diagnostico / Dra Aline Rangel


9 de setembro de 2020 Depressão

Ninguém gosta de receber diagnósticos. Do mais simples ao mais complexo dos casos, saber que você enfrentará uma doença nunca é uma boa notícia. Sobretudo se for um problema que não se vê sangrar e não se vê cicatrizar. Ou uma doença que não dá margem para indicar com precisão o período de tratamento. É o caso da depressão. Por se tratar de um transtorno invisível e imprevisível, o diagnóstico de depressão costuma ser ainda mais duro de receber, pois é repleto de dúvidas. Como será daqui pra frente?

É um cenário, também, repleto de esperança, afinal a depressão pode ser tratada. Não é possível estimar exatamente em quanto tempo, já que cada caso é um caso. Os sintomas e graus variam, assim como o tratamento para cada um deles. Há uma certeza, porém. De que agora, sabendo do que se trata, passamos a trilhar um caminho muito menos nebuloso. Daqui pra frente será muito melhor.

Como encarar essa fase

As reações ao diagnóstico podem ser muitas. Há quem fique espantado e sinta culpa, perguntando-se “por que isso está acontecendo justo comigo?”; há quem fique agoniado imaginando que sua vida jamais será a mesma. Eu já vi diferentes formas de receber a notícia ao longo da minha carreira como psiquiatra e, no geral, muitos pacientes que atendo respiram com um certo alívio e esperança, sabendo agora que aquilo que sentem tem um nome e uma solução. As conversas sobre transtorno depressivo estão acontecendo com mais frequência, o que tem tornado a recepção do diagnóstico um pouco melhor e menos dolorosa.

Uma vez diagnosticado o transtorno, é importante ter em mente que será preciso rigor e disciplina com o tratamento. Ele é comprovadamente eficaz, desde que seja precisamente seguido. Pode-se, em alguns casos, haver intervenção farmacológica e ter de incluir hábitos na rotina que irão contribuir para o bem-estar em geral, como exercícios físicos, mudanças nutricionais, proximidade com pessoas que ama, boas noites de sono, etc. O uso do medicamento não é recomendado a longo prazo e, após o término do tratamento, será importante manter esses bons hábitos para a manutenção de uma vida próspera e saudável.

As sessões de terapia serão grandes aliadas no processo terapêutico. Nelas haverá a oportunidade de discutir com o psiquiatra sobre a evolução do tratamento. Isso é importante pois no início podem acontecer ajustes no medicamento prescrito ou na dosagem recomendada, uma vez que leva um tempo para o paciente se adaptar. Além disso, o acompanhamento do profissional de psiquiatria oferece grande conforto e alívio em um momento delicado como esse. É comprovado que há um efeito terapêutico no simples fato de ter alguém com quem compartilhar suas dores, medos e inseguranças. Somando os bons hábitos à terapia e aos medicamentos, o prognóstico é bastante otimista.

Início de tratamento requer paciência e compreensão

Após receber o diagnóstico, culpar-se, envergonhar-se ou sentir raiva não vão ajudar. Em vez disso, é importante ter compaixão e compreensão consigo mesmo. Um paciente que fraturou o braço sabe que não é o momento de praticar um esporte. Isso não é esperado dele. Por outro lado, não vemos a depressão, o que faz com que muitas pessoas passem a se cobrar no início do tratamento. Os medicamentos levam um tempo para surtir efeitos mais perceptíveis, então a paciência, combinada ao comprometimento que eu citei mais cedo, será recompensada dentro de algumas semanas com uma notável redução dos sintomas depressivos.

Alguns dos sintomas mais comuns da depressão são a profunda letargia, cansaço extremo e tristeza sem motivo aparente. Se ainda não há vontade de sair de casa, tudo bem. Se sentir vontade de chorar, vá em frente. Não há problema nisso, desde que essa falta de ânimo, com o passar do tempo, dê lugar a uma maior vivacidade, ao interesse em fazer aquilo que gosta e que faz bem.

O relacionamento com o psicoterapeuta será como uma parceria, tanto antes, quanto durante e depois do tratamento. Conte com o profissional! Se há segurança em seu trabalho e em sua expertise, confie no tratamento proposto. O esperado é que o prazer de viver a vida seja restaurado ao longo de poucos meses. Haverá saída para a depressão enquanto houver busca por tratamento e fé nos resultados.

Conheça um pouco mais sobre a depressão lendo aqui no blog outros artigos sobre o tema. E conte comigo para solucionar suas dúvidas ou angústias. Tamo junto!



