sexualidade / Dra Aline Rangel

norbu-gyachung-HcAU5A-e3YI-unsplash-1200x675.jpg

A família (biológica ou não) é um pilar fundamental na vida de qualquer indivíduo, oferecendo amor, suporte e segurança. No entanto, quando um membro da família se identifica como parte da comunidade LGBTQIAPN+, surgem desafios adicionais que requerem compreensão, aceitação e acolhimento. Neste artigo, exploraremos a importância de criar um ambiente familiar inclusivo, o impacto positivo que isso tem nas pessoas LGBTQIAPN+ e alguns desafios comuns enfrentados por essas famílias.

Desafios enfrentados pelas famílias

Quando um filho, filha, irmão ou irmã revela sua orientação sexual ou identidade de gênero, é natural que a família enfrente um período de adaptação. O desconhecimento, o medo do estigma social e a preocupação com o bem-estar do ente querido podem gerar tensões e desafios emocionais. É importante reconhecer e abordar esses desafios para que a família possa fortalecer os laços e oferecer um ambiente de apoio.

1) Desconhecimento e educação:

Um dos primeiros desafios é o desconhecimento em relação à comunidade LGBTQIAPN+. Muitas famílias podem não ter tido contato prévio com questões de orientação sexual e identidade de gênero, o que pode levar a preconceitos ou falta de entendimento. É fundamental investir tempo em educação, buscar informações confiáveis e abrir-se para aprender sobre a diversidade humana.

2) Superando o estigma:

As famílias podem enfrentar o estigma social relacionado à LGBTfobia. O medo do julgamento dos outros pode causar ansiedade e afetar a saúde mental dos membros da família. É importante que a família desenvolva uma mentalidade aberta e solidária, estando preparada para enfrentar possíveis desafios externos e defender o bem-estar de seu ente querido.

3) Comunicação e apoio emocional:

A comunicação aberta e o apoio emocional são fundamentais para o acolhimento de um membro LGBTQIAPN+ na família. É essencial criar um espaço seguro onde todos possam expressar seus sentimentos e preocupações. O diálogo franco e respeitoso permite que as questões sejam abordadas de maneira construtiva, promovendo a compreensão e fortalecendo os laços familiares.

A importância do acolhimento

Ao acolher um membro LGBTQIAPN+ na família, criamos um ambiente inclusivo e respeitoso, a família promove o amor incondicional, aceitação e respeito pela diversidade humana. Isso contribui para o bem-estar emocional, a autoestima e o desenvolvimento saudável do indivíduo. Além disso, a família se torna uma fonte de apoio e segurança, ajudando a enfrentar os desafios externos que podem surgir. Ao enfrentar os desafios, educar-se e cultivar um ambiente inclusivo, a família fortalece seus laços e contribui para o bem-estar de todos os seus membros.

—-

Lembre-se de que o amor e a aceitação são pilares fundamentais para construir um futuro onde todas as pessoas se sintam respeitadas e valorizadas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Juntos, podemos criar um mundo mais acolhedor e inclusivo para a comunidade LGBTQIAPN+ e suas famílias.


Design-sem-nome-54.png

HPV é a sigla para Papilomavírus Humano, um vírus altamente contagioso que afeta a pele e as mucosas, incluindo a pele genital, o ânus, a boca e a garganta. Existem muitos tipos diferentes de HPV, e a maioria é inofensiva e não causa sintomas.

No entanto, alguns tipos de HPV podem causar verrugas genitais e podem levar ao desenvolvimento de câncer cervical, câncer anal e outros tipos de câncer. A infecção pelo HPV é comum e pode ser transmitida por contato sexual com uma pessoa infectada.

O HPV é geralmente detectado por meio de exames de Papanicolau e testes de DNA, que podem ajudar a identificar infecções por HPV que podem levar a câncer. Existem vacinas disponíveis para ajudar a prevenir a infecção pelo HPV, especialmente para meninas e meninos antes de se tornarem sexualmente ativos.

