Surgida no começo da década de 1980, a aids foi uma doença sobre a qual diversos tabus e preconceitos foram sendo construídos. Ainda hoje, mesmo com toda a informação disponível e sabendo-se que ela pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade e de qualquer orientação sexual, a patologia ainda é associada com libertinagem e irresponsabilidade.
Felizmente, hoje existem tratamentos que permitem aos pacientes viver muito tempo e com a maior qualidade de vida possível. No entanto, justamente por ainda ser uma doença-tabu, o tratamento dela deve ir além dos medicamentos, sendo que a psicoterapia exerce um papel fundamental.
Psicoterapia e diagnóstico
O momento do diagnóstico é decisivo para o paciente infectado pelo HIV, pois gera uma série de emoções e sentimentos com os quais é necessário lidar. Sensação de culpa, desespero pelo desconhecimento, medo da reação de amigos e familiares e enfrentamento de preconceito são apenas alguns deles.
Assim, o papel do psicoterapeuta é, juntamente do paciente, elaborar um sentido para o diagnóstico, fazendo com que a pessoa entenda que não se trata de uma sentença de morte e que, apesar de ter que mudar o estilo de vida, ela não será limitada pela infecção.
Aids e acompanhamento psicoterápico
Passado o choque inicial do diagnóstico, a terapia continua a ser necessária para que a pessoa consiga lidar com situações que surgem no dia a dia, pois, como a infecção pelo HIV está se tornando uma doença crônica com o avanço dos tratamentos, as questões são as mesmas de uma pessoa com a perspectiva de muitos anos de vida pela frente.
Além disso, em alguns momentos da vida, a pessoa pode enfrentar as complicações da aids, doença causada pelo vírus HIV e que pode desencadear outras séries de condições de saúde.
A manifestação da doença pode gerar muitas reações, dentre elas, a não adesão ao tratamento prescrito e mesmo a depressão, uma vez que estudos demonstram que a incidência dessa doença psíquica é maior entre pessoas infectadas pelo HIV, tanto por fatores emocionais quanto pelo uso de medicamentos antirretrovirais.
Dentre os principais aspectos psicológicos desses pacientes, estão ansiedade, redução da autoestima, imagem negativa do próprio corpo, medo, rejeição a contatos sociais e a exposição de partes do corpo. Vale ressaltar que esses sintomas variam de acordo com cada pessoa, nem todos eles estarão presentes em todos os indivíduos.
Dessa maneira, mesmo que haja especificidades que devam ser levadas em conta no atendimento a pacientes portadores de HIV, o profissional responsável pelo acompanhamento psíquico irá atuar como o faz com qualquer pessoa: trabalhando os medos e angústias típicas daqueles que procuram psicoterapia.
Quando o tratamento da aids é feito de forma multidisciplinar, o enfrentamento da doença se torna mais fácil!
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!