cleptomania / Dra Aline Rangel


15 de dezembro de 2019 Todos
Você sabe o que é cleptomania? Este transtorno traz consequências sociais, psicológicas e até legais para o paciente. Mesmo com pouco reconhecimento, esta é uma situação mais comum do que se imagina. Quando falamos em compulsão, associamos logo a comportamentos que envolvam o consumo de substâncias que causam dependência, como álcool e drogas. No entanto, a compulsão é um termo médico utilizado para representar a necessidade que a pessoa sente em executar um comportamento repetido ou ritualístico, com objetivo de aliviar o estresse, o medo ou um desconforto gerado por uma obsessão. As compulsões também estão relacionadas a situações que proporcionem prazer. Essas atitudes, normalmente, causam culpa e mal-estar após serem realizadas. Nesse sentido, podemos citar a compulsão por compras, por comida, por sexo, por roubar, entre outros.

A cleptomania

Furto compulsivo ou cleptomania é um transtorno psiquiátrico caracterizado pelo impulso incontrolável de roubar itens de lojas, amigos ou familiares, mesmo com a consciência de que esse ato é moralmente errado. O indivíduo que furta em decorrência da doença não tem intenção de prejudicar quem foi roubado. Na maior parte das vezes, o objeto do roubo não tem valor monetário relevante ou alguma necessidade de uso para o cleptomaníaco.

Sintomas e diagnóstico da cleptomania

Geralmente, os sintomas começam durante o final da adolescência e o início da vida adulta e incluem:
  • incapacidade de negar o impulso de roubar objetos sem valor ou necessidade;
  • tensão elevada nos momentos em que o ato de furtar se aproxima;
  • sentimentos de prazer e alívio durante o ato;
  • o roubo é cometido sem que a pessoa queira expressar raiva ou vingança e ocorre em estado de consciência lúcida, sem envolver estados alucinatórios;
  • culpa, remorso e vergonha após a realização do furto.
Esses sintomas são o que diferencia a cleptomania do furto intencional, que é planejado e estimulado, visando o valor monetário do objeto e da sua utilidade. Além da presença desses sintomas, para configurar a cleptomania, o roubo não deve ser justificado por um transtorno de conduta, episódio maníaco ou pelo transtorno de personalidade antissocial.

Consequências

As consequências do transtorno podem trazer prejuízos enormes para quem sofre com o problema. Ainda que o ato de furtar traga um certo alívio ou prazer, também provoca culpa e remorso. A vergonha e o medo de ser julgado, juntamente com a falta de entendimento acerca do problema, desestimulam a busca por ajuda médica. Isso atrasa o diagnóstico, que muitas vezes demora anos para ocorrer. A doença em si já causa sofrimento intenso. A falta do tratamento acaba deixando o paciente inapto para o convívio social e laboral. Os pensamentos compulsivos associados ao furto influenciam negativamente na capacidade de concentração em casa e no trabalho. A presença de comorbidades psiquiátricas relativas à cleptomania também é bastante comum. Com o tempo, e falta de tratamento, os pacientes acabam desenvolvendo outros transtornos, como abuso de substâncias, transtornos de humor e personalidade, bem como dificuldade de controlar os próprios impulsos. Muitas vezes, sem saber que se trata de uma doença, os cleptomaníacos ainda sofrem consequências legais dos furtos que cometem. É grande o número de pacientes que são flagrados durante o roubo. Estima-se que 80% dos pacientes com cleptomania passaram por essa situação. Embora nem sempre haja pena legal de privação de liberdade, ainda existem as repercussões sociais do fato, que geram grande estresse emocional ao doente. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



NEWSLETTER








    Sobre



    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


    Contato


    São Paulo – SP

    Rua Cubatão, 86 – 405 – Paraíso


    WhatsApp


    E-mail

                  aline@apsiquiatra.com.br

    Nosso material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.

    Copyright © 2023 – Todos os direitos reservados

    Política de Privacidade

    × Agende sua consulta