insônia / Dra Aline Rangel


7 de julho de 2023 AnsiedadeSono

Insônia e Ansiedade estão, respectivamente, entre os Transtornos do Sono e Transtornos Psiquiátricos mais prevalentes na população de adultos1. Dentre todos os caso de insônia, 40-92% ocorrem no contexto de um transtorno psiquiátrico2,3. Por sua vez, a prevalência de transtornos ansiosos em pacientes com insônia é estimada em 25-30%3.  Uma vez observados estes dados, profissionais da saúde precisam ter, ainda que em diferentes cenários, um alto índice de suspeição e investigar a possibilidade dessas duas condições serem comórbidas (aparecerem juntas), em uma avaliação clínica e inicial, o que determinará a melhor intervenção terapêutica, morbidade e prognóstico. O artigo a seguir é denso, publiquei num curso de educação médica, mas acho que você, caro leitor, terá muitas explicações sobre o que é a Ansiedade Noturna e a como ansiedade e insônia estão coorrelacionadas.

Transtorno de Ansiedade

As características essenciais dos Transtorno de Ansiedade são ansiedade e preocupação excessivas acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento ou ao impacto do evento antecipado, com funcionamento diário prejudicado4. Transtornos de ansiedade comuns incluem transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico (PD), fobias específicas, agorafobia, transtorno de ansiedade social (TAS) e transtorno de ansiedade de separação.

Transtorno da Insônia

O Transtorno da Insônia é definido como dificuldade persistente para início, manutenção e consolidação do sono, que ocorre a despeito de haver adequada oportunidade para adormecer e que resulta em prejuízo diurno, ocorrendo por, ao menos, três vezes por semana, por três meses 5. Um crescente corpo de evidências apoiou a necessidade da conceituação do termo insônia comórbida de problemas médicos e transtornos psiquiátricos nos últimos tempos, e o desuso do termo insônia secundária 6 .

Qual a relação entre Insônia e Ansiedade?

Modelo Epidemiológico

A relação entre insônia e ansiedade tem sido, progressivamente, cada vez melhor reconhecida em sua complexidade e as implicações para o entendimento da forma como esta interação é construída e seu manejo terapêutico 2,3. Ford e Kamerow7 foram precursores na busca da “causa e/ou consequência” na relação entre estes dois transtornos através de estudos epidemiológicos longitudinais. Eles analisaram 7.954 indivíduos ao longo de 1 ano em busca de uma possível relação entre o Transtorno da Insônia e Transtorno de Ansiedade. Os sujeitos deste estudo foram entrevistado na linha de base para determinar a presença de insônia e Transtornos de Ansiedade nos últimos 6 meses. Uma nova entrevista foi concluída 1 ano depois. No início do estudo, a insônia estava presente em 10% dos sujeitos, e sujeitos com insônia eram mais propensos a ter um transtorno de ansiedade do que sujeitos sem queixa de sono (23,9% vs 10%, P<0,001)7.

Modelo Psicobiológico

Alguns autores propõem que um estado de hiperexcitação mental, frequentemente marcado por preocupação e ruminação, é um fator chave tanto para a insônia quanto a ansiedade8,9 . Os indivíduos que apresentam insônia muitas vezes se preocupam em não dormir o suficiente e sobre as consequências de sua falta de sono. Como tal, as suas crenças, atitudes e comportamentos podem contribuir para a manutenção ou agravamento do seu distúrbio do  sono8. É importante notar que o medo aprendido é crucial para o início e a manutenção de distúrbios relacionados à ansiedade e a perda total do sono pode interromper a lembrança da extinção do medo condicionado10 . Ao interferir nos processos naturais de extinção, a perda total ou parcial do sono após um ataque de pânico, por exemplo, pode ser um importante contribuinte para o início e a manutenção da ansiedade.

Modelos Neuromoleculares

Uma infinidade de sistemas neurotransmissores e neuromoduladores orquestra o sono e a regulação emocional, incluindo norepinefrina, acetilcolina, GABA, dopamina, glutamato, serotonina e adenosina, conforme estabelecido em modelos animais e/ou trabalho farmacológico 11,12. Estudos de tomografia por emissão de pósitrons (PET) em humanos saudáveis ​​ou em indivíduos com ansiedade indicam uma paisagem neuromodulatória que está envolvida no sono, bem como na expressão de sintomas de ansiedade 13,14. Particularmente a adenosina, tem sido implicada na geração do sono de ondas lentas SWA e atua como mediador da homeostase do sono, rastreando as alterações dependentes do sono-vigília na pressão do sono. A adenosina é um neuromodulador onipresente no Sistema Nervoso Central, e os subtipos de receptores de adenosina corticais (receptores A1 e A2) limitam a superexcitação perigosa e desempenham um papel na ansiedade, excitação e sono 15.

