Transtorno de Personalidade Borderline / Dra Aline Rangel

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12 de junho de 2023 Todos

É natural querer passar o máximo de tempo possível com nosso(a) parceiro(a) quando nos apaixonamos e querer estar ciente de todos os aspectos de suas vidas. Muitos consideram uma fase passageira ou veem o ciúme como uma parte normal dos relacionamentos. No entanto, quando esse amor se transforma em obsessão, levando a eventos extremos como controle de todos os passos do(a) parceiro(a), desconfiar sobre o que faz, com quem e onde e uma crença de que está sendo traído(a), isso se torna motivo de preocupação.

Infelizmente, esse fenômeno, conhecido como ciúme patológico, é mais comum do que imaginamos. Ele afeta homens e mulheres em todo o mundo, aprisionando-os em um ciclo de dependência semelhante a um vício. Assim como outros distúrbios comportamentais, os sintomas do ciúme patológico podem se tornar avassaladores e destrutivos, se manifestando como agressão, automutilação ou até mesmo tentativas de suicídio e/ou homicídio.

Diagnóstico e Tratamento

O ciúme patológico é diagnosticado por meio de uma avaliação completa por um especialista que pode diferenciá-lo de outras condições, como o Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno Explosivo Intermitente, por exemplo. Anteriormente, o ciúme patológico era visto apenas como um sintoma, em vez de uma doença distinta.

Apresenta-se de forma heterogênea, tais como ideias obsessivas, prevalentes ou delirantes. Desta forma, ele pode ser explicado por dois modelos de diagnóstico, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno delirante. Portanto, uma vez detectado, deve-se identificar o diagnóstico de base. Como o tema pode apresentar uma forte conotação paranóide, a aproximação mais comum seria com transtornos psicóticos, em virtude de alguns pacientes terem boa resposta terapêutica a antipsicóticos e apresentarem uma forte convicção, próxima a um delírio, de que estão sendo traídos. No entanto, apesar de alguns autores ressaltarem a associação desse sintoma com o TOC, são poucos os artigos publicados sobre o tema. Neste caso, a terapêutica mais adequada seriam os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) associados à terapia cognitivo-comportamental (TCC), entre outros. Em casos refratários, a associação com doses baixas de antipsicóticos por curto período de tempo poderia ser uma opção

Uma vez diagnosticado, o tratamento deve ser iniciado, com foco na terapia como um recurso indispensável. O terapeuta trabalhará atentamente e pacientemente com o paciente, ajudando-o a reconhecer a perda de controle. Além disso, explorará quaisquer conflitos subjacentes que possam contribuir para o desenvolvimento desses sintomas, como experiências passadas que levaram a uma baixa tolerância à dor e ao sofrimento.

O texto remete a pessoas ciumentas extremamente adoecidas, no contexto do espectros dos transtornos obsessivos compulsivos e até delirantes, mas identificamos, em menor intensidade, em relacionamentos reconhecidos como “normais”. Os relacionamentos devem enriquecer a vida de alguém, em vez de serem uma forma de preencher um vazio. Esteja atento ao que quer de um relacionamento e da representação de uma parceria na sua.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



15 de setembro de 2019 Todos

Transtorno de personalidade borderline e transtorno bipolar são distúrbios psíquicos crônicos que afetam os pensamentos, os sentimentos e as atitudes, produzindo efeitos na área social, afetiva, profissional, etc.

Embora apresentem algumas características em comum, a personalidade borderline e a bipolaridade são duas condições distintas, que não devem ser confundidas. A confusão entre os distúrbios pode acarretar a disseminação de informações equivocadas, atrapalhar a procura por ajuda médica adequada e, consequentemente, atrasar o diagnóstico e o tratamento.

Para aprender a diferenciar as duas condições, continue a leitura. 

O que é transtorno de personalidade borderline?

Também chamado de transtorno de personalidade limítrofe, o transtorno de personalidade borderline é caracterizado por mudanças súbitas de humor, além de presença de comportamentos autodestrutivos e impulsivos, compulsões, deturpação da imagem e descontrole emocional. 

Pessoas que apresentam essa condição, tendem a passar por episódios aparentemente inexplicáveis de grande ansiedade, raiva e até mesmo depressão. Por isso, costuma ter dificuldade de criar laços e manter relacionamentos estáveis.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), esse tipo de distúrbio é mais incidente em mulheres. Cerca de 75% dos quadros ocorrem com pessoas do sexo feminino e os sintomas aparecem normalmente entre os 18 e 25 anos, embora possam surgir em outras faixas etárias. 

O que é transtorno bipolar?

O transtorno afetivo bipolar é um distúrbio crônico marcado pela alternância entre dois estados bem diferentes: o eufórico e o depressivo. As mudanças podem acontecer de maneira repentina e intensa, oscilando sem qualquer aviso prévio. 

Quando a pessoa que sofre com transtorno bipolar está vivenciando um polo depressivo, ela experimenta sintomas como desânimo, indiferença, isolamento, perda de interesse, queda na energia, baixa autoestima, insônia, etc. 

Já quando está na fase eufórica (polo da mania), a pessoa se sente autoconfiante, animada, falante e hiperativa. Além disso, pode apresentar sintomas psicóticos como aumento da libido, delírios de grandeza, irritabilidade e incapacidade de avaliar situações de risco.

Quais os sintomas dos dois transtornos?

No transtorno de personalidade borderline, os sinais mais comuns são a imagem distorcida, impulsividade, imprudência, insegurança, relacionamentos turbulentos e instáveis, emoções intensas e descontroladas, agressividade, alterações no humor, sentimento de abandono e solidão, tendências impulsivas e compulsivas, além de automutilação.

No transtorno bipolar, os sintomas frequentes são as flutuações do humor, sentimentos e comportamentos oscilantes que incluem raiva, ansiedade, angústia, apatia, euforia, culpa, descontentamento, tristeza, agitação, agressividade, choro excessivo, irritabilidade, impulsividade, autolesões, depressão, ansiedade, paranoia, falta de concentração, lentidão na realização de atividades, pensamento e fala acelerados, falsa ideia de superioridade, perturbações do sono e episódios maníacos. 

Quais são as diferenças, afinal?

Em ambos os casos, há alterações no humor, atitudes impulsivas e consequências negativas, como os prejuízos aos relacionamentos. Essa certamente é a causa da confusão, mas é importante reforçar que os transtornos não são a mesma coisa!

Enquanto borderline é um transtorno de personalidade, a bipolaridade é um transtorno afetivo. Os episódios de emoção levada aos extremos, típicos do transtorno borderline, ocorrem a qualquer momento e de forma irregular, dentro de horas ou dias. As crises do transtorno bipolar (no polo depressivo ou no maníaco) se estendem por semanas ou meses.

As crises no transtorno borderline são desencadeadas principalmente por questões psicológicas e fatores externos. Já no transtorno afetivo bipolar, além dessas causas, as crises podem ser geradas por desequilíbrios nos neurotransmissores.

Os dois quadros são sérios e podem trazer impactos muito prejudiciais para a vida de quem sofre com eles, daí a necessidade de tratar tais distúrbios da maneira adequada. A abordagem terapêutica pode combinar sessões de psicoterapia com o tratamento com os fármacos apropriados. Procure o psiquiatra se estiver apresentando um ou mais sintomas de transtorno borderline ou transtorno bipolar. A ajuda profissional faz toda a diferença no controle de ambas as condições.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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