Sem categoria / Dra Aline Rangel

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11 de julho de 2023 Sem categoriaTDAH

O que é TDAH?

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico com causas genéticas que geralmente aparece na infância e muitas vezes continua na idade adulta. É caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Alguns países, incluindo o Brasil, reconhecem oficialmente o TDAH e oferecem proteção legal para que indivíduos com o distúrbio recebam tratamento especializado nas escolas. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.  

O TDAH é comum?

O TDAH é o distúrbio mais comum entre crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Afeta de 3 a 5% das crianças em várias regiões do mundo onde foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o distúrbio continua na idade adulta, embora os sintomas de hiperatividade possam ser mais leves.

O que causa o TDAH?

Inúmeros estudos em todo o mundo, incluindo no Brasil, demonstraram que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, indicando que o distúrbio não é secundário a fatores culturais (como práticas sociais), estilos parentais ou conflitos psicológicos. Estudos científicos mostram que indivíduos com TDAH têm alterações na região frontal do cérebro e suas conexões com o restante do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas em humanos em comparação com outras espécies animais e é responsável por inibir comportamentos (controlar ou inibir comportamentos inadequados), atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento. O que parece estar alterado nessa região do cérebro é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que transmitem informações entre os neurônios. Várias causas têm sido investigadas para essas alterações nos neurotransmissores na região frontal e suas conexões.

Quais são os sintomas do TDAH?

O TDAH é caracterizado por uma combinação de dois tipos de sintomas: desatenção e hiperatividade-impulsividade. Na infância, o TDAH está frequentemente associado a dificuldades na escola e nos relacionamentos com outras crianças, pais e professores. As crianças muitas vezes são descritas como “distraídas”, “sonhadoras” e geralmente “desajeitadas” ou “inquietas” (ou seja, não conseguem ficar paradas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade do que as meninas, mas ambos os gêneros experimentam desatenção. Crianças e adolescentes com TDAH também podem apresentar mais problemas comportamentais, como dificuldades com regras e limites. Em adultos, há dificuldades com desatenção na vida cotidiana e no trabalho, bem como problemas de memória (costumam ser esquecidos). Eles são inquietos (parecem relaxar apenas quando estão dormindo), mudando constantemente de uma coisa para outra, e impulsivos (colocam o “carro na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e como isso afeta aqueles ao seu redor. Eles muitas vezes são considerados “egoístas”. Também são mais propensos a ter outros problemas associados, como uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Como o TDAH é diagnosticado?

O diagnóstico do TDAH envolve a avaliação da presença dos 18 sintomas associados ao distúrbio. Esses sintomas incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade. Uma avaliação abrangente é necessária, incluindo entrevistas com o indivíduo, pais e professores, além de observações em diferentes ambientes. O diagnóstico também deve considerar a presença de sintomas na infância e seu impacto no funcionamento diário.

Existe subtipos de TDAH?

Atualmente não há uma classificação do transtorno em relação aos sintomas. Os tradicionais subtipos de TDAH  – predominantemente desatento, predominantemente hiperativo-impulsivo e combinado (1)  são considerados como apresentações no DSM-5 (2). Essa alteração deve-se aos resultados de inúmeras pesquisas (3) que refletem que a manifestação dos sintomas pode variar de acordo com a idade em que o diagnóstico é considerado , diferente do sentido do termo “subtipo”, que se refere a uma condição invariável. Estudos anteriores descreveram um declínio geral da severidade dos sintomas de hiperatividade-impulsividade ao longo do desenvolvimento (3), enquanto que para os sintomas de desatenção os resultados são inconclusivos, a redução (3), a estabilidade (3) e o aumento desses sintomas (4) têm sido relatados. Dessa forma, estima-se que até 70% das crianças diagnosticadas com TDAH na infância continuam a exibir níveis inadequados de desatenção e, em menor grau, sintomas de hiperatividade-impulsividade durante a adolescência e na vida (5).

