Dra Aline Rangel / Dra Aline Rangel

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12 de janeiro de 2021 Dra Aline RangelTodos

As variações no humor fazem parte da vida de todo ser humano. As pessoas não vivem sempre felizes ou sempre tristes. O humor flutua conforme as situações vão acontecendo. No entanto, uma alteração brusca de humor que ocorre repetidas vezes pode sinalizar que algo não vai tão bem no corpo e na mente do indivíduo.

Algumas instabilidades comportamentais repentinas podem indicar problemas graves, incluindo doenças mentais. 

Contratempos durante o dia

Uma causa comum e menos preocupante da alteração brusca de humor é a existência de contratempos ao longo do dia. Quando algo não sai conforme o planejado, quando o trânsito está surpreendentemente caótico, quando o ônibus está cheio ou quando as coisas não dão certo no trabalho, essa mudança é natural, embora possa trazer problemas para as relações interpessoais.

Hormônios por trás da alteração brusca de humor

As mudanças e desequilíbrios hormonais, especialmente em mulheres, podem provocar alterações bruscas no humor. Isso ocorre porque os hormônios estão intimamente relacionados com as emoções. Quando os níveis hormonais oscilam, é bem provável que haja um impacto efetivo sobre o estado de espírito. É o que ocorre, por exemplo, na tensão pré-menstrual (TPM), menopausa e gravidez.

Transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma das causas mais comuns de alterações do humor. Caracterizada pela montanha-russa de atitudes e sentimentos, a bipolaridade atinge mais de 4 milhões de brasileiros. A doença é marcada pelo humor que muda repentinamente da água para o vinho, apresenta-se como uma euforia ou irritação patológica e pode alternar estados de normalidade ou com episódios de depressão, entretanto, estes estados de “elevação” do humor são sustentados, duram dias a semanas. Alguns raros pacientes com transtorno bipolar são chamados de “cicladores rápidos”. Infelizmente observamos muitas pessoas sendo vistas por familiares, amigos e até profissionais da saúde como “fulano é bipolar” somente baseado na impressão de  que “oscilou de um polo a outro”.

Ataques de pânico

A pessoa está bem e de uma hora para outra o comportamento dela começa a mudar. Ela pode estar vivendo um episódio de ataque de pânico, um dos tipos de transtorno de ansiedade que produzem crises inesperadas de medo e desespero, ainda que não exista nenhuma ameaça real.

Alguém que estava feliz e tranquilo, por exemplo, pode começar a sofrer temores repentinos, sensação de perigo, sentimento de indiferença, temor de perder o controle, dormência nos membros, tontura, desmaio, taquicardia, impaciência, irritabilidade, desconforto, calafrios, náuseas, dores abdominais, dores no peito, tristeza, etc. Vale destacar que nos ataques de pânico há mudanças no humor, mas também há alterações físicas.

Dependência química

Outro fator causador de alterações no humor é a dependência química, uma doença mental com desdobramentos físicos. Os dependentes químicos não conseguem controlar o uso da substância, o que em médio e longo prazos prejudica a vida emocional e a saúde psíquica do indivíduo. Com isso, o corpo sofre drásticas reações metabólicas, as quais interferem no humor e nos padrões comportamentais.

Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável ou Borderline 

Como o próprio nome da Classificação Internacional das Doenças (CID 10) sugere, é caracterizado pela tendência a agir de modo imprevisível e impulsivo, sem consideração pela consequência, apresentando um humor imprevisível e instávell. Em geral, a pessoa apresenta uma tendência a ter acessos de raiva e incapacidade de controlar o comportamento impulsivo. Os comportamentos explosivos e os conflito com os outros, aparecem particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados.

 

Viu que não há apenas uma possibilidade de diagnóstico para a alteração brusca de humor? Elas podem ser sinais de vários problemas, graves ou não. O ideal é buscar auxílio especialiado para identificar as reais causas das variações de estado de espírito e, assim, encontrar o melhor tratamento.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!

 



A compulsão alimentar é um transtorno compulsivo, como tantos outros, em que não há uma relação saudável entre a necessidade, o estímulo e o hábito. O indivíduo que sofre desse problema não come em função exclusivamente das razões que levam as pessoas a comer, ligadas à nutrição, ao sentimento de satisfação do corpo e ao prazer de saborear os alimentos. Diz respeito a um distúrbio que envolve os seguintes sinais:  ingestão de grandes quantidades de alimentos, mesmo sem fome; se alimentar mesmo quando se sentir desconfortável; refeições noturnas exageradas (o famoso “assaltar a geladeira à noite”); alimentar-se descontroladamente perante situações de estresse; manter o  hábito de  “beliscar” mesmo sem fome, apenas em função da disponibilidade de comida;  comer sozinho e apressadamente, de forma descontrolada, mesmo sem prazer. A compulsão alimentar é uma patologia que tem tratamento e cura.

Além dos sinais citados acima, é possível perceber um visível descontentamento com essa compulsão por alimentos, de tal modo que o doente começa a comer escondido. O motivo para tal comportamento não é apenas a vergonha do hábito, mas com o inevitável resultado desfavorável no aspecto físico. Esse é um quadro de compulsão alimentar.

Mecanismo de compensação

Os especialistas acreditam que esse comportamento é um mecanismo compensatório básico, relacionado à rotina intensa, frustrante, solitária e estressante a que as pessoas são submetidas. Esse hábito de comer de forma descontrolada seria uma compensação à frustração relacionada às expectativas criadas e exigências inatingíveis impostas pela sociedade do consumo.

O indivíduo, ao comer compulsivamente, sente um alívio da tensão, o que faz com que ele se refugie de forma mais sistemática no ato de ingerir alimentos em profusão. Já não é mais um comportamento ligado ao prazer, mas apenas um mecanismo de compensação. Por causa da euforia e ao mesmo tempo da insatisfação, o paciente sabe que não é um comportamento normal, além de ser prejudicial à sua saúde.

Há um processo mental, em que o cérebro não consegue equacionar de forma correta a relação entre desejo, demanda, impulso e satisfação. É como falar de uma fuga da realidade.

Muitas vezes, além do estresse e problemas emocionais, as dietas muito radicais também podem desencadear um impulso por comer tudo aquilo de que foi privado.

Tratamento psiquiátrico para a compulsão alimentar

Normalmente, essas pessoas procuram por tratamentos que visam o controle físico do transtorno, como dietas, por exemplo. Porém, trata-se de uma inquietação que tem sua origem em questões mentais. Com isso, alguns desses pacientes tendem a ganhar muito sobrepeso e se tornarem pessoas infelizes.

O que caracteriza o diagnóstico é a ocorrência desse tipo de comportamento pelo menos duas vezes na semana durante os últimos seis meses, não estando acompanhados de comportamentos de compensação extremos – como uso de laxantes e vômito.

O tratamento psiquiátrico é focado nos fatores físicos e emocionais. A terapia consiste em ajudar as pessoas a lidarem melhor com os sentimentos, com a alimentação em situações diversas (como em ceias de Natal, por exemplo). A finalidade do acompanhamento é tornar essas pessoas capazes de dizerem não à comida se ela não for necessária. Assim conseguirão melhorar os relacionamentos pessoais e a autoestima.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo.

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TDAH, Compulsão Alimentar e Lisdexanfetamina: relação e tratamento



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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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