Todos / Dra Aline Rangel


15 de abril de 2019 LGBTQIA+Todos

Os assexuais são pessoas que não têm a sexualidade orientada nem para hétero, nem para homo, nem para bissexualidade – não sentem atração sexual nenhuma e vivem muito bem assim. Não sentem necessidade de fazer sexo. A chamada assexualidade é mais comum do que imaginamos. De acordo com o Programa de Estudos da Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (ProSex-IPq), cerca de 7,7% das mulheres brasileiras e 2,5% dos homens, entre 18 e 80 anos, são assexuais.

A assexualidade pode ser dividida em diversos tipos. Há os assexuais da área grey, ou greyssexuais, que só sentem atração em momentos muito específicos. Já os demissexuais são aqueles que, ao terem ligação afetiva com alguém, podem passar a sentir vontade de fazer sexo.

Curiosidades sobre a assexualidade

1 – Não é doença

A condição não é considerada doença ou distúrbio psiquiátrico, porém ela deve ser diferenciada da hipossexualidade, que é uma patologia. Na condição de hipossexual, a pessoa não sente o desejo que gostaria, e isso causa incômodo e sofrimento. No caso dos assexuais, não há desconforto algum na falta da prática sexual.

2 – Atinge mais mulheres que homens

Há 2 fatores principais para isso. O 1º é cultural, porque elas falam mais da própria sexualidade sem inibição. O 2º é fundamentado na biologia. A mulher tem uma série de fatores que vão levando a oscilações hormonais, como a gravidez, o pós-parto, o climatério e a menopausa.

3 – Não é questão de baixa libido

Um assexual não necessariamente tem a ver com existência de disfunção hormonal ou libido baixa. Muitos podem gostar de sexo, mas não desejam a todo momento.

4 – As pessoas assexuais podem ter um relacionamento normal

Pode haver amor, interesse, envolvimento e, até mesmo, intimidade, apesar de não haver relação sexual. Os assexuais acreditam que o amor não está necessariamente vinculado ao sexo e, por isso, não sentem necessidade de se sentirem atraídos sexualmente para que possam estar em um relacionamento.

5 – Assexuais também transam

Um assexual pode fazer sexo sem necessariamente se sentir atraído sexualmente. Faz apenas pelo desejo.

6 – Os assexuais se dividem no aspecto amoroso

Eles podem ser heterorromânticos, birromânticos ou homorromânticos. As relações não necessariamente precisam envolver sexo. Há também os arromânticos, aqueles que, comumente, não se apaixonam por nenhum dos gêneros.

7 – Os assexuais se consideram parte da comunidade LGBT

Entretanto, a aceitação ainda é mínima.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



15 de abril de 2019 Todos

A perda do desejo sexual é mais comum que o que se imagina. De acordo com pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio do Centro de Referência e Especialização em Sexologia (Cresex), do Hospital Pérola Byington, 48,5% das mulheres que procuram ajuda médica por conta de disfunções sexuais sofrem de falta ou diminuição do desejo sexual, dor durante as relações sexuais ou dificuldade para atingir o orgasmo. A pesquisa, com 455 mulheres, também mostrou que apenas 13% dos casos têm origem orgânica.

Dependendo da necessidade e da vontade de cada um e de cada casal, a falta de desejo pode representar desde um simples momento passageiro até algum problema mais incômodo que deve ser avaliado e necessita de ajuda profissional.

O desejo sexual feminino é regido por 2 fatores principais: hormônios e emoções. Qualquer um desses fatores que sofra mudanças acaba por alterar totalmente o organismo da mulher, principalmente a libido. Por isso, é primordial buscar desvendar qual pode ser o motivo da falta de desejo. Dentre os mais comuns, estão: oscilação hormonal, alterações emocionais, desconforto físico, repressão sexual e rotina.

