TOC / Dra Aline Rangel

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12 de junho de 2023 Todos

É natural querer passar o máximo de tempo possível com nosso(a) parceiro(a) quando nos apaixonamos e querer estar ciente de todos os aspectos de suas vidas. Muitos consideram uma fase passageira ou veem o ciúme como uma parte normal dos relacionamentos. No entanto, quando esse amor se transforma em obsessão, levando a eventos extremos como controle de todos os passos do(a) parceiro(a), desconfiar sobre o que faz, com quem e onde e uma crença de que está sendo traído(a), isso se torna motivo de preocupação.

Infelizmente, esse fenômeno, conhecido como ciúme patológico, é mais comum do que imaginamos. Ele afeta homens e mulheres em todo o mundo, aprisionando-os em um ciclo de dependência semelhante a um vício. Assim como outros distúrbios comportamentais, os sintomas do ciúme patológico podem se tornar avassaladores e destrutivos, se manifestando como agressão, automutilação ou até mesmo tentativas de suicídio e/ou homicídio.

Diagnóstico e Tratamento

O ciúme patológico é diagnosticado por meio de uma avaliação completa por um especialista que pode diferenciá-lo de outras condições, como o Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno Explosivo Intermitente, por exemplo. Anteriormente, o ciúme patológico era visto apenas como um sintoma, em vez de uma doença distinta.

Apresenta-se de forma heterogênea, tais como ideias obsessivas, prevalentes ou delirantes. Desta forma, ele pode ser explicado por dois modelos de diagnóstico, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno delirante. Portanto, uma vez detectado, deve-se identificar o diagnóstico de base. Como o tema pode apresentar uma forte conotação paranóide, a aproximação mais comum seria com transtornos psicóticos, em virtude de alguns pacientes terem boa resposta terapêutica a antipsicóticos e apresentarem uma forte convicção, próxima a um delírio, de que estão sendo traídos. No entanto, apesar de alguns autores ressaltarem a associação desse sintoma com o TOC, são poucos os artigos publicados sobre o tema. Neste caso, a terapêutica mais adequada seriam os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) associados à terapia cognitivo-comportamental (TCC), entre outros. Em casos refratários, a associação com doses baixas de antipsicóticos por curto período de tempo poderia ser uma opção

Uma vez diagnosticado, o tratamento deve ser iniciado, com foco na terapia como um recurso indispensável. O terapeuta trabalhará atentamente e pacientemente com o paciente, ajudando-o a reconhecer a perda de controle. Além disso, explorará quaisquer conflitos subjacentes que possam contribuir para o desenvolvimento desses sintomas, como experiências passadas que levaram a uma baixa tolerância à dor e ao sofrimento.

O texto remete a pessoas ciumentas extremamente adoecidas, no contexto do espectros dos transtornos obsessivos compulsivos e até delirantes, mas identificamos, em menor intensidade, em relacionamentos reconhecidos como “normais”. Os relacionamentos devem enriquecer a vida de alguém, em vez de serem uma forma de preencher um vazio. Esteja atento ao que quer de um relacionamento e da representação de uma parceria na sua.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



24 de janeiro de 2021 Todos
Quando alguém tem comportamento repetitivo, muitas pessoas costumam associar o padrão a um problema psiquiátrico. Referem-se do conhecido TOC, sigla utilizada para o transtorno obsessivo-compulsivo. No entanto, para ser, de fato, considerada um sintoma de TOC, a conduta precisa ser acompanhada de preocupação excessiva. Desmedida a ponto de desencadear desconforto mental e falta de controle no impulso de executar determinada tarefa. Assim, essa disfunção é caracterizada pela recorrência de pensamentos e comportamentos compulsivos e repetitivos. Ocorre, então, uma carga considerável de sofrimento para o indivíduo acometido. Sendo assim, essa condição de saúde mental é reconhecida como um transtorno psiquiátrico de ansiedade. Consta na Classificação Internacional de Doenças (CID) e no Manual Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-V). Esses documentos não estabelecem subtipos para o transtorno obsessivo-compulsivo. Entretanto, psiquiatras e psicólogos concordam que o problema se apresenta de forma distinta de pessoa para pessoa. Este artigo, trata dos dois principais tipos de TOC e como podem ser reconhecidos.