Modelos emergentes da relação insônia e ansiedade

Novas pesquisas, a partir de estudos de neuroimagem usando ressonância magnética funcional (fMRI) indicam que a perda total do sono amplifica a atividade dentro da “rede do medo”, que inclui o sistema límbico e a rede envolvida no seu controle (córtex cingulado anterior dorsal e ínsula anterior) 16. Além disso, o impacto ansiogênico da perda total de sono está relacionado atividade do córtex pré-frontal medial prejudicada e conectividade associada a regiões límbicas. Ben Simon e colegas conduziram17  um estudo de privação total de sono no qual os participantes visualizaram clipes visuais emocionalmente aversivos ou neutros. A imagem de Ressonância Magnética Funcional) indicou hipoatividade dentro do mPFC (Córtex Pré-Frontal medial). Em contraste, a perda de sono aumentou a atividade dentro de áreas do sistema límbico (ou seja, amígdala, ínsula e ACC) e diminuiu a atividade do hipocampo, em comparação com uma condição bem descansada. Além disso, a perda total de sono reduziu a conectividade da modulação Cortéx Pré-Frontal medial – amígdala, e esta atividade reduzida, dentro do estudo, foi fortemente associada ao aumento dos escores clínicos de ansiedade. É importante ressaltar que uma noite de perda total de sono pode ser suficiente para aumentar a vulnerabilidade à ansiedade em indivíduos que, de outra forma, não apresentam ansiedade. De relevância crítica para futuras pesquisas e tratamentos, uma maior produção de Sono de Ondas Lentas SWS/ Atividade de Onda Lentas SWA previu uma diminuição maior na pontuações de ansiedade de estado durante a noite em indivíduos bem descansados, o que pode ria ser aprimorado usando estimulação cerebral não- invasiva 17

Tratamento

Os modelos apresentados da complexa relação entre Transtornos da Insônia e Transtornos da Ansiedade levam a um dilema clínico prático: o sucesso do tratamento da ansiedade diminuirá os sintomas de insônia (e vice-versa), ou os dois grupos de transtornos devem ser tratados simultaneamente? Problemas para iniciar o sono, sono agitado/interrompido e experiências não reparadoras são tão prevalentes entre os pacientes com transtornos de ansiedade que há muito se pensava que o tratamento dos sintomas centrais de ansiedade produziria uma resolução satisfatória da insônia7. O modelo terapêutico seria: trate a ansiedade [CAUSA] e a insônia [CONSEQUÊNCIA] desaparecerá. Com base nos modelos teóricos apresentados, essa abordagem pareceria útil principalmente no modelo em que a insônia é fator de risco e desfecho negativo da ansiedade, mas apenas se o tratamento foi iniciado na fase mais precoce de doença3,7. Na experiência prática, a maioria dos pacientes com ansiedade e insônia comórbidas procuram tratamento meses para anos após a apresentação inicial dos sintomas. Neste cenário, é necessário tratar ambos os transtornos. Da mesma forma, se ansiedade e insônia apresentam modelos neurobiológicos compreendidos como distintos atualmente, então a abordagem tradicional de tratar sintomas de ansiedade só serão, na melhor das hipóteses, parcialmente eficazes2,3,7,11.

A insônia é uma característica central dos Transtornos de Ansiedade, e estes, muitas vezes, pioram a qualidade do sono, o que indica o estímulo de um ciclo negativo envolvendo sono e ansiedade. O exame de fatores subjacentes que apoiam a ligação entre ambos sugere um circuito neurobiológico compartilhado e talvez de reforço mútuo da insônia e da ansiedade com riscos bidirecionais. A insônia como comorbidade da ansiedade é um indicador de aumento da morbidade e baixa resposta ao seu tratamento.


