Todos / Dra Aline Rangel


10 de março de 2022 Todos

A compulsão é o quarto diagnóstico psiquiátrico mais comum no mundo. Motivo de preocupação entre quem convive com pessoas compulsivas e objeto de interesse dos pesquisadores da área, ela deve ser discutida e tratada com empatia e responsabilidade.

Os variados tipos de compulsão acometem boa parte da população mundial. Bilhões de pessoas não conseguem controlar os impulsos e se rendem às vontades, dando lugar a diferentes formas desse transtorno. 

Afinal de contas, o que é compulsão?

É um transtorno emocional caracterizado por hábitos específicos, que são repetidos excessivamente pelo indivíduo compulsivo. A repetição acontece até mesmo quando a ação é inconveniente e traz prejuízos à pessoa.

Quem sofre desse transtorno desenvolve um mecanismo inconsciente para obter alívio ou prazer imediato. A sensação de bem-estar é uma espécie de recompensa, que faz com que ele repita o comportamento, até que isso se torne compulsão.

Os sintomas mais frequentes do problema são os seguintes:

  • dificuldade para controlar a própria vontade;
  • alívio no momento em que cede a essa vontade;
  • culpa e vergonha depois dos episódios compulsivos;
  • mentiras sobre o comportamento;
  • irritação quando não consegue praticar o ato compulsivo;
  • pensamento obsessivo sobre o assunto;
  • utilização massiva da palavra “preciso”.

Compulsão alimentar

Essa é uma das mais frequentes formas do transtorno diagnosticadas nos consultórios psiquiátricos. Pessoas que a apresentam sentem a necessidade de comer, ainda que não estejam com fome, o que as leva a consumir grandes quantidades de alimento em um curto período de tempo.

Pode ser decorrente de distúrbios de percepção da própria imagem, problemas de ordem emocional, estresse, ansiedade e dietas realizadas de forma inadequada. Nesse último caso, a privação de determinados alimentos pode desencadear a vontade incontrolável de comer, mesmo que já se esteja saciado.

Compulsão por compras

Também conhecida como oniomania, geralmente essa forma do problema vem acompanhada de estresse ou ansiedade. O hábito de comprar descontroladamente pode causar sérios danos sociais ao indivíduo compulsivo, pois ele chega a deixar de adquirir o essencial para gastar com itens supérfluos.

Os shopaholics, ou consumidores compulsivos, já são 3% da população mundial, e esse número tende a aumentar. Aqueles que compram de maneira compulsiva costumam esconder as novas compras da família e mentir sobre os valores gastos na aquisição dos produtos. Além disso, compradores compulsivos ficam muito empolgados e eufóricos durante as compras. Conhece alguém assim?

Compulsão por exercícios físicos

Apresenta também o nome de vigorexia, como preferir, e é um transtorno resultante da distorção de imagem. Nesse tipo de transtorno, a pessoa enxerga o corpo menor do que é, e isso o leva a praticar atividades físicas compulsivamente.

Em casos mais graves, o indivíduo com vigorexia além de praticar exercícios de forma exagerada, também recorre a anabolizantes e promove o culto excessivo ao corpo, deixando de lado as outras áreas da vida.

Compulsão por trabalho

O workaholic, também chamado de trabalhador compulsivo, é alguém que trabalha sem parar. O termo se aplica a alguém que gosta muito do trabalho que realiza ou a pessoas que simplesmente se sentem obrigadas a trabalhar.

O profissional com esse problema tem uma visão distorcida do descanso e do lazer, o que faz com que ele pense em trabalhar até mesmo nos momentos de folga ou quando está comendo, por exemplo. Para completar, ele pode se tornar agressivo, competitivo e desenvolver problemas físicos, como gastrite e doenças cardiovasculares.

Compulsão por jogos

Os famosos jogos de azar, como caça-níqueis, bingo, jogos de carta e loteria podem causar compulsão em aproximadamente 2% da população brasileira. Semelhante a vícios como tabagismo e alcoolismo, essa expressão do problema precisa ser tratada.

O comportamento exagerado e repetitivo por jogos é visto com muito preconceito pela sociedade, mas, assim como outras doenças compulsivas, é necessário recorrer à ajuda psiquiátrica para combatê-lo.

Compulsão por sexo

Essa manifestação do transtorno é bem diferente de gostar muito de sexo. Nela, o indivíduo tem comportamentos sexuais exagerados, como se masturbar excessivamente, ter múltiplos parceiros ocasionais e fazer uso diário de pornografia.

O compulsivo sexual não resiste aos desejos e pensamentos eróticos. Ele sente que precisa saciar imediatamente a vontade, não importando como, onde e com quem. Para quem gosta de fazer sexo, mas sem compulsão, essas questões importam.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


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15 de fevereiro de 2022 Todostranstorno bipolar

Quando falamos em episódios de mania, estamos nos referindo a uma manifestação característica do Transtorno Bipolar. O transtorno bipolar é uma condição crônica de saúde mental caracterizada por oscilações extremas de humor que alternam entre períodos de mania e depressão. Enquanto a depressão é mais conhecida, a mania é um aspecto crucial do transtorno bipolar que ainda é muito mal compreendido pela população de forma geral. Todo e qualquer episódio de oscilação do humor, seja no contexto de um conflito emocional grave (p.ex.: após uma separação conjugal) ou de outros transtornos psiquiátricos (p.ex.: Transtorno de Personalidade Borderline), criam crenças equivocadas de que “essa pessoa é bipolar”.