HPV e a Saúde Mental

A infecção pelo HPV pode ter um impacto negativo na saúde mental das pessoas afetadas, especialmente no que diz respeito ao câncer cervical e outros tipos de câncer associados ao HPV. O diagnóstico de uma infecção por HPV pode ser estressante e preocupante, e o risco de desenvolver câncer pode ser emocionalmente difícil.

O tratamento de verrugas genitais causadas pelo HPV, como a remoção cirúrgica, pode ser desconfortável e constrangedor, afetando a autoestima e a autoimagem das pessoas.

É importante abordar a saúde mental das pessoas afetadas pelo HPV em seu plano de tratamento. Isso pode incluir aconselhamento ou terapia para ajudar a lidar com o estresse e a ansiedade associados ao diagnóstico e tratamento da infecção por HPV.

Obter informações precisas sobre o HPV e seus efeitos na saúde, bem como adotar medidas preventivas para reduzir o risco de infecção pelo HPV, como a vacinação e o uso consistente de preservativos durante a relação sexual é o principal remédio “remédio” contra a infecção. Essas medidas podem ajudar a aliviar a preocupação e o estresse associados ao HPV e a melhorar a saúde mental geral das pessoas afetadas.

Fontes

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1614-virus-causador-do-cancer-de-colo-uterino-e-recorrente-e-maioria-se-infecta-diz-febrasgo

Ferenidou, F., Salakos, N., Vaidakis, N., Paltoglou, G., Bakalianou, K., Papadimitriou, G., & Creatsas, G. (2012). The impact of HPV diagnosis on women’s sexual and mental health: preliminary findings. Clinical and Experimental Obstetrics & Gynecology39(1), 79-82.


Captura-de-Tela-2023-07-07-as-15.58.10.png

O transtorno de aversão sexual (TAS) caracteriza-se pela aversão a qualquer tipo de contato sexual, particularmente o contato genital. A ideia de um relacionamento sexual causa repulsa e desconforto. Contudo, a pessoa se sente culpada e envergonhada com a situação – o que diferencia o transtorno de aversão sexual de um quadro de assexualidade.

O transtorno de aversão sexual se desenvolve, em geral, em resposta a experiências sexuais negativas e mensagens negativas sobre sexualidade.O medo apresentado chega a tal ponto que as pessoas passam a deixar de frequentar ambientes sociais e até adotar uma forma de se vestir defensiva para evitar a intenção e a aproximação de outras pessoas.

A prevalência do TAS é desconhecida e difícil de estabelecer, pois indivíduos com este transtorno evitam encontros sexuais e relacionamentos íntimos, portanto, raramente procuram terapia de aversão sexual ou clínicas de terapia de casais. O TAS é relatado principalmente por mulheres. Homens com TAS têm mais probabilidade de evitar relacionamentos e, portanto, sofrem de ansiedade de desempenho sexual ou ansiedade orgásmica.

Embora não se saiba o que causa o desenvolvimento do TAS em algumas pessoas e não em outras, histórico familiar de transtorno de ansiedade e fobia é comum em pessoas com TAS. A vergonha em falar sobre este assunto pode prejudicar o tratamento. O primeiro passo para tratar o transtorno é reconhecer o problema e procurar ajuda de um psiquiatra.

Não confunda transtorno de aversão sexual com abstenção

Antes de prosseguirmos, é essencial que façamos uma distinção clara entre o transtorno e a abstenção. O transtorno é uma doença psicológica, que causa sofrimento à pessoa, que pode se sentir anormal, perdida e infeliz e fugir do constrangimento causado pelas interações sociais. Já a abstenção é um processo consciente em que a pessoa passa a redirecionar o prazer sexual para outras áreas da sua vida, como projetos profissionais, sociais, científicos ou de qualquer natureza. Pessoas com quadro de assexualidade não se incomodam com a falta de desejo sexual, encaram essa situação de forma natural e parte da vida.

