Fibromialgia e transtorno depressivo são, frequentemente, temas relacionados. Isso ocorre porque, de acordo com a Sociedade Americana de Ansiedade e Depressão, 20% dos pacientes que sofrem de dores crônicas manifestam algum distúrbio de humor.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina identificou que, dentre os 70 pacientes de fibromialgia participantes, 65% apresentavam algum grau de depressão e 13% deles já alcançavam o nível mais grave do transtorno.
Por que isso ocorre? Neste artigo, vamos abordar a relação entre as duas doenças. Acompanhe e saiba mais!
Entenda a fibromialgia
Também conhecida como síndrome da fibromialgia, essa é a segunda doença reumatológica crônica mais comum. Ela afeta cerca de 4% da população, apresentando maior prevalência em mulheres jovens, entre 40 e 55 anos. Por ser uma doença silenciosa, há uma certa dificuldade no diagnóstico, muitas vezes resultando em confusão com algum transtorno de ordem psicológica.
A doença se caracteriza por quadros de dor musculoesquelética generalizada e pontos específicos de hipersensibilidade, chamados de pontos-gatilho ou
tender points, sem que haja processos inflamatórios musculares presentes.
Os sintomas variam entre leves e incapacitantes. Além da dor, a fibromialgia também provoca distúrbios do sono, fadiga, rigidez matinal e alterações de humor, trazendo prejuízos significativos à qualidade de vida do paciente.
Como a depressão se relaciona com a doença?
O impacto negativo dos sintomas provocados pela doença podem ser intensos, a ponto de impedir o cumprimento das atividades, obrigações sociais e laborais do indivíduo. O paciente com fibromialgia mostra dificuldades para realizar tarefas motoras e cognitivas, o que repercute no desempenho profissional, levando muitas vezes à queda da renda familiar.
Nos relacionamentos, os sintomas têm potencial de interferirem no contato social, prejudicando as relações familiares e sociais.
Diante da cronicidade da doença e de sua origem incerta, é muito comum a sensação de vulnerabilidade e desamparo. Somado às alterações cognitivas e à sua natureza incapacitante, o alto estresse psicológico gerado se torna o estímulo para o desenvolvimento de transtornos de saúde mental, tais como a depressão.
Ciclo entre fibromialgia e depressão
Se a existência da fibromialgia tem forte influência no desenvolvimento da depressão, o surgimento desse transtorno mental acaba por agravar a doença, formando um círculo vicioso entre as duas condições.
A depressão pode ser considerada, inclusive, um sintoma secundário da fibromialgia. Sendo assim, é importante frisar a consequência que isso traz para a vida do doente.
Por si só, a depressão já tem a capacidade de interferir nas relações interpessoais e comprometer a vitalidade de uma forma geral. Associada à fibromialgia, a depressão pode potencializar a frustração e o isolamento social, além de dificultar a adesão ao tratamento.
Nesses casos, o tratamento deve levar em consideração as duas condições. Por outro lado, a fibromialgia não tem cura, portanto, a abordagem terapêutica deve ser orientada a atenuar os sintomas da doença. O uso de medicamentos antidepressivos e a terapia podem ser considerados, assim como o acompanhamento psiquiátrico.
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psiquiatra em São Paulo!