3 de setembro de 2020 Depressão

Meu objetivo neste texto não é explicar o que é a depressão ou quais são seus principais sintomas, pois já os fiz neste texto. Também não vou entrar na questão de tratamento, pois já escrevi sobre esse assunto neste outro texto. Quero comentar aqui sobre a escalada da depressão a um nível quase que epidêmico. O transtorno atinge hoje cerca de 320 milhões de pessoas no mundo e a previsão também não é animadora: a OMS (Organização Mundial da Saúde) prevê que a depressão será a doença mais comum do planeta dentro de dez anos. Dados como esses levantam a necessidade da conscientização. A campanha Setembro Amarelo vem, desde 2015, sendo uma importante maneira de levar informação a respeito da depressão, porém o preconceito e o estigma social continuam sendo reais.

A depressão é contemporânea?

Repare que estamos muito frequentemente expostos a situações estressantes, como no trabalho ou no trânsito. Estamos também vivendo um momento em que a ansiedade faz parte do dia a dia de grande parte da população – levantamentos recentes apontam o Brasil como o país mais ansioso do mundo. As relações superficiais, o sedentarismo, a supervalorização da aparência e da ideia de felicidade constante nas mídias sociais… tudo isso funciona como catalisador da depressão.

Há, portanto, uma tendência em pensar que a depressão é uma doença nova. Afinal, o número de casos vem aumentando consideravelmente ao longo das últimas décadas e é comum imaginar que isso se deva ao ritmo acelerado de nossas vidas, daí a impressão de que se trate de um transtorno que eclodiu neste século. Mas, na verdade, a depressão sempre existiu, só não se falava tanto sobre ela.

Considerado o pai da medicina, o grego Hipócrates já mantinha registros sobre uma doença de ordem mental que acometia a população e que possuía sintomas muito similares aos da depressão. Isso antes mesmo do nascimento de Cristo. Na época, esse fenômeno foi chamado de melancolia.

E embora a quantidade de diagnósticos esteja realmente aumentando e nossas vidas, de fato, sejam muito estressantes, é importante lembrar que há mais abertura hoje para falar sobre depressão do que havia trinta anos atrás. Hoje se vê muitos artistas e celebridades revelando que possuem o transtorno e, assim, fazendo com que o assunto seja tratado na mídia. Campanhas como o Setembro Amarelo também contribuem para a disseminação de informações relevantes sobre a depressão, reduzindo um pouco a resistência em buscar um tratamento efetivo junto a um profissional de psiquiatria.

O que virá pela frente?

A quarentena provocada pelo coronavírus foi responsável por um aumento de diagnósticos de depressão. Uma população um pouco mais deprimida será uma das heranças da pandemia, isso é verdade. A previsão da OMS, por sua vez, é apenas uma previsão. Não há como saber o que enfrentaremos nos próximos anos em relação à saúde mental, mas uma coisa é certa: casos de depressão vão continuar surgindo. Assim como vai continuar existindo a necessidade de falar sobre ela.

No Brasil, muitos ainda enxergam a depressão meramente como um momento de tristeza e não como uma doença grave. A maioria das pessoas entre 24 e 35 anos teria vergonha de revelar um diagnóstico de depressão para familiares ou colegas de trabalho, seja pelo medo de não serem compreendidas, seja por se sentirem constrangidas de alguma maneira. Acredita-se que o tabu seja maior entre os mais velhos, mas pesquisas como essas deixam claro que é um tema nebuloso entre todas as faixas etárias.

O grande problema em tratar assuntos importantes como tabu é justamente a desinformação, o que impede, no caso da depressão, o diagnóstico e um tratamento efetivo. Há muitas pessoas que relutam em buscar ajuda, pois não acreditam que estejam sendo acometidas por depressão – começando pelo fato de desconhecerem do que, de fato, se trata a doença.

A depressão é, sim, uma doença que causa profundo sofrimento não só ao paciente, mas em todos em seu convívio e que, em casos mais graves, pode chegar à morte. Porém, o mal do século, no fim das contas, talvez não seja a depressão, mas a ignorância em relação ao transtorno. Até certo ponto, podemos culpar essa ignorância por novos casos. A ela podemos atribuir o agravamento de muitos quadros. E podemos responsabilizá-la por alguns casos de suicídio.

Mais de 130 milhões de pessoas possuem acesso à internet no Brasil. Imagine como seria diferente se todas elas investissem um pouco do tempo para descobrir mais sobre o que é a depressão, como lidar com alguém que esteja enfrentando a doença e como apoiar.