TOC caracterizado pelos comportamentos ritualísticos

O transtorno de espectro obsessivo-compulsivo pode ser caracterizado pelos chamados rituais. Diante disso, a pessoa acredita que alguma coisa ruim vai acontecer se não executar determinada atividade. O pensamento e o comportamento são guiados pelo medo. Em geral, indivíduos que apresentam esse tipo de TOC estão sempre verificando se não deixaram um eletrodoméstico ligado, por medo de causar um acidente. Ou, simplesmente, lavam repetidamente as mãos, porque receiam contrair alguma doença. Nesse tipo de manifestação do transtorno, pode haver também a ocorrência de pensamentos intrusos que se referem a fazer mal a alguém ou quebrar regras sociais. Qualquer pessoa pode ter tais pensamentos de vez em quando. No entanto, quem tem TOC fica tomado pelo medo de que tais ideias se tornem realidade. Para reconhecer o TOC com comportamentos ritualísticos, deve-se ficar atento a:
  • constante necessidade de verificar as coisas;
  • necessidade de organizar e alinhar objetos de forma repetitiva;
  • necessidade de limpar constantemente objetos e superfícies que, por vezes, já estão limpas;
  • necessidade de sempre contar itens e etapas.

TOC caracterizado pelos tiques involuntários

Pesquisadores norte-americanos descobriram, na década passada, que há uma estreita relação do TOC com a síndrome de Tourette. Eles observaram que um número considerável de pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo apresentam tiques involuntários. Para melhor compreensão do quadro, é preciso explicar algo sobre o indivíduo acometido da síndrome de Tourette. Ele experimenta tiques motores e vocais crônicos que ainda são pouco explicados pela medicina. Por isso, especialistas da área da psiquiatria acreditam que o problema tenha relação com disfunções neurológicas. Sendo assim, a pessoa acometida de TOC com tiques sempre repetirá um comportamento involuntário. Pode ser um movimento corporal, como piscar os olhos ou sacudir a cabeça. Geralmente, é companhado de uma manifestação vocal. No caso de ambos os tipos de TOC, é preciso estar ciente de que o melhor caminho é o acolhimento e a compreensão em relação ao problema da pessoa. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


Medo, incerteza e a ansiedade são obrigatoriamente aumentados com surtos de doenças contagiosas, particularmente quando elas envolvem um agente causador de doença novo para a população, previamente desconhecido, como é o caso do surto do coronavírus (COVID-19). E como contar sobre o coronavírus para os nossos filhos quando sabemos ainda muito pouco sobre esta pandemia?

Este medo e ansiedade podem especialmente afetar as pessoas que já sofrem de ansiedade e a enxurrada de notícias repetidas sobre a propagação do coronavírus não ajudam nessa ansiedade.
Crianças e adolescentes podem ter particularmente uma noção difícil do que está acontecendo em tal cenário, dada o seu grau de desenvolvimento cerebral, sua falta de experiência, e sua sugestionabilidade inerente e vulnerabilidade. Aparentemente ciclos de notícias sem fim podem parecer esmagadores, confusos e assustadores para uma criança ou adolescente. As crianças costumam possuir habilidades menores para decifrar e entender, a partir da notícia, o grau de risco que uma doença possa passar para eles ou para seus entes queridos e amigos. Isso pode criar uma sensação de pânico entre as crianças. Isso pode ser mais difícil quando uma criança ou adolescente já está sofrendo de um transtorno de ansiedade ou predispostos a sentir-se mais ansioso em situações incomuns ou novas.

Como uma criança responde a notícia do novo coronavírus pode depender de vários fatores, tais como:

1) idade da criança

2) habilidades / compreensão e nível de desenvolvimento da criança

3) presença, gravidade e tipo de transtorno de ansiedade ou outras condições psiquiátricas que já possam coexistir

4) história prévia de trauma ou doença grave de entes queridos ou com a própria criança ou adolescente5) ocorrência de outros fatores de estresse recentes ou eventos de vida principais (tais como o divórcio dos pais, morte de entes queridos, mudança de escola), etc.