A frequência das crises maníacas varia de acordo com o quadro instalado, conjuntura psicossocial e adesão adequada ao tratamento deste transtorno. Da mesma forma, a gravidade da situação pode variar.

Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre os episódios de mania, para que amigos, parentes e pessoas próximas a indivíduos bipolares consigam identificar oscilações de humor e auxiliar quando necessário. Confira, a seguir.

Episódios de mania: como são diagnosticados?

O humor elevado ou irritável pode ser classificado como mania ou hipomania, dependendo da gravidade e da presença de sintomas psicóticos. O humor elevado ou irritável grave, associado ou não a sintomas psicóticos, que causam mudanças no comportamento e funcionalidade do indivíduo, é classificado como mania. A duração do estado maníaco deve ser de pelo menos uma semana, com humor elevado ou irritabilidade presente na maior parte do dia, quase todos os dias. O critério de duração mínima é dispensável se a hospitalização for necessária.

Na hipomania, as elevações de humor e as perturbações comportamentais/funcionais são menos graves e de menor duração do que no estado maníaco (consecutivos quatro dias), o que geralmente não requer atendimento médico. No entanto, a hipomania pode evoluir para mania. 

Deve-se observar que a presença de sintomas psicóticos é sempre indicativa de uma condição grave e, mesmo que os outros sintomas de ativação não sejam tão proeminentes, isso automaticamente exclui a possibilidade de um episódio hipomaníaco. Esse é um erro frequentemente cometido em clínicas psiquiátricas, principalmente por profissionais menos experientes.

Episódios de mania: é possível prevê-los?

Não necessariamente. Alguns são engatilhados por situações específicas e outros acontecem de forma abrupta.

O primeiro indício de que o paciente está passando por um episódio de mania é a alteração no comportamento interpessoal, como:

  • Aumento de energia;
  • Diminuição da necessidade de sono;
  • Necessidade de falar ou se movimentar.

Esses são alguns dos elementos que podem ajudar a identificar uma mudança significativa de humor. A irritabilidade, que pode aparecer diante de uma negativa, ou sem motivos aparentes, também indica a presença de um componente distinto no comportamento da pessoa bipolar.

Outros sintomas de episódios de mania

  • .A sensibilidade também pode estar presente e pode vir acompanhada de sudorese, sentimento de nervosismo, pensamento acelerado e boca seca.
  • Não é incomum também que, durante um episódio de mania, o indivíduo fale depressa e sobre muitos assuntos diferentes. Às vezes, a pessoa não consegue permanecer em uma linha de pensamento. Tudo é acelerado.
  • Atitudes inconsequentes e que podem ter consequências graves também indicam alterações de humor.
  • Alguns pacientes, por exemplo, bebem grandes quantidades de álcool e, depois, dirigem.
  • Outros abusam de drogas, fazem grandes compras no cartão de crédito ou entram em atividades sexuais com desconhecidos – muitas vezes, sem a devida proteção.
  • Os excessos estão dentro do comportamento maníaco, que pode ser caracterizado também como uma necessidade de “viver” tudo o que precisa ser vivido, como se não houvesse tempo a perder.
  • Muitas vezes, após os episódios maníacos, os pacientes se sentem culpados, preocupados e com baixa autoestima.
  • Suas atitudes, em alguns momentos, podem prejudicá-los diante de sua família, amigos ou companheiros de trabalho.
  • Esse é o momento em que os episódios depressivos podem tomar conta do indivíduo, que troca a euforia por sentimentos de profunda inadequação e tristeza.

Tratamento do episódio maniforme

  1. Medicamentos: Estabilizadores de humor como o carbonato de lítio, antipsicóticos (haloperiodo, risperidona, quetiapina, olanzapina, lurazidona, etc) e certos anticonvulsivantes (divalproato de sódio, lamotrigina, etc) são comumente prescritos para tratar os sintomas maníacos na crise e na manutenção e/ou prevenção de crises maniformes..
  2. Psicoterapia: Psicoterapias de diferentes tipos (Cognitivo Comportamental, Dialético Comportamental, etc) e a psicoeducação (indivdual e/ou familiar) podem auxiliar os indivíduos a compreenderem seus gatilhos, desenvolverem mecanismos de enfrentamento e regular suas emoções.
  3. Eletroconvulsoterapia (ECT): Em casos graves ou quando os medicamentos se mostram ineficazes, a TEC pode ser considerada para aliviar os sintomas maníacos.