Se você está aqui, significa que você quer saber mais sobre o assunto, quer se educar e se informar. Obrigada pelo seu interesse! Não sabemos como serão os próximos anos, mas certamente serão melhores – ou, no mínimo, um pouco menos preocupantes – se mais pessoas souberem onde estamos pisando.

E não deixe de conferir os próximos textos, que também irão tratar sobre o setembro amarelo e sobre o combate à depressão. Enquanto isso, aproveite para ler algumas publicações antigas que abordam o assunto:

A importância das atividades físicas no tratamento da depressão
Benefícios da música no tratamento e recuperação da saúde mental
Plano individualizado de tratamento da depressão



2 de março de 2018 Todos

Nas últimas décadas, tem havido uma crescente conscientização da academia e da população geral sobre a relevância da religião e da espiritualidade nas questões de saúde. Revisões sistemáticas da literatura científica identificaram mais de 3.000 estudos empíricos investigando as relações entre religião / espiritualidade  e saúde. A Associação Mundial de Psiquiatria (WPA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalham arduamente para garantir que a promoção e os cuidados em saúde mental sejam baseados cientificamente e, ao mesmo tempo, compassivos e com sensibilidade cultural.

No campo dos transtornos mentais, demonstrou-se que religião / espiritualidade  têm implicações significativas para prevalência (especialmente em transtornos depressivos e por uso de substâncias), diagnóstico (ex.: diferenciação entre experiências espirituais e transtornos mentais), tratamento (ex.: comportamento de busca de tratamento, aderência, mindfulness, terapias complementares), desfechos clínicos (ex.: melhora clínica, e suicídio ) e prevenção, bem como para a qualidade de vida e bem-estar.

Posicionamento da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA) sobre Espiritualidade e Religiosidade em Psiquiatria

Psiquiatras precisam levar em conta todos os fatores que afetam a saúde mental. Evidências mostram que religião / espiritualidade devem ser incluídas entre estes, independentemente da orientação espiritual, religiosa ou filosófica dos psiquiatras. No entanto, poucas escolas médicas ou currículos de especialidade fornecem qualquer treinamento formal para psiquiatras aprenderem sobre a evidência disponível ou como abordar adequadamente a religião / espiritualidade  tanto na pesquisa quanto na prática clínica.

Independentemente de definições precisas, a espiritualidade e a religião lidam com as crenças fundamentais, valores e experiências dos seres humanos. Portanto, a consideração da sua relevância para as origens, a compreensão e o tratamento dos transtornos psiquiátricos bem como para a atitude do paciente frente à doença deveria estar no centro da psiquiatria acadêmica e clínica.

Formação Médica em Espiritualidade e Religiosidade

Considerações espirituais e religiosas também têm implicações éticas significativas para a prática clínica da psiquiatria. Em particular, a WPA propõe que:

  1. Uma consideração cuidadosa das crenças e práticas religiosas dos pacientes, bem como a sua espiritualidade, deveriam ser abordadas rotineiramente sendo, por vezes, um componente essencial da coleta da história e diagnóstico psiquiátrico.
  2. A compreensão da religião e da espiritualidade e sua relação com o diagnóstico, etiologia e tratamento de transtornos psiquiátricos devem ser consideradas como componentes essenciais tanto da formação psiquiátrica como do contínuo desenvolvimento profissional.
  3. Há uma necessidade de mais pesquisas sobre religião e espiritualidade em psiquiatria, especialmente sobre suas aplicações clínicas. Estes estudos devem abranger uma ampla diversidade de contextos culturais e geográficos.
  4. A abordagem da religião e da espiritualidade deve ser centrada na pessoa. Psiquiatras não devem usar sua posição profissional para fazer proselitismo de visões de mundo seculares ou espirituais. Psiquiatras devem sempre respeitar e ser sensíveis às crenças e práticas espirituais / religiosas de seus pacientes, das famílias e cuidadores de seus pacientes.
  5. Os psiquiatras, sejam quais forem suas crenças pessoais, devem estar dispostos a trabalhar com líderes / membros de comunidades religiosas, capelães e agentes pastorais, bem como outros membros da comunidade, em suporte ao bem-estar de seus pacientes e devem incentivar seus colegas multidisciplinares a fazerem o mesmo.
  6. Os psiquiatras devem demonstrar consciência, respeito e sensibilidade para o importante papel que a espiritualidade e religiosidade podem desempenhar para muitos funcionários e voluntários na formação de uma vocação para trabalhar no campo dos cuidados em saúde mental.
  7. Os psiquiatras devem estar cientes tanto do potencial benéfico quanto prejudicial das práticas e visões de mundo religiosas, espirituais e seculares e estarem dispostos a compartilhar essas informações de forma crítica e imparcial com a comunidade em geral, em apoio à promoção da saúde e bem-estar.

