portanto, pode ter diferentes formações primárias, inclusive em medicina ou psicologia.

E o que seria um psiquiatra psicoterapeuta?

Ou seja, um psiquiatra psicoterapeuta é um profissional formado em medicina com especialização em psiquiatria, e que pode oferecer aos seus pacientes tratamentos que envolvam as diferentes técnicas psicoterapêuticas e escolas das ciências do comportamento e psicologia. Neste caso, o profissional pode tratar o paciente tanto biologicamente como psiquicamente.

A psicanálise e outras escolas da psicologia têm se mostrado como formas muito eficazes para tratar os mais diversos tipos de pacientes que buscam respostas para seus medos, sensações e formas de ver a vida e seus acontecimentos. Ela trata com ainda mais ênfase pacientes que sofrem de diferentes tipos de neuroses e psicoses.

O psiquiatra psicoterapeuta, portanto, pode ir muito mais a fundo nas questões psíquicas, já que tem como principal objetivo interpretar todos os conteúdos que estão de alguma forma inconsciente presos na mente de seu paciente, através de palavras, produções imaginárias e ações.

O mais importante é que, independentemente do tipo de profissional que você procure, você possa ser capaz de compreender como ele pode ajudar a conquistar uma vida ainda mais plena.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo.




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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