Há alguma controvérsia em relação à existência do TDAH?

Não, não há. Existe até um Consenso Internacional publicado por médicos e psicólogos renomados de todo o mundo que apoia a existência do TDAH. O consenso é uma publicação científica que é o resultado de extensos debates entre pesquisadores, incluindo aqueles que podem não pertencer ao mesmo grupo ou instituição e podem não compartilhar necessariamente as mesmas ideias sobre todos os aspectos de um distúrbio.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?

Existem várias razões, que vão desde a ignorância e a falta de conhecimento científico até a intenção maliciosa. Alguns indivíduos afirmam que “o TDAH não existe” e que é uma invenção da indústria médica ou farmacêutica para lucrar com o tratamento. De forma simplista, especialistas dividem esse grupo de pessoas discrentes em dois subgrupos.

O primeiro subgrupo inclui profissionais que nunca publicaram pesquisas para apoiar suas afirmações e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, eles se baseiam em “experiência pessoal” ou compartilham casos que nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sites, mas nunca apresentaram suas “descobertas” em conferências ou as publicaram em revistas científicas para que outros avaliem sua veracidade.

O segundo subgrupo é composto por aqueles que visam “vender” formas alternativas de tratamento, afirmando que apenas eles podem fornecer a abordagem correta. Ambos os grupos afirmam que o tratamento medicamentoso do TDAH leva a terríveis consequências. No entanto, quando se examina a literatura científica, nenhuma de suas afirmações pode ser encontrada em pesquisas conduzidas em todo o mundo. Essa é a principal característica desses indivíduos: apesar de parecerem cientistas ou pesquisadores, eles nunca publicaram nada para apoiar o que dizem.

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento real e complexo que requer diagnóstico profissional e intervenção. Ao buscar um diagnóstico, os indivíduos podem ter acesso a tratamentos e recursos apropriados, permitindo que prosperem academicamente, socialmente e emocionalmente. É imperativo que continuemos a nos educar e educar os outros sobre o TDAH, garantindo que informações precisas sejam disseminadas e o estigma seja eliminado.


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Quer saber mais sobre TDAH? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


Referências: (1) American Psychiatric Association. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado (DSM-IV-TR). Artmed Editora. (2) American Psychiatric Association. (2022). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado (DSM-5-TR). Artmed Editora. (3) Banaschewski, T., & Doepfner, M. (2014). DMS-5-attention-deficit/hyperactivity disorder. Zeitschrift fur kinder-und jugendpsychiatrie und psychotherapie42(4), 271-5. (4) Larsson, H., Dilshad, R., Lichtenstein, P., & Barker, E. D. (2011). Developmental trajectories of DSM‐IV symptoms of attention‐deficit/hyperactivity disorder: Genetic effects, family risk and associated psychopathology. Journal of Child Psychology and Psychiatry52(9), 954-963. (5) Faraone, S. V., Banaschewski, T., Coghill, D., Zheng, Y., Biederman, J., Bellgrove, M. A., … & Wang, Y. (2021). The world federation of ADHD international consensus statement: 208 evidence-based conclusions about the disorder. Neuroscience & Biobehavioral Reviews128, 789-818.


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A morte é o processo pelo qual a vida de um organismo chega ao fim. É uma parte natural do ciclo da vida e pode ser entendida como o término da atividade biológica e funcionamento dos órgãos e sistemas corporais. Entretanto, muitas pessoas vivenciam ou testemunham a morte como algo “nada natural”. Desastres naturais, acidentes, pandemias como a do Coronavírus, doenças com apresentação fulminante como um infarto, suicídio, etc, estão na lista de causas de morte que nos pegam de surpresa, não são esperadas e, sobretudo pra quem fica, traz o questionamento “e se ?” – trazendo uma sensação de que poderiam ter sido evitadas.

O que é a morte?