Como lidar com uma pessoa em fase de mania do Transtorno Bipolar

  • Converse com ela sem tocar no assunto, a menos que ela manifeste vontade de conversar sobre isso. Evite, da mesma forma, limitá-la ao seu transtorno de humor: atribuir todos os seu fracassos ao fato da pessoa ter Transtorno Bipolar é um bom exemplo deste comportamento.
  • Se você for muito próximo, tenha o telefone dos médicos responsáveis pelo tratamento, além do contato pessoal de parentes, companheiros ou conhecidos.
  • Em um momento de crise, pedir ajuda especializada pode ser uma excelente ideia, especialmente se você não tiver certeza sobre como prosseguir. Isso é importante, inclusive, se a pessoa apresentar riscos para si mesma e para os outros.
 
A mania é um aspecto significativo do transtorno bipolar, caracterizado por humor elevado, aumento dos níveis de energia e comportamento impulsivo. Reconhecer os sintomas da mania, criar um ambiente de apoio e buscar ajuda profissional são cruciais para gerenciar e tratar efetivamente essa condição. Medicamentos, psicoterapia e outras modalidades de tratamento desempenham um papel vital na estabilização do humor e na redução do impacto dos episódios maníacos na vida do indivíduo. Ao compreender a mania e suas opções de tratamento, as pessoas com transtorno bipolar podem levar uma vida satisfatória e ter um melhor controle sobre sua saúde mental.

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Já parou para pensar como determinados fatos nos marcam e são capazes de definir parte da nossa personalidade? Alguns eventos e situações podem ter um caráter negativo e desdobramentos muito prejudiciais, a ponto de influenciarem os pensamentos e comportamentos por um logo período de tempo.

Imagine experimentar emoções perturbadoras, memórias tristes, sensação constante de perigo, desconexão com a realidade, incapacidade de confiar em outras pessoas e lembranças assustadoras. Isso pode acontecer depois que a pessoa vive um momento ruim, como por exemplo, uma tragédia familiar.

Nesse tipo de caso, pode ser muito difícil superar a dor e seguir a vida normalmente, afinal, a pessoa pode ficar traumatizada. A boa notícia é que, adotando as estratégias certas, é possível se recuperar de traumas psicológicos e emocionais. Leia o artigo, descubra como identificar e tratar o problema.

Trauma é a mesma coisa de evento traumático?

Não! As situações traumáticas são fatos e eventos que surpreendem negativamente os indivíduos, como os desastres naturais, acidentes, doenças sérias, procedimentos médicos, perda de pessoas amadas, assaltos, torturas, abusos, etc. Um indivíduo pode passar por essas situações traumáticas, sem, necessariamente, ficar traumatizado.

Os traumas não possuem origem no evento traumático em si. Eles se originam a partir da resposta psíquica e do sistema nervoso para o acontecimento negativo, tanto no momento em que ocorreu, como na sequência. Se a pessoa não consegue agir frente à situação traumática, lutando, fugindo, abstraindo ou superando, o sistema nervoso fica desorganizado e o trauma se estabelece.

Como os traumas acontecem?

Os traumas acontecem depois de experiências emocionalmente dolorosas. Quem sofre com o problema tem a chamada memória traumática, em que a lembrança do momento ruim traz à tona sons, imagens, cheiros e sentimentos vivenciados no passado, quando a situação que desencadeou o trauma aconteceu.

Esse acesso recorrente à memória traumática é capaz de ativar gatilhos que culminam no desagradável retorno ao momento traumatizante, o que gera angústia, tristeza, medo, etc.

Como reconhecer os sintomas?

O trauma gera um conjunto de sintomas que produzem inúmeras sensações e resultam em alterações emocionais, cognitivas e psicológicas. Entre os principais sinais de que a pessoa tem um trauma estão:

  • Sentimento de ansiedade, pânico, desespero, apreensão, raiva, culpa, irritabilidade e desamparo;

  • Capacidade de cognição alterada, que pode afetar o raciocínio lógico, a concentração, confusão mental e a memória de situações triviais;

  • Pensamentos indesejados, preocupação excessiva e/ou paranoia;

  • Travas sociais, timidez e dificuldade de estabelecer relacionamentos interpessoais;

  • Problemas familiares e profissionais pós-trauma;

  • Sensação de impotência e incompetência;

  • Insônia e pesadelos;

  • Sintomas físicos como fadiga, dores e tensão muscular.

Como tratar os traumas?

O melhor tratamento para traumas é a psicoterapia associada ao tratamento psiquiátrico conduzidos por um profissional especializado. Durante as sessões, é possível levar o paciente a elaborar melhor a situação, de modo que, gradualmente, ele modifique os seus padrões mentais negativos e ou que a repercussão emocional desse seja menos desorganizodora.

Em casos mais graves, o especialista pode complementar o tratamento com a prescrição de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, capazes de regular os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.

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20 de janeiro de 2022 Todos

A dificuldade de concentração pode ter diversas causas. É natural que, após uma noite de sono mal dormida, ou depois de uma semana de ritmo acelerado e trabalho atípico, nos sintamos um pouco desconectados das nossas habilidades.

Nestes casos, o problema tende a abrandar um pouco quando descansamos, dormimos e tiramos um tempo ocioso. Por sua vez, isso permite que reorganizemos os nossos pensamentos, acalmemos o nosso corpo e ganhemos mais foco.

