saúde mental / Dra Aline Rangel


A musicoterapia consiste no ato de usar sons, melodias e instrumentos como ferramentas de tratamento. Os primeiros estudos científicos sobre a eficácia da musicoterapia ocorreram no estado de Michigan, nos Estados Unidos da América, no ano de 1944. Poucos anos depois, em 1950, foi criada a Associação Nacional para Musicoterapia, nesse mesmo país. 

Em 1968, na Argentina, realizou-se a Primeira Jornada Latino-Americana de Musicoterapia. No contexto da saúde mental brasileira, pode-se ressaltar a utilização do Modelo Psicanalítico de Musicoterapia por Mary Priestley, criado na década de 1970, o qual associava momentos de música e de reflexão. 

Apesar de já ser realizada há muito tempo e de ser reconhecida internacionalmente, a musicoterapia ainda é pouco conhecida e pouco difundida nos meios de comunicação. Com o propósito específico de auxiliar nos transtornos mentais, este texto explica mais profundamente como essa modalidade pode ser usada.

Como a musicoterapia atua na saúde mental?

Por meio da interação entre o músico terapeuta e os pacientes, há estímulo de circuitos neuronais em que os medicamentos não conseguem atuar de forma plena.

Com isso, várias sinapses são ativadas, gerando respostas tanto psíquicas quanto motoras, ocasionando melhora dos padrões comportamentais e de movimento. 

Como a musicoterapia auxilia nos diversos tipos de transtornos mentais? 

O estresse, as cobranças e o estilo de vida modernos estão gerando pessoas cada vez mais ansiosas e depressivas. Em 2020, haverá mais pessoas com transtorno depressivo do que com pressão alta. Com o intuito de ajudar quem sofre de transtornos mentais, a musicoterapia pode atuar de modo a acalmar e a conectar as pessoas ao momento presente, esquecendo as preocupações tão intensas. 

Indivíduos com transtorno de humor grave, bipolaridade, esquizofrenia, por exemplo, sofrem muito preconceito, sendo taxados de loucos e incapazes. Eles devem ter tratamento em serviços de atenção específica, como CAPS (centro de atenção psicossocial), a fim de que haja união entre o tratamento farmacológico e os demais.

As oficinas terapêuticas são ferramentas de ajuda para esses indivíduos. São utilizadas diversas maneiras para reintegrá-los à esfera social. Existem, por exemplo, oficinas de plantação, em que é ensinado como plantar hortaliças e como vendê-las nas feiras locais. Assim, desvincula-se o indivíduo do conceito de louco, como aquele que não consegue realizar algum trabalho. Ao mesmo tempo, o insere no meio social próximo.

De modo semelhante, a oficina terapêutica pode usar a música como ferramenta de tratamento. Ao se ensaiar uma apresentação musical e apresentá-la para diversas pessoas, como cantatas de datas comemorativas, por exemplo, os indivíduos deixam de ocupar a típica posição de exclusão e passam a ser protagonistas da vida.

A dependência de substâncias psicoativas também é um transtorno mental que atrapalha a vida de diversas famílias. Ao buscar a droga, geralmente, a pessoa procura uma sensação de bem-estar e de prazer. A música age em terminações neuronais semelhantes às que essas substâncias agem, como ocitocina, por exemplo.

Assim, ao cantar ou ouvir uma música, o indivíduo experimenta boas lembranças e sensações agradáveis. Com o passar do tempo, o dependente químico pode associar que outras coisas na vida geram bem-estar, como a música, um alimento saboroso, a família etc.. Com isso, ele deixa em segundo plano a droga, uma vez que os prejuízos relacionados a ela são bem maiores do que o prazer momentâneo gerado. 

Música: vamos utilizá-la?

O som está presente na vida da humanidade desde os primórdios da história. É por meio do som que conseguimos nos comunicar. A música não precisa de técnicas avançadas, como nas demais artes. Pelo contrário. É necessário apenas espontaneidade e movimento. A partir da acústica, o ser humano é capaz de criar. Criar significados, sentimentos, territórios. 

Dito isso, percebe-se que a musicoterapia se torna um momento de expressão de sentimentos e de gestos. Ela se torna parte fundamental para o tratamento em saúde mental, auxiliando os medicamentos. Para maiores informações, consulte um médico especialista. Ele poderá ajudá-lo de forma individualizada. 


Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
psiquiatra em São Paulo!



27 de abril de 2020 Ansiedade

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a síndrome do pânico já afeta 4% da população do país. Isso significa que mais de 8 milhões de brasileiros sofrem com o problema.

Ela é um tipo de transtorno de ansiedade em que ocorrem crises inesperadas de medo intenso e desespero de que algo ruim aconteça, sem ter algum motivo ou sinal de perigo aparente.