A boa notícia é que essa falta de desejo relacionado ao sexo tem cura. Para aumentar a libido, é importante identificar a causa, para que, assim, possam ser tomadas atitudes.

Como aumentar o desejo sexual

Depois de identificar o problema que está causando a falta de libido, o profissional adequado poderá ajudar a reacender os desejos. No caso de a falta de desejo ser decorrente do uso de medicamentos, o recomendado é substituir o remédio utilizado por outro que não possua esse efeito colateral, mas sempre com a orientação do médico. Nos casos de problemas hormonais, o médico também poderá ajudar com o tratamento adequado.

Já para o paciente que passou por algum trauma emocional que afetou o apetite sexual, é recomendado buscar ajuda com um psicanalista, para que todas as emoções sejam solucionadas e o desejo volte a aflorar. Combater a ansiedade e o estresse também ajudam, assim como melhorar a autoestima e praticar exercícios físicos.

Algumas dicas podem ajudar a aumentar o desejo no dia a dia do casal. Veja a seguir.

  • Proporcione ambientes relaxantes: pessoas estressadas não têm desejo por sexo. É preciso deixar os problemas para fora do quarto, relaxar e proporcionar um ambiente livre das preocupações e das cobranças;
  • Se conheça e se ame: o autoconhecimento do seu corpo e dos seus ciclos é fundamental para entender como funciona a sua libido;
  • Quanto mais sexo, mais desejo: fazer sexo aumenta o desejo sexual. Quanto mais você fizer, mais desejo terá;
  • Trabalhe a mente: pense em sexo tanto quanto puder;
  • Se for mulher, converse com o seu companheiro: aproveite para pedir ajuda nas tarefas domésticas. Fica mais fácil se as responsabilidades da casa e dos filhos forem divididas.

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15 de abril de 2019 Todos

A depressão é um transtorno mental que pode ser identificado por características como mudança de humor, oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima, perda de interesse em realizar atividades cotidianas que antes eram prazerosas, perda de prazer e distúrbios do sono ou do apetite. Uma das formas como essa condição se expressa é a depressão no trabalho.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2020, a depressão passará da 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. Estima-se que 121 milhões de pessoas sofram com a doença, sendo 17 milhões só no Brasil. Quem já teve um episódio na vida apresenta cerca de 50% de possibilidade de manifestar outro; quem teve 2 episódios, a chance é de 70%, e, no caso de 3 quadros bem-caracterizados, esse número pode chegar a 90%.

Do ponto de vista clínico, a depressão se diferencia de uma simples tristeza por durar mais tempo e implicar uma queda no nível de neurotransmissores, substâncias químicas que estabelecem a comunicação entre os neurônios.

Depressão no trabalho

No trabalho, a depressão pode ser causada por rotinas exaustivas, pressão por excelentes resultados e necessidade de melhorar continuamente o desempenho. Operadores de telemarketing, bancários e profissionais da área de saúde são os mais propensos a ter quadros depressivos, mas a doença não se restringe a determinados setor, carreira ou nível hierárquico.

A depressão pode se manifestar de várias maneiras, e os sinais dela podem variar muito de pessoa para pessoa. No entanto, determinadas características aparecem com mais frequência. Algumas delas são:

  1.     irritabilidade;
  2.     agressividade;
  3.     dificuldade de concentração;
  4.     cansaço excessivo;
  5.     falta de motivação;
  6.     queda drástica na produtividade;
  7.     dificuldade nas relações com os colegas;
  8.     tristeza constante e profunda;
  9.     crises de choro;
  10.   explosões de raiva;
  11.   procrastinação;
  12.   dificuldades com a memória;
  13.   inabilidade para tomar decisões;
  14.   alterações no apetite;
  15.   distúrbios do sono;
  16.   queda na libido.

Como a empresa pode ajudar

Além de oferecer suporte e trabalhar na prevenção da depressão, as empresas precisam criar ambientes em que os funcionários possam falar abertamente sobre a doença, sem que o problema seja rotulado como “frescura”.