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Referências:

  1. WHO. Mental health action plan 2013- 2020. 2013. p. 1e48.
  2. Glidewell, R. N., Botts, E. M., & Orr, W. C. (2015). Insomnia and anxiety: diagnostic and management implications of complex interactions. Sleep Medicine Clinics10(1), 93-99
  3. Chellappa SL, Aeschbach D. Sleep and anxiety: from mechanisms to interventions. Sleep Med Rev 2022; 101583
  4. American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.
  5. American Academy of Sleep Medicine (AASM). International Classification of Sleep Disorders. 3rd ed. Darien, IL: AASM; 2014.
  6. National Institutes of Health. (2005). National Institutes of Health State of the Science Conference statement on manifestations and management of chronic insomnia in adults, June 13-15, 2005. Sleep28, 1049-1057.
  7. Ford DE, Kamerow MD. Epidemiologic study of sleep disturbances and psychiatric disorders. JAMA 2019, 262: 1479–1484.
  8. Kalmbach DA, Cuamatzi-Castelan AS, Tonnu CV, Tran KM, Anderson JR, Roth T, et al. Hyperarousal and sleep reactivity in insomnia: current insights. Nat Sci Sleep 2018;10:193e201.
  9. Bonnet MH, Arand DL. Hyperarousal and insomnia: state of the science. Sleep Med Rev 2010;14(1):9e15.
  10. Straus LD, Acheson DT, Risbrough VB, Drummond SPA. Sleep deprivation disrupts recall of conditioned fear extinction. Biol Psychiatr Cogn Neurosci Neuroimag 2017;2(2):123e9.
  11. Hefti K, Holst SC, Sovago J, Bachmann V, Buck A, Ametamey SM, et al. Increased metabotropic glutamate receptor subtype 5 availability in human brain after one night without sleep. Biol Psychiatr 2013;73(2):161e8.
  12. Elmenhorst D, Kroll T, Matusch A, Bauer A. Sleep deprivation increases cerebral serotonin 2A receptor binding in humans. Sleep 2012;35(12):1615e23.
  13. Frick A, Ahs F, Engman J, Jonasson M, Alaie I, Bjorkstrand J, et al. Serotonin synthesis and reuptake in social anxiety disorder: a positron emission tomography study. JAMA Psychiatr 2015;72(8):794e802.
  14. Hjorth OR, Frick A, Gingnell M, Hoppe JM, Faria V, Hultberg S, et al. Expression and co-expression of serotonin and dopamine transporters in social anxiety disorder: a multitracer positron emission tomographystudy. Mol Psychiatr 2021;26(8):3970e9
  15. van Calker D, Biber K, Domschke K, Serchov T. The role of adenosine receptorsin mood and anxiety disorders. J Neurochem 2019;151(1):11e27
  16. Wassing R, Schalkwijk F, Lakbila-Kamal O, Ramautar JR, Stoffers D, Mutsaerts H, et al. Haunted by the past: old emotions remain salient in insomnia disorder. Brain 2019;142(6):1783e96
  17. Ben Simon E, Rossi A, Harvey AG,Walker MP. Overanxious and underslept. Nat Hum Behav 2020;4(1):100e10.


5 de fevereiro de 2021 Todos

Dormir bem é essencial para a manutenção da saúde, bem-estar e qualidade de vida. Mais do que proporcionar o descanso e recarregar as energias para o dia seguinte, o sono traz benefícios como a prevenção da irritabilidade, melhora significativa do humor, relaxamento muscular, otimização da memória e capacidade de concentração, diminuição da ansiedade e controle do peso.

Infelizmente, nem todas as pessoas conseguem dormir bem e ter um sono reparador. Muitas delas sofrem com distúrbios como as Parassonias, Síndrome das Pernas Inquietas, Apneia Obstrutiva do Sono e Insônia. Por falar em insônia, você sabia que existe mais de um tipo? Leia o texto e confira como esse transtorno do sono é dividido.

Insônia transitória

A insônia transitória também é aquela que todo mundo já sofreu um dia. Esse tipo possui curta duração e não costuma exceder mais de um mês de episódios insones. Geralmente ela ocorre por causa do estresse, preocupação e ansiedade decorrentes de fatos isolados, como provas, viagens e eventos importantes.

