Dra Aline Rangel / Dra Aline Rangel

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Cerca de metade dos brasileiros não está satisfeita com vida a sexual. Grande parte da insatisfação na vida sexual se deve às dificuldades de ereção e a problemas para se atingir o orgasmo. Além disso, o chamado sexo rápido, a falta de autoconfiança, as relações negativas ou traumáticas no passado, as alterações hormonais e a baixa autoestima justificam o desinteresse sexual e podem impedir o prazer e a satisfação plena de homens e mulheres na intimidade.

Só para se ter ideia, somente 22% das mulheres alcançam o orgasmo no sexo e mais de 60% dos homens relatam dificuldade para obter e manter a ereção. Esses dados revelam o quanto a vida sexual pode ser frustrante e insatisfatória. A boa notícia é que os quadros de problemas no sexo podem ser revertidos com apoio psiquiátrico. Leia o texto e veja como um bom psiquiatra pode ajudar nesse sentido.

Psiquiatria para reverter a insatisfação na vida sexual

Ao contrário do que algumas pessoas imaginam, sexo não está relacionado exclusivamente ao corpo. A sexualidade está intimamente ligada, também, à mente. É por isso que a psiquiatria pode ser muito útil no tratamento da insatisfação na vida sexual, especialmente quando essa tem origens em disfunções sexuais.

Quais as principais reclamações sexuais ouvidas pelo psiquiatra?

O sexo ainda é um tabu para boa parte das pessoas, mas quem vence a timidez e o medo do constrangimento, consegue falar sobre a insatisfação na vida sexual e compartilhar os sentimentos com o psiquiatra. As principais reclamações dos pacientes dizem respeito a monotonia sexual, pouca frequência no sexo, ausência de preliminares, falta de desejo, ejaculação precoce, dificuldade de alcançar o orgasmo, casal sem sintonia, disfunção erétil e ao fato de se sentir pouco desejado.

Quais disfunções sexuais podem ser tratadas no consultório psiquiátrico?

Os psiquiatras são profissionais capacitados para tratar múltiplas disfunções sexuais que podem se correlacionar com a insatisfação no sexo. As disfunções são caracterizadas pelas alterações psicofisiológicas e pelas perturbações no desejo sexual, a ponto de provocarem dificuldade interpessoal e sofrimento acentuado. Dentre as principais disfunções, estão o transtorno de aversão sexual, o transtorno do desejo sexual hipoativo, o transtorno da excitação sexual, o transtorno orgásmico, a dispareunia, a ejaculação precoce, o vaginismo, o sadismo, o fetichismo, o exibicionismo e o masoquismo.

Por que procurar ajuda para resolver problemas sexuais?

A sexualidade é uma área extremamente importante para o ser humano e a relevância dela é legitimada pela Organização Mundial de Saúde, que afirma que o sexo é um dos pilares da qualidade de vida. O sexo traz benefícios como proteção cardiovascular, redução dos níveis de estresse, fortalecimento imunológico, além de ganhos emocionais, como menos sintomas depressivos e de ansiedade. Se você estiver insatisfeito na vida sexual, o ideal é buscar auxílio para solucionar os problemas, a fim de ser mais feliz e saudável em todos os sentidos.

Como reverter os quadros de insatisfação na vida sexual?

Esse é um problema multifatorial que pode ser causado por razões orgânicas, físicas, psíquicas ou mistas. Sendo assim, o tratamento depende da causa e, geralmente, demanda a intervenção de uma equipe multidisciplinar. Os métodos para reverter o problema podem combinar farmacologia, psicologia, fisioterapia e psiquiatria.

Para tratar a insatisfação na vida sexual, primeiramente, o psiquiatra vai ouvi-lo sem julgamentos ou preconceitos. Ele também está apto a tratar transtornos sexuais e esclarecer questões médicas, orgânicas e emocionais acerca das disfunções por meio de terapia sexual. Ao procurar um psiquiatra para auxiliá-lo, dê preferência a profissionais especializados em sexualidade humana.


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19 de junho de 2022 Dra Aline RangelTodos

Ao contrário do que muita gente imagina, gostar de fazer sexo não tem relação direta com a compulsão sexual ou “vício em sexo”, ou seja, ter uma vida sexual ativa e intensa não é sinal de que a pessoa é compulsiva.

