Presente em cerca de 4,2 milhões de brasileiros, a bipolaridade é um transtorno psiquiátrico que deve ser tratado com atenção. De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o distúrbio atinge 4% da população. A boa notícia, é que novos tratamentos, como a estimulação magnética transcraniana, estão ajudando os pacientes com o transtorno a levarem uma vida mais tranquila.
A bipolaridade se manifesta em fases que alternam a hiperexcitabilidade e a agitação com profunda tristeza e depressão. A duração de cada fase varia de pessoa para pessoa, podendo durar horas, dias, meses e até anos. Um complicador para a pessoa portadora do transtorno surge quando as duas fases se misturam, o chamado estado misto. Dados da entidade apontam que em 60% dos casos a doença se manifesta antes dos 20 anos de idade, mas só é descoberto na vida adulta.
Em pessoas bipolares, o risco de apresentar comportamento suicida chega a ser 28 vezes maior do que no resto da população. A expectativa de vida de homens bipolares é 13 anos menor e das mulheres, 12 anos menor do que da população em geral, segundo estudo feito na Dinamarca.
Além disso, o quadro inclui outros sintomas, como alterações de energia (agitação, pensamento e fala rápidos), sono (insônia ou necessidade de dormir pouco), comportamento (dificuldade de concentração e memória, agressividade, compras compulsivas e hábitos de risco, como sexo sem proteção) e pensamento (ideias sobrevaloradas e delírios e alucinações).
Tratamento com estimulação magnética transcraniana
A estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma técnica aprovada em 2012 pelo Conselho Federal de Medicina como tratamento de algumas doenças, como depressão uni e bipolar, de alucinação auditiva em esquizofrenia e no planejamento de neurocirurgia.
A técnica consiste no uso de um equipamento que é colocado sobre a cabeça do paciente e emite pulsos magnéticos que atuam sobre o cérebro, de maneira focalizada. A estimulação é feita em uma área específica do córtex e depende do objetivo do procedimento. Os estímulos aumentam ou diminuem a atividade da área cerebral atingida, dependendo da frequência dos pulsos.
Para cada doença é estabelecido um protocolo de aplicação (parâmetros de estimulação, direção de posicionamento da bobina no crânio, intensidade do estímulo magnético, tempo médio de sessões e tratamento). O procedimento é indolor e o paciente permanece acordado durante todo o processo.
Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com pacientes bipolares demonstrou que a EMT pode ser ministrada em conjunto com os medicamentos em pacientes em fase depressiva da doença, potencializando os resultados. No entanto, a técnica não substitui a medicação, por isso é importante ter um acompanhamento médico para avaliar e analisar todos os tratamentos possíveis.
A estimulação magnética transcraniana não é recomendada para pacientes epilépticos, com próteses de metal na cabeça ou implantes cocleares.
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