A depressão é um transtorno mental que pode ser identificado por características como mudança de humor, oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima, perda de interesse em realizar atividades cotidianas que antes eram prazerosas, perda de prazer e distúrbios do sono ou do apetite. Uma das formas como essa condição se expressa é a depressão no trabalho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2020, a depressão passará da 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. Estima-se que 121 milhões de pessoas sofram com a doença, sendo 17 milhões só no Brasil. Quem já teve um episódio na vida apresenta cerca de 50% de possibilidade de manifestar outro; quem teve 2 episódios, a chance é de 70%, e, no caso de 3 quadros bem-caracterizados, esse número pode chegar a 90%.
Do ponto de vista clínico, a depressão se diferencia de uma simples tristeza por durar mais tempo e implicar uma queda no nível de neurotransmissores, substâncias químicas que estabelecem a comunicação entre os neurônios.
Depressão no trabalho
No trabalho, a depressão pode ser causada por rotinas exaustivas, pressão por excelentes resultados e necessidade de melhorar continuamente o desempenho. Operadores de telemarketing, bancários e profissionais da área de saúde são os mais propensos a ter quadros depressivos, mas a doença não se restringe a determinados setor, carreira ou nível hierárquico.
A depressão pode se manifestar de várias maneiras, e os sinais dela podem variar muito de pessoa para pessoa. No entanto, determinadas características aparecem com mais frequência. Algumas delas são:
- irritabilidade;
- agressividade;
- dificuldade de concentração;
- cansaço excessivo;
- falta de motivação;
- queda drástica na produtividade;
- dificuldade nas relações com os colegas;
- tristeza constante e profunda;
- crises de choro;
- explosões de raiva;
- procrastinação;
- dificuldades com a memória;
- inabilidade para tomar decisões;
- alterações no apetite;
- distúrbios do sono;
- queda na libido.
Como a empresa pode ajudar
Além de oferecer suporte e trabalhar na prevenção da depressão, as empresas precisam criar ambientes em que os funcionários possam falar abertamente sobre a doença, sem que o problema seja rotulado como “frescura”.
Investir em programas de qualidade de vida, incentivar a realização de atividades físicas e criar ferramentas para denunciar os abusos são apenas algumas das estratégias que podem ser usadas para criar um bom clima organizacional.
Mas nada disso afasta a necessidade de acompanhamento profissional. Após o levantamento das causas relacionadas com o desencadeamento do problema, pode-se fazer um planejamento terapêutico adequado, que pode envolver medicamentos e psicoterapia.
A terapia com um psicólogo pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam a depressão no trabalho, reduzir os sintomas do quadro e trabalhar os eventos que levaram a pessoa a desenvolver esse problema. A medicação, embora fundamental para o tratamento, precisa ter orientação médica e ser combinada com outros métodos, como terapia, atividades físicas e grupos de apoio.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!