Pessoas em crises de pânico apresentam pelo menos quatro dos sintomas a seguir: taquicardia, falta de ar, dor ou desconforto no peito, formigamento, tontura, tremores, náusea, desconforto abdominal, visão embaçada, boca seca, dificuldade de engolir, sudorese, ondas de calor ou frio, e sensação de iminência da morte.

A frequência das crises varia de pessoa para pessoa e a duração tem tempo médio de 10 minutos. E não há como prever a chegada de uma.

Nos estágios iniciais do transtorno, não há nada específico capaz de desencadear o problema. Porém, há indícios de que lembrar de ataques de pânico anteriores pode contribuir e levar a uma nova crise.

Diagnóstico

Uma crise isolada ou uma reação de medo intenso diante de ameaças reais não constituem eventos suficientes para o diagnóstico da doença. Para ser diagnosticada como síndrome, as situações abaixo devem ocorrer com o paciente:

 

  • sofrer de ataques de pânico inesperados e frequentes.
  • sentir medo e angústia pela recorrência de um novo ataque e pelas consequências dessa nova crise, como perda de controle, ataque cardíaco ou mudanças súbitas de comportamento.
  • evitar situações que possam desencadear em uma nova crise.
  • não serem causadas por abuso de substâncias.
  • modificar o comportamento, a ponto do estilo de vida ser interferido negativamente.

Tratamento para síndrome do pânico

A boa notícia é que o problema tem cura. O principal objetivo do tratamento é reduzir o número e a intensidade das crises, assim como promover uma recuperação mais rápida.

Após o diagnóstico, o paciente é tratado com uma associação de psicoterapia e medicamentos, que incluem antidepressivos e ansiolíticos. Os medicamentos atuam sobre os desequilíbrios bioquímicos que geram os efeitos físicos associados à doença. Já a psicoterapia trabalha os medos, as fobias, a ansiedade e ajuda a pessoa a mudar a atitude diante dos ataques de pânico.

O tempo de tratamento varia a cada caso, podendo ir de alguns meses a vários anos. Manter o processo pelo período definido com o psiquiatra é fundamental para a cura. Caso contrário, um tratamento interrompido antes do fim pode significar o retorno da doença com intensidade ainda maior.

Também faz parte do tratamento da síndrome do pânico a mudança no estilo de vida, priorizando boa alimentação e a realização de exercícios físicos com frequência. Outra indicação é fazer atividades de lazer, que ajudem a não pensar nos efeitos de um possível ataque de pânico, assim como ações de relaxamento, incluindo massagens e meditação.

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30 de setembro de 2018 Todos

O médico lida diariamente com a saúde dos outros e o seu trabalho está diretamente relacionado com a manutenção da vida e do bem-estar. Teoricamente, eles deveriam ser os primeiros profissionais a cuidarem da própria integridade física e mental, mas por que será que, atualmente, a classe médica tem sofrido tanto com transtornos de ordem psíquica?

Os plantões exaustivos, a carga horária intensa, as pressões profissionais, as situações de estresse extremo, a perda de pacientes, a privação do sono, o sentimento de impotência, o medo de falhar, o ambiente hostil dos hospitais e as condições, muitas vezes precárias de trabalho, são algumas das causas de transtornos mentais entre médicos.

Incrivelmente, problemas como depressão, dependência química, ansiedade e síndrome de burnout são muito comuns na classe médica. Também são frequentes, os casos de suicídio entre esses profissionais. Só para ter ideia, a taxa de suicídio entre médicos é cinco vezes maior do que a população geral. Diante desse quadro, é importante adotar medidas para promover saúde, prevenir condições que geram adoecimento emocional e eventuais desfechos trágicos dessa condição. Veja a seguir como os médicos podem cuidar da própria saúde mental.

Fique atento aos sinais físicos e mentais

Sintomas psicológicos, somáticos e comportamentais decorrentes do estresse emocional crônico do médico podem aparecer, comprometendo assim a qualidade de vida e a atuação profissional.

O esgotamento físico, as alterações de humor, os atrasos constantes, o desleixo com a aparência e a saúde, agressividade, ausências no trabalho, isolamento social, pessimismo, baixa autoestima e dificuldade de concentração são sinais que indicam que algo está errado e é hora de intervir.

Outras manifestações que podem acontecer são as dores de cabeça, palpitação, sudorese, pressão alta, tensão muscular, insônia, problemas respiratórios e distúrbios gastrintestinais. Preste atenção a esses sintomas!

Busque auxílio psiquiátrico

Boa parte da sociedade rotula os médicos como heróis inabaláveis. É difícil pensar em um médico doente, mas esse profissional é um ser humano como qualquer outro e está sujeito a dores e feridas físicas e emocionais.

Nem sempre o médico consegue se cuidar e se curar sozinho. Em muitos casos, ele também precisa de ajuda para se tratar. É por isso que, ao perceber mudanças nos sentimentos, pensamentos e comportamentos, o médico deve buscar auxílio psiquiátrico.

