Sentir medo é natural até certo ponto. O medo é um sinal de alerta sobre situações e lugares que oferecem riscos à vida. No entanto, para algumas pessoas o medo é um problema. São pessoas que sentem um medo fora do comum, até mesmo quando o risco é improvável. Esse tipo de reação é típico em casos de agorafobia. A agorafobia é um distúrbio de ansiedade, relacionado ao transtorno de pânico.
Na maioria dos casos, o distúrbio da agorafobia surge após duas ou três crises de pânico. A partir daí, a pessoa passa a evitar os locais e as situações que possam desencadear crises de pânico, principalmente quando imagina a dificuldade para solicitar ajuda, em caso de emergência, em ambientes desprovidos de equipamentos de segurança e comunicação.
Quem sofre esse distúrbio tem medo de sentir medo, ou seja, a pessoa sente medo por visualizar uma situação na qual não conseguirá receber ajuda, o mais rápido possível. O medo de estar em um local de onde não conseguirá sair.
Ainda que seja pouco provável que algum incidente possa acontecer, a pessoa tem tanta certeza de que vai acontecer que faz o possível para evitar o local ou a situação. Pode ser o uso do elevador, passar por túneis, pontes, estar em ambientes lotados e fechados, viajar de ônibus ou avião.
O medo de enfrentar essas situações faz com que a pessoa acabe se isolando, deixando de conviver socialmente e até de cumprir os próprios compromissos, por ter certeza de que algo ruim acontecerá.
Os sintomas mais comuns da agorafobia são:
- Medo de ficar só em casa;
- Medo de ficar em meio à multidão;
- Medo de ficar em filas à espera de atendimento;
- Medo de permanecer em ambientes abertos ou fechados, de uso coletivo;
- Medo de utilizar o transporte público.
Fatores de risco da agorafobia
- Transtorno de pânico;
- Transtorno de ansiedade;
- Transtorno de personalidade;
- Depressão;
- Traumas psicológicos e emocionais;
- Vivência de situações traumáticas (abuso, violência, acidente grave, morte de algum ente muito querido);
- Pré-disposição genética (casos na família, com parentesco de primeiro grau).
Como tratar a agorafobia
O tratamento da agorafobia envolve psicoterapia para que o paciente consiga a compreender e enfrentar seus medos. Dependendo da gravidade e de outros problemas relacionados ao distúrbio, o médico pode prescrever algum tipo de medicação como antidepressivos, ansiolíticos e outros usados pela medicina alternativa. Terapias alternativas e grupos de apoio também podem ajudar a superar os distúrbios da ansiedade.
A ajuda profissional é extremamente importante para quem apresenta sintomas do transtorno da ansiedade e do pânico. Quanto antes, melhor. É importante não deixar o problema evoluir por sentir vergonha de buscar o apoio médico e psicológico. A agorafobia não controlada levará ao isolamento social e a vários outros prejuízos na vida profissional. Portanto, preste atenção aos sinais que mostram que seus medos estão fora do normal.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra São Paulo.