Investir em programas de qualidade de vida, incentivar a realização de atividades físicas e criar ferramentas para denunciar os abusos são apenas algumas das estratégias que podem ser usadas para criar um bom clima organizacional.

Mas nada disso afasta a necessidade de acompanhamento profissional. Após o levantamento das causas relacionadas com o desencadeamento do problema, pode-se fazer um planejamento terapêutico adequado, que pode envolver medicamentos e psicoterapia.

A terapia com um psicólogo pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam a depressão no trabalho, reduzir os sintomas do quadro e trabalhar os eventos que levaram a pessoa a desenvolver esse problema. A medicação, embora fundamental para o tratamento, precisa ter orientação médica e ser combinada com outros métodos, como terapia, atividades físicas e grupos de apoio.

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15 de abril de 2019 Todos

Mais de 25% das mães brasileiras têm sinais de depressão pós-parto, como apontou a pesquisa sobre fatores associados à depressão pós-parto no Brasil, feita com cerca de 24 mil mulheres de todo o país pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz (RJ). Mais comum do que parece, essa forma de depressão é uma doença e precisa ser tratada assim que diagnosticada.

Sentir tristeza após o parto é normal, principalmente por causa da adaptação física e emocional à nova realidade, além das alterações hormonais bruscas que o corpo sofre. Porém, se a tristeza persiste, com uma intensidade maior, é preciso buscar ajuda. A depressão depois do nascimento do bebê começa algumas semanas depois do parto e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia. Ansiedade, irritabilidade, mudanças de humor, cansaço e desânimo persistentes estão no topo da lista de indícios, que também passam por diminuição de apetite e insônia.

Causas da depressão pós-parto

Não existe uma única causa conhecida para tal depressão. De acordo com o Ministério da Saúde, ela pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais. No entanto, a principal causa desse quadro é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez.

Outros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão pós-parto são: privação de sono, isolamento, alimentação inadequada, sedentarismo, falta de apoio do parceiro, falta de apoio da família, depressão, ansiedade, estresse, vício em crack, álcool ou outras drogas.

O diagnóstico desse quadro de depressão é basicamente clínico, feito com observação nos sintomas e na situação em específicos. Se não tratada adequadamente, a doença pode durar meses e até tornar-se em um distúrbio depressivo crônico. Além disso, a condição pode acarretar consequências para o bebê.

Desatenção, descumprimento do calendário de vacinação e dificuldade para amamentar são algumas das implicações instantâneas, mas as consequências do quadro depressivo na mãe podem ir além. Um estudo britânico realizado com 10 mil mães descobriu que as mulheres diagnosticadas com depressão depois do nascimento do bebê têm 2 vezes mais chances de ter filhos com problemas comportamentais e propensos a desenvolver transtornos psicológicos na adolescência.

Tratamento para a depressão pós-parto

O tratamento desse quadro é feito individualmente, de acordo com cada caso, com medicamentos antidepressivos combinados com psicoterapia. O aconselhamento e o apoio de família, parceiro(a) e amigos é fundamental, pois ajuda a tratar e a prevenir depressão, depressão pós-parto e depressão durante a gravidez.

Os medicamentos para depressão pós-parto são usados para reequilibrar as substâncias químicas no cérebro. Eles atuam para melhorar o humor, ajudar no sono e fazer com que a mulher se sinta menos irritável. Esse tipo de tratamento exige disciplina com horários e costuma levar de 2 a 4 semanas para fazer efeito. A psicoterapia deve ser feita por mais tempo, até que a mãe se sinta segura para voltar às atividades do dia a dia.

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15 de abril de 2019 Todos

O transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH) é um distúrbio sexual caracterizado pelo desinteresse pelas relações sexuais durante um período maior que 6 meses. O problema, além de trazer instabilidade conjugal, pode atrapalhar a saúde.