Assim, a resposta dos pais teriam de ser adaptadas à situação individual e ao contexto que envolve sua criança / adolescente.
A seguir estão algumas dicas gerais para comunicar-se com uma criança ou adolescente sobre o coronavírus. Estas podem não se aplicar se o seu filho está sofrendo de um transtorno de ansiedade uma moderada a grave. Nesse caso, consulte o profissional de saúde mental, psicólogo, psiquiatra do seu filho ou pediatra, para elaborar ou modificar o projeto terapêutico individualizado para seu filho.

Modelo Calma:

A forma mais importante e impactante de comunicação para o seu filho é o seu próprio comportamento. As crianças normalmente tendem a ser perceptivas e sensíveis ao comportamento dos outros em seus arredores. Se você e outros adultos no âmbito familiar estão agindo e se comportando com calma, você está enviando uma mensagem clara para o seu filho adolescente que não há necessidade de pânico ou preocupação. Para isso, você precisa prestar atenção e monitorar seus próprios sentimentos e reações. As crianças podem sentir ansiedade dos pais, mesmo quando os pais não estão expressando ou expressar seus pensamentos ou medos relacionados com a ansiedade. Reserve alguns minutos para si mesmo para pausas e respiração consciente durante o dia. Isso pode ajudá-lo no modelo calma para o seu filho.

Manter normalidade: 

Mudanças significativas nas rotinas diárias ou horários são estressantes para as crianças e transmitir para a criança que você está muito interessado ou há uma crise podem aumentar esta percepção. Tente aderir a rotinas e horários habituais na casa, tanto quanto possível. Consistência é a chave. Se a escola da sua criança ou adolescente está fechada, ajude o seu filho a ter estrutura durante o dia, isso pode ajudar na ansiedade. Sentados e ociosos sem um plano para o dia é provável que isso aumente a ansiedade, especialmente para os adolescentes que já sofrem de ansiedade. Por outro lado, se o seu filho tem um Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) relacionado ao perfeccionismo mal-adaptado e tem uma necessidade de estruturação excessiva, acrescentando mais estrutura isso não se aplicaria a ele. Nesse caso… Ouça ativamente.

Ouça ativamente:

Ouvir os sentimentos, preocupações, medos e dúvidas sobre coronavírus. As crianças podem receber suas notícias sobre coronavírus da escola, internet, TV, casa ou em outro lugar. Eles podem preocupar-se que o pior pode acontecer a eles e / ou os seus amigos e entes queridos. Faça perguntas de uma forma não-julgadora porém empatia. Mostre ao seu filho que está presente e interessado em ouvir seus pensamentos e sentimentos. Isto tornará mais fácil para o seu filho se aproximar de você com seus pensamentos e sentimentos, hoje e no futuro também.

Validar: 

Reconheça os sentimentos de seu filho. Tenha cuidado para não descartar, invalidar, tirar sarro ou rejeitar os seus sentimentos. Você também pode informar o seu filho que é comum sentir-se dessa maneira; muitas outras pessoas (incluindo crianças) experimentam sentimentos similares. Mais sobre como validar sua criança / adolescente: Muitas pessoas se preocupam que validar sentimentos da criança significaria que eles estão concordando com aqueles e que isso pode aumentar ainda mais esses sentimentos. Validar os sentimentos de alguém não significa que você concorda com as crenças subjacentes a esses sentimentos, mas, isso significa que você reconhecer a presença desses sentimentos e que você entenda que tais sentimentos são uma parte da experiência humana. Validar é muito poderoso, pois ajuda a pessoa se sentirem compreendidas. Isto é especialmente importante para as crianças: como eles dependem de verificar com os pais / professores para dar sentido às suas experiências emocionais, particularmente experiências ou situações que são novos ou incomum para eles. Validação pode ajudar a acalmar sensações infantis e melhorar a capacidade da criança para processar suas emoções.

