O bullying é tema das principais rodas de conversa sobre educação e práticas sociais na atualidade. Por tamanha discussão, o termo tem sido banalizado ou utilizado inadequadamente por muitas pessoas. E você, sabe realmente o que é bullying? Já parou para pensar no significado dessa palavra estrangeira tão recorrente nos dias de hoje?
O bullying é a prática de agredir intencionalmente e repetidamente uma pessoa indefesa, seja de maneira verbal ou física. Sendo assim, o agredido pode desenvolver transtornos mentais, físicos e sociais.
O termo tem origem na palavra inglesa bully, que significa brigão ou valentão. No Brasil foi livremente traduzido como o ato de bulir, mexer e implicar com quem está quieto. Deseja aprender como identificar e prevenir esse problema? Não deixe de ler o texto completo!
Como identificar a prática de bullying?
Um quinto das crianças, dos adolescentes e jovens em idade escolar já viveram episódios de bullying, seja como vítima ou como agressor. Isso indica que a prática de bullying é mais comum do que se imagina. Portanto, é indispensável reconhecer o problema para preveni-lo e combatê-lo efetivamente.
Para mapear os casos de bullying, os pais, professores, pedagogos, diretores e especialistas em saúde mental devem estar atentos a alguns sinais, sobretudo, em ambientes que favorecem os abusos físicos e psicológicos – como por exemplo, as escolas. O ideal é observar o comportamento das vítimas e dos agressores, identificando neles os seguintes padrões:
Agressor
- Os atos de agressão são contínuos e repetitivos.
- Escolhe sempre as mesmas pessoas como alvos da agressão.
- A prática de bullying parte do preconceito diante de características físicas, escolhas e comportamentos específicos.
- O ato agressivo se dá de maneira individual ou coletiva.
- O agressor geralmente é popular e exerce certa liderança ou influência sobre pequenos grupos.
- Opta por alvos vistos como pessoas frágeis e vulneráveis, que não representam nenhuma ameaça.
Vítima
- A vítima apresenta mudanças repentinas de comportamento.
- Ela pode ter dificuldades de socialização em diferentes ambientes.
- Se for uma criança ou adolescente, é comum que queira trocar de escola.
- Problemas de comunicação podem surgir quando a pessoa é alvo de bullyng.
- Timidez, isolamento, medo, ansiedade, baixa autoestima são observados normalmente em quem sofre bullying.
- Distúrbios do sono e baixo rendimento escolar podem fazer parte da vida da vítima de bullying.
Como prevenir o bullying?
O bullying pode ser prevenido de diferentes maneiras, a começar pela preparação em casa. Os pais devem incentivar seus filhos a respeitarem as diferenças, além, de encorajá-los a fazer amigos. A solidariedade e empatia devem ser aspectos incentivados na família, para que as crianças e adolescentes se tornem adultos seguros e cidadãos éticos. Assim, eles não praticarão bullying e saberão como lidar caso sejam alvos de agressão.
A escola tem um papel importante na prevenção do bullying. Algumas medidas podem ajudar nesse sentido, como por exemplo, a mobilização da comunidade escolar em campanhas sobre respeito à diversidade, a capacitação dos profissionais para lidarem com os abusos, a implantação de regras antibullying, a promoção de palestras e debates claros sobre o tema, além do trabalho individual no resgate da autoconfiança das vítimas. Também é preciso incentivar os alunos a informarem os casos de bullying.
Como combater o problema?
A intervenção da família e da escola deve ser rápida e delicada, para evitar maiores danos. É necessário tomar cuidado para não legitimar os abusos, deixando de corrigir o agressor; também é preciso ter cautela para não puni-lo desproporcionalmente ou humilhá-lo. Seria contraditório e ineficaz!
Tanto quem agride como quem é agredido deve ser tratado com respeito. O acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico de ambos é recomendado para que a vítima tenha a autoestima recuperada e o agressor reconheça a gravidade de suas ações e deixe de praticar o bullying.
Muitas vezes, as atitudes violentas são frutos de problemas familiares e sociais que o agressor vivencia ou já vivenciou. Se não houver tratamento especializado, essa condição pode se converter em transtornos psiquiátricos graves com o passar do tempo.
Quer saber mais sobre bullying? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!