Na insônia transitória, o indivíduo passa horas acordado, pensando em suas questões, até conseguir, finalmente, pegar no sono. A melhor forma de tratar essa categoria do problema é ir direto à sua raiz, adotando estratégias para diminuir a ansiedade, estresse e preocupação. Não é tão preocupante, justamente por ser temporária.

Insônia Aguda

A insônia aguda, ou de manutenção, é desencadeada por fatores emocionais. Mais intensa do que o tipo anterior, ela dura entre quatro e seis semanas, podendo se prolongar por mais tempo.

Além da típica dificuldade para dormir e manter o sono, a insônia aguda apresenta sinais como falta de energia, baixa concentração, dor de cabeça e desmotivação. É importante ficar atento a esses sintomas para proporcionar o diagnóstico e tratamento adequados.

Insônia crônica

Conhecida como insônia terminal, este tipo do problema é mais longo, já que a duração passa de 6 semanas. Nesse caso, a pessoa tem dificuldades sérias para pegar no sono, suas noites são agitadas e é bem comum que ela acorde muito cedo e não consiga voltar a dormir.

Se você passa por isso há algum tempo, é indispensável procurar o auxílio de profissionais especializados em psiquiatria e medicina do sono.

Como tratar os tipos de insônia?

O primeiro passo é buscar auxílio médico para identificar se a causa da insônia é psicológica, respiratória, neurológica, etc. Com base no diagnóstico, o especialista poderá indicar a mudança de hábitos, medicação e terapias alternativas.

Para amenizar os sintomas, é preciso também melhorar a higiene do sono, o que inclui as seguintes atitudes:

  • Estabelecer uma rotina com horários bem definidos para dormir e acordar;
  • Apagar as luzes e priorizar um ambiente silencioso para dormir;
  • Usar um colchão de qualidade, com densidade adequada;
  • Utilizar lençóis e cobertores limpos e agradáveis ao toque;
  • Eliminar distrações como televisores, celulares e tablets na hora de dormir;
  • Evitar alimentos pesados ou estimulantes perto do momento de ir para cama.

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1 de janeiro de 2021 Todos

Explicando os conceitos de ansiedade e insônia

Não. Sim. Pode ser… Mas o que é bom para a ansiedade também é bom para insônia. Será? A ansiedade noturna é sinônimo de “ansiedade que aparece à noite”. Nossa, Aline, eu não poderia morrer sem esta “grande definição”. Desculpa, amigx, mas é isto mesmo: a ansiedade noturna é a ansiedade que ocorre à noite. Ela está associada à insônia? Muitas vezes. A falta de sono pode gerá-la? Não tenho dúvidas.

Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?

Essa é a pergunta de $1,000,000,000 – quem veio primeiro: a ansiedade ou a insônia? Vou deixar de lado este paradoxo da Teoria da Evolução e voltar para o tema que com certeza te trouxe a este texto:

Por que a ansiedade vem no período noturno?

  • “À noite todos os gatos são pardos?” (Anônimo)
  • “(…) Eu faço samba e amor a noite inteira / Não tenho a quem prestar satisfação (…) ? (Chico Buarque)
  • “(…) Minha cabeça é pior / Durante a noite / Porque ela fala mais alto / E tem muitas certezas (…) ? (Clarisse Falcão)

– Eu luto contra ou fujo da ansiedade noturna?

Primeiro, a ansiedade é o famoso estado de “luta e fuga”. Este definição da ansiedade foi originariamente descrito pelo fisiologista  Walter_Bradford_Cannonnon  em 1927.

Longos anos depois, em 1995, Arthur S. P. Jansen, Arthur D. Loewy e colegas publicaram, na prestigiada revista científica Science, o artigo “Central Command Neurons of the Sympathetic Nervous System: Basis of the Fight-or-Flight Response.

O grupo de pesquisa acima pôde investigar e estudar a partir (re)evolução técnica do último século e descrever os complexos mecanismos envolvidos no “lutar ou fugir”. “Lutar” ou “fugir” não escolhas tão elaboradas quanto de fato poderiam ser. Sim, podemos treinar estes impulsos.

Como resultado, nos dias atuais, está bastante claro estruturas como sistema nervoso central, autônomo, neurônios, neurotransmissores, etc e a regulação que promovem em vários órgãos, músculos, glândulas, etc, etc, etc..

– Eu sofro com ansiedade noturna!

Infelizmente sofrer é tudo aquilo que é sentido como desagradável físico e emocionalmente.