Ajuda – “Sente-se com ansiedade”:

Incentive seu filho a praticar sentado junto com ele a experimentar a ansiedade, ao invés de fazer algo para aliviá-la ou distrair a sua presença. “Sentar-se com a ansiedade” pode ser um desafio para o seu filho à primeira vista (dependendo da gravidade da ansiedade), no entanto, com a prática, ela vai ajudar o seu filho saber que, apesar de estar com ansiedade pode ser desafiador e desagradável, especialmente no começo, é fato, que esta é uma onda que pode andar, e que estes são sentimentos que passarão e eles não vão definir sua vida. Ajude o seu filho a verbalizar a experiência de ansiedade, em vez de evitá-la. Normalizar a experiência de ansiedade como uma de muitas sensações que todas as pessoas vão sentir também pode ser útil.

Conhecer os fatos e direciona-los para fatos:

Seu filho irá ouvir sobre o coronavírus dentro ou fora de casa. Seja proativo em falar com o seu filho sobre fatos relacionados com o coronavírus. Para isso, você vai precisar ler sobre os fatos em torno coronavírus em primeiro lugar. Certifique-se de que você está recebendo os fatos a partir de fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde.
Para um filho adolescente, mostre a eles fontes cientificamente autênticas e confiáveis de informação notícias sobre coronavírus. Informe a eles que cada nova história pode não ser completa ou mostrar fake news. Dê informação de forma simples, curta e concreta para crianças mais jovens. Você pode usar narração de histórias e dramatização com crianças mais jovens para ilustrar fatos simples. As crianças podem ter ouvido notícias sobre mortes causadas por coronavírus.

Ajuda prática e estratégias de relaxamento:

Estratégias de relaxamento que são baseados em mindfulness, tais como técnicas de respiração, pode ajudar o seu filho a ter mais calma e melhora das sensações ruins. Você pode encontrar mais informações sobre técnicas de respiração consciente em: https: //www.headspace.com/meditação/criancas .
Elas são mais eficazes se praticadas com frequência. A maioria dos exercícios de conscientização, seja a respiração consciente, andar atento ou alimentação consciente, envolvem perceber sem julgamento e a praticar estar no momento presente.
Nota: Por uma questão de simplicidade, as palavras ‘eles’, ‘eles’, ‘seu’, foram utilizados neste artigo como pronomes para a criança / adolescente. Por favor, substituir estes com o pronome adequado, como ele se relaciona com o seu filho / adolescente.


15 de abril de 2020 TOCTodos

A idade mais comum de aparecimento do TOC é na adolescência, mas pode aparecer também na infância. Conforme estudo feito pelo Centro de Pesquisas Infantis Bradley Hasbro, a partir de 4 anos as crianças já estão aptas a desenvolver o transtorno.

Entre 4 e 8 anos as que já apresentam sinais e sintomas do distúrbio podem se tornar tão obsessivas quanto os adultos, tanto para limpeza quanto para contaminações ou hábitos de repetições

O início é mais precoce em meninos, podendo aparecer entre seis e quinze anos, enquanto que para as meninas o problema costuma aparecer em torno de onze anos.

A frequência do aparecimento na população está entre 2% e 4%. Isso quer dizer que, em uma escola com mil alunos, 20 vão apresentar algum grau de obsessão e compulsão.

Como é o TOC em crianças?

Considerado um transtorno de ansiedade, a doença faz com que o cérebro fique focado em alguns medos ou obsessões. As crianças tentam fugir desse medo realizando rituais de modo repetitivo ou até mesmo compulsivo, como por exemplo, lavar as mãos toda hora.

Elas não conseguem deixar de repetir o ritual e isso compromete a vida na escola, com a família, os amigos. Por elas viverem num mundo permeado por fantasias, acabam acreditando fielmente que se não repetirem certo padrões, algo de muito ruim poderá acontecer.