A disfunção é mais comum do que se imagina. Pesquisas apontam que essa síndrome faz com que 35% das mulheres brasileiras vá para cama com o parceiro apenas para dormir, sem sentir a menor falta do relacionamento sexual. Mas a DSH não acontece de uma hora para outra. Normalmente, as mulheres que sofrem com a síndrome perdem gradativamente a vontade sexual. As causas dessa diminuição podem ser tanto físicas como psicológicas.

Sintomas e causas do transtorno do desejo sexual hipoativo

Os sintomas dessa condição podem variar de paciente a paciente, mas, normalmente, o indivíduo com transtorno de desejo sexual hipoativo apresenta ausência de pensamentos e fantasias sexuais; fuga de momentos que poderiam culminar numa relação; desinteresse pelo contato íntimo, que pode surgir após períodos de vida sexual saudável; falta de ereção e dificuldade para manter a ereção durante a relação; vagina sem lubrificação, permanecendo seca mesmo enquanto a relação acontece; durante o contato íntimo, a mulher pode não ter nenhuma alteração da cor na vulva e na vagina.

As causas do DSH podem ser físicas ou emocionais. Dentre as principais, estão:

  • fatores biológicos: desequilíbrios hormonais, medicamentos e seus efeitos colaterais, doenças crônicas;
  • fatores do desenvolvimento: ausência de educação ou permissão sexual, infância e adolescência marcadas pela privação emocional, física, verbal ou afetiva, trauma ou coerção sexual;
  • fatores psicológicos: ansiedade, depressão, transtornos de apego e de personalidade;
  • fatores interpessoais: conflitos, insultos, perdas no relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro;
  • fatores culturais: questões morais e crenças religiosas ou culturais relativas à conduta sexual apropriada;
  • fatores contextuais: aspectos ambientais, como privacidade, segurança e conforto;
  • fatores relacionais: desgaste do relacionamento, falta de investimento na relação, rotina, falta do ritual de sedução por parte de um dos parceiros ou dos 2, inadequada estimulação física durante a atividade sexual, mudanças físicas que provocam perda do poder de atração em um dos parceiros ou nos 2; presença de disfunção sexual no parceiro (disfunção erétil, ejaculação precoce ou retardada), conflitos não solucionados de todos os tipos.

Tratamentos para o transtorno do desejo sexual hipoativo

Assim como as causas, o tratamento para o transtorno em questão dependerá de cada paciente. O 1º passo é identificar qual o motivo da falta de desejo. Antes de tudo, devem-se descartar fatores biológicos, como problemas hormonais, efeitos colaterais de medicamentos e doenças crônicas. Mesmo que a falta de libido se deva a problemas orgânicos, ela pode ter consequências emocionais. Por isso, o tratamento deve combinar terapia física e psicológica.

Em alguns casos, podem ser realizadas reposição hormonal, fisioterapia, dentre outras abordagens. Nos casos de problemas físicos, como a disfunção erétil, por exemplo, o paciente pode fazer uso de medicamentos, associados à terapia e ao acompanhamento de um psiquiatra. Esses são alguns dos caminhos para se tratar o transtorno do desejo sexual hipoativo.

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21 de fevereiro de 2019 Todos

Presente em cerca de 4,2 milhões de brasileiros, a bipolaridade é um transtorno psiquiátrico que deve ser tratado com atenção. De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o distúrbio atinge 4% da população. A boa notícia, é que novos tratamentos, como a estimulação magnética transcraniana, estão ajudando os pacientes com o transtorno a levarem uma vida mais tranquila.

A bipolaridade se manifesta em fases que alternam a hiperexcitabilidade e a agitação com profunda tristeza e depressão. A duração de cada fase varia de pessoa para pessoa, podendo durar horas, dias, meses e até anos. Um complicador para a pessoa portadora do transtorno surge quando as duas fases se misturam, o chamado estado misto. Dados da entidade apontam que em 60% dos casos a doença se manifesta antes dos 20 anos de idade, mas só é descoberto na vida adulta.

