A esquizofrenia é uma doença mental cuja incidência na população é de 1%. Terceira na lista de causas da perda de qualidade de vida, em geral ela se manifesta entre os 15 e 35 anos. As principais características desse quadro são as alucinações, dificuldade de raciocinar e se concentrar, delírios e perda de contato com a realidade.
Predominante no sexo masculino, a doença pode ser confundida com outros problemas mentais na fase inicial. Os sintomas precoces surgem antes dos mais característicos da doença e podem ser diagnosticados como depressão e outros transtornos.
O que é a esquizofrenia
O psiquiatra alemão Emil Kraepelin foi o primeiro a descrever a doença mental e a chamou de demência precoce, no século 19. Somente no século 20 o psiquiatra suíço Eugen Bleuler a denominou como esquizofrenia, acreditando que o nome anterior não era abrangente o suficiente. Muitos estudos foram realizados até que se compreendesse a doença como nos dias atuais.
Ela se conceitua como a fragmentação do ato de pensar, aliado à dificuldade crescente em distinguir as experiências internas e externas. É uma patologia orgânica capaz de influenciar, de forma profunda, as emoções e comportamentos do indivíduo.
Não há causa única para o desenvolvimento desse problema, mas, sim, várias influências que podem dificultar o prognóstico dos pacientes. Não só o quadro psicológico do paciente, mas também o ambiente que o cerca, a hereditariedade, a combinação de outros transtornos mentais e o uso contínuo de substâncias psicoativas são alguns exemplos. A patologia é mais frequente em homens, especialmente os mais jovens. As mulheres podem demonstrar sinais do início da doença em idade mais avançada.
Cada pessoa pode apresentar variações nos sintomas, que são definidos como positivos e negativos. Os positivos são os que mais caracterizam a doença, sendo mais comuns os delírios, que se caracterizam por pensamentos e situações irreais, alucinações que fazem o paciente ouvir vozes, ver coisas que não são verdadeiras, pensamentos desconexos e sem sentido e alteração comportamental radical com excesso de ansiedade, agressividade e impulsos.
Já nos sintomas negativos, o paciente pode perder as motivações, ter as emoções prejudicadas, a convivência tradicional impedida e dificuldade nas relações interpessoais e profissionais. O indivíduo se isola das pessoas, aparenta total apatia, indiferença e perde a facilidade de raciocínio.
Tipos de esquizofrenia
Os psiquiatras aceitam 7 tipos, que têm níveis sintomáticos diferenciados, assim como tratamentos. A classificação será detalhada a seguir.
1 – Simples
O paciente se isola do convívio social, mostra-se indiferente ao afeto externo e é mais dispersivo no cotidiano. Nesse tipo, a pessoa demonstra muito mais os sintomas negativos que os positivos.
2 – Paranoica
Atinge pacientes mais velhos e é a mais comum de todas, já que os sintomas são de quadros de alucinações, sensação de perseguição, delírios, falta de emoção, isolamento social e fala confusa.
3 – Catatônica
É o tipo menos comum. A principal característica é o catatonismo, fazendo com que a pessoa não consiga reagir ao ambiente em que está. Ela apresenta movimentos lentos ou total paralisia por horas ou dias, oscilando entre falar palavras repetitivas ou ficar completamente muda e fazer movimentos desordenados e estranhos.
4 – Desorganizada
O pensamento é desorganizado e sem conexões, fazendo com que o paciente fale coisas também sem sentido. Tem predominância dos sintomas negativos.
5 – Residual
Não apresenta sintomas positivos, somente os negativos.
6 – Cenestopática
O paciente apresenta características que não sem encontradas em nenhum dos outros tipos da doença.
7 – Indiferenciada
Apresenta características de todos os tipos, mas não se enquadra em nenhum. Por isso é de difícil diagnóstico.
O principal tratamento para a esquizofrenia são antipsicóticos, aliado à psicoterapia e a métodos alternativos. A diferença entre os tipos se baseia na vulnerabilidade do paciente. Dessa forma, a medicação pode ser alterada e ministrada em dosagens bem maiores.
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