Nomofobia / Dra Aline Rangel


3 de fevereiro de 2021 Todos

A sexualidade é considerada como um aspecto central da vida humana e é estimulada por fantasias, desejos, sonhos, comportamentos, valores e relações, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, a libido, ou desejo sexual, é diretamente afetada pelas relações afetivas e interpessoais que temos no nosso dia a dia. E a falta dela pode ser sintoma do transtorno do desejo sexual hipoativo.

Dados, publicados no livro o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, apontam que esses problemas independem da idade da mulher, mas variam de acordo com a faixa etária. Falta de desejo é queixa de 5,8% das jovens entre 18 e 25 anos e de 19,9% de quem já passou dos 60. Entre os homens, essa porcentagem diminui bastante: apenas 2,4% dos jovens e 5% dos idosos reclamam de baixa libido.

Quando esse desejo é nulo ou deficiente, a pessoa pode sofrer do que chamamos de transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH). O transtorno é caracterizado pela deficiência (ou mesmo a inexistência) frequente do desejo sexual ou da fantasia sexual para a prática do sexo, durante um período maior que seis meses.  Ao contrário de distúrbios como disfunção erétil e ejaculação precoce, o TDSH pode afetar tanto homens quanto mulheres.

Algumas pessoas sempre tiveram esse desinteresse sexual, outras perdem o desejo repentinamente. Muitas vezes, os sintomas permanecem durante meses, como na gestação ou primeiro ano de vida de um filho, ou anos e têm consequências graves para os relacionamentos íntimos, para as relações de casais e para a autoestima de quem enfrenta a situação.

Causas e sintomas do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

As causas do TDSH podem ser físicas ou emocionais. Entre as causas físicas estão as alterações hormonais, uso de antidepressivos ou ansiolíticos, falta de desejo após abuso sexual, doenças mentais, presença de alguma doença sexualmente transmissível, tumores e cirurgia.

Entre os fatores psicológicos, podemos citar ansiedade, depressão, transtornos de apego e da personalidade, perdas no relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro, falta de privacidade, educação muito rígida, fatores religiosos e até mesmo questões morais.

Os sintomas podem variar de cada paciente, mas, normalmente, o indivíduo com transtorno de desejo sexual hipoativo apresenta ausência de pensamentos e fantasias sexuais; fuga de momentos que poderiam culminar numa relação; desinteresse pelo contato íntimo, que pode surgir após períodos de vida sexual saudável; falta de ereção e dificuldade para manter a ereção durante a relação; vagina sem lubrificação, permanecendo seca mesmo durante a relação; durante o contato íntimo a mulher pode não ter nenhuma alteração da cor na vulva e vagina.

Tratamento para Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

O tratamento para o transtorno irá depender das causas que levaram o paciente a desenvolver a falta de desejo sexual. Na maioria das vezes, o acompanhamento de um psiquiatra pode ajudar nas questões emocionais.

Nos casos de problemas físicos, como a disfunção erétil, por exemplo, o paciente pode fazer uso de medicamentos, associado à terapia e acompanhamento de um psiquiatra.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



2 de janeiro de 2021 Todos

Não há como negar as facilidades trazidas pelos aparelhos eletrônicos: com eles, é possível conversar com pessoas do outro lado do mundo, enviar mensagens, assistir filmes, vídeos, jogar e até mesmo trabalhar. Mas, apesar das facilidades, o uso sem controle desses aparelhos pode gerar a chamada nomofobia.

O termo nomofobia (uma abreviação, do inglês, para no-mobile phobia) foi criado no Reino Unido para descrever a angústia de estar sem o telefone celular ou aparelhos eletrônicos disponíveis. Na realidade, esse neologismo atualmente tem sido muito utilizado para descrever a dependência — também conhecida como uso problemático ou compulsão — desses aparelhos. No Brasil, a nomofobia ainda é um tema relativamente novo, mas Coreia do Sul, Japão e China já consideram essa dependência um problema de saúde pública e têm centros de reabilitação.

Segundo relatório da ONU sobre economia da informação, o Brasil é o quarto país do mundo em número de usuários na Internet. O informe “Economia da Informação 2017: digitalização, comércio e desenvolvimento”, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), mostra que as atividades principais dos brasileiros se relacionam à comunicação (85%), como o envio de mensagens pelo WhatsApp, e o uso de redes sociais como Facebook, Instagram ou Snapchat (77%). Ou seja, com base nos relatórios, a nomofobia pode se tornar ainda mais frequente no Brasil.

Sintomas da nomofobia

Além da total dependência dos aparelhos móveis, pacientes com nomofobia apresentam sintomas físicos e emocionais comparáveis aos da dependência química. Os principais são:

  • Sintomas emocionais: angústia, ansiedade, irritabilidade, medo, estresse, crises de pânico, tristeza, solidão, depressão.
  • Sintomas físicos: falta de ar, tontura, tremores, náuseas, dor no peito, aceleração da frequência cardíaca, dor de cabeça, enxaqueca.