Causas do transtorno de aversão sexual

Ainda existem poucos estudos sobre o transtorno de aversão sexual, o que dificulta o entendimento de um padrão de comportamento destes indivíduos. Entretanto, o que se sabe até agora é que esse processo pode ser desencadeado por experiências traumáticas em qualquer fase da vida. Condições de saúde e tratamentos médicos também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da aversão sexual. Algumas doenças, como vários tipos de câncer, causam mudanças físicas que afetam a função sexual e/ou imagem corporal de um indivíduo. Alguns medicamentos, como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), podem diminuir a resposta orgásmica, criando um ambiente e uma experiência sexual imprevisíveis e frustrantes. O distúrbio pode ser ocasionados por abuso sexual durante a infância ou adolescência ou ter origem em experiências familiares traumáticas, como exposição precoce à sexualidade e até mesmo o adultério de um dos membros da família. Casos de agressão sexual na vida adulta e exposição a crenças e sistemas morais repressivos também podem fazer com que o indivíduo enxergue o sexo de forma imoral e aversiva.

Transtorno Sexual ou Fobia

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais até sua 4a edição (DSM-IV-TR) (1)  descreveu anteriormente o transtorno de aversão sexual como “caracterizado por aversão extrema recorrente ou persistente e evitação de todo contato genital com um parceiro sexual que não seja atribuível a outro transtorno psiquiátrico”. O transtorno de aversão sexual foi posteriormente removido do DSM-5 (2) devido ao seu uso raro e à falta de pesquisas de apoio. Agora, ele é classificado como uma disfunção sexual. Ocorreram diversos debates sobre se a aversão sexual deveria ser classificado como uma fobia ou um transtorno sexual. Na Classificação Internacional de Doenças (CID 11) da Organização Mundial da Saúde, a Aversão Sexual permanece como um diagnóstico bem estabelecido dentre os transtornos sexuais (3).


Você também pode se interessar:

Transtornos sexuais: saiba quais são e quais as formas de tratamento

Como a psiquiatria pode ajudar a vida sexual da mulher

Quer saber mais sobre transtornos sexuais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


Referências: (1) American Psychiatric Association. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado (DSM-IV-TR). Artmed Editora. (2) American Psychiatric Association. (2022). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado (DSM-5-TR). Artmed Editora. (3) Reed GM, Drescher J, Krueger RB, Atalla E, Cochran SD, First MB, Cohen-Kettenis PT, Arango-de Montis I, Parish SJ, Cottler S, Briken P, Saxena S. Disorders related to sexuality and gender identity in the ICD-11: revising the ICD-10 classification based on current scientific evidence, best clinical practices, and human rights considerations. World Psychiatry. 2016 Oct;15(3):205-221. doi: 10.1002/wps.20354. Erratum in: World Psychiatry. 2017 Jun;16(2):220. PMID: 27717275; PMCID: PMC5032510.


pexels-cottonbro-studio-4098336-1200x800.jpg

A sexualidade humana é um dos temas que mais provocam polêmicas quando o assunto é a saúde. Apesar de ser considerado tabu e, consequentemente, ter sua discussão evitada em diversos grupos, é um assunto que deve ser discutido pela importância que apresenta na vida das pessoas e na sociedade como um todo. Contribuindo com essa discussão, neste artigo iremos abordar uma temática bastante extensa e complexa, mas que vale muito a pena ser compreendida: os transtornos sexuais. Quando falamos neste tipo de desvio, estamos tratando de transtornos que se incluem em 3 grandes grupos, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, texto revisado (DSM5TR), 2022. São eles:

  • Disfunções sexuais;

  • Disforia de gênero;

  • Transtornos parafílicos.

Disfunções sexuais

As disfunções presentes no primeiro grupo dos transtornos são caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. Dentre os males deste grupo, temos:

  • Ejaculação retardada;
  • Transtorno do orgasmo feminino;
  • Transtorno erétil;
  • Ejaculação precoce;
  • Transtorno do interesse/ excitação sexual feminino;
  • Disfunção sexual induzida por substância/medicamento;
  • Transtorno da dor gênito-pélvica/ penetração;
  • Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo;
  • Outras disfunções não especificadas.

