Sabemos que é normal que a criança, em algum momento da infância, recuse alimentos. Porém, quando isso se torna frequente e interfere de forma significativa no desenvolvimento, temos o chamado Transtorno Alimentar Seletivo (TAS).
Ao contrário de uma seleção temporária, esse transtorno é caracterizado por uma permanente recusa alimentar, e a criança passa a comer apenas os mesmos alimentos, rejeitando todas as outras opções fora do seu padrão de aceitação. Além disso, ela apresenta dificuldade para comer em restaurantes e na casa de outras pessoas.
Crianças que apresentam o comportamento desse distúrbio têm pouco apetite e aversão a frutas, legumes e verduras. Apesar de ser mais comum em pessoas que já têm outros tipos de transtornos, o TAS pode acontecer com qualquer um, em qualquer idade e persistir por anos.
Neste post, conheceremos um pouco mais sobre os sintomas, diagnóstico e como é o tratamento. Confira!
Sintomas do transtorno alimentar seletivo
A característica principal do transtorno é a rejeição a determinados alimentos. Entretanto, outros sinais podem ajudar os pais a identificar o TAS:
- a criança não come mais do que 15 tipos diferentes de alimentos;
- a criança evita grupos alimentares inteiros, como derivados do leite ou todas as frutas;
- a criança pode apresentar náuseas e vômitos ao se deparar com a necessidade de comer novos alimentos;
- a criança pode não tolerar o cheiro de determinado alimento e apresentar ânsia de vômito;
- a criança faz birra na hora das refeições;
- a criança fecha a boca e se recusa a experimentar qualquer alimento novo;
- em certos casos, é possível observar preferência por determinadas marcas de alimentos.
A recusa alimentar pode ser causada por vários fatores, como problemas psicológicos, fobias sociais, alterações no paladar, insistência dos adultos na alimentação, dificuldade para mastigar, engolir ou sentir mal-estar no estômago.
Diagnóstico e tratamento do TAS
O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados pela criança e no relato dos pais.
É importante que, assim que iniciada a seletividade alimentar, os pais anotem, por uma semana, o que o filho comeu e recusou, para apresentar ao pediatra. Além de analisar os sintomas, o médico examinará outros possíveis problemas, como dificuldades para mastigar e engolir, alergias alimentares e problemas gastrointestinais.
As consequências podem ir desde a deficiência em nutrientes no organismo até problemas sérios de saúde, como diabetes e colesterol alto. Nem sempre a criança apresenta baixo peso ou problemas de desenvolvimento, mas pode ter dificuldade na escola, além de pele seca e cabelos e unhas fracas, devido à falta de nutrientes pela alimentação pouco variada.
O tratamento para evitar o transtorno alimentar seletivo e fazer com que a criança volte a comer de tudo normalmente é feito com acompanhamento médico e tratamento psicológico, quando são inseridas estratégias para melhorar o ambiente das refeições e estimular a criança a experimentar novos alimentos, por meio da terapia cognitiva comportamental.
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