Quem tem compulsão sexual não consegue resistir aos pensamentos e desejos exagerados sobre o sexo. Trata-se de um transtorno psiquiátrico caracterizado por atos impulsivos e obsessivos envolvendo a prática sexual, com o agravante de que o “viciado” precisa saciar sua vontade imediatamente, não importando onde, como e com quem.

Na compulsão sexual, a pessoa tem comportamentos e fantasias sexuais em excesso, como masturbação frequente, uso de pornografia, parceiros múltiplos e ocasionais, sexo desprotegido sem se preocupar com as consequências. Confira a seguir quais são as causas e tratamentos possíveis para esse tipo de compulsão.

Causas da compulsão sexual

Muitas vezes, o transtorno de compulsão sexual está ligado à ansiedade, mas também pode ser associado ao alcoolismo, dependência química, histórico familiar de compulsão, experiência de abuso sexual na infância, além de problemas pessoais e familiares.

Esses fatores geram desajustes psicológicos, alteram alguns neurotransmissores cerebrais e podem ter influência no desenvolvimento de quadros de compulsão sexual. Vale destacar que a maior parte (95%) dos casos de compulsão por sexo acontece com homens.

Tratamentos para compulsão sexual

O tratamento mais indicado para esse tipo de compulsão é a psicoterapia, processo terapêutico que visa identificar os gatilhos de ansiedade e controlar o comportamento impulsivo ou compulsivo.  Através da terapia, é possível tratar as causas psicológicas da compulsão por sexo, o que requer intervenção profissional, uma vez que dificilmente a pessoa com compulsão consegue se livrar dos problemas sozinha.

Eventualmente, podem ser administrados antidepressivos e neurolépticos para inibir o apetite sexual. Tudo deve ser orientado pelo psiquiatra, já que a automedicação não é recomendada em nenhuma situação. O profissional responsável pelo tratamento deve, preferencialmente, ser especializado em transtornos de ordem sexual.

A proibição da masturbação, abstenção de pornografia e  jejum de sexo não bloqueiam o comportamento compulsivo e, portanto, não tratam o comportamento compulsivo. Como a compulsão é originada por ansiedade, essas restrições podem tornar a pessoa ainda mais ansiosa, aumentando significativamente as chances dela desenvolver outras formas de compulsão, pois a tendência é que ela sinta a necessidade de canalizar a energia e os desejos para os alimentos, jogos ou compras, por exemplo.

O que acontece se a compulsão sexual não for tratada?

Como o sexo está ligado ao prazer, nem sempre os compulsivos sexuais buscam tratamento. Em geral, quando jovens, a percepção que têm sobre de si é de serem hipersexualizados ou gostar muito de sexo. Eles não notam que os hábitos relacionados ao sexo ganharam um caráter patológico e, por isso, não se preocupam. Isso é preocupante, afinal, a compulsão sexual pode produzir impactos muito negativos se não for adequadamente tratada. Entre os prejuízos estão a perda de vida social, relacionamentos superficiais, riscos para a saúde, além de problemas familiares, profissionais, financeiros e legais.

Você pode querer saber mais sobre Compulsão Sexual nos textos abaixo:

Compulsão sexual e solidão: quando o prazer afasta relações reais?

Compulsão Sexual: como identificar gatilhos internos e externos

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A ansiedade é um mal que acomete milhões de pessoas. O fato é um retrato de preocupações excessivas do dia a dia, medo e pensamentos descontrolados, proporcionados pelo estilo de vida e incerteza do futuro. Quando esses sentimentos tomam dimensões desproporcionais e a mente não se desliga ao dormir, apresenta-se o quadro de ansiedade noturna.

O estresse acumulado durante o dia, assim como as preocupações constantes, são fatores que interferem diretamente na qualidade do sono, causando esse transtorno. Além da insônia, essa condição pode causar outros problemas do sono, como agitação, síndrome das pernas inquietas, apneia e terror noturno.

Como identificar a ansiedade noturna

Alguns sinais de que a ansiedade prejudica o sono são:

  • dificuldade de adormecer;
  • pensamentos que não permitem que o cérebro descanse;
  • insegurança pelo futuro;
  • antecipação de acontecimentos ruins;
  • sono não contínuo.

Esses fatores aparecem porque a ansiedade impossibilita que o cérebro se desconecte durante a noite. Assim, ao tentar dormir, a mente fica em estado de alerta, focada nos medos e estresse. Essa condição impede que o organismo inicie as fases do sono ou as atrapalha.

A falta de sono pode gerar, também, nervosismo e tensão, ocorrendo um ciclo vicioso.Agende sua consulta com a Dr. Aline Rangel psiquiatra e sexóloga.