Diferente dos adultos, elas têm mais dificuldade de notar que os pensamentos ruins e os medos não são reais.

Sintomas e sinais

A criança com TOC tem sintomas de obsessões, que envolvem pensamentos repetitivos, e também compulsões, que representam os comportamentos rituais, feitos repetidas vezes para banir os pensamentos.

Os pensamentos obsessivos em criança podem incluir:

  •        Preocupação excessiva com germes, sujeira e doença
  •        Pensamentos constantes sobre um acidente com o pai ou a mãe
  •        Preocupação excessiva com simetria, ordem e exatidão
  •        Preocupação excessiva sobre algo ruim acontecendo, como um acidente de carro ou alguém invadindo a casa

Já os comportamentos compulsivos podem ser:

  •     Lavar as mãos excessivamente, frequentemente mais de 100 vezes por dia
  •    Seguir rigorosamente as regras impostas por ela mesma, como arrumar objetos pessoais em uma estante de maneira particular e ficar muito chateada se alguém mudar a posição dos objetos
  •   Contar e recontar tudo, como a quantidade de ladrilhos no chão ou tijolos em uma parede
  •   Preocupação com sequência ou agrupamento de objetos
  •   Repetir sons, palavras, números ou música a alguém ou a si mesma

Tratamento

O problema pode ser efetivamente tratado, em especial se for diagnosticado logo no início. Os médicos geralmente usam uma combinação de terapia e medicação.

A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Quanto a medicação, são utilizados antidepressivos, sendo que os inibidores seletivos da reabsorção de serotonina (ISRS) representam a classe mais eficaz e segura de medicamentos para o tratamento do TOC.

Seu filho irá sair dessa! Mais forte para ir para o mundo, porque apesar de todo o sofrimento que este transtorno traz para a criança (na minha opinião um dos transtornos mais angustiantes para uma criança), ele gera condições de superação, enfrentamento e aprendizado com a dor precocemente neles. E é aprendizado que ficará para a vida!

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2 de abril de 2020 Todos

Você sabia que a incapacidade de experimentar algumas emoções pode causar sensações de ansiedade? Mas isso não significa que isto faz parte de um Transtorno de Ansiedade.

Um dos meus conceitos favoritos para questionar numa sessão é a ideia da “Minha Ansiedade”. Geralmente, é um termo que as pessoas usam quando estão enfrentando uma condição de ansiedade e dificuldade na regulação emocional. As pessoas que sofrem de uma condição de ansiedade geralmente começam a rotular emoções desconfortáveis ​​como um estado de ansiedade ou parte de uma condição de ansiedade – como Transtorno de Ansiedade Generalizada, TOC ou Transtorno do Pânico.

No tratamento, as pessoas obtêm insights sobre o objetivo do sistema de medo do próprio corpo, aprendem a melhorar as interpretações e exploram maneiras de se recuperar por meio do aprendizado experimental de novos repertórios.

É empoderador e transformador aprender a interagir com sua mente e seu corpo. Com tempo e prática, toda decisão de contestar uma resposta inútil ao medo e reaprender uma nova estratégia se torna uma oportunidade de recuperação.

Nesse processo, em sessão, desafiamos o conceito da “Minha ansiedade”. É realmente apenas um balde cheio de emoções e experiências desconfortáveis ​​que são indesejáveis. A luta para sentir sentimentos desconfortáveis ​​nem sempre faz parte de um Transtorno de Ansiedade, mas faz parte da experiência humana.

 

Como você pode saber se está jogando experiências e sensações dolorosas da vida no balde “Minha Ansiedade”?

Escute sua voz interior. Você se ouvirá usando o termo, tentará pausar e refletir sobre a situação. Tente encontrar duas ou três emoções que você não está se permitindo reconhecer ou experimentar. Preste atenção às sensações em seu corpo. Diferentes emoções são experimentadas em vários locais do seu corpo. A vergonha pode ser sentida como calor no rosto ou no peito. Aperto na região do coração pode ser solidão ou tristeza. Frustração e raiva podem parecer uma explosão de energia. Se você prestar muita atenção, verá que essas sensações não são sintomas de ansiedade.

