<script async src=”https://pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js?client=ca-pub-1079804149143306″ crossorigin=”anonymous”></script>

TDAH, Compulsão Alimentar e Lisdexanfetamina: relação e tratamento

TDAH, Compulsão Alimentar e Lisdexanfetamina: relação e tratamento

15 de novembro de 2024 by Dra Aline Rangel
Venvanse_aline_rangel.png

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento marcado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Com prevalência variando de 5,9% a 10% em crianças e 2,5% a 7% em adultos, o TDAH afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com diferenças importantes entre os gêneros ao longo da vida. Já o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCA), um distúrbio alimentar crônico, é caracterizado por episódios frequentes de ingestão exagerada de alimentos sem comportamentos compensatórios, atingindo cerca de 2,8% da população.

Embora pareçam condições distintas, estudos mostram que tanto o TDAH quanto o TCA compartilham uma característica neurobiológica central: a disfunção no sistema de recompensa do cérebro. Essa similaridade abre caminho para intervenções eficazes, como o uso da lisdexanfetamina (LDX) –  comercializada com o nome Venvanse ® aqui no Brasil – um medicamento que tem se mostrado promissor no tratamento de ambas as condições.

O sistema de recompensa no TDAH e na Compulsão Alimentar

O sistema de recompensa desempenha um papel central na regulação da motivação, do prazer e da tomada de decisões. Tanto no TDAH quanto no TCA, há uma disfunção nesse sistema, especialmente em relação à dopamina, um neurotransmissor crucial para o processamento de recompensas.

  • TDAH: Pacientes apresentam dificuldade em lidar com atividades que não oferecem gratificação imediata, o que leva a impulsividade e problemas de autorregulação.
  • TCA: No transtorno da compulsão alimentar, observa-se uma hipersensibilidade às recompensas alimentares, resultando em um ciclo de compulsão e reforço positivo contínuo.

Essa preferência por recompensas imediatas é comum em condições como transtornos por uso de substâncias e compulsão alimentar, dificultando o controle sobre comportamentos impulsivos.

Lisdexanfetamina: um tratamento promissor

A lisdexanfetamina (LDX) é um pró-fármaco que se converte em dextroanfetamina no organismo, aumentando os níveis de dopamina e norepinefrina em áreas do cérebro relacionadas à atenção, controle de impulsos e recompensa. Ela é amplamente utilizada no tratamento do TDAH e também tem demonstrado eficácia no manejo do TCA.

Benefícios da Lisdexanfetamina no TDAH:

  • Redução da impulsividade e da aversão a recompensas tardias.
  • Melhora na tomada de decisões e no controle de impulsos.
  • Efeitos consistentes ao longo do dia devido à sua ação prolongada.

Benefícios da Lisdexanfetamina no TCA:

  • Redução significativa nos episódios de compulsão alimentar.
  • Normalização da resposta de recompensa aos alimentos.
  • Melhora na regulação dopaminérgica, reduzindo o ciclo de compulsão e reforço positivo.

Estudos mostram que a LDX pode atuar diretamente na habênula lateral (LHb), uma estrutura do cérebro associada à sinalização de não recompensa. Essa regulação contribui para a normalização do sistema de recompensa em pacientes com TDAH e TCA, promovendo escolhas mais equilibradas e reduzindo os comportamentos impulsivos.

Conexão entre TDAH, Compulsão Alimentar e tratamento

A relação entre TDAH e TCA vai além das semelhanças nos sintomas. Ambos os transtornos compartilham disfunções neurobiológicas que afetam o dia a dia dos pacientes, aumentando o risco de comorbidades psiquiátricas. Intervenções que abordam essas disfunções, como o uso da lisdexanfetamina, têm se mostrado eficazes na melhoria da qualidade de vida.

Investir em um tratamento adequado, que pode incluir psicoestimulantes, terapia comportamental e mudanças no estilo de vida, é essencial para o manejo desses transtornos. O impacto positivo da LDX no sistema de recompensa oferece uma abordagem inovadora para tratar não apenas os sintomas principais, mas também as comorbidades associadas.


Referências:

  1. Newcorn JH, Ivanov I, Krone B, Li X, Duhoux S, White S, et al. Neurobiological basis of reinforcement-based decision making in adults with ADHD treated with lisdexamfetamine dimesylate: Preliminary findings and implications for mechanisms influencing clinical improvement. J Psychiatr Res. 2024;170:19-26.
  2. Schneider E, Higgs S, Dourish CT. Lisdexamfetamine and binge-eating disorder: A systematic review and meta-analysis of the preclinical and clinical data with a focus on mechanism of drug action in treating the disorder. Eur Neuropsychopharmacol. 2021;53:49-78.
  3. Mondoloni S, Mameli M, Congiu M. Reward and aversion encoding in the lateral habenula for innate and learned behaviours. Transl Psychiatry. 2022;12(1):3.


NEWSLETTER








    Sobre



    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


    Contato


    São Paulo – SP

    Rua Cubatão, 86 – 405 – Paraíso


    WhatsApp


    E-mail

                  aline@apsiquiatra.com.br

    Nosso material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.

    Copyright © 2023 – Todos os direitos reservados

    Política de Privacidade

    × Agende sua consulta