Acesse aqui o texto original (inglês) publicado no site da WPA.

Quer saber mais sobre Espiritualidade e Religião em Psiquiatria? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



24 de fevereiro de 2018 Todos2

Para muitas pessoas, incluído alguns terapeutas, “diagnóstico é um palavrão”. Todos presenciamos o mau uso das formulações diagnósticas em psiquiatria. Uma pessoa complexa é super simplificada de maneira imprudente pelo entrevistador que está ansioso em razão de incerteza. Uma pessoa angustiada é tratada de forma linguisticamente distante pelo terapeuta.

Etiquetas são para roupas, não para pessoas

Uma das objeções ao diagnóstico deve-se à visão de que os termos diagnósticos são inevitavelmente pejorativos. Jane Hall é a autora da célebre frase “etiquetas são para roupas, não para pessoas”. Paul Watchel, de forma mais sarcástica, referiu-se ao diagnóstico como “insultos de pedigree fantasioso”. Terapeutas experientes costumam tecer tais comentários também, mas suspeito que, em seu próprio aprendizado, tenha sido útil lidar com uma linguagem que generalizou as diferenças individuais e com suas implicações para o tratamento. Uma vez que se aprendeu a observar os padrões clínicos dentro de organizações diagnósticas que foram estudados por décadas, se pode jogar o livro pela janela e saborear a unicidade individual que é cada paciente.

No entanto, se eu obtiver sucesso ao transmitir as diferenças individuais com respeito, os pacientes não irão recorrer aos termos diagnósticos a fim de se sentirem diferentes, inferiores e/ou superiores a outras pessoas. Em vez disso, contarão com uma linguagem útil à imaginação de diferentes possibilidades subjetivas. Um aspecto significativo, tanto do crescimento pessoal quanto do profissional.

O abuso da linguagem diagnóstica pode ser demonstrado com facilidade, o que não quer dizer que isso seja um argumento para que seja descartada. Todos os tipos de males podem surgir em nome de ideais valiosos – amor, patriotismo, cristianismo, etc. – não por culpa de sua perspectiva original mas justamente porque esta foi pervertida. A pergunta que deve ser feita é: a aplicação cuidadosa e não abusiva dos conceitos diagnósticos aumenta as chances do paciente obter ajuda?

Como o diagnóstico pode ajudar uma pessoa?

Existem ao menos cinco vantagens relacionadas ao empreendimento do diagnóstico de forma sensível e após treinamento adequado:

  1. Sua utilidade para o planejamento da terapia;
  2. Suas implicações em relação ao prognóstico;
  3. Sua contribuição à proteção dos consumidores de serviços de saúde mental;
  4. Seu valor em capacitar o terapeuta na transmissão de empatia;
  5. Seu papel na redução na probabilidade de pessoas facilmente perturbáveis fugirem ao tratamento.

Práticas de diagnóstico conscientes encorajam a comunicação ética entre os profissionais e seus potenciais pacientes ou clientes, um tipo de “verdade na publicidade”. Na busca de uma avaliação cuidados, o psiquiatra pode falar ao paciente algo sobre o que pode ser esperado e, assim evitar prometer demais ou criar desvios. Descobri, por exemplo, que poucos pacientes ficam chateados quando ouvem que contar sua história e relatar seus desafios pessoais vai requerer do tratamento psiquiátrico ou psicoterapia um longo tempo antes que ela possa resultar em uma mudança, que depende mais de uma experiência interna do próprio paciente. Muitos até se sentem encorajados quando o psiquiatra aprecia a profundidade de seus problemas e se dispões a um compromisso de longa data.

Um paciente recente, homem psicologicamente sofisticado que visitou muitos profissionais antes de chegar a mim com queixa do que considerava “tendências obsessivas graves”, me confrontou: “Então você é a especialista do diagnóstico; e como foi que me categorizou?”. Dei um grande suspiro e respondi: “Acho que o que mais me saltou aos olhos foi a quantidade de paranoia contra a qual você vem lutando”. “Finalmente alguém entendeu!”, ele disse. Para aqueles clientes que demandam uma cura milagrosa e aos quais falta o desejo ou a habilidade de se comprometer com algo tão sério quanto uma mudança genuína, um feedback honesto sobre o diagnóstico permite que recuem agradecidos e não desperdicem seu próprio tempo ou do psiquiatra atrás de mágica.

Quer saber mais sobre diagnóstico em Psiquiatria? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!




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