Um bom especialista é capaz de diagnosticar o problema, ajudar o paciente a entender sua condição e encontrar o melhor tratamento para reverter a situação. Quando se trata de transtornos mentais, geralmente a intervenção pode incluir o uso de medicamentos e a realização de sessões de psicoterapia.

Não se isole

Não sofra sozinho! Médicos não são autossuficientes. Por mais que sejam profissionais sábios, experientes e preparados para cuidar do outro, nem sempre conseguem curar a si mesmos.

Quando há um transtorno mental, eles devem procurar não apenas com um colega psiquiatra, mas também devem buscar apoio na família e nos amigos. O isolamento só tende a agravar o problema.

Melhore a sua qualidade de vida

Não há saúde mental sem qualidade de vida. Nem só de trabalho vive o médico! Realmente, esse profissional está exposto a diversas condições desfavoráveis para a saúde mental, no entanto, é possível encontrar o equilíbrio e obter mais qualidade de vida, evitando assim problemas sérios, como por exemplo, a depressão, doença que atinge 1 em cada 4 médicos.

Para tanto, reserve um tempo para si mesmo, alimente-se adequadamente, pratique exercícios físicos, aproveite as folgas, durma bem, organize seus horários, evite dobrar plantões, tenha uma vida social ativa e não leve as preocupações do trabalho para casa.

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10 de março de 2018 Todos

Cuidar da saúde da mente é tão importante quanto cuidar da saúde do corpo, afinal, para ter uma vida plena, feliz e equilibrada, é fundamental que haja bem-estar físico e mental. Na verdade, a saúde mental influencia diretamente na saúde física, uma vez que ambas estão relacionadas.

É comum que pessoas com a saúde mental debilitada tenham mais dificuldade para cuidar do corpo e vice-versa. Para que isso não ocorra com você, confira uma lista com dicas valiosas para melhorar a saúde da sua mente.

Corrija a sua postura ao andar

Procure mudar a sua forma de andar. Alinhe os ombros, erga a cabeça e olhe para frente! Uma pesquisa conduzida pelo Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry chegou à conclusão de que andar com a cabeça baixa e os ombros caídos pode impactar negativamente a saúde mental, produzindo efeitos como mau humor e baixa aceitação social.

Durma bem

O sono de qualidade é essencial. Uma boa noite de sono é capaz de melhorar o humor, controlar a ansiedade, prevenir o estresse, aumentar a concentração e turbinar a disposição. Por outro lado, estudos recentes apontaram que a privação do sono pode ocasionar a morte de parte dos neurônios.

Cuide da sua aparência

A aparência não é tudo, mas se sentir bonito gera a sensação de prazer e autoconfiança, além de fazer bem para o humor. Lembre-se que você é a pessoa mais importante do mundo e, por mais que você tenha múltiplas tarefas a cumprir na agenda, é necessário encontrar um espaço em meio à rotina agitada para dedicar tempo a si mesmo.

Pratique exercícios físicos

Para manter a mente em dia, o corpo também precisa estar em dia, concorda? A prática de exercícios, além de promover o bem-estar físico, diminui em 19% o risco de depressão e estresse. Em outras palavras, as atividades físicas contribuem efetivamente na promoção de uma vida mais leve e feliz, portanto mexa-se mais.

Não procrastine

Deixar para amanhã o que pode ser feito hoje é um péssimo hábito. Não importa se a tarefa é trabalhosa demais ou entediante, o fato é que, se ela é necessária e de sua responsabilidade, deve ser feita dentro do prazo. Não evite o inevitável nem adie o inadiável. A procrastinação atrasa a vida e pode fazer com que você se sinta frustrado.

Cultive relacionamentos saudáveis

Seja no convívio profissional seja, nas relações amorosas, na família ou no campo da amizade, tente cultivar relacionamentos verdadeiramente saudáveis. Eles fazem muito bem para a mente! Sentir-se amado, querido e respeitado é determinante para quem deseja levar uma vida prazerosa e tranquila.

Aprenda coisas novas

Assim como o corpo precisa ser estimulado, a mente também deve ser exercitada por meio de novas aprendizagens. Não estagne nem se acomode! Busque aprender outras atividades, absorver diferentes conhecimentos e desenvolver habilidades distintas. Isso vai fazer com que o seu cérebro se mantenha ativo e seja capaz de criar novas conexões.

Alimente-se de forma equilibrada

O que você coloca no prato também tem a ver com a saúde mental. Alguns alimentos podem aumentar o grau de energia, otimizar a concentração e minimizar os riscos de problemas como estresse, ansiedade e depressão. São eles: abacate, grãos integrais, banana, oleaginosas, peixes e cenoura. Já o consumo de cafeína e bebidas alcóolicas deve ser moderado, para não causar danos à mente.

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