Algumas atitudes no dia a dia também podem indicar a nomofobia:

  • manter o celular ligado 24 horas por dia e dormir com o celular embaixo do travesseiro;
  • carregar consigo mais de uma bateria, carregadores ou aparelhos reserva;
  • conferir repetidamente as chamadas, os e-mails e as mensagens de aplicativos;
  • checar a bateria a todo momento;
  • sentir desconforto quando está em um local sem sinal;
  • deixar de fazer atividades que gosta para ficar no celular;
  • diminuir a produtividade no trabalho, devido às redes;
  • diminuir a vida social e o contato com a família para ficar com o celular.

O diagnóstico da doença deve ser feito por um psiquiatra, psicólogo ou psicoterapeuta, que analisa os sintomas identificando as causas e sua relação com outros problemas, como depressão, ansiedade e transtornos psiquiátricos.

A terapia é o tratamento indicado para reduzir essa dependência do celular. O psicólogo cognitivo-comportamental é capaz de compreender a raiz desse vício e aconselhar uma mudança nos hábitos de consumo do aparelho. Já os medicamentos são utilizados apenas em casos mais avançados, quando a nomofobia evolui para depressão e crises de ansiedade mais graves, mas a automedicação não é recomendada.

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15 de maio de 2019 Todos

Você já se sentiu rejeitado quando percebeu que alguém leu sua mensagem no whatsapp, mas não respondeu? Já ficou frustrado quando algum post em rede social não teve interação? Você fica ansioso quando percebe que vai ficar sem bateria no celular? Se você respondeu sim para essas perguntas, pode ser que você sofra de nomofobia.

A palavra parece estranha, mas significa algo muito incidente no mundo contemporâneo: o medo de ficar sem celular ou de ser impedido de usá-lo. Em outras palavras, é uma dependência digital.

Com o passar do tempo, o telefone celular perdeu sua função primária, a de fazer ligações, e alcançou o patamar de smartphone. O uso da internet no aparelho celular trouxe diversas comodidades, mas o uso desenfreado proporcionou um transtorno de dependência.

Uma pesquisa mostrou que 51% dos brasileiros ficam online durante todo o dia. As redes sociais ganham destaque: 58% dos usuários brasileiros gastam seu tempo online nelas, uma proporção maior do que em qualquer outro país.

O que pode causar a nomofobia?

Alguns estudos indicam que a dependência tecnológica está associada a transtornos de ansiedade, pânico, obsessão compulsiva e fobia social.

Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostra a dependência digital associada à sensação de prazer. Segundo o estudo, esse comportamento gera um mecanismo de recompensa no cérebro, que libera hormônios do prazer como dopamina, endorfina, ocitocina e serotonina. Redes sociais e jogos são grandes propulsores da sensação de recompensa.

O efeito da dependência digital pode ser comparado à dependência de substâncias como o cigarro e o álcool. Existem inúmeros relatos de pessoas que trocaram o vício do cigarro pelo vício digital. Por isso, pessoas com nomofobia apresentam sintomas semelhantes ao de usuários de drogas.

Sintomas

A pessoa portadora de nomofobia manifesta os seguintes sintomas:

  • usa o celular para se sentir melhor;
  • fica preocupada em perder mensagens e ligações quando o aparelho está longe;
  • acha difícil ter que ficar sem acessar o celular em situações e locais em que o uso não é permitido, como agência bancária e avião;
  • tem a produtividade afetada pelo uso do celular, seja na escola, em casa ou no trabalho;
  • não consegue ficar longe do celular, mesmo tendo coisas mais importantes para fazer;
  • recebe reclamação dos pais, amigos e cônjuge, pelo uso excessivo do celular.

Como combater

O autocontrole é a maneira mais eficaz de combater a dependência. Alguns exercícios podem fazer a pessoa a ficar um pouco mais longe do telefone celular.

  • Fique com o celular longe da cama;
  • não utilize o celular assim que acordar;
  • desative as notificações;
  • fique longe do celular, de preferência desligue-o, quando tiver algo importante para fazer;
  • tenha momentos prazerosos na companhia de amigos sem o uso do celular.

Atualmente, existem aplicativos e recursos do próprio aparelho com o objetivo de monitorar e restringir o uso.

A nomofobia é o mal do milênio. A tecnologia agregou desenvolvimento e proporcionou uma vida mais prática, mas também causou a dependência de milhões de pessoas. Crianças estão tendo acesso a smartfones cada vez mais novas e, com isso, tornando-se dependentes cada vez mais cedo.

A dependência digital pode parecer irrelevante, mas gera problemas comportamentais, como a falta de habilidade em relacionamentos e dificuldade em estabelecer vínculos, além de estar associada a transtornos como ansiedade e depressão.

 

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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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