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Pornografia e solidão: quando o prazer afasta o afeto?

Pornografia e solidão: quando o prazer afasta o afeto?

17 de fevereiro de 2025 by Dra Aline Rangel
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Você domina códigos, projetos, algoritmos. Mas e quando não consegue dar conta de si mesmo?
Se você é um homem de alta performance, que trabalha com tecnologia, por exemplo, talvez já tenha se perguntado por que tem tanto sucesso profissional e, ainda assim, sente um certo vazio quando fecha o notebook. Muitos homens brilhantes vivem o que chamo de paradoxo do prazer solitário: recorrem à pornografia ou ao sexo virtual como forma de relaxamento, regulação emocional ou até preenchimento afetivo — sem perceber que estão, pouco a pouco, se afastando da possibilidade de conexão real.

Quando o uso de pornografia deixa de ser só um hábito?

Nem todo consumo de pornografia é um problema. Mas, em alguns casos, ele pode se tornar compulsivo. A Organização Mundial da Saúde reconheceu, desde 2018, o Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo (TCSC) na CID-11. O critério não é a quantidade de vezes que você se masturba ou assiste a conteúdo adulto — e sim o grau de sofrimento, prejuízo pessoal e impacto nas relações​.

Um estudo internacional estima que cerca de 5% da população mundial pode apresentar esse tipo de comportamento — e apenas uma minoria procura ajuda​,

Por que homens inteligentes e solitários podem ser mais vulneráveis?

Você pode ser altamente funcional no trabalho, mas emocionalmente desorganizado no campo afetivo. A ciência tem mostrado que fatores como impulsividade contextual, solidão, histórico de traumas e até a maneira como lidamos com prazer imediato (como nos jogos, pornografia ou comida) interferem na capacidade de adiar recompensas e manter comportamentos equilibrados​.

Além disso, o uso de pornografia é reforçado por um tripé difícil de combater: acesso fácil, anonimato e gratificação instantânea​No curto prazo, alivia. No longo prazo, isola.

“Mas eu não sou viciado, só uso para relaxar…”

Esse é um ponto importante. Nem sempre há um “vício químico” como se vê em substâncias. Muitas vezes, o que há é um padrão compulsivo que serve para abafar outras dores: ansiedade, estresse, medo de rejeição, traços depressivos ou um sentimento persistente de inadequação​.

Um sinal de alerta? Quando você não consegue parar, mesmo quando quer. Ou quando o consumo interfere nas suas relações reais, no seu sono, produtividade ou bem-estar emocional.

O ciclo da compulsão: por que o prazer pode afastar o afeto?

Muitos homens dizem: “Não me conecto com ninguém. Prefiro ficar na minha”. Mas o que começa como um refúgio pode se transformar em isolamento. A pornografia oferece excitação sem vulnerabilidade, orgasmo sem intimidade, satisfação sem reciprocidade.

A longo prazo, isso pode tornar mais difícil lidar com os ritmos, frustrações e imperfeições dos relacionamentos reais. O sexo real exige presença, diálogo, afeto — e não apenas performance. E isso assusta, principalmente quem cresceu sem aprender a expressar o que sente.

Existe tratamento?

Sim. A abordagem mais eficaz é aquela que não reduz o problema a uma “falta de força de vontade”, mas considera o contexto emocional, os padrões de pensamento, a história de vida e a relação com o próprio corpo e o desejo​Assessment and treatmen….

O tratamento pode envolver:

  • Psicoeducação sobre compulsão sexual, desejo e prazer;

  • Terapia sexual com foco em autoestima, intimidade e vínculo;

  • Avaliação psiquiátrica, quando há comorbidades como depressão, ansiedade, outros transtornos que cursem com impulsividade como o TDAH e/ou Transtorno Bipolar;

  • E sobretudo: um espaço seguro, sem julgamentos, para repensar a sexualidade como parte da saúde mental — e não como inimiga do afeto.

Um convite à reflexão

Talvez você se reconheça nesse texto. Talvez não. Mas se a sua sexualidade está se tornando uma forma de evitar, esconder ou anestesiar o que sente, vale a pena olhar para isso com mais cuidado.

Você merece uma vida em que o prazer não exclua o afeto.



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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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