Disforia de gênero

A disforia de gênero possui o subgrupo de transtornos mais amplamente discutidos atualmente, graças a conscientização sobre tais tipos de transtornos e das pessoas afetadas pelos mesmos. A disforia de gênero se divide em disforia de gênero em crianças, em adolescentes, em adultos, não especificada e especificada. Pessoas com este tipo de transtornos se identificam como transgêneros, isto é, como pessoas que, seja de forma transitória ou de forma permanente, se identificam com o gênero oposto ao de nascimento, ou como transsexuais, que são pessoas que passam por um processo de resignação social e sexual em termos de gênero.

Parafilias

Aqui temos os transtornos-tabu. As parafilias se caracterizam como um desejo sexual intenso e persistente, que não são voltados para carícias preliminares com parceiros humanos com características normais e maturidade ou que não incluem a estimulação genital. Os transtornos parafílicos incluem:

  • Voyeurismo (espiar pessoas em atividades privadas);
  • Exibicionismo (expor genitais em locais públicos ou para outras pessoas sem consentimento);
  • Frotteurismo (se esfregar em outras pessoas sem consentimento);
  • Masoquismo sexual (submeter-se à humilhação, dor ou sofrimento);
  • Sadismo sexual (submeter outras pessoas a humilhação, dor ou sofrimento);
  • Pedofilia (interesse sexual por crianças, considerado crime);
  • Fetichismo (utilização de objetos inanimados ou interesse sexual por outras partes do corpo que não as genitais);
  • Escatologia telefônica (telefonemas obscenos);
  • Necrofilia (interesse por cadáveres);
  • Zoofilia (interesse por animais);
  • Clismafilia (interesse por enemas);
  • Urinofilia (interesse por urina);
  • Cropofilia (interesse por fezes);

Entre outras parafilias não especificadas.

Todo transtorno sexual, seja parafílicos ou não, deve ser tratado e cuidado de maneira a garantir ao indivíduo maior qualidade de vida. Eles englobam uma ampla variedade de condições que podem impactar significativamente a vida das pessoas. O diagnóstico preciso é vital para identificar o distúrbio específico e suas causas subjacentes, permitindo que os profissionais de saúde desenvolvam planos de tratamento eficazes. É crucial fornecer às pessoas com transtornos sexuais o apoio e a assistência necessários para enfrentar seus desafios com dignidade e respeito. 


Você também pode se interessar:

Transtornos sexuais: saiba quais são e quais as formas de tratamento

Compulsão sexual ou “vício em sexo”: causas e tratamentos

 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


Captura-de-Tela-2023-07-06-as-23.29.27.png

Os transtornos sexuais são caracterizados  por alterações psicofisiológicas nas diferentes fases da resposta sexual, o que pode causar sofrimento acentuado, problemas de autoestima e dificuldades nos relacionamentos amorosos. As etapas da resposta sexual humana consistem no desejo, excitação, orgasmo e resolução. Quando existe algum tipo perturbação ou ruptura nesse ciclo natural e saudável, os distúrbios sexuais acontecem.

Disfunção orgásmica

A disfunção orgásmica ou anorgasmia é a falta de orgasmo nas relações sexuais. Ela é considerada primária quando a pessoa nunca teve orgasmo na vida ou secundária, quando já teve e passou a não ter. Esse transtorno pode ser classificado como situacional ou absoluto. Ele é situacional quando acontece em determinadas ocasiões, como quando a pessoa não se sente confortável no lugar da transa. Mas quando a anorgasmia ocorre sempre, independentemente das circunstâncias, o problema é chamado de absoluto. Como as causas da disfunção orgásmica são normalmente psicológicas, interpessoais e emocionais, o tratamento psiquiátrico é o mais indicado para controlar ou reverter o problema. Eventualmente essa condição está associada a quadros clínicos, como acidentes, alterações hormonais e ginecológicas.