Em pessoas bipolares, o risco de apresentar comportamento suicida chega a ser 28 vezes maior do que no resto da população. A expectativa de vida de homens bipolares é 13 anos menor e das mulheres, 12 anos menor do que da população em geral, segundo estudo feito na Dinamarca.

Além disso, o quadro inclui outros sintomas, como alterações de energia (agitação, pensamento e fala rápidos), sono (insônia ou necessidade de dormir pouco),  comportamento (dificuldade de concentração e memória, agressividade, compras compulsivas e hábitos de risco, como sexo sem proteção) e pensamento (ideias sobrevaloradas e delírios e alucinações).

Tratamento com estimulação magnética transcraniana

A estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma técnica aprovada em 2012 pelo Conselho Federal de Medicina como tratamento de algumas doenças, como depressão uni e bipolar, de alucinação auditiva em esquizofrenia e no planejamento de neurocirurgia.

A técnica consiste no uso de um equipamento  que é colocado sobre a cabeça do paciente e emite pulsos magnéticos que atuam sobre o cérebro, de maneira focalizada. A estimulação é feita em uma área específica do córtex e depende do objetivo do procedimento. Os estímulos aumentam ou diminuem a atividade da área cerebral atingida, dependendo da frequência dos pulsos.

Para cada doença é estabelecido um protocolo de aplicação (parâmetros de estimulação, direção de posicionamento da bobina no crânio, intensidade do estímulo magnético, tempo médio de sessões e tratamento). O procedimento é indolor e o paciente permanece acordado durante todo o processo.

Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com pacientes bipolares demonstrou que a EMT pode ser ministrada em conjunto com os medicamentos em pacientes em fase depressiva da doença, potencializando os resultados. No entanto, a técnica não substitui a medicação, por isso é importante ter um acompanhamento médico para avaliar e analisar todos os tratamentos possíveis.

A estimulação magnética transcraniana não é recomendada para pacientes epilépticos, com próteses de metal na cabeça ou implantes cocleares.

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21 de fevereiro de 2019 Todos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão será a segunda maior causa de incapacitação global até o ano de 2030. A depressão é uma doença comum, recorrente e crônica, que ataca o organismo do indivíduo como um todo, comprometendo o humor, as funções cognitivas, neuroendócrinas e outros sistemas do organismo, prejudicando o bem-estar pessoal, social e laboral.

O problema é multifatorial  e heterogêneo, pois, além de unipolar ou bipolar, existem especificadores (subtipos) de depressão, cada um contendo particulares em sua sintomatologia.

Depressão bipolar

Considerada a doença mental que mais causa morte por suicídio no Brasil, de acordo com pesquisas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a depressão bipolar é diferente da depressão que comumente ouvimos falar – chamada de unipolar – e está associada a fase depressiva do transtorno bipolar.

Nessa condição crônica, a principal particularidade é a alternância constante de ciclos de humor. Mesmo que a pessoa tenha fases de extrema agitação, a tristeza profunda é mais prevalente. Outros sintomas são apatia, insônia, perda de peso, baixa autoestima, pensamentos recorrentes de morte ou suicidas.

Sintomas

A depressão é uma perturbação do humor que não deve ser confundida com sentimento de tristeza ou abatimento que surgem de acordo com alguns acontecimentos da vida, como perda de uma pessoa próxima, desemprego, algum ato de violência sofrido, entre outras.

Neste caso, a pessoa consegue dar prosseguimento nas suas tarefas diárias, ou seja, leva a vida da mesma forma, mas claro com um certo desânimo em alguns momentos, que tendem a passar.  

