Pacientes soropositivos são mais propensos ao desenvolvimento de transtornos neuropsiquiátricos, incluindo problemas cognitivos, ansiedade e depressão.
A mente pode ser impactada tanto pelos fatores psicossociais que envolvem a doença, como por fatores orgânicos. Vale destacar que essa doença viral ataca o sistema nervoso central e pode provocar enfermidades neurocognitivas.
Os transtornos depressivos são os principais distúrbios psíquicos entre pessoas com AIDS. Estima-se que a depressão entre soropositivos pode chegar a 40%.
Sem dúvida nenhuma, as consequências da doença não se restringem ao ataque do vírus HIV ao sistema imune. A AIDS atinge, também – e fortemente – a estabilidade emocional.
Quer entender como os pacientes com HIV podem desenvolver a depressão? Leia o artigo e saiba mais sobre esse assunto tão importante;
Ligação entre o HIV e quadros depressivos
É comum que pacientes com doenças graves e crônicas, como o HIV, desenvolvam comorbidades como a depressão.
Isso acontece por conta dos efeitos colaterais do tratamento, vulnerabilidade emocional, falta de autoestima, discriminação social e o próprio estigma da doença.
O diagnóstico da doença abala o psicológico
Muitos pacientes com HIV não conseguem aceitar sua condição e não reconhecem que precisam de acompanhamento clínico, farmacológico e psicológico.
Geralmente quem não aceita a doença reage ao problema com pessimismo, tristeza, desinteresse, desânimo, sentimento de culpa e desvalorização. Isso favorece o desenvolvimento de quadros depressivos.
A depressão atrapalha o tratamento do HIV
A depressão é, comprovadamente, o principal motivo para pacientes com depressão abandonarem o tratamento. Segundo pesquisas recentes, 53% dos soropositivos deprimidos interrompem a terapia, deixando de ir às consultas e tomar os medicamentos.
Além de todas as questões já discutidas, a depressão é um agravante para a AIDS. Estar deprimido pode reduzir as defesas naturais do organismo contra vírus, bactérias e outros agentes nocivos. Como se não bastasse, em pessoas com HIV, um quadro de depressão favorece o surgimento de infecções oportunistas e abre brecha para a progressão da AIDS.
Medicação para o HIV e alterações mentais
A medicação para tratar a doença pode provocar efeitos colaterais com manifestações semelhantes à depressão. Entre elas é possível citar a sonolência excessiva, insônia, tontura, pesadelos, desânimo e alucinações.
Esses sintomas pseudodepressivos podem ser evitados e controlados com o devido acompanhamento médico. Em algumas situações, o medicamento poderá ser substituído por ordem do especialista.
Tratamento da depressão em soropositivos
O tratamento da depressão em pacientes soropositivos deve ser primeiramente psicoterápico, pois a psicoterapia ajuda o indivíduo a lidar com a doença de maneira otimista e conduzir o tratamento do HIV com responsabilidade e disciplina.
Quando a terapia não é suficiente para promover a melhora do estado depressivo, o tratamento farmacológico deve entrar em cena. Medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos, colaboram na regulação das funções cerebrais de substâncias químicas responsáveis pelo prazer, bem-estar, concentração e motivação.
Quer saber mais sobre o AIDS e depressão? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!