Vaginismo

O vaginismo é uma contração indesejada, involuntária e inconsciente da musculatura vaginal. Esse transtorno normalmente atrapalha e, por vezes, impede a penetração no canal vaginal, pois provoca dor e desconforto intenso. Tal disfunção sexual pode ser decorrente de tabus e traumas sexuais, educação rígida e conservadora, além de experiências passadas que provocaram sofrimento físico e emocional. O primeiro diagnóstico costuma ser feito pelo ginecologista, baseado no conjunto de sintomas, exame ginecológico e relatos dos pacientes. A partir daí, o tratamento se fundamenta na identificação das causas do vaginismo e amenização dos sintomas através de modulação hormonal e exercícios pélvicos. Além da participação ginecologista, um bom terapeuta sexual é fundamental para tratar a condição, pois a manutenção da saúde mental é determinante para que a mulher relaxe e consiga ter uma vida sexual ativa e prazerosa.

Dispareunia

A dispareunia é uma dor genital que ocorre antes, durante ou depois do ato sexual. Ela pode ser causada por doenças ginecológicas ou excessivo desconforto vaginal no sexo, seja por razões físicas ou psicológicas que interferem na saúde sexual. O tratamento da dispareunia normalmente é realizado por ginecologistas, no entanto, o acompanhamento psiquiátrico associado pode ser muito útil para que o paciente consiga lidar com o problema, minimizando assim os seus conflitos psicológicos.

Disfunção Erétil

Disfunção erétil é um problema comum que afeta cerca de 30% dos brasileiros, ou seja, aproximadamente 15 milhões de homens no país. Esse transtorno consiste na dificuldade de obter ou manter a ereção, de modo que aconteça a penetração. As causas da disfunção erétil podem ser psicológicas ou biológicas, como a existência de doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes, acidentes com o pênis ou medula espinhal, dependência química, efeito colateral de medicamentos, traumas e tabus sexuais. O tratamento deve incluir o acompanhamento de urologista, que pode receitar o uso de medicação oral, injeções intrapenianas, implante de próteses e terapias hormonais. O tratamento psiquiátrico também é importante, pois os padrões mentais são determinantes na saúde sexual.

Ejaculação Precoce

A ejaculação precoce acontece quando o homem não consegue controlar o processo ejaculatório e não segura o gozo até o fim do ato sexual, o que pode reduzir significativamente a sensação de prazer, provocando certa frustração nele e na parceira (o). Nesse transtorno, a ejaculação acontece logo depois da penetração, nos primeiros minutos dela, ou mesmo sem que ela ocorra, apenas com os pensamentos eróticos e a ereção. Aproximadamente 40% dos homens sofrem com esse problema, mas a boa notícia é que a ejaculação precoce pode ser tratada com procedimentos e medicamentos específicos para as lesões diagnosticadas e doenças encontradas, além de psicoterapia para a compreensão das causas e controle dos sintomas.

Ejaculação Retardada

A característica particular da ejaculação retardada é retardo acentuado ou incapacidade de atingir a ejaculação. O homem relata dificuldade ou incapacidade para ejacular, a despeito da presença de estimulação sexual adequada e do desejo de ejacular.  A definição de “retardo” não apresenta limites precisos, tendo em vista que não há consenso sobre o que seria um tempo razoável para atingir o orgasmo ou o que é um tempo inaceitavelmente longo para a maioria dos homens e parcerias sexuais. A demora em ejacular chega a ponto de causar exaustão ou desconforto genital,

Transtorno do desejo sexual hipoativo

O transtorno do desejo sexual hipoativo, comumente expressado com “falta de libido”, se baseia na diminuição ou falta de motivação e interesse por sexo. Nesse caso, a pessoa com baixa libido não apresenta vontade de manter relações sexuais. O problema pode ser causado por múltiplos fatores, como conflitos no relacionamento, alterações hormonais, falta de intimidade, dificuldades de comunicação com o(a) parceiro(a), além de traumas sexuais. O tratamento deve ser conduzido de acordo com a causa. Se o problema for de ordem orgânica (alterações hormonais, secundário a medicações, hipertensão arterial, entre outras causa) o clínico (urologista, ginecologista, endocrinologista, etc),  deve comandar o processo. Se a razão do transtorno for de ordem mental, o paciente deve buscar o auxílio de psicólogos e psiquiatras. De todo modo, nada impede que o tratamento seja multidisciplinar.

