O ato de comer está associado à sensação de prazer. Por isso, muitas vezes, comemos mais do que deveríamos. Quando esse comportamento se torna corriqueiro, é hora de prestar atenção, pois o hábito pode ser um sintoma de compulsão alimentar.
A compulsão alimentar é um transtorno que causa nas pessoas a necessidade de comer mesmo sem apetite e, muitas vezes, em excesso. É um distúrbio químico, derivado de um desequilíbrio nos mecanismos de fome e saciedade. Geralmente está associado a problemas de ansiedade e depressão.
Esse transtorno atinge cerca de 3% da população mundial, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria. Três em cada quatro pessoas que comem impulsivamente são obesas, uma vez que a maneira com que se alimentam superam a quantidade de calorias necessárias ao organismo.
Sintomas
Quando a pessoa tem compulsão alimentar, ela:
- come muito rápido;
- come fora de hora e sem ter fome;
- come em pequenos intervalos de tempo;
- tem a necessidade de comer alimentos calóricos após momentos de estresse;
- não mastiga a comida adequadamente;
- coloca na boca grandes quantidades de alimento;
- sente culpa após se alimentar;
- come sozinha ou em segredo;
- continua comendo mesmo depois de saciada;
- perde o controle do que é consumido;
- muitas vezes passa mal depois de comer.
Algumas pessoas tendem a comer compulsivamente doces e carboidratos. É comum, também, que percam o controle com todos os tipos de alimentos, inclusive legumes e frutas.
Tratamento
O diagnóstico para a compulsão alimentar é realizado pelo médico, baseado no relato do indivíduo, uma vez que não existe um exame específico que comprove o transtorno. Além disso, o médico poderá pedir exames para avaliar a saúde, pois se trata de um distúrbio alimentar que pode implicar o desenvolvimento de diabetes e doenças cardíacas, por exemplo.
O tratamento para compulsão alimentar é realizado pelo médico psiquiatra. Um trabalho multidisciplinar com nutrólogo, nutricionista e endocrinologista pode ser indicado.
O tratamento se baseará em mudanças no estilo de vida, com reeducação alimentar e indicação de atividade física. Além disso, em alguns casos, o psiquiatra poderá receitar medicamentos como antidepressivos, que adequarão a serotonina e indutores de saciedade no organismo.
Cabe ao médico avaliar, também, se outros transtornos como depressão e ansiedade estão associados à compulsão alimentar. Dessa forma, realizará o tratamento concomitantemente, uma vez que a compulsão está ligada a fatores mentais. É possível que o médico identifique qual sensação esse distúrbio alimentar desperta e trabalhe esse fato com a pessoa.
Se não tratado, o ato de comer compulsivamente pode implicar doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, colesterol alto e problemas gástricos. Além disso, depressão e bulimia também estão associadas à compulsão alimentar.
A rotina do mundo moderno pode reforçar transtornos como ansiedade, depressão e estresse, que, por sua vez, podem provocar a compulsão alimentar. Por isso, é importante ter sempre bons hábitos. Alimentação saudável, prática de atividade física e hobbies são fatores que podem auxiliar na prevenção desses desencadeadores.
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