A morte pode ser vista como um evento final e irreversível, mas também pode ser compreendida de formas diferentes dependendo das crenças e valores de cada indivíduo. Algumas pessoas acreditam que a morte é um processo de transição para uma vida após a morte, enquanto outros acreditam que é o fim da existência consciente.

Em geral, a morte é vista como uma perda e pode ser um evento assustador e doloroso para aqueles que estão deixando ou perdendo alguém que amam. No entanto, é importante lembrar que a morte é uma parte natural da vida e que é possível encontrar formas de lidar com ela e celebrar a vida de quem já se foi.

Os principais medos sobre a morte:

Existem muitos medos específicos relacionados à morte e as preocupações podem ser diferentes para cada pessoa.

De forma geral, pensar em morte pode deflagrar os sentimentos abaixo:

  1. Medo da dor: Temor de que a morte possa ser dolorosa ou sofrida.
  2. Medo da solidão: Medo de morrer sozinho e sem apoio.
  3. Medo da perda: Medo de perder entes queridos ou coisas importantes na vida.
  4. Medo da incerteza: Insegurança sobre o que acontece depois da morte e sobre o que será deixado para trás.
  5. Medo do desconhecido: Ansiedade sobre o desconhecido e o que pode acontecer após a morte.
  6. Medo da falta de propósito: Preocupação de que a vida não tenha sentido ou propósito após a morte.
  7. Medo da perda de identidade: Medo de perder a identidade e a personalidade após a morte.
  8. Medo de deixar as responsabilidades para trás: Preocupação de não ter cumprido todas as responsabilidades ou tarefas na vida.

O medo da morte é um transtorno psicológico?

O medo da morte não é considerado um transtorno psicológico por si só. Na verdade, é considerado normal ter algum medo ou ansiedade em relação à morte, especialmente quando se pensa sobre a finitude da vida.

No entanto, se o medo da morte estiver interferindo significativamente na vida de uma pessoa, impedindo-a de realizar suas atividades diárias ou causando sofrimento emocional excessivo, pode ser indicativo de um transtorno de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada ou o transtorno de estresse pós-traumático.

Se você está sentindo medo intenso ou ansiedade em relação à morte e isso está afetando negativamente sua vida, é importante buscar ajuda profissional. Um terapeuta ou psiquiatra pode ajudá-lo a trabalhar em seus medos e encontrar maneiras saudáveis de lidar com eles.

Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a lidar com o medo de morrer

1) Enfrente seus medos:

Identifique seus medos específicos em relação à morte e trabalhe para enfrentá-los. Isso pode incluir conversar com alguém sobre suas preocupações, ler sobre a morte ou visitar um terapeuta.

2) Mantenha-se ocupado:

Ocupar-se com atividades que você ama e que lhe dão significado para a vida pode ajudar a distrair a mente das preocupações sobre a morte, de forma que elas sejam menores do que a importância de viver o presente.

3) Conecte-se com os outros:

Fale com amigos e familiares sobre seus medos e busque suporte em grupos de apoio ou comunidades religiosas. A conexão social pode ajudar a sentir-se menos sozinho e mais conectado ao mundo.

4) Enfocar no que você pode controlar:

Em vez de se preocupar com o que não pode controlar, como a inevitabilidade da morte, concentre-se em cuidar de sua saúde e viver uma vida significativa.

5) Busque ajuda profissional:

Se o medo de morrer estiver afetando significativamente sua qualidade de vida, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Eles podem ajudá-lo a desenvolver estratégias de trabalhar em seus medos e avaliar se o seu medo pode ser a representação de questões muito mais profundas e que mereçam cuidado especializado.

Lembre-se de que o medo da morte é uma experiência comum e há recursos disponíveis para ajudá-lo a lidar com isso. É importante reconhecer e só assim poder enfrentar esses medos para encontrar paz e equilíbrio em relação à morte. Cada pessoa é única e que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante encontrar o que funciona melhor para você e fazer o que for preciso para encontrar conforto e tranquilidade.




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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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