Quando a falta de concentração torna-se uma situação diária, no entanto, é preciso estar atento.

Há quadros clínicos que têm como sintoma a dificuldade de concentrar-se nas atividades múltiplas. Isso pode causar danos à autoestima, relacionamentos interpessoais e no trabalho.

Confira algumas das causas mais comuns da baixa concentração abaixo.

Causas da dificuldade de concentração

Um dos primeiros fatores é o cansaço mental, normalmente aliado ao estresse. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ritmo de trabalho atual, com suas condições, obrigações e frequentes estímulos, ultrapassa os limites do corpo e da mente.

O estresse causado pelo cotidiano pode fazer com que as pessoas desenvolvam, além de problemas de saúde, uma série de transtornos de ordem mental.

A sociabilidade também fica prejudicada: pessoas que trabalham demais e estão estressadas podem buscar o isolamento como forma de preservação.

O estresse, no entanto, não é a única coisa que pode influenciar o grau de concentração. Veja outros fatores de risco para a condição, a seguir.

Síndrome de Burnout

Também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio de ordem emocional, caracterizado por esgotamento físico e mental, estresse intenso, exaustão e instabilidade emocional.

Como o nome sugere, é uma doença que está atrelada ao excesso de trabalho. Pode acontecer após meses de rotina intensa e é mais comum em trabalhadores que estão submetidos a cargas intensas e altas cobranças. Por conta disso, tendem a deixar de lado a vida pessoal e o lazer.

A Síndrome de Burnout causa perda de foco, esquecimento, dificuldade de memorização, irritabilidade e, às vezes, pode engatilhar quadros de choro, explosão emocional ou pânico.

Quando não tratada, pode ser responsável por quadros de depressão severa.

Depressão

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 300 milhões de pessoas sofram com o transtorno em todo o planeta.

É a maior causa de incapacidade no mundo e está atrelada a outros problemas de saúde, além de ideações suicidas. A depressão causa perda de interesse nas atividades cotidianas, instabilidade emocional, sonolência ou insônia persistente, cansaço físico, dores nas costas e na cabeça, emagrecimento ou ganho de peso e, claro, o problema-tema deste artigo.

TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, conhecido como TDAH, é um distúrbio que causa impacto significativo na vida dos pacientes.

Quando não tratado desde cedo – muitas pessoas manifestam a condição ainda na infância -, pode gerar quadros de insatisfação, dificuldade de socialização, sensação de incapacidade e, muitas vezes, atrapalhar os estudos e a vida profissional.

Estes são apenas alguns dos diagnósticos que podem fazer com que uma pessoa tenha problemas para se concentrar em atividades necessárias do dia a dia. Apenas um especialista pode, após avaliar de forma extensa os sintomas e relatos do paciente, qual é o melhor caminho a ser seguido para o tratamento para dificuldade de concentração.


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6 de janeiro de 2022 Dra Aline RangelTodos

Os transtornos alimentares são considerados condições psiquiátricas. Essa classificação se justifica pois são disfunções relacionadas a uma prática alimentar que foge do padrão. Geralmente, elas são motivadas por algum tipo de sofrimento mental.

Tais problemas têm tratamento. No entanto, é importante identificá-los precocemente, para que não se agravem atingindo condições de saúde mais sérias.

Por isso, no artigo de hoje, são apresentados alguns tipos de transtornos alimentares. Acompanhe em seguida.

Dez tipos de transtornos alimentares

Anorexia

A anorexia é um transtorno alimentar em que o indivíduo ingere uma quantidade insuficiente de calorias. Devido a isso, seu peso fica muito abaixo do que é considerado normal.

Quem tem anorexia, geralmente, tem medo de engordar. E também não consegue entender que está abaixo do peso, considerando sempre que pode emagrecer mais e mais.

Bulimia

A pessoa bulímica é aquela que tem episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de culpa e vômito induzido.

Por ter preocupação extrema com o peso, quem tem bulimia também pode fazer exercícios de forma excessiva. Pode, também, usar indiscriminadamente laxantes e outros medicamentos, como inibidores de apetite.

Transtorno de compulsão alimentar periódica

O transtorno de compulsão alimentar se caracteriza por comer mais rapidamente do que o normal e até sentir-se desconfortavelmente cheio. Além disso, outra característica do distúrbio é ingerir grandes quantidades de alimentos quando não está fisicamente com fome, bem como comer sozinho, por vergonha da quantidade que está ingerindo.

Tais atitudes são seguidas de culpa e, ao mesmo tempo, constrangimento.

Transtorno de ruminação

O transtorno de ruminação ocorre quando o indivíduo come, regurgita ou cospe, mastiga novamente e volta a engolir o alimento. É mais frequente em crianças pequenas.

Transtorno alimentar restritivo evitativo

O transtorno alimentar restritivo evitativo é uma perturbação alimentar em que a pessoa não satisfaz suas necessidades nutricionais com o alimento ingerido. As características desse problema são a perda de peso significativa ou insuficiência do crescimento esperado.

Ocorrem deficiências nutricionais, dependência de suplementos, bem como problemas nutricionais que interferem no funcionamento psicossocial.