E, acrescento, é:

  1. sentir dor física ou moral; padecer.”s. a dor da dúvida”;
  2. ter, sentir os sintomas.”s. de asma”;
  3. ser acometido de doença (em algum órgão).”s. do coração”;
  4. experimentar com resignação e paciência; suportar, tolerar, aguentar”; sofre injúrias e cala-se”‘
  5. não evitar ou criar impedimento para; admitir, aceitar.”falou num tom que não sofria réplica”;
  6. passar por, experimentar.”o texto sofreu várias alterações”;
  7. ter danos ou prejuízos; decair, degradar, perder.”com a falta de chuva, a agricultura sofre”.

Todas as afirmativas acima são verdadeiras sobre ansiedade noturna

Escolher o que se faz à noite, por que se faz e para que se faz qualquer coisa no período noturno, além de entender por que nos sentimos ansiosos em resposta a essas escolhas são questões importante de estar claras para qualquer pessoa… na maioria das vezes, eu acho.

Do contrário, não ter domínio, possibilidade de escolha ou capacidade de tomar outro caminho nas ruminações emocionais ou rotinas que nos geram ansiedade, gera “freezing”, congelamentoe, etc.

E o que fazer então com a Ansiedade é a Insônia?

Isto bem definido, “desligar para uma uma noite de sono” e colocar prática e tentar colocá-las em ação torna o trabalho difícil e um trabalho mais fluido.

Ainda quer saber mais sobre tratamentos / hábitos e intervenções no tratamento da ansiedade noturna e distúrbios do sono? Dá uma olhada aqui no Blog!

#tamojunto



A musicoterapia consiste no ato de usar sons, melodias e instrumentos como ferramentas de tratamento. Os primeiros estudos científicos sobre a eficácia da musicoterapia ocorreram no estado de Michigan, nos Estados Unidos da América, no ano de 1944. Poucos anos depois, em 1950, foi criada a Associação Nacional para Musicoterapia, nesse mesmo país. 

Em 1968, na Argentina, realizou-se a Primeira Jornada Latino-Americana de Musicoterapia. No contexto da saúde mental brasileira, pode-se ressaltar a utilização do Modelo Psicanalítico de Musicoterapia por Mary Priestley, criado na década de 1970, o qual associava momentos de música e de reflexão. 

Apesar de já ser realizada há muito tempo e de ser reconhecida internacionalmente, a musicoterapia ainda é pouco conhecida e pouco difundida nos meios de comunicação. Com o propósito específico de auxiliar nos transtornos mentais, este texto explica mais profundamente como essa modalidade pode ser usada.

Como a musicoterapia atua na saúde mental?

Por meio da interação entre o músico terapeuta e os pacientes, há estímulo de circuitos neuronais em que os medicamentos não conseguem atuar de forma plena.

Com isso, várias sinapses são ativadas, gerando respostas tanto psíquicas quanto motoras, ocasionando melhora dos padrões comportamentais e de movimento. 

Como a musicoterapia auxilia nos diversos tipos de transtornos mentais? 

O estresse, as cobranças e o estilo de vida modernos estão gerando pessoas cada vez mais ansiosas e depressivas. Em 2020, haverá mais pessoas com transtorno depressivo do que com pressão alta. Com o intuito de ajudar quem sofre de transtornos mentais, a musicoterapia pode atuar de modo a acalmar e a conectar as pessoas ao momento presente, esquecendo as preocupações tão intensas. 

Indivíduos com transtorno de humor grave, bipolaridade, esquizofrenia, por exemplo, sofrem muito preconceito, sendo taxados de loucos e incapazes. Eles devem ter tratamento em serviços de atenção específica, como CAPS (centro de atenção psicossocial), a fim de que haja união entre o tratamento farmacológico e os demais.

As oficinas terapêuticas são ferramentas de ajuda para esses indivíduos. São utilizadas diversas maneiras para reintegrá-los à esfera social. Existem, por exemplo, oficinas de plantação, em que é ensinado como plantar hortaliças e como vendê-las nas feiras locais. Assim, desvincula-se o indivíduo do conceito de louco, como aquele que não consegue realizar algum trabalho. Ao mesmo tempo, o insere no meio social próximo.

