O autismo é um transtorno do desenvolvimento caracterizado pelo comprometimento da capacidade de interação social e habilidade de comunicação. Estima-se que no mundo inteiro, mais de 70 milhões de pessoas tenham autismo. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Geralmente, a manifestação do autismo se inicia ainda na infância, nos primeiros três anos de vida. Apesar disso, muitos diagnósticos se dão de maneira tardia.
É importante ressaltar que os sinais de autismo aparecem cedo. Sendo assim, pais e professores devem ficar atentos aos indícios de um eventual distúrbio de desenvolvimento, afinal, a identificação precoce dos sintomas possibilita o início do tratamento adequado o quanto antes. Veja a seguir quais são as principais manifestações do autismo.
Dificuldade de interação social
Normalmente, a pessoa autista tem dificuldade para olhar nos olhos de outra pessoa, mesmo estando bem próxima e conversando diretamente com ela. Ela pode rir em momentos e locais inoportunos, como uma cerimônia religiosa ou um velório, por exemplo.
De modo geral, autistas não lidam bem com gestos de afeto ou carinho, tanto que, dificilmente permitem-se serem beijados ou abraçados. É comum que tenham problemas para conviver e se relacionar com outros indivíduos, por isso, tendem a buscar o isolamento social.
Alterações comportamentais
Fique de olho se a pessoa não tem medo do perigo e se coloca constantemente em situações de risco. Outro comportamento comum é brincar de forma estranha, atribuindo funções diferentes aos brinquedos que tem. Também repete sempre as mesmas brincadeiras e usa apenas uma parte do objeto, como somente a roda do carrinho.
Aparentemente, o autista gosta de se machucar e não sente dor quando se fere. Pode ser agressivo e ficar irritado sem causa aparente, além de demonstrar inquietação, rodando em torno de si mesmo ou balançando para frente e para trás por muito tempo.
O autista tem problemas para se adaptar a novas rotinas, costuma olhar sempre na mesma direção e parece estar parado no tempo. À vezes, demonstra fixação por água e obsessão por determinados objetos.
Problemas de comunicação
O autista sabe falar, porém, muitas vezes, prefere se manter calado por um tempo prolongado, mesmo quando alguém se dirige a ele. Quem tem autismo repete várias vezes as perguntas que as pessoas fazem, independente dessa atitude chatear os outros.
Autistas sentem dificuldades para se expressar e entender as expressões faciais alheias. Quando são chamados pelo nome, podem agir como se não estivessem escutando nada, mesmo não apresentando nenhum problema auditivo. Sua fala pode ser monótona e enfadonha.
Em muitos casos, o autismo é leve e gera poucos sintomas, o que faz com que o transtorno passe despercebido. Na adolescência e na fase adulta, as manifestações geralmente são sutis e os autistas normalmente conseguem ter autonomia para estudar e trabalhar.
Ainda assim, a depender da gravidade dos sintomas, ele pode sofrer com ausência de amigos, evitação de situações sociais, dificuldade de interação e problemas de relacionamento.
Pesquisas e estudos sobre o autismo
A palavra foi utilizada primeiramente pelo pesquisador Bleuler, em 1911, significando a perda de contato com a realidade. O termo refere-se às crianças pesquisadas, que viviam num mundo próprio, dentro de si mesmas, daí a raiz “auto” (voltado para si próprio).
Posteriormente, Kanner publica os primeiros artigos, apontando a questão do autismo presente em 11 crianças, no ano de 1943. No ano seguinte, Asperger publica estudos onde as crianças com autismo apresentavam certa desenvoltura cognitiva e inteligência normal.
Nos dias atuais, a comunidade médica observa o autismo com maior complexidade, com múltiplas etiologias com graus variáveis.
O Transtorno do Espectro Austista (TEA) é classificado em 3 graus atualmente: autismo leve, autismo moderado, autismo severo.
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