Sintomas

Os sintomas podem se manifestar durante o dia, mas são mais incidentes na hora de dormir. Podem variar de pessoa para pessoa e ter intensidade diferente. São eles:

  • inquietação;
  • pensamento acelerado;
  • necessidade de levantar de madrugada;
  • respiração intensa ou ofegante;
  • cansaço;
  • dificuldade de adormecer;
  • necessidade de ficar com os olhos abertos;
  • sono interrompido;
  • falta de atenção durante o dia.

Causas

Alguns fatores causam impacto direto na ansiedade noturna.

Estresse

O estresse, quando crônico, é um fator de risco não só para esse transtorno, mas também para a depressão. Em níveis altos, causa liberação de cortisol no organismo, um importante hormônio que age em situações de risco. O problema acontece quando o estresse é constante e os níveis de cortisol permanecem altos no corpo.

Rotina de sono

O corpo humano funciona como um relógio. Na hora de dormir não é diferente. Hormônios trabalham em cada fase do sono e, quando o ciclo não é respeitado, esses hormônios tendem a se desregular. Ter uma boa rotina evita crises noturnas. É importante ter horário para dormir, dormir de luz apagada, não dormir assistindo TV, entre outros hábitos.

Preocupações

A mente humana é potente, mas precisa ser educada. As preocupações constantes do dia a dia são obstáculo para o desligamento do cérebro ao dormir. A técnica de substituição de pensamento pode ser útil nesses casos. Funciona da seguinte maneira: quando uma preocupação ou sentimento ruim surgir e tirar o sono, tente trocar esse pensamento por aquilo que pode acontecer de bom.
Refeições leves antes de dormir, manter uma rotina de sono, praticar atividades físicas, meditação e técnicas de respiração profunda são fatores que evitam esse transtorno.

A antecipação dos acontecimentos deve ser controlada, pois pode ser extremamente negativa e gerar problemas graves como depressão e ataque de pânico. Se a ansiedade está atrapalhando seu dia a dia, é hora de buscar ajuda médica.

A ansiedade noturna pode ser uma condição desafiadora de superar, mas não é impossível. Ao entender as causas e implementar estratégias eficazes, podemos minimizar as preocupações noturnas e melhorar nosso bem-estar mental geral. Lembre-se de criar uma rotina que acalme ao invés de agitar antes de dormir,  fazer modificações no estilo de vida e buscar ajuda profissional quando necessário.  Reflita sobre essas informações e recupere noites tranquilas para um amanhã mais promissor.


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Os transtornos alimentares são considerados condições psiquiátricas. Essa classificação se justifica pois são disfunções relacionadas a uma prática alimentar que foge do padrão. Geralmente, elas são motivadas por algum tipo de sofrimento mental.

Tais problemas têm tratamento. No entanto, é importante identificá-los precocemente, para que não se agravem atingindo condições de saúde mais sérias.

Por isso, no artigo de hoje, são apresentados alguns tipos de transtornos alimentares. Acompanhe em seguida.

Dez tipos de transtornos alimentares

Anorexia

A anorexia é um transtorno alimentar em que o indivíduo ingere uma quantidade insuficiente de calorias. Devido a isso, seu peso fica muito abaixo do que é considerado normal.

Quem tem anorexia, geralmente, tem medo de engordar. E também não consegue entender que está abaixo do peso, considerando sempre que pode emagrecer mais e mais.

Bulimia

A pessoa bulímica é aquela que tem episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de culpa e vômito induzido.

Por ter preocupação extrema com o peso, quem tem bulimia também pode fazer exercícios de forma excessiva. Pode, também, usar indiscriminadamente laxantes e outros medicamentos, como inibidores de apetite.

Transtorno de compulsão alimentar periódica

O transtorno de compulsão alimentar se caracteriza por comer mais rapidamente do que o normal e até sentir-se desconfortavelmente cheio. Além disso, outra característica do distúrbio é ingerir grandes quantidades de alimentos quando não está fisicamente com fome, bem como comer sozinho, por vergonha da quantidade que está ingerindo.

Tais atitudes são seguidas de culpa e, ao mesmo tempo, constrangimento.

Transtorno de ruminação

O transtorno de ruminação ocorre quando o indivíduo come, regurgita ou cospe, mastiga novamente e volta a engolir o alimento. É mais frequente em crianças pequenas.