 

Os transtornos sexuais podem impactar significativamente a qualidade de vida tanto de homens quanto de mulheres. Compreender as causas, sintomas e opções de tratamento disponíveis é crucial para pessoas afetadas por essas condições. Buscar ajuda profissional, seja por meio de terapia, medicamentos ou mudanças no estilo de vida, pode contribuir muito para melhorar a saúde sexual e o bem-estar geral. É essencial quebrar o estigma em torno dos distúrbios sexuais e criar um ambiente de apoio onde as pessoas possam buscar ajuda sem medo ou vergonha. 


Você também pode se interessar:

Compulsão sexual ou “vício em sexo”: causas e tratamentos

3 transtornos sexuais femininos que causam dor


Quer saber mais sobre esses e outros transtornos sexuais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


Captura-de-Tela-2022-06-27-às-14.49.14.png

28 de junho de 2022 Todos

O que é ser homem? Quando se pensa na imagem de um homem, geralmente o imaginamos alto, com músculos, cabelo curto, voz grossa e viril. Adicione um tom de voz incisivo, quase que agressivo, remova qualquer traço de afetividade e vulnerabilidade e pronto. Temos aqui um retrato feito por meio de estereótipos que foram – e ainda vêm sendo – construídos ao longo de centenas de anos. Essa construção afeta a vida de todos os homens.

Homens gays, por se relacionarem com outros homens, têm sua masculinidade muitas vezes anulada. Grande parte deles não teve apoio nem mesmo dentro da própria família, sendo tratados com dureza e, às vezes, sendo deixados totalmente sem amparo, evento que sem dúvidas deixa muitas marcas. É sobre eles que tratarei neste texto. Como os estereótipos da masculinidade afetam a saúde mental de homens gays?

O que é esperado do homem?

A educação dada a meninos e meninas é muito diferente, sobretudo durante a primeira infância. Desde muito cedo, aos meninos é ensinado que não podem chorar, dizer que amam seus amigos e nem mesmo abraçá-los. O Google BrandLab realizou um estudo e concluiu que mais da metade dos homens já foi chamado de “gay” ou “afeminado” por ter expressado seus sentimentos, dando a ideia de que se mostrar sensível ou vulnerável é o esperado de uma mulher, mas não de um “homem de verdade”.

Esses e outros ensinamentos sobre gêneros que nos transmitem durante a infância e adolescência acabam se perpetuando por toda a cultura e afetando toda a vida. Leve em conta um homem gay afeminado. Por ter trejeitos gestuais que se distanciam do esperado de um homem, ele é marginalizado até mesmo dentro da comunidade gay, que também aprendeu a cultuar os símbolos do masculino, como a virilidade.

Leve em conta um homem gay passivo – aquele que é penetrado durante a relação sexual. Por desempenhar o papel que seria o da mulher, ele pode mais frequentemente ser alvo de piadas, já que seria considerado “menos homem” do que, por exemplo, um homem gay ativo – aquele que penetra durante a relação sexual. Há homens que se atraem por homens, se relacionam afetiva e fisicamente com outros homens, mas não se consideram gays por serem exclusivamente ativos.

Uma vida de repressão

A opressão e a violência que sofre a comunidade gay faz com que muitos homens passem a vida buscando formas de mascarar sua autenticidade. Para evitar situações que podem colocá-los em risco ou em constrangimento, alguns tentam adequar a forma com que andam dependendo da região em que estão; outros engrossam a voz em certas situações, como em entrevistas de emprego ou primeiros encontros com a esperança de que sejam melhores aceitos por se aproximarem do comportamento masculino “ideal”.

A repressão de sua própria autenticidade leva muitos homens gays a viver vidas desalinhadas com o verdadeiro desejo. Relacionam-se mulheres, se casam e mantêm relações sexuais com elas, mesmo que a real atração esteja no corpo de outro homem. Isso geralmente os leva a uma vida dupla, causando sofrimento a si mesmos e a quem os cerca.

A opressão é infligida em si mesmo, quase como um castigo que pode levar a um vida repleta de culpa, dor e vergonha, elementos perigosos para a saúde mental.