Quando o quadro é de depressão, os sintomas listados acima perduram e começam a limitar a vida da pessoa que sofre com o mal. A pessoa se sente incapacitada para realizar atividades rotineiras, incluindo as ligadas à sua higiene pessoal. Os sintomas mais frequentes são:

  • Sensações de irritabilidade, tensão ou agitação;
  • Sensações de aflição, preocupação com tudo, receios infundados, insegurança e medos;
  • Diminuição da energia, fadiga e lentidão;
  • Perda de interesse e prazer nas atividades diárias;
  • Perturbação do apetite, do sono, do desejo sexual e variações significativas do peso;
  • Pessimismo e perda de esperança;
  • Sentimentos de culpa;
  • Alterações da concentração, memória e raciocínio;
  • Sintomas físicos não devidos a outra doença (ex. dores de cabeça, perturbações digestivas, dor crônica, mal-estar geral);
  • Pensamentos recorrentes de morte e tentativas de suicídio.

Estes sintomas perturbam significativamente o rendimento no trabalho, a vida familiar e o simples existir do doente, que sofre intensamente. Por isso, percebendo que esses tipos de comportamentos estão se tornando frequentes é necessário procurar ajuda médica especializada para o correto diagnóstico da doença.

Como são quadros que podem se assemelhar nos seus sintomas, somente um especialista poderá levantar as características do paciente, fazer a análise do seu histórico de saúde, conhecer os pontos que estão em desacordo e, por fim, verificar qual tratamento deverá ser utilizado, seja ele farmacêutico ou com terapia.

Vale ressaltar mais uma vez que a depressão unipolar ou bipolar são doenças gravíssimas, incapacitantes porém tem tratamento. Por isso não hesite em procurar ajuda.

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8 de dezembro de 2018 Todos

Mesmo que hoje não seja considerado uma sentença de morte como há duas décadas, ter HIV ainda faz com que os pacientes carreguem estigma e enfrentem preconceito. O resultado disso é uma carga emocional muito forte, que pode fazer com que essas pessoas desenvolvam problemas psiquiátricos. Esse é o caso da relação entre depressão e aids.

Portadores de HIV têm mais chances de desenvolver depressão quando comparados a indivíduos que não apresentam sorologia para esse vírus. Apesar de não haver um número exato, estudos sugerem que cerca de 20% das pessoas adultas soropositivas apresentam depressão.

Além de todas as complicações que essa doença psiquiátrica causa nas pessoas como um todo, um fator preocupante é que, em paciente soropositivos, a depressão tem impactos diretos no tratamento.

Tratamento, depressão e aids

Diversas pesquisas já demonstraram que a manifestação da depressão em pacientes soropositivos possui impactos negativos sobre o tratamento. Uma das mais conhecidas foi a realizada pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em 2011.

A partir da análise de 201 pacientes soropositivos que abandonaram o tratamento, foi concluído que 53% deles, ou seja, mais de metade, estavam deprimidos. Trata-se de um número extremamente alto e preocupante, uma vez que o levantamento contou apenas com participantes que haviam abandonado o tratamento há mais de 6 meses.

Vale ressaltar que a relação entre depressão e aids não se baseia apenas nos fatores psicológicos e emocionais. Estudos indicam que os próprios medicamentos para o controle da doença, chamados de antirretrovirais, podem alterar a química do cérebro e facilitar a manifestação da doença.

Além disso, a própria contaminação pelo HIV também contribui para o aumento das chances de transtornos neuropsiquiátricos, pois é capaz de atacar o sistema nervoso e levar ao surgimento de patologias.

Consequências da interrupção do tratamento

O tratamento da depressão associada ao HIV deve ser feito tão antes quanto for possível, primeiro com terapia e, caso não dê os resultados esperados, com a utilização de medicamentos, pois a interrupção dos procedimentos tem impactos significativos.

Em pessoas que começam o tratamento precocemente, os sinais são variados e costumam demorar um tempo para se manifestarem – algo perigoso, pois reforça a ideia de que os medicamentos não são necessários, dificultando ainda mais a adesão.