Pica

Pica é a ingestão de substâncias que não têm valor nutricional, como, por exemplo, se alguém come algodão ou argila. Mais incidente em mulheres grávidas e crianças.

Ortorexia

A ortorexia é um comportamento alimentar em que há obsessão por alimentos saudáveis. Sendo assim, muitas comidas são excluídas da dieta, principalmente as industrializadas.

Hiperfagia

A hiperfagia se caracteriza pela ingestão de uma grande quantidade de comida, após um evento traumático. Como se este tipo de alimentação em excesso pudesse aliviar o sofrimento da pessoa.

TOC por alimentos

O transtorno obsessivo-compulsivo por alimentos é um tipo de ansiedade que envolve pensamentos intrusivos e repetitivos. Esses pensamentos só são aliviados enquanto a pessoa está comendo.

Vigorexia

A vigorexia ocorre quando há obsessão em ficar muito musculoso. O dismorfismo corporal acaba por vir acompanhado de uma alimentação extremamente restrita, para que a estrutura física seja mantida.

Diante de qualquer uma dessas condições, portanto, é de extrema importância buscar ajuda médica. O apoio familiar e dos amigos também é igualmente fundamental para o sucesso do tratamento dos transtornos alimentares.

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17 de setembro de 2021 Dra Aline RangelTodos

“Somos o que comemos”, diz a célebre frase de Hipócrates, considerado o pai da medicina.

Quase dois séculos e meio depois, o pensamento de Hipócrates continua fazendo pleno sentido. Tanto tempo se passou e, grande parte dos problemas que acometem a saúde do ser humano está ligado à maneira com que nós nos alimentamos.

A má alimentação está diretamente ligada à diversos problemas de saúde. Os principais indutores do bom funcionamento do corpo humano são os nutrientes, presentes nos alimentos. A dieta mal balanceada, pobre em nutrientes, e os maus hábitos alimentares contribuem para o aparecimento de uma série de doenças, dentre as quais podemos citar: diabetes, hipertensão, obesidade, refluxo e apnéia do sono, além de muitas outras.

Some-se a isso os padrões de beleza relacionados à magreza, que levam as pessoas a cometer verdadeiros sacrilégios contra o próprio corpo, e a medicina está diante de um grande desafio.

O que são transtornos alimentares

Você sabe de verdade o que são os transtornos alimentares?

Além de todas as doenças causadas pela má alimentação, outro desafio da medicina é enfrentar adequadamente os transtornos alimentares, que são distúrbios psiquiátricos relacionados ao comportamento alimentar, que podem levar as pessoas ao emagrecimento doentio (caquexia), à obesidade e a outros problemas físicos.

Os transtornos alimentares são causados por alterações bruscas ou graduais no comportamento alimentar, que acabam levando o indivíduo a problemas físicos, psíquicos, emocionais e sociais.

Quais são os transtornos

Do ponto de vista da OMS (Organização Mundial da Saúde), dois males são considerados os principais transtornos alimentares. São eles a anorexia e a bulimia, que afetam – acredite! – 1% da população mundial, particularmente mulheres jovens e adolescentes de classes sociais mais elevadas.

São distúrbios provenientes da preocupação de se manter dentro dos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. Em outras palavras, essas pessoas querem emagrecer.

A bulimia é a menos grave das patologias. Em geral, as vítimas se apresentam dentro ou acima do peso. São afetadas pela preocupação excessiva com a estética e não querem engordar, mas apreciam comer, o que faz com que procurem aliviar a culpa provocando vômito ou tomando diuréticos e laxantes.

A anorexia é o quadro mais grave, que pode levar à morte. Essas pessoas simplesmente têm uma visão distorcida do próprio corpo e se veem gordas mesmo quando estão abaixo do peso. Para atingir o padrão físico desejado, são capazes até mesmo de parar de comer.

Outros males

Alguns especialistas também consideram parte desse grupo de problemas de saúde relacionados a distúrbios psíquicos ligados a comportamentos alimentares:

Transtorno de Compulsão Alimentar – Diferentemente da anorexia e bulimia, este transtorno ocorre quase igualmente em homens e mulheres e tende a apresentar um início mais tardio. Pessoas com compulsão alimentar normalmente têm sobrepeso ou são obesas e podem ter tentado tratamentos de perda de peso no passado com pouco sucesso, a menos que o tratamento tenha sido voltado diretamente para o comportamento de compulsão alimentar.

Síndrome de Pica – Atinge principalmente crianças e adolescentes e se caracteriza pela ingestão de substâncias não reconhecidas como alimentos, como argila, barro, sabonete e outras extravagâncias.

Síndrome de Prader-Willi – Presente em uma em cada dez mil crianças, está ligada à deficiência intelectual. Caracteriza-se pelo apetite insaciável por alimentos hipercalóricos, criando as condições para a obesidade precoce.

Distúrbios do sono – Estes distúrbios estão associados a queixas alimentares, em geral fazem com que as pessoas que acordem no meio da noite para assaltar a geladeira, podendo não se lembrar de nada no dia seguinte.