Transtorno alimentar restritivo evitativo

O transtorno alimentar restritivo evitativo é uma perturbação alimentar em que a pessoa não satisfaz suas necessidades nutricionais com o alimento ingerido. As características desse problema são a perda de peso significativa ou insuficiência do crescimento esperado.

Ocorrem deficiências nutricionais, dependência de suplementos, bem como problemas nutricionais que interferem no funcionamento psicossocial.

Pica

Pica é a ingestão de substâncias que não têm valor nutricional, como, por exemplo, se alguém come algodão ou argila. Mais incidente em mulheres grávidas e crianças.

Ortorexia

A ortorexia é um comportamento alimentar em que há obsessão por alimentos saudáveis. Sendo assim, muitas comidas são excluídas da dieta, principalmente as industrializadas.

Hiperfagia

A hiperfagia se caracteriza pela ingestão de uma grande quantidade de comida, após um evento traumático. Como se este tipo de alimentação em excesso pudesse aliviar o sofrimento da pessoa.

TOC por alimentos

O transtorno obsessivo-compulsivo por alimentos é um tipo de ansiedade que envolve pensamentos intrusivos e repetitivos. Esses pensamentos só são aliviados enquanto a pessoa está comendo.

Vigorexia

A vigorexia ocorre quando há obsessão em ficar muito musculoso. O dismorfismo corporal acaba por vir acompanhado de uma alimentação extremamente restrita, para que a estrutura física seja mantida.

Diante de qualquer uma dessas condições, portanto, é de extrema importância buscar ajuda médica. O apoio familiar e dos amigos também é igualmente fundamental para o sucesso do tratamento dos transtornos alimentares.

 

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17 de setembro de 2021 Dra Aline RangelTodos

“Somos o que comemos”, diz a célebre frase de Hipócrates, considerado o pai da medicina.

Quase dois séculos e meio depois, o pensamento de Hipócrates continua fazendo pleno sentido. Tanto tempo se passou e, grande parte dos problemas que acometem a saúde do ser humano está ligado à maneira com que nós nos alimentamos.

A má alimentação está diretamente ligada à diversos problemas de saúde. Os principais indutores do bom funcionamento do corpo humano são os nutrientes, presentes nos alimentos. A dieta mal balanceada, pobre em nutrientes, e os maus hábitos alimentares contribuem para o aparecimento de uma série de doenças, dentre as quais podemos citar: diabetes, hipertensão, obesidade, refluxo e apnéia do sono, além de muitas outras.

Some-se a isso os padrões de beleza relacionados à magreza, que levam as pessoas a cometer verdadeiros sacrilégios contra o próprio corpo, e a medicina está diante de um grande desafio.

O que são transtornos alimentares

Você sabe de verdade o que são os transtornos alimentares?

Além de todas as doenças causadas pela má alimentação, outro desafio da medicina é enfrentar adequadamente os transtornos alimentares, que são distúrbios psiquiátricos relacionados ao comportamento alimentar, que podem levar as pessoas ao emagrecimento doentio (caquexia), à obesidade e a outros problemas físicos.

Os transtornos alimentares são causados por alterações bruscas ou graduais no comportamento alimentar, que acabam levando o indivíduo a problemas físicos, psíquicos, emocionais e sociais.

Quais são os transtornos

Do ponto de vista da OMS (Organização Mundial da Saúde), dois males são considerados os principais transtornos alimentares. São eles a anorexia e a bulimia, que afetam – acredite! – 1% da população mundial, particularmente mulheres jovens e adolescentes de classes sociais mais elevadas.

São distúrbios provenientes da preocupação de se manter dentro dos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. Em outras palavras, essas pessoas querem emagrecer.

A bulimia é a menos grave das patologias. Em geral, as vítimas se apresentam dentro ou acima do peso. São afetadas pela preocupação excessiva com a estética e não querem engordar, mas apreciam comer, o que faz com que procurem aliviar a culpa provocando vômito ou tomando diuréticos e laxantes.

A anorexia é o quadro mais grave, que pode levar à morte. Essas pessoas simplesmente têm uma visão distorcida do próprio corpo e se veem gordas mesmo quando estão abaixo do peso. Para atingir o padrão físico desejado, são capazes até mesmo de parar de comer.