Já em pessoas que começaram o tratamento mais tardiamente, os sinais do não uso dos medicamentos são mais nítidos e se manifestam de forma mais rápida. Assim, o sistema imunológico apresenta queda, facilitando o surgimento de doenças diversas e colocando em risco o bem-estar e mesmo a vida dos pacientes.

Assim, mesmo que o uso dos antirretrovirais cause alguns efeitos indesejados, eles são fundamentais para manter a infecção sob controle. Em caso de qualquer suspeita de interrupção do tratamento devido à associação entre depressão e aids, o paciente deve buscar um profissional o mais cedo possível.

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8 de dezembro de 2018 Todos

A esquizofrenia é uma doença mental cuja incidência na população é de 1%. Terceira na lista de causas da perda de qualidade de vida, em geral ela se manifesta entre os 15 e 35 anos. As principais características desse quadro são as alucinações, dificuldade de raciocinar e se concentrar, delírios e perda de contato com a realidade.

Predominante no sexo masculino, a doença pode ser confundida com outros problemas mentais na fase inicial. Os sintomas precoces surgem antes dos mais característicos da doença e podem ser diagnosticados como depressão e outros transtornos.

O que é a esquizofrenia

O psiquiatra alemão Emil Kraepelin foi o primeiro a descrever a doença mental e a chamou de demência precoce, no século 19. Somente no século 20 o psiquiatra suíço Eugen Bleuler a denominou como esquizofrenia, acreditando que o nome anterior não era abrangente o suficiente. Muitos estudos foram realizados até que se compreendesse a doença como nos dias atuais.

Ela se conceitua como a fragmentação do ato de pensar, aliado à dificuldade crescente em distinguir as experiências internas e externas.  É uma patologia orgânica capaz de influenciar, de forma profunda, as emoções e comportamentos do indivíduo.

Não há causa única para o desenvolvimento desse problema, mas, sim, várias influências que podem dificultar o prognóstico dos pacientes. Não só o quadro psicológico do paciente, mas também o ambiente que o cerca, a hereditariedade, a combinação de outros transtornos mentais e o uso contínuo de substâncias psicoativas são alguns exemplos. A patologia é mais frequente em homens, especialmente os mais jovens. As mulheres podem demonstrar sinais do início da doença em idade mais avançada.

Cada pessoa pode apresentar variações nos sintomas, que são definidos como positivos e negativos. Os positivos são os que mais caracterizam a doença, sendo mais comuns os delírios, que se caracterizam por pensamentos e situações irreais, alucinações que fazem o paciente ouvir vozes, ver coisas que não são verdadeiras, pensamentos desconexos e sem sentido e alteração comportamental radical com excesso de ansiedade, agressividade e impulsos.

Já nos sintomas negativos, o paciente pode perder as motivações, ter as emoções prejudicadas, a convivência tradicional impedida e dificuldade nas relações interpessoais e profissionais. O indivíduo se isola das pessoas, aparenta total apatia, indiferença e perde a facilidade de raciocínio.

Tipos de esquizofrenia

Os psiquiatras aceitam 7 tipos, que têm níveis sintomáticos diferenciados, assim como tratamentos. A classificação será detalhada a seguir.

1 – Simples

O paciente se isola do convívio social, mostra-se indiferente ao afeto externo e é mais dispersivo no cotidiano. Nesse tipo, a pessoa demonstra muito mais os sintomas negativos que os positivos.

2 – Paranoica

Atinge pacientes mais velhos e é a mais comum de todas, já que os sintomas são de quadros de alucinações, sensação de perseguição, delírios, falta de emoção, isolamento social e fala confusa.

3 – Catatônica

É o tipo menos comum. A principal característica é o catatonismo, fazendo com que a pessoa não consiga reagir ao ambiente em que está. Ela apresenta movimentos lentos ou total paralisia por horas ou dias, oscilando entre falar palavras repetitivas ou ficar completamente muda e fazer movimentos desordenados e estranhos.