Ortorexia – A ortorexia é a doença que gera nas pessoas uma fixação por alimentação saudável, tornando-as obsessivas e até sujeitas à transtornos sociais.

Vigorexia – É a obsessão por músculos, que leva ao uso de anabolizantes e perda de perspectiva do próprio corpo. A alimentação toda se volta para essa finalidade.

Tratamento para os transtornos alimentares

O tratamento dos transtornos alimentares deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, formada por psiquiatra, psicólogo, endocrinologista, terapeuta ocupacional  e nutricionista. Além da missão de restabelecer no paciente uma alimentação adequada, que leve o mesmo ao peso ideal, cabe a essa equipe restaurar a saúde mental do indivíduo.

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28 de fevereiro de 2021 Todos

É triste admitir, mas a saúde mental de boa parte dos médicos está ameaçada. Sim! Muitos estudantes e profissionais de medicina estão seriamente doentes e esse fato merece atenção especial. Só para ter ideia, a taxa de suicídio entre médicos e estudantes de medicina é três vezes superior à população normal. Nos Estados Unidos, estima-se que todos os anos, cerca de 400 pessoas ligadas à área médica tiram a própria vida.

O suicídio entre a classe médica geralmente é multifatorial. A rotina intensa no trabalho, a perda de pacientes, as cobranças profissionais, as situações extremas de estresse, a baixa autoestima, o esgotamento físico, as exigências da formação, o excesso de estudos e o medo de falhar são algumas das razões que levam médicos e estudantes de medicina ao suicídio.

Além disso, fatores pessoais, como dificuldades financeiras, problemas familiares, conflitos amorosos e distúrbios ligados à identidade sexual podem estar entre as causas do comportamento suicida. A boa notícia é que existem boas maneiras de prevenir o desfecho fatal. Veja só!

Supere o tabu

Falar de suicídio, por si só, já é algo delicado. Falar de suicídio entre médicos e estudantes de medicina é ainda mais, afinal, é difícil compreender como alguém que atua em prol da vida pode pensar em tirar a própria.

Ainda assim, é preciso vencer os medos, deixar de lado os preconceitos e superar o tabu para enfrentar a situação e discutir o assunto. Esse é o primeiro passo para prevenir e combater o problema socialmente.

Fique atento aos sinais

Se você é médico, estudante de medicina ou convive diretamente com alguém dessa classe, é importante ficar atento aos sinais que indicam a tendência suicida. O primeiro sintoma é a mudança comportamental. De repente, aquele médico responsável e pontual começa a chegar atrasado, ele passa a maior parte do tempo isolado, não ri mais e não cuida como antes da própria aparência. Nem o cuidado com os seus pacientes é o mesmo.

Esses podem ser indícios de que algo não vai bem com a pessoa e que ela, talvez, esteja prestes a atentar contra a própria vida. Fique de olho nesses sintomas e procure intervir se você perceber algo incomum.

Tenha mais qualidade de vida

Se você é médico ou estudante de medicina, entenda que é mais saudável trabalhar para viver do que viver para trabalhar. No período de formação, há uma grande preocupação se você vai conseguir vencer a alta concorrência e entrar na faculdade. Depois que entra, começa a se preocupar com fatores como a manutenção do curso e obtenção de boas médias. São muitas exigências e isso reflete no fato de que mais de 40% dos alunos de medicina do país sofrem com depressão.

Futuramente vai se deparar com a competitividade para ingressar na residência e o desafio de se manter com a limitada bolsa para os residentes. Vem então a vontade de assumir plantões em mais de um hospital para aumentar a renda e, quando você se dá conta, já está inserido em um ciclo desgastante e muito prejudicial para a saúde física e mental.

Histórias como essas se repetem pelo mundo e podem resultar em suicídio. Uma maneira de evitar que isso aconteça é buscar ter mais qualidade de vida, dar valor às pausas, relaxar em família, se dedicar a hobbies, viajar quando possível, aprender coisas novas, praticar exercícios físicos, dormir bem, se alimentar adequadamente e manter a mente arejada.

Procure ajuda psiquiátrica

Muitos médicos com comportamento suicida relutam em procurar ajuda psiquiátrica, talvez porque temem parecer frágeis diante da sociedade que os rotula como verdadeiros heróis imbatíveis.

Como admitir que eu, que cuido tão bem da saúde de outras pessoas, estou com a própria saúde abalada?”. Esse tipo de pensamento é comum entre eles, mas o melhor caminho para evitar que o desejo de morrer se transforme em suicídio é buscar auxílio psiquiátrico.

Quanto antes o especialista for consultado, maiores serão as chances de recuperação. Um bom psiquiatra pode ajudar o paciente a compreender sua condição, além de conduzir o tratamento da melhor maneira possível.

Quer saber mais sobre comportamento suicida? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!


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24 de fevereiro de 2021 Todos

Muitos problemas que afetam a aprendizagem na adolescência às vezes podem passar despercebidos por nós, afetando de forma negativa a vida escolar, social e psíquica dos nossos filhos deixando sequelas que podem ser levadas para toda a vida.