De modo semelhante, a oficina terapêutica pode usar a música como ferramenta de tratamento. Ao se ensaiar uma apresentação musical e apresentá-la para diversas pessoas, como cantatas de datas comemorativas, por exemplo, os indivíduos deixam de ocupar a típica posição de exclusão e passam a ser protagonistas da vida.

A dependência de substâncias psicoativas também é um transtorno mental que atrapalha a vida de diversas famílias. Ao buscar a droga, geralmente, a pessoa procura uma sensação de bem-estar e de prazer. A música age em terminações neuronais semelhantes às que essas substâncias agem, como ocitocina, por exemplo.

Assim, ao cantar ou ouvir uma música, o indivíduo experimenta boas lembranças e sensações agradáveis. Com o passar do tempo, o dependente químico pode associar que outras coisas na vida geram bem-estar, como a música, um alimento saboroso, a família etc.. Com isso, ele deixa em segundo plano a droga, uma vez que os prejuízos relacionados a ela são bem maiores do que o prazer momentâneo gerado. 

Música: vamos utilizá-la?

O som está presente na vida da humanidade desde os primórdios da história. É por meio do som que conseguimos nos comunicar. A música não precisa de técnicas avançadas, como nas demais artes. Pelo contrário. É necessário apenas espontaneidade e movimento. A partir da acústica, o ser humano é capaz de criar. Criar significados, sentimentos, territórios. 

Dito isso, percebe-se que a musicoterapia se torna um momento de expressão de sentimentos e de gestos. Ela se torna parte fundamental para o tratamento em saúde mental, auxiliando os medicamentos. Para maiores informações, consulte um médico especialista. Ele poderá ajudá-lo de forma individualizada. 


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15 de agosto de 2019 Todos

Quando o indivíduo reclama da quantidade ou da qualidade do sono e tem dificuldade de começar a dormir; tem grande esforço para manter o sono, acordando várias vezes; ou acorda muito antes do horário desejado, diz-se que ele tem insônia. Ela pode ser transitória, com alguns poucos episódios, ou persistente. No último caso, ela pode ser um dos fatores do desenvolvimento de depressão no indivíduo insone. 

Por si só, a insônia pode ser uma condição patológica (doença). Contudo, mais comumente, ela se caracteriza como sintoma de outra patologia de base, como síndrome de apneia obstrutiva do sono, depressão, ansiedade, Jet lag após viagem ao exterior, dentre outras

De acordo com um estudo da consultoria Gallup, nos Estados Unidos, cerca de 45% da população adulta desenvolve episódios de insônia grave ao longo de 1 ano. No entanto, desses, a maioria resolve os sintomas espontaneamente ou com tratamento.

Ainda assim, 9% se mantêm com insônia crônica, gerando grande comorbidade na vida e nas atividades de rotina. No grupo dos indivíduos com insônia crônica, é extremamente comum a automedicação com fármacos sem prescrição, álcool ou ambos, o que piora ainda mais a condição de falta de sono. 

Insônia e depressão estão fortemente interligadas. A privação de sono pode gerar sintomas depressivos e até ideação suicida, bem como ser fator de risco para episódios depressivos recorrentes. Em contrapartida, a depressão pode causar insônia, principalmente aquela em que a pessoa acorda antes do horário habitual. 

Sintomas gerais da depressão

De modo geral, os episódios depressivos são caracterizados por tristeza profunda, perda de interesse por atividades diárias e de prazer, ausência de sensação de bem-estar. Em associação, podem ser incidentes:

  • angústia profunda;
  • abuso de álcool e outras drogas;
  • dificuldade de concentração e de raciocínio;
  • insônia; 
  • alteração do apetite;
  • diminuição do interesse sexual;
  • dor física;
  • tentativa de autoextermínio. 

Alteração do sono na depressão

Há diversos mecanismos fisiológicos para a indução e manutenção de um sono tranquilo. Por exemplo, pode-se citar o cortisol e a melatonina que são liberados no momento correto para que haja o ciclo sono-vigília, isto é, momento correto em que a pessoa deve dormir e despertar. Nos indivíduos com depressão, é comum que esses mecanismos estejam deficientes. Com isso, a indução do sono pode ocorrer depois do horário biológico. Assim, a pessoa dorme mais tarde e acorda mais cedo. 