Um problema a mais para lidar

Já atendi muitos homens gays no meu consultório. Ouço relatos que me fazem sair da minha zona de conforto e ampliar minha perspectiva sobre a realidade. A questão da repressão é apenas um dos diversos motivos que levam homens gays para uma consulta.

Claro que a vida vai muito além da orientação sexual. A população LGBTQI+ enfrenta desafios assim como todos os demais, seja no trabalho, na saúde ou nos relacionamentos, o que por si só já pode ser bem puxado. E além disso tudo, esse público ainda precisa lidar com abandono, julgamento e, em alguns casos, agressão. Isso tudo fruto de um preconceito que encontra suas raízes fincadas em um solo semeado com muito ódio, violência e opressão.

Caso você tenha se identificado com algo neste texto ou esteja enfrentando algum tipo de sofrimento e deseja buscar alívio, conte comigo. Você encontra no meu site um campo para entrar em contato comigo! Eu posso ajudar você. Tamo junto! Abração.



16 de janeiro de 2021 Todos

Problemas relacionados à sexualidade humana ainda são um tabu. Quando atingem o sexo masculino, a questão se torna ainda mais problemática. A maioria dos homens sentem vergonha em admitir que sofrem algum tipo de distúrbio sexual, p.ex., ejaculação precoce, e em procurar ajuda especializada, sobretudo com uma mulher.

Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que 59% dos brasileiros acima de 40 anos já tiveram algum problema de ereção. O estudo também apontou que a ejaculação precoce é comum e atinge cerca de 30% dos homens.

A ejaculação precoce é uma disfunção sexual masculina em que o processo de ejaculação durante a atividade sexual é antecipado, sem que o homem tenha controle. Essa disfunção é considerada um problema quando o fato torna-se frequente.

Causas da ejaculação precoce

As principais causas da ejaculação prematura são de origem psicológica e estão relacionadas à ansiedade e ao estresse. A insegurança também está associada ao problema em muitos jovens, quando iniciam a vida sexual. O medo de como será o desempenho e a falta de experiência são fatores que podem agilizar a ejaculação.

A precocidade da ejaculação também apresenta alguns fatores biológicos, como problemas hormonais, distúrbios da tireoide, problemas na próstata, fatores genéticos, entre outros.

O consumo de álcool e drogas também podem afetar o desempenho sexual e antecipar o momento da ejaculação.

Sintomas

Para ser considerada um problema, a ejaculação prematura se caracteriza:

  • quando ocorre com frequência;
  • quando acontece em qualquer ato sexual, seja na masturbação ou durante o sexo;
  • quando o homem não consegue retardar a ejaculação.

Há casos em que se trata de ejaculação precoce secundária. Ocorre com homens de qualquer idade e com tempo de ejaculação dentro do padrão, mas que, por alguma razão, desenvolveram a ejaculação antecipada.

Tratamento

O tratamento para a ejaculação prematura será realizado de acordo com a causa. É imprescindível que um médico faça a avaliação. Psicoterapia e o uso de antidepressivos estão entre as opções de tratamento. O uso de medicamentos deve ser realizado apenas sob a prescrição médica de um especialista como psiquiatra ou urologista.

São indicados, também, algumas técnicas e exercícios que ajudam o homem a aprender a controlar o momento da ejaculação.

Quando a ejaculação prematura tem origem biológica, é preciso fazer o tratamento também da doença associada, para que haja êxito no tratamento da disfunção.

Acredita-se que um a cada três homens tenham ejaculação precoce; é uma disfunção comum no sexo masculino.

Sendo a ansiedade e o estresse os grandes motivadores da ejaculação precoce, devem ser tratados adequadamente, assim como quaisquer outras doenças que estiverem causando o problema. O apoio e a compreensão da companheira são essenciais para que o homem enfrente e supere esse momento.

 

Quer saber mais sobre temas relacionado à sexualidade humana? Veja outros artigos relacionados que separei para você, dá uma olhada lá no Blog ou fique à vontade em escrever um comentário ou mandar um e-mail.

Como a psiquiatria atua no tratamento da ejaculação precoce

Insatisfação sexual: quando procurar um psiquiatra?

