Nos últimos anos, movimentos têm discutido a importância do autoconhecimento sexual. Neste sentido, cada vez mais, mulheres encorajam-se a debater assuntos pertinentes à vida sexual e ao próprio corpo. Tudo que incomoda precisa ser investigado! Muitas pacientes chegam ao consultório médico depois de negligenciarem por anos a fio transtornos físicos na hora da penetração, por exemplo. Para se ter uma ideia: as brasileiras demoram, em média, três a quatro anos para buscar ajuda clínica diante do aparecimento de queixas sexuais.
Pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) estima que mais de 40% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo. Outro dado revela que praticamente metade da população feminina sofre com problemas no sexo. Estamos falando de obstáculos biopsicossociais, que surgem em decorrência de entraves físicos, mentais e sociais a respeito da vida sexual da mulher. Violência sexual, por exemplo, aumenta a propensão de surgimento de disfunções ao longo da vida.
É importante dizer: com acompanhamento profissional adequado, é possível superar traumas, tabus e entraves que obstruem o prazer da vida sexual da mulher.
Sexo é saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece o sexo como critério para se avaliar a qualidade de vida de um indivíduo. Se essa parte não anda legal, todas as outras serão impactadas de modo negativo também. Funciona como um ciclo. Desajustes “na cama” podem implicar a existência de outras doenças, condições que levam à angústia, à frustração, à depressão.
Por outro lado, quando a mulher tem uma vida sexual satisfatória, os benefícios repercutem no bom humor, no estreitamento de laços efetivos, na autoestima. Viu só como é uma questão de saúde mental?
Conversar sobre a vida sexual da mulher desde a adolescência
Encorajar o debate acerca da sexualidade desde os primeiros anos da adolescência ajuda na plenitude na vida adulta. Muitos pais não se sentem confortáveis ao conversar sobre este tema com suas filhas. É compreensível, pois, por questões culturais, são diferentes, entre as famílias, os fatores emocionais e de construção do significado do sexo. Não se desespere! Um dos profissionais capacitados a ajudar nesta situação é o psiquiatra/sexólogo, pois ele emprega linguagem e conhecimento adequados.
Filhos, menopausa e alterações na sexualidade
Períodos como o pós-parto e o climatério tendem a gerar mais desconforto ou outras queixas devido à oscilação hormonal.Com a queda da produção de estrogênio, a vagina pode se tornar mais ressecada e ter menor capacidade de lubrificação, o que dificulta a penetração.
Vale reforçar que, ao contrário do que sempre se acreditou, a resposta sexual da mulher não é igual a do homem. Outro ponto relevante é a atuação de alguns medicamentos na produção hormonal. Todas as medicações moduladoras da parte emocional, diuréticos e até mesmo boa parte dos hormônios, como a pílula anticoncepcional, podem diminuir a função sexual e alterar o desejo, reduzindo a excitação e tornando impossível o orgasmo. Atenção: não interrompa tratamentos sem antes consultar seu médico.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!