Além disso, quando problemas relacionados a dificuldade escolar não são tratados, a autoestima do jovem pode ficar comprometida e ele pode desenvolver quadros de depressão e, em alguns casos, outros transtornos mais graves.

Sintomas que dificultam o aprendizado

A dificuldade no aprendizado pode estar relacionada a transtornos de origens variadas como transtornos do espectro autista ou psiquiátricos, e deficiências intelectuais.

Também está relacionada a transtornos de aprendizagem em leitura (dislexia), escrita (disgrafia), ou matemática (discalculia), com base genética. Mas uma das principais causas de dificuldade na aprendizagem é o Transtorno de Déficit de Aprendizagem e Hiperatividade (TDAH).

TDAH: um dos transtornos mais comuns

Esse transtorno acaba atrapalhando, e muito, a vida escolar do jovem. Dentre os sintomas, é possível observar a presença, por pelo menos seis meses, de ações relacionadas à desatenção, hiperatividade e impulsividade. Tais como:

  • Desatenção: falha em dar atenção a detalhes, dificuldade de manter atenção nas tarefas, parece não estar escutando o que falam, não consegue seguir instruções, desorganização, evitar atividades com esforço mental, perde coisas com facilidade, tem memória falha, e é fácil de distrair;
  • Hiperatividade: sempre inquieto, geralmente desvia o assunto das conversas, fala bastante, está sempre correndo e não consegue ficar parado;
  • Impulsividade: geralmente responde antes de acabarmos de perguntar algo, intromete-se ou interrompe as conversas, não consegue aguardar sua vez nas atividades.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do TDAH e de vários transtornos que podem comprometer a educação dos nossos adolescentes é feito com base no histórico do comportamento do adolescente.

No caso do TDAH não há exames específicos para validação, visto que a base neurológica do transtorno é pouco esclarecida. Durante a consulta com um psiquiatra são avaliados os sintomas recorrentes e, a partir da exclusão de patologias ou problemas que possam gerar sintomas parecidos aos do TDAH, é que o profissional pode dizer se ele sofre ou não do transtorno.

Quais os sintomas recorrentes?

Vale lembrar que outros transtornos que atingem os jovens também tem a agitação como sintoma, como é o caso do Transtorno de Espectro Autista (TEA), do retardo mental, e do distúrbio de conduta. Por isso, é tão importante a presença de um profissional capacitado que possa detalhar a presença de outros sintomas do TDAH.

Os sintomas que mais diferenciam esse transtorno dos demais são: distúrbio depressivo, transtornos variados de aprendizado, comprometimento sensorial, efeito colateral a medicamentos como antipsicóticos e anticonvulsionantes. Por exemplo.

Tratamento indicado

O tratamento de um adolescente com dificuldade escolar mais indicado é a terapia cognitiva comportamental com acompanhamento psiquiátrico, para melhorar os sintomas e prevenir (ou diminuir) as chamadas comorbidades (quando o paciente apresenta ou desenvolve mais de um transtorno) como depressão ou transtorno bipolar.

É indicado que o tratamento seja feito em conjunto, com o psiquiatra e o pedagogo, para que o trabalho tenha maior eficácia e possa reduzir as dificuldades que o jovem tem em sala de aula.

Não deixe os sinais passarem despercebidos

O não tratamento de transtornos de aprendizagem como o TDAH pode acarretar, no futuro, transtorno de conduta, personalidade antissocial e propensão ao vício em drogas, tanto lícitas quanto ilícitas.

Nesse sentido, ao menor sinal de que algo não vai bem, é preciso pedir orientação médica. Só assim o futuro de um jovem com dificuldades como essas não será prejudicado.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



19 de fevereiro de 2021 LGBTQIA+Todos

A Síndrome de Borderline ou Transtorno de Personalidade Borderline, ou ainda Síndrome de Limítrofe é um transtorno mental grave caracterizado por mudanças súbitas de humor, medo de abandono e comportamentos compulsivos de indivíduos, como gastar ou comer descontroladamente. Ela pode ser muito comumente confundida com a esquizofrenia ou bipolaridade, sendo necessário o diagnóstico de um psiquiatra.

Uma pessoa com esse transtorno tem uma autoimagem muito distorcida e muitas vezes se sente inútil e falha em tudo o que faz. Isso pode acabar afastando o indivíduo de pessoas que ama. Muitas vezes, a pessoa com a síndrome, por esse sentimento de incapacidade ser tão forte, acabam se sabotando quando têm chances reais de que algo dê certo em seus planos e metas.

Esse transtorno afeta o modo como o indivíduo se vê e, a partir daí, como se relaciona e como se comporta em relação a outras pessoas.

Quais os sintomas da Síndrome de Borderline?

Os indivíduos que sofrem do Transtorno de Personalidade Borderline tem medo que as emoções fujam do controle e, por isso, tendem a se tornarem mais irracionais em situações de muito estresse, criando dependência em relação a outras pessoas e “válvulas de escape” para se sentirem mais confortáveis e, assim, estáveis.