 

A ansiedade vem de não querer experimentar as emoções há muito esperadas e evitar ações para resolver seu sofrimento diretamente.

Separar uma emoção humana de uma condição de ansiedade geralmente é esclarecedor para muitas pessoas. Muitas pessoas ficam surpresas ao descobrir que esses pensamentos e sentimentos estão enterrados e desenterrados. Além disso, é um processo simples para pausar e explorar o mundo interior das sensações físicas.

Você pode confiar em si mesmo para entender seus sentimentos.

Sempre.

O tempo todo.

 

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15 de setembro de 2019 Todos

Já ouviu falar em TOC?  Trata-se do Transtorno Obsessivo Compulsivo, um distúrbio psiquiátrico que afeta aproximadamente 2,5% da população mundial. As manifestações do TOC variam conforme a gravidade do quadro, mas o problema geralmente é acompanhado de angústia e sofrimento,o que acaba afetando a vida social, afetiva e laboral do indivíduo.

O Transtorno Obsessivo Compulsivo é frequentemente confundido com mania, o que dificulta seu diagnóstico e tratamento. Será que realmente há similaridades entre as duas condições? Em que o TOC se difere da mania? Neste artigo, mostramos as diferenças entre elas para você tirar suas próprias conclusões sobre o assunto. Boa leitura!

O que é TOC, afinal?

O TOC é um transtorno psiquiátrico caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Cumpre ressaltar que as obsessões correspondem a imagens ou pensamentos que a pessoa não consegue controlar, apesar de partirem de sua própria mente. Já as compulsões são rituais ou atitudes que se tornam recorrentes para aliviar a ansiedade gerada pelas obsessões.

Por exemplo, uma pessoa com pensamento obsessivo acerca de contaminação pode apresentar uma prática compulsiva de lavar suas mãos ou de limpar a casa incontáveis vezes, cumprindo esses rituais na tentativa de atenuar o estado ansioso. 

E mania, o que é?

A mania é uma prática repetitiva, um hábito ou gosto recorrente que pode ser incomum, excêntrico e extravagante, mas que não apresenta caráter patológico, até porque não prejudica a vida da pessoa, tampouco gera angústia ou sofrimento. Resumidamente, as manias são comportamentos que se repetem e podem ser motivados não por obsessão, mas por crenças e superstições.

Qualquer um pode ter uma mania, mas isso não necessariamente vai gerar efeitos negativos no dia a dia. É algo corriqueiro e que normalmente não causa danos. Alguém que sempre levanta com o pé direito ou que só consegue dormir se deitar do mesmo lado sempre, tem uma mania e não um TOC. Tais hábitos são automáticos e quase involuntários, mas o indivíduo ainda está no controle de seus atos.

Como distinguir as duas condições?

O tempo é um bom indicador para diferenciar TOC e mania. Se as obsessões e as compulsões são tão severas e frequentes que o indivíduo passa a dedicar grande parte do dia a elas, é sinal de Transtorno Obsessivo Compulsivo. Na mania, apesar de o hábito se repetir, a pessoa não ocupa muito tempo com ele. Outro forte indício diferencial é o fato de que o TOC geralmente vai causar desconforto e sofrimento. Na mania não é assim: a rotina é cumprida tranquilamente, sem maiores comprometimentos.

Em alguns casos, certas manias podem evoluir para Transtorno Obsessivo Compulsivo. No entanto, é importante perceber que a maioria das pessoas tem alguma mania. Quem nunca conviveu com alguém que não pode ver algo fora do lugar ou que é fissurado por limpeza? O problema é quando essa mania foge do controle, de modo que vire uma compulsão.

Também é possível que uma única pessoa apresente determinadas manias e TOC simultaneamente. Por exemplo, ela pode ter mania de roer as unhas e, ao mesmo tempo, apresentar TOC de simetria.