Outros males

Alguns especialistas também consideram parte desse grupo de problemas de saúde relacionados a distúrbios psíquicos ligados a comportamentos alimentares:

Transtorno de Compulsão Alimentar – Diferentemente da anorexia e bulimia, este transtorno ocorre quase igualmente em homens e mulheres e tende a apresentar um início mais tardio. Pessoas com compulsão alimentar normalmente têm sobrepeso ou são obesas e podem ter tentado tratamentos de perda de peso no passado com pouco sucesso, a menos que o tratamento tenha sido voltado diretamente para o comportamento de compulsão alimentar.

Síndrome de Pica – Atinge principalmente crianças e adolescentes e se caracteriza pela ingestão de substâncias não reconhecidas como alimentos, como argila, barro, sabonete e outras extravagâncias.

Síndrome de Prader-Willi – Presente em uma em cada dez mil crianças, está ligada à deficiência intelectual. Caracteriza-se pelo apetite insaciável por alimentos hipercalóricos, criando as condições para a obesidade precoce.

Distúrbios do sono – Estes distúrbios estão associados a queixas alimentares, em geral fazem com que as pessoas que acordem no meio da noite para assaltar a geladeira, podendo não se lembrar de nada no dia seguinte.

Ortorexia – A ortorexia é a doença que gera nas pessoas uma fixação por alimentação saudável, tornando-as obsessivas e até sujeitas à transtornos sociais.

Vigorexia – É a obsessão por músculos, que leva ao uso de anabolizantes e perda de perspectiva do próprio corpo. A alimentação toda se volta para essa finalidade.

Tratamento para os transtornos alimentares

O tratamento dos transtornos alimentares deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, formada por psiquiatra, psicólogo, endocrinologista, terapeuta ocupacional  e nutricionista. Além da missão de restabelecer no paciente uma alimentação adequada, que leve o mesmo ao peso ideal, cabe a essa equipe restaurar a saúde mental do indivíduo.

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12 de janeiro de 2021 Dra Aline RangelTodos

As variações no humor fazem parte da vida de todo ser humano. As pessoas não vivem sempre felizes ou sempre tristes. O humor flutua conforme as situações vão acontecendo. No entanto, uma alteração brusca de humor que ocorre repetidas vezes pode sinalizar que algo não vai tão bem no corpo e na mente do indivíduo.

Algumas instabilidades comportamentais repentinas podem indicar problemas graves, incluindo doenças mentais. 

Contratempos durante o dia

Uma causa comum e menos preocupante da alteração brusca de humor é a existência de contratempos ao longo do dia. Quando algo não sai conforme o planejado, quando o trânsito está surpreendentemente caótico, quando o ônibus está cheio ou quando as coisas não dão certo no trabalho, essa mudança é natural, embora possa trazer problemas para as relações interpessoais.

Hormônios por trás da alteração brusca de humor

As mudanças e desequilíbrios hormonais, especialmente em mulheres, podem provocar alterações bruscas no humor. Isso ocorre porque os hormônios estão intimamente relacionados com as emoções. Quando os níveis hormonais oscilam, é bem provável que haja um impacto efetivo sobre o estado de espírito. É o que ocorre, por exemplo, na tensão pré-menstrual (TPM), menopausa e gravidez.

Transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma das causas mais comuns de alterações do humor. Caracterizada pela montanha-russa de atitudes e sentimentos, a bipolaridade atinge mais de 4 milhões de brasileiros. A doença é marcada pelo humor que muda repentinamente da água para o vinho, apresenta-se como uma euforia ou irritação patológica e pode alternar estados de normalidade ou com episódios de depressão, entretanto, estes estados de “elevação” do humor são sustentados, duram dias a semanas. Alguns raros pacientes com transtorno bipolar são chamados de “cicladores rápidos”. Infelizmente observamos muitas pessoas sendo vistas por familiares, amigos e até profissionais da saúde como “fulano é bipolar” somente baseado na impressão de  que “oscilou de um polo a outro”.

Ataques de pânico

A pessoa está bem e de uma hora para outra o comportamento dela começa a mudar. Ela pode estar vivendo um episódio de ataque de pânico, um dos tipos de transtorno de ansiedade que produzem crises inesperadas de medo e desespero, ainda que não exista nenhuma ameaça real.

Alguém que estava feliz e tranquilo, por exemplo, pode começar a sofrer temores repentinos, sensação de perigo, sentimento de indiferença, temor de perder o controle, dormência nos membros, tontura, desmaio, taquicardia, impaciência, irritabilidade, desconforto, calafrios, náuseas, dores abdominais, dores no peito, tristeza, etc. Vale destacar que nos ataques de pânico há mudanças no humor, mas também há alterações físicas.