O sono comum é subdividido em sono REM e sono não REM. Na fase REM ocorre o início da indução do sono e deve ter uma duração mais curta. Na depressão, contudo, ela se prolonga, acarretando despertares noturnos constantes. Por sua vez, o sono não REM é aquele que realmente descansa a pessoa, mas, nos depressivos, ele está alterado. Com isso, a pessoa dorme, porém, permanece cansada e fadigada. É extremamente comum a ocorrência de pesadelos e sonhos muito vívidos em pessoas depressivas, fato que também contribui para a perda de sono à noite.

Insônia e depressão 

Pode não parecer, mas o processo de dormir é complexo, envolvendo fatores biológicos e comportamentais. Qualquer desequilíbrio entre esses fatores pode desencadear tanto a insônia quanto a depressão. Por isso, essas duas patologias estão interligadas. Desse modo, tanto a insônia pode gerar ou piorar os sintomas depressivos, quanto ela própria pode ser a evidência de que a pessoa está com depressão. 

Para que você possa ter uma avaliação correta e um diagnóstico bem feito, é fundamental procurar um médico especialista. Não deixe que a insônia e as noites mal dormidas te atrapalhem ou sejam âncoras de doenças, como a depressão.


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30 de setembro de 2018 Todos

A insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade de dormir ou permanecer dormindo. Trata-se de um problema bastante comum, que afeta cerca de 40% dos brasileiros.

Embora muitas pessoas encarem a insônia como algo normal e inofensivo, quando a pessoa dorme menos do que precisa, a privação do sono pode produzir efeitos danosos como mau humor, baixa concentração, dificuldades de raciocínio, queda na energia, descontrole no apetite, perda de equilíbrio, alterações na pele, prejuízos na produtividade, entre outras consequências nocivas.

Em vários casos, a insônia é um sintoma de que algo não vai bem e de que um problema mais sério está acontecendo. Descubra quando a insônia está relacionada a uma condição física ou mental mais grave.

Ansiedade

As preocupações excessivas com as pendências no trabalho, responsabilidades domésticas, mudanças de rotina e outras situações geradoras de ansiedade podem acabar tirando o seu sono.

Apesar de muitos indivíduos não darem importância à ansiedade, quando ela é excessiva e descontrolada, pode prejudicar – e muito – a saúde de modo geral, pois pode desencadear problemas seríssimos, como por exemplo, a dependência química.

Depressão

A depressão é um transtorno psiquiátrico grave, associado a um estado de profunda tristeza, melancolia e desânimo. Além disso, pessoas depressivas podem apresentar irritabilidade, agressividade e, até mesmo, comportamento suicida. Um dos sintomas de depressão é justamente a insônia. 

Problemas hormonais

O desequilíbrio hormonal é uma das causas de insônia. Os hormônios influenciam no sono, sobretudo no gênero feminino, já que as variações hormonais típicas do período menstrual e da menopausa podem interferir na capacidade de dormir. Além disso, desequilíbrios na produção de melatonina, cortisol, TSH, T4 livre, adrenalina, noradrenalina e GH também têm relação com a ocorrência de insônia.

Estresse

O trânsito caótico, o excesso de compromissos, as pressões profissionais, a sobrecarga de trabalho e os problemas de relacionamento são fatores estressantes, que podem comprometer a qualidade do sono do indivíduo, impedindo-o de dormir bem e ininterruptamente. Sendo assim, o estresse cotidiano é uma das causas de insônia.

Deficiência imunológica

A falta do sono de qualidade gera estresse intenso e isso aumenta a produção de adrenalina e cortisol, hormônios relacionados à tensão. Essas substâncias reduzem a ação do sistema imune e abrem espaço para infecções variadas, complicações digestivas e cardíacas. Além disso, dormir pouco influencia na eliminação de radicais livres, responsáveis pela prevenção do envelhecimento precoce e doenças crônicas. Em outras palavras, a insônia impacta nossas defesas corporais e está intimamente ligada ao bom funcionamento do sistema imunológico.

Condições médicas

Dores crônicas, problemas respiratórios, incontinência urinária ou fecal, artrite, câncer, doenças pulmonares, insuficiência cardíaca, refluxo gastroesofágico, distúrbios na tireoide, AVC, Alzheimer e Parkinson podem ser as causas da dificuldade para pegar no sono ou se manter dormindo.

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    Médica graduada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria Universidade Federal do Rio de Janeiro.


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