Mais de 25% das mães brasileiras têm sinais de depressão pós-parto, como apontou a pesquisa sobre fatores associados à depressão pós-parto no Brasil, feita com cerca de 24 mil mulheres de todo o país pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz (RJ). Mais comum do que parece, essa forma de depressão é uma doença e precisa ser tratada assim que diagnosticada.
Sentir tristeza após o parto é normal, principalmente por causa da adaptação física e emocional à nova realidade, além das alterações hormonais bruscas que o corpo sofre. Porém, se a tristeza persiste, com uma intensidade maior, é preciso buscar ajuda. A depressão depois do nascimento do bebê começa algumas semanas depois do parto e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia. Ansiedade, irritabilidade, mudanças de humor, cansaço e desânimo persistentes estão no topo da lista de indícios, que também passam por diminuição de apetite e insônia.
Causas da depressão pós-parto
Não existe uma única causa conhecida para tal depressão. De acordo com o Ministério da Saúde, ela pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais. No entanto, a principal causa desse quadro é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez.
Outros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão pós-parto são: privação de sono, isolamento, alimentação inadequada, sedentarismo, falta de apoio do parceiro, falta de apoio da família, depressão, ansiedade, estresse, vício em crack, álcool ou outras drogas.
O diagnóstico desse quadro de depressão é basicamente clínico, feito com observação nos sintomas e na situação em específicos. Se não tratada adequadamente, a doença pode durar meses e até tornar-se em um distúrbio depressivo crônico. Além disso, a condição pode acarretar consequências para o bebê.
Desatenção, descumprimento do calendário de vacinação e dificuldade para amamentar são algumas das implicações instantâneas, mas as consequências do quadro depressivo na mãe podem ir além. Um estudo britânico realizado com 10 mil mães descobriu que as mulheres diagnosticadas com depressão depois do nascimento do bebê têm 2 vezes mais chances de ter filhos com problemas comportamentais e propensos a desenvolver transtornos psicológicos na adolescência.
Tratamento para a depressão pós-parto
O tratamento desse quadro é feito individualmente, de acordo com cada caso, com medicamentos antidepressivos combinados com psicoterapia. O aconselhamento e o apoio de família, parceiro(a) e amigos é fundamental, pois ajuda a tratar e a prevenir depressão, depressão pós-parto e depressão durante a gravidez.
Os medicamentos para depressão pós-parto são usados para reequilibrar as substâncias químicas no cérebro. Eles atuam para melhorar o humor, ajudar no sono e fazer com que a mulher se sinta menos irritável. Esse tipo de tratamento exige disciplina com horários e costuma levar de 2 a 4 semanas para fazer efeito. A psicoterapia deve ser feita por mais tempo, até que a mãe se sinta segura para voltar às atividades do dia a dia.
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