homossexualidade / Dra Aline Rangel

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19 de junho de 2022 LGBTQIA+

Vários estudos identificam que jovens LGBTQIA+ apresentam graves comportamentos de risco à saúde e piores desfechos negativos de saúde para esta população em comparação com seus pares heterossexuais. Uma prevalência maior de jovens de minorias sexuais relata sofrimento emocional, depressão, automutilação, ideação suicida e tentativas de suicídio. Os problemas típicos encontrados pelos adolescentes durante seu desenvolvimento até a idade adulta podem ser desafiadores para qualquer jovem, mas os adolescentes LGBTQIA+ enfrentam um conjunto único de preocupações relacionadas à saúde como resultado do estigma que impede o seu acesso aos cuidados em saúde (hospitais, ambulatórios, profissionais de saúde, etc).

Pacientes transgêneros ​​relatam sofrer algum tipo de discriminação nos cuidados de saúde também, o que cria uma barreira às vezes intransponível, ao seu acesso aos cuidados de saúde. Lembro do meu primeiro contato numa enfermaria com uma mulher “trans”, ainda no ensino médio, internada numa enfermaria de homens. Uma mulher transgênero à espera de seu primeiro exame físico  desabafou: “quando eu caminhei em direção ao banheiro feminino, a enfermeira pulou e me disse para usar o banheiro compartilhado pelos homens. Senti vontade de sair e largar de mão o meu tratamento.” Ela tinha pancreatite aguda grave e considerou deixar de tratar-se pois tamanho era o sofrimento a cada ida ao banheiro masculino.

Profissionais da Saúde como promotores da saúde LGBTQIA+

Como profissionais da saúde, é essencial que compreendamos as disparidades e a discriminação que a população LGBTQIA+ encontra quando procura atendimento de saúde. Os profissionais precisam defender apaixonadamente e exibir um alto nível de competência cultural ao cuidar de todos os pacientes. Como promotores de saúde, quando os cuidados de saúde não são iguais, perdemos a oportunidade de prestar cuidados de saúde de qualidade. Também é fundamental que médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais e outros se sintam à vontade para discutir questões de sexualidade e orientação sexual com todos os pacientes, incluindo adolescentes, porque os adolescentes correm maior risco e podem não se sentir à vontade para iniciar essas discussões por conta própria.

Embora tenha havido mudanças significativas desde que este estudo foi realizado, dados de estudos baseados em pesquisas com médicos sugerem que muitos médicos têm atitudes negativas em relação a indivíduos LGBTQIA+, o que afeta a capacidade dos médicos de fornecer cuidados adequados a essa população de pacientes. Uma pesquisa nacional de médicos em 2001 revelou que 73% dos médicos pesquisados ​​relataram que se sentiriam à vontade para tratar pacientes LGB, 19% se sentiriam um pouco confortáveis ​​e 6% se sentiriam um pouco ou muito desconfortáveis ​​(Coker et al., 2010).

Tal como acontece com muitos tópicos delicados que devem ser abordados durante uma consulta médica, os pacientes devem ter garantia de confidencialidade Os cuidados de saúde não são cuidadosos quando 73% dos entrevistados transgêneros e 29% dos entrevistados lésbicas, gays e bissexuais relatam acreditar que serão tratados de maneira diferente pela equipe médica por causa de seu status LGBTQ+ segundo o Healthcare Equality Index 2022.

Política Nacional de Saúde LGBT

A Política Nacional de Saúde LGBT é um divisor de águas para as políticas públicas de saúde no Brasil e um marco histórico de reconhecimento das demandas desta população em condição de vulnerabilidade. Sua formulação seguiu as diretrizes de governo expressas no Programa Brasil sem Homofobia, que foi coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e que atualmente compõe o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3).

Igualdade ao cuidado à saúde para TODXS

Tal como acontece com a maioria das coisas, a honestidade é a melhor política. Abordando todos os pacientes de forma aberta e honesta, fazendo as perguntas necessárias, o gerente de caso pode afetar uma avaliação completa e adequada. Envolver pacientes LGBTQIA+ não deve ser diferente de envolver qualquer paciente. É nosso trabalho e responsabilidade ética não apenas ouvir, mas ouvir as necessidades, medos e desejos de nossos pacientes. Aceitar todos os nossos pacientes como os encontramos e deixar bagagem pessoal fora da relação profissional é nosso dever. Uma abordagem prática com um ambiente agradável e acolhedor sinaliza aos pacientes que eles estão no lugar certo e que você é a pessoa certa – aquela que finalmente os ouvirá.

É imprescindível a ação da sociedade civil nas suas mais variadas modalidades de organização com os governos para a garantia do direito à saúde, para o enfrentamento das iniquidades e para o pleno exercício da democracia e do controle social.

A garantia ao atendimento à saúde é uma prerrogativa de todo cidadão e cidadã brasileiros, respeitando-se suas especificidades de gênero, raça/etnia, geração, orientação e práticas afetivas e sexuais.

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Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



16 de janeiro de 2021 Todos

Problemas relacionados à sexualidade humana ainda são um tabu. Quando atingem o sexo masculino, a questão se torna ainda mais problemática. A maioria dos homens sentem vergonha em admitir que sofrem algum tipo de distúrbio sexual, p.ex., ejaculação precoce, e em procurar ajuda especializada, sobretudo com uma mulher.

Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que 59% dos brasileiros acima de 40 anos já tiveram algum problema de ereção. O estudo também apontou que a ejaculação precoce é comum e atinge cerca de 30% dos homens.

A ejaculação precoce é uma disfunção sexual masculina em que o processo de ejaculação durante a atividade sexual é antecipado, sem que o homem tenha controle. Essa disfunção é considerada um problema quando o fato torna-se frequente.

Causas da ejaculação precoce

As principais causas da ejaculação prematura são de origem psicológica e estão relacionadas à ansiedade e ao estresse. A insegurança também está associada ao problema em muitos jovens, quando iniciam a vida sexual. O medo de como será o desempenho e a falta de experiência são fatores que podem agilizar a ejaculação.

A precocidade da ejaculação também apresenta alguns fatores biológicos, como problemas hormonais, distúrbios da tireoide, problemas na próstata, fatores genéticos, entre outros.

O consumo de álcool e drogas também podem afetar o desempenho sexual e antecipar o momento da ejaculação.

Sintomas

Para ser considerada um problema, a ejaculação prematura se caracteriza:

  • quando ocorre com frequência;
  • quando acontece em qualquer ato sexual, seja na masturbação ou durante o sexo;
  • quando o homem não consegue retardar a ejaculação.

Há casos em que se trata de ejaculação precoce secundária. Ocorre com homens de qualquer idade e com tempo de ejaculação dentro do padrão, mas que, por alguma razão, desenvolveram a ejaculação antecipada.

Tratamento

O tratamento para a ejaculação prematura será realizado de acordo com a causa. É imprescindível que um médico faça a avaliação. Psicoterapia e o uso de antidepressivos estão entre as opções de tratamento. O uso de medicamentos deve ser realizado apenas sob a prescrição médica de um especialista como psiquiatra ou urologista.

São indicados, também, algumas técnicas e exercícios que ajudam o homem a aprender a controlar o momento da ejaculação.

Quando a ejaculação prematura tem origem biológica, é preciso fazer o tratamento também da doença associada, para que haja êxito no tratamento da disfunção.

Acredita-se que um a cada três homens tenham ejaculação precoce; é uma disfunção comum no sexo masculino.

Sendo a ansiedade e o estresse os grandes motivadores da ejaculação precoce, devem ser tratados adequadamente, assim como quaisquer outras doenças que estiverem causando o problema. O apoio e a compreensão da companheira são essenciais para que o homem enfrente e supere esse momento.

 

Quer saber mais sobre temas relacionado à sexualidade humana? Veja outros artigos relacionados que separei para você, dá uma olhada lá no Blog ou fique à vontade em escrever um comentário ou mandar um e-mail.

Como a psiquiatria atua no tratamento da ejaculação precoce

Insatisfação sexual: quando procurar um psiquiatra?

5 transtornos sexuais mais comuns e como tratá-los


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8 de dezembro de 2017 LGBTQIA+

A homossexualidade como “doença”

Desde a sua décima edição, a Classificação Internacional das Doenças da Organização Mundial de Saúde retirou da sua lista de Transtornos Psiquiátricos o “homossexualismo”, seguindo uma tendência mundial em considerar a homossexualidade como uma das variáveis de orientação sexual e não uma doença, como o sufixo “ismo” sugeria. Não sendo doença (ou Transtorno Psiquiátrico), a homossexualidade não demanda tratamento. Porém, com muita frequência, recebemos pais preocupados com a “escolha sexual” dos seus filhos, adultos com uma “homofobia internalizada” (ainda que assumidamente homossexuais) e adolescentes ou adultos jovens “em cima do muro” no que se refere a sua sexualidade, o que lhes causa bastante transtorno. Segundo Carmita Abdo, “é muito comum os homossexuais ou pessoas próximas procuram, à vezes, o auxílio de um profissional da saúde, no sentido de se reassegurarem ou mudarem de orientação sexual‘. 

A homossexualidade como fator de risco para conflitos emocionais

Há quase quarenta décadas, Marmor argumentava que, [apesar do homossexualidade não fazer parte do campo de ação do psiquiatra, apenas por ser homossexual, justificava-se a intervenção psiquiátrica, preventivamente indicada, para adolescentes e adultos que não estivessem fazendo identificações de papel de gênero “apropriadas”]. Isto porque a sociedade encarava a homossexualidade como um desvio de conduta.

O que observo, nos dias atuais, deixando de lado qualquer juízo encarado como “conservador” ou “liberal”, é que, se a atração sexual, a orientação sexual ou a indefinição desta, causa sofrimento, conflito ou quaisquer outros transtornos (doença ou não), um profissional especializado pode e deve ser consultado.

“Sair do armário”

Entender o desenvolvimento da sexualidade é tarefa difícil para a maioria das pessoas. Mudanças no corpo, atração e afetos dirigidos a outras pessoas, conhecimento e construção da identidade são trabalhos difíceis para qualquer pessoa, independente da orientação sexual desenvolvida. Não se trata de “sair do armário” e se revelar para as pessoas, pelo contrário: devemos entrar no “nosso armário”, ou seja, nas nossa emoções, pensamentos e crenças mais íntimas na construção de uma sexualidade ímpar, com auto-respeito e liberdade em expressá-la.

 

Você também pode se interessar pelo texto:

Cuidado em Saúde da população LGBTQIA+
Estereótipos de masculinidade afetam a saúde mental de homens gays

 

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