Dependência química

Outro fator causador de alterações no humor é a dependência química, uma doença mental com desdobramentos físicos. Os dependentes químicos não conseguem controlar o uso da substância, o que em médio e longo prazos prejudica a vida emocional e a saúde psíquica do indivíduo. Com isso, o corpo sofre drásticas reações metabólicas, as quais interferem no humor e nos padrões comportamentais.

Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável ou Borderline 

Como o próprio nome da Classificação Internacional das Doenças (CID 10) sugere, é caracterizado pela tendência a agir de modo imprevisível e impulsivo, sem consideração pela consequência, apresentando um humor imprevisível e instávell. Em geral, a pessoa apresenta uma tendência a ter acessos de raiva e incapacidade de controlar o comportamento impulsivo. Os comportamentos explosivos e os conflito com os outros, aparecem particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados.

 

Viu que não há apenas uma possibilidade de diagnóstico para a alteração brusca de humor? Elas podem ser sinais de vários problemas, graves ou não. O ideal é buscar auxílio especialiado para identificar as reais causas das variações de estado de espírito e, assim, encontrar o melhor tratamento.

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A compulsão alimentar é um transtorno compulsivo, como tantos outros, em que não há uma relação saudável entre a necessidade, o estímulo e o hábito. O indivíduo que sofre desse problema não come em função exclusivamente das razões que levam as pessoas a comer, ligadas à nutrição, ao sentimento de satisfação do corpo e ao prazer de saborear os alimentos. Diz respeito a um distúrbio que envolve os seguintes sinais:  ingestão de grandes quantidades de alimentos, mesmo sem fome; se alimentar mesmo quando se sentir desconfortável; refeições noturnas exageradas (o famoso “assaltar a geladeira à noite”); alimentar-se descontroladamente perante situações de estresse; manter o  hábito de  “beliscar” mesmo sem fome, apenas em função da disponibilidade de comida;  comer sozinho e apressadamente, de forma descontrolada, mesmo sem prazer. A compulsão alimentar é uma patologia que tem tratamento e cura.

Além dos sinais citados acima, é possível perceber um visível descontentamento com essa compulsão por alimentos, de tal modo que o doente começa a comer escondido. O motivo para tal comportamento não é apenas a vergonha do hábito, mas com o inevitável resultado desfavorável no aspecto físico. Esse é um quadro de compulsão alimentar.

Mecanismo de compensação

Os especialistas acreditam que esse comportamento é um mecanismo compensatório básico, relacionado à rotina intensa, frustrante, solitária e estressante a que as pessoas são submetidas. Esse hábito de comer de forma descontrolada seria uma compensação à frustração relacionada às expectativas criadas e exigências inatingíveis impostas pela sociedade do consumo.

O indivíduo, ao comer compulsivamente, sente um alívio da tensão, o que faz com que ele se refugie de forma mais sistemática no ato de ingerir alimentos em profusão. Já não é mais um comportamento ligado ao prazer, mas apenas um mecanismo de compensação. Por causa da euforia e ao mesmo tempo da insatisfação, o paciente sabe que não é um comportamento normal, além de ser prejudicial à sua saúde.

Há um processo mental, em que o cérebro não consegue equacionar de forma correta a relação entre desejo, demanda, impulso e satisfação. É como falar de uma fuga da realidade.

Muitas vezes, além do estresse e problemas emocionais, as dietas muito radicais também podem desencadear um impulso por comer tudo aquilo de que foi privado.

Tratamento psiquiátrico para a compulsão alimentar

Normalmente, essas pessoas procuram por tratamentos que visam o controle físico do transtorno, como dietas, por exemplo. Porém, trata-se de uma inquietação que tem sua origem em questões mentais. Com isso, alguns desses pacientes tendem a ganhar muito sobrepeso e se tornarem pessoas infelizes.

O que caracteriza o diagnóstico é a ocorrência desse tipo de comportamento pelo menos duas vezes na semana durante os últimos seis meses, não estando acompanhados de comportamentos de compensação extremos – como uso de laxantes e vômito.

O tratamento psiquiátrico é focado nos fatores físicos e emocionais. A terapia consiste em ajudar as pessoas a lidarem melhor com os sentimentos, com a alimentação em situações diversas (como em ceias de Natal, por exemplo). A finalidade do acompanhamento é tornar essas pessoas capazes de dizerem não à comida se ela não for necessária. Assim conseguirão melhorar os relacionamentos pessoais e a autoestima.

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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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