Os sintomas mais comuns englobam momentos de estabilidade que alternam com surtos psicóticos. Geralmente esse transtorno de personalidade se desenvolve na adolescência e vai ficando cada vez mais frequente com o passar dos anos. Uma pessoa que sofre da Síndrome de Borderline também possui relações interpessoais intensas e instáveis. Outros sintomas da síndrome são:

  • Alterações de humor ao longo do dia;
  • Raiva, desespero e pânico;
  • Instabilidade;
  • Medo de abandono;
  • Impulsividade (gastos descontrolados, consumo exagerado de comida, outras substâncias e sexo);
  • Incapacidade de cumprir regras e obedecer a leis;
  • Baixa autoestima;
  • Sentimento de solidão e vazio;
  • Atos autolesivos e tentativas de suicídio.

O que leva uma pessoa a desenvolver essa síndrome?

As causas do Transtorno de Personalidade Borderline estão ligadas, geralmente, a situações traumáticas durante a infância. Alguns fatores que levam ao desenvolvimento do transtorno podem ser a predisposição genética, experiências como enfrentar doenças graves ou a morte de entes queridos, situações de abuso ou negligência, e também instabilidade familiar.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito através da descrição do comportamento pelo próprio paciente para o profissional, que irá analisar os fatores recorrentes na vida do indivíduo de acordo com o conhecimento sobre os vários tipos de transtornos de personalidade existentes.

Também é indicado o uso de exames fisiológicos para que sejam descartados outros transtornos como esquizofrenia, por exemplo.

Há tratamento eficaz para o transtorno?

Sim. Para que uma pessoa com Síndrome de Borderline possa se tratar é necessário o acompanhamento de um psiquiatra ou psicólogo, através da psicoterapia em grupo ou individual. Com ela, mudanças gradativas são percebidas na vida do paciente, que começa a controlar melhor as suas emoções negativas e os gatilhos que elas proporcionam.

É importante que ele confie em seu terapeuta e se sinta confortável para se abrir com ele. Além disso, pode ser indicado também o uso de medicamentos antidepressivos, estabilizadores de humor e calmantes.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!



13 de fevereiro de 2021 Todos

O tabagismo consiste na dependência psicológica e física do consumo de nicotina, um princípio ativo contido no tabaco. Essa substância está presente em produtos como cigarros, charutos e narguilés e, embora seja liberada, pode trazer sérios danos para a saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é considerado doença. Mais do que isso! Trata-se de uma verdadeira epidemia generalizada, sendo a principal causa de morte evitável no mundo. São mais de 7 milhões de óbitos por tabagismo todos os anos.

Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas são fumantes e estão expostas aos riscos que o tabagismo traz consigo. Só para ter ideia, o tabaco tem aproximadamente 4.700 substâncias cancerígenas em sua composição, o que faz com que os indivíduos que fumam tenham 10 vezes mais chances de desenvolver câncer de boca ou de pulmão, por exemplo.

Quer conhecer as causas do tabagismo e os tratamentos indicados para esse tipo de dependência? Vem comigo conferir!

Causas do tabagismo

O tabagismo é um problema crônico e multifatorial. A pessoa pode começar a fumar por motivos diversos, como por exemplo, estímulos culturais, sociais e comportamentais que servem como gatilhos para provar o cigarro pela primeira vez.

A tragada inicial pode estar relacionada à procura por prazer, influência da publicidade, vontade de apenas experimentar, pressão de amigos, imitação de pessoas que admira ou pela simples curiosidade.

Com o tempo, o hábito vai sendo reforçado até se transformar em dependência. Vale destacar que o tabaco causa a dependência física e psicológica principalmente por conta da nicotina, já que ela é uma substância psicoativa altamente viciante. O consumo de nicotina libera dopamina, neurotransmissor que provoca a sensação de satisfação, prazer e bem-estar.

Algumas horas depois de fumar, os efeitos positivos cessam e surgem os desagradáveis sintomas de abstinência, o que leva a pessoa ao ciclo de dependência, já que quando ela fuma se sente bem e quando não fuma se sente mal.

Tratamentos possíveis

Atualmente existem diversas terapias possíveis para tratar o tabagismo. Algumas são bastante efetivas e outras atuam como coadjuvantes no combate ao vício e abandono do cigarro. As opções de tratamento podem ser aderidas de maneira isolada ou em conjunto. O protocolo depende das orientações médicas.

Algumas opções de tratamento incluem:

  • Uso de fármacos específicos que agem diminuindo a vontade de fumar;
  • Terapia cognitivo comportamental com um bom psiquiatra.
  • TRN, ou seja, Terapia de Reposição Nicotínica por meio de adesivos transdérmicos, gomas de mascar, inalante em aerossol e spray nasal.

Os tratamentos geram bons resultados, mas o processo de recuperação é complexo. A nicotina é muito poderosa, tanto que atua no sistema nervoso central assim como a heroína, cocaína e álcool. Só que ela chega mais rapidamente ao cérebro, entre 7 e 19 segundos. Por isso, é natural que quando a pessoa pare de fumar, os primeiros dias sejam tão difíceis. Diante das dificuldades, é preciso lutar e persistir, pois os efeitos benéficos virão.

Quer saber mais sobre o tabagismo? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!




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