4 – Desorganizada

O pensamento é desorganizado e sem conexões, fazendo com que o paciente fale coisas também sem sentido. Tem predominância dos sintomas negativos.

5 – Residual

Não apresenta sintomas positivos, somente os negativos.

6 – Cenestopática

O paciente apresenta características que não sem encontradas em nenhum dos outros tipos da doença.

7 – Indiferenciada

Apresenta características de todos os tipos, mas não se enquadra em nenhum. Por isso é de difícil diagnóstico.

 

O principal tratamento para a esquizofrenia são antipsicóticos, aliado à psicoterapia e a métodos alternativos. A diferença entre os tipos se baseia na vulnerabilidade do paciente. Dessa forma, a medicação pode ser alterada e ministrada em dosagens bem maiores.

 

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8 de dezembro de 2018 Todos

O transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma disfunção neurobiológica que costuma manifestar-se já na infância. Na maioria dos casos, a condição persiste por toda a vida do indivíduo e requer cuidados específicos. Para saber mais sobre o diagnóstico e os sintomas da doença, continue com a leitura.

Sintomas e principais tratamentos para o TDAH

Um dos pontos mais difíceis e debatidos acerca do deficit de atenção é o diagnóstico dele. Alguns sinais são vistos em crianças pequenas, porém grande parte dos quadros é evidenciada na idade escolar. Dentre os indícios do distúrbio, estão dificuldade de se concentrar na aula, impulso em responder as perguntas sem terminar de ler o enunciado e incapacidade de permanecer parado. Portanto, a compreensão do conteúdo explicado em aulas muitas vezes fica comprometida. Ao notar a constância desses fatores na criança, é indicado procurar um especialista para confirmar a hipótese.

Segundo a Associação Brasileira do Deficit de Atenção, o transtorno atinge cerca de 3% a 5% da população infantil no país. O número está em conformidade com os resultados de outras pesquisas conduzidas em várias regiões do mundo. A prevalência do problema é elevada em pessoas do sexo masculino, com proporção de 2:1.

Assim que os desafios impostos pelo TDAH são identificados, é fundamental colocar em prática uma terapêutica eficiente. Todavia, até o momento, não existe uma cura definitiva para o transtorno de deficit de atenção com hiperatividade. A boa notícia, porém, é que uma série de abordagens apresenta excelentes resultados para as pessoas que sofrem com esse problema. Com isso, os pacientes podem se desenvolver da melhor maneira e, assim, recuperar a qualidade de vida.

Quanto mais cedo a questão for identificada, maiores são as chances de uma resposta positiva ao tratamento. A conduta correta costuma ser multidisciplinar, isto é, envolve profissionais de distintas áreas, como as de medicina, saúde mental e pedagogia. Dependendo da demanda do caso, indica-se acompanhamento de psicólogo, psicomotricista e fonoaudiólogo, dentre outros.

O chamado padrão de ouro atual no controle do distúrbio são os fármacos psicoestimulantes, pois eles contribuem para o funcionamento adequado das regiões do cérebro que causam os sintomas da disfunção. Ao contrário do que o nome sugere, esses medicamentos têm finalidade calmante, e os efeitos deles são logo percebidos. Quanto à psicoterapia, as respostas significativas são encontradas na linha da terapia cognitivo comportamental (TCC), mas na prática, vemos como fundamentais outras linhas terapêutica além do tratamento psicopedagógico, fonoaudiológico e com terapeuta ocupacional.

Por fim, um apoio no ambiente escolar é de extrema importância para os alunos com transtorno de atenção. Essa medida, além de ajudar na convivência com os colegas, evita que a criança se desinteresse pela escola.

Pronto! Agora você já conhece as principais características que levam ao diagnóstico de TDAH e também está familiarizado com os tratamentos mais eficientes do problema.

 

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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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