Outra constatação que precisa de destaque é a existência de Sintomas Obsessivos Compulsivos, ou SOC. Todas as pessoas podem ter esses sintomas, como a necessidade de se certificar várias vezes de que fechou a porta de casa. Se isso não atrapalhar a vida fortemente e não ocupar tempo demasiado, não configura TOC.

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6 de maio de 2018 Todos

O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é um distúrbio crônico, comum e duradouro. Ele é caracterizado pela presença persistente de compulsões e/ou obsessões.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o TOC é um transtorno mental grave, que está entre as 10 principais causas de incapacitação no mundo.

Atualmente, mais de 4 milhões de brasileiros sofrem com esse problema e convivem com os pensamentos obsessivos, imagens recorrentes, impulsos  e comportamentos repetitivos e indesejados.

A boa notícia é que o Transtorno Obsessivo Compulsivo é uma condição psiquiátrica tratável. Leia o artigo e descubra como diagnosticar e tratar esse problema. Boa leitura!

Diagnóstico do Transtorno Obsessivo Compulsivo

A primeira etapa do diagnóstico de TOC consiste na identificação dos sintomas típicos desse transtorno. Os principais sinais de alerta são as mudanças comportamentais que envolvem os rituais, evitações, repetições e compulsões. O TOC também se manifesta através de preocupações excessivas, pensamentos negativos, dúvidas, desconforto, medo e aflição.

Além do reconhecimento e análise dos sintomas, o TOC é diagnosticado por meio dos seguintes métodos:

  • Avaliação da história – O psiquiatra ouve a história da queixa ou conflito e faz perguntas específicas sobre os comportamentos, sentimentos e pensamentos do paciente, além de colher informações com amigos e familiares para conhecer a situação sob outras perspectivas, quando necessário.
  • Testes laboratoriais – Os exames de laboratório são úteis para excluir outras possíveis causas do problema e complicações de saúde que eventualmente comprometam o bem-estar mental e também permitem uma triagem e avaliação geral para iniciar tratamentos medicamentosos com a segurança necessária. Auxilia o psiquiatra para fazer encaminhamentos e avaliações clínicas especializadas.
  • Testes diagnósticos – Realizado no consultório médico, algumas vezes são úteis para uma avaliação mais objetiva do transtorno e exame da sua evolução.

Cumpridas estas etapas, o médico deve considerar os critérios determinados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, mas sobremaneira o sofrimento que estes conflitos e sintomas geram na pessoa que o procura.

O que determina o diagnóstico de TOC?

  • Se o paciente apresentar compulsões, obsessões ou ambos
  • Se as crises obsessivas compulsivas forem persistentes e longas
  • Os comportamentos repetitivos forem excessivos e irracionais
  • Se o problema prejudicar a rotina e qualidade de vida, bem como, atrapalhar a interação social e desempenho no trabalho

Tratamento do TOC

Embora muitas pessoas acreditem que o TOC é inofensivo, tal transtorno pode interferir negativamente em diferentes áreas, incluindo os relacionamentos interpessoais, o trabalho e a vida acadêmica, pois o TOC traz sérias limitações para o indivíduo. Sendo assim, requer tratamento especializado.

Nem todos os comportamentos repetitivos estão relacionados ao Transtorno Obsessivo Compulsivo. Eles podem ser simples hábitos, manias ou rituais. Por isso, é importante procurar um psiquiatra para diagnosticar o problema, fazer a diferenciação entre o que é normal e o que é patológico e, então, seguir para o tratamento. De modo geral, o TOC ocupa muito tempo e pode trazer consequências prejudiciais para a vida pessoal, social e profissional. É isso que o distingue das simples repetições.

Evitamos falar em cura, mas os sintomas podem ser controlados ou entrarem em remissão com medicação e/ou psicoterapia. Determinados medicamentos psiquiátricos, como os antipsicóticos, ansiolíticos e antidepressivos podem contribuir efetivamente nesse controle. Já a psicoterapia, em cada sessão, procura ajudar o paciente a conhecer, nomear, identificar e elaborar seus conflitos, sintomas e a própria ansiedade sem ter que recorrer às obsessões e compulsões.

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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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