As alterações de humor fazem parte das emoções do ser humano, mas, quando elas se tornam acentuadas, podem ser sintomas de transtorno bipolar. O paciente pode ir muito rápido da mania à depressão e causar danos nas relações interpessoais e profissionais, além de o quadro piorar com o tempo caso não seja feito um tratamento.
Muitas vezes o paciente não percebe as alterações repentinas. Seu estado pode variar de uma euforia súbita, com prejuízo do senso crítico e da capacidade de avaliar as situações, até chegar à depressão profunda e ao isolamento. Isso tudo sem um motivo aparente.
O que é o transtorno bipolar?
O transtorno bipolar, também conhecido como maníaco depressivo, é caracterizado por estados de intensa animação, chamada de mania ou hipomania, e podendo alternar com depressão. É possível que, junto ao problema, também surjam outros transtornos mentais, como psicose, síndromes de ansiedade e pânico.
As mudanças não ficam apenas no humor. Elas também influenciam comportamento, pensamentos, energia e emoções. Mais que bom ou mau humor comum, os ciclos da doença podem durar horas, dias, semanas e até meses de acordo com o grau, sendo capazes de interferir no dia a dia do paciente. Esse transtorno está presente em 4% da população mundial adulta, e o número de pessoas diagnosticadas só aumenta no Brasil.
Na fase da mania ou da hipomania, denominada de acordo com a gravidade, o paciente tem um comportamento energético, ativo, entusiasmado, com muita alegria e que pode chegar à irritação. Dentre os riscos dessa fase, estão as decisões sem reflexão, que podem causar grandes prejuízos para si e para as pessoas ao redor. Ações impulsivas e inconsequentes também são um grande risco ao paciente.
Já na fase depressiva, o indivíduo apresenta desinteresse pelo que lhe provoca prazer, humor deprimido, falta de energia, alteração do sono e do apetite, pensamento mais lento, isolamento gradual, que pode culminar em desinteresse pela vida e até mesmo no suicídio.
As alterações de humor não apresentam uma lógica, fazendo com que não haja previsibilidade no próximo estado emocional do paciente. As causas para que uma pessoa adquira o transtorno bipolar ainda não foram elucidadas e podem ser hereditárias. Em geral começam a se manifestar na adolescência, mas não é uma regra, e muitas pessoas também podem apresentar os primeiros sintomas na vida adulta.
Tratamentos
O maior problema dessa condição ocorre quando ele é mal diagnosticado ou negligenciado tanto pelo médico quanto pela sociedade. A falta de cuidado adequado pode gerar grande sofrimento ao paciente, mas, se ele tiver a atenção necessária, pode ter uma vida normal e com qualidade.
Como esse problema também pode surgir junto a outras doenças, o tratamento precisa verificar se há comorbidades (duas ou mais doenças que aparecem de forma simultânea). Não há cura total do problema, mas é possível manter um bom controle sobre a doença através de medicamentos e psicoterapia. O ambiente de convivência do paciente também é fundamental para que ele possa ter melhoras ou pioras.
Estabilizantes de humor, antidepressivos, antipsicóticos e tranquilizantes são os tipos de medicamentos receitados, de acordo com a apresentação da doença. Mesmo quando há uma melhora do quadro, o transtorno bipolar é crônico, e o paciente precisa manter a medicação sempre, para evitar que os sintomas retornem com mais intensidade.
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