O dado positivo sobre a ansiedade e depressão é o reconhecimento de que são doenças, o que aumenta a possibilidade de que as pessoas sejam tratadas. Por outro lado, o aumento dos casos diagnosticados está diretamente relacionado às condições de vida do homem do século XXI.
A depressão, por