5 transtornos sexuais mais comuns e como tratá-los



27 de fevereiro de 2018 Todos
O cuidado com a saúde mental das crianças e dos adolescentes deve ser prioridade e colocá-los em risco pode trazer consequências danosas à formação do aparelho psíquico. A determinação sexual é dependente de fatores genéticos, epigenéticos e do desenvolvimento psicossexual precoce e as variações do desenvolvimento sexual podem ocorrer em crianças e adolescentes e devem ser abordadas como tal, não devendo ser objeto de questões políticas, ideológicas ou de outra ordem.

Cremesp manifesta-se sobre saúde mental da criança e do adolescente após Plenária Temática

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realizou, no dia 19 de janeiro, no auditório de sua sede, a Plenária Temática sobre Desenvolvimento Psicossexual da Criança e do Adolescente.

Compareceram ao evento o presidente do Conselho, Lavínio Nilton Camarim, a psicanalista e conselheira do Cremesp, Kátia Burle Guimarães, a professora do Departamento de Psiquiatria da FMUSP e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Carmita Abdo, os psiquiatras da Infância e Adolescência, Francisco Baptista Assumpção Junior e Regina Elisabeth Lordello Coimbra, o psiquiatra e professor de Bioética na FMUSP, Cláudio Cohen, e a endocrinologista pediátrica e membro da Câmara Técnica de Endocrinologia do Cremesp, Elaine Maria Frade Costa.

Após o evento, o Cremesp divulgou uma nota a fim de manifestar suas considerações a respeito da saúde mental da criança e do adolescente, deixando claro que este cuidado deve ser prioridade.

Confira, abaixo, a nota na íntegra.

 

NOTA DO CREMESP

Após a plenária temática “DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE”, realizada pelo CREMESP em 19 de janeiro p.p, este Conselho vem a público manifestar suas considerações a respeito da saúde mental da criança e do adolescente.

A saúde mental do ser humano depende de um desenvolvimento harmônico, desde o princípio da vida, e uma parte dessa formação se faz por meio do desenvolvimento psicossexual da libido.

Considerando que:

1) a criança é uma pessoa em desenvolvimento e que o ser humano nasce desprovido de condições autônomas para se manter, tanto física quanto psiquicamente,

2) a criança é dependente e requer cuidados especiais, distintos em cada fase do desenvolvimento,

3) as diferentes fases de desenvolvimento evoluirão ao longo das duas primeiras décadas de vida e que essa evolução dar-se-á gradativamente,

4) os bebês e as crianças são absolutamente vulneráveis,

5) é negligente, irresponsável e alienante consentir ou induzir as crianças a fazerem escolhas prematuras, já que são desprovidas de maturidade para tal,

6) é função parental apresentar referenciais para a educação psicossexual da criança, podendo se valer de orientação médica e psicológica,

7) durante a adolescência ainda há parcial vulnerabilidade,

8) educação sexual, direito da criança e do adolescente, é muito diferente de incentivo à indefinição sexual, o que traz a eles insegurança, inadaptação e risco, com consequências para essa população vulnerável,

9) é medida antiética a realização de experimentos psíquicos, não aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), conforme legislação vigente, com a população de crianças e adolescentes, visto sua vulnerabilidade,

10) os Conselhos de Medicina têm por função zelar pela saúde da população, em seus aspectos físicos e psíquicos,

11) a homologação da Sessão Plenária do CREMESP realizada em 14 de fevereiro de 2018.

O CREMESP considera que o cuidado com crianças e adolescentes em seu desenvolvimento psicossexual é prioridade, deixando claro que as diferenças sexuais existem e devem ser observadas para que a confusão não se estabeleça por desvio de objetivos.

Veja a publicação em sua íntegra no site do CREMESP.




NEWSLETTER








    Sobre



    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


    Contato


    São Paulo – SP

    Rua Cubatão, 86 – 405 – Paraíso


    WhatsApp


    E-mail

                  aline@apsiquiatra.com.br

    Nosso material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.

    Copyright © 2023 – Todos os direitos reservados

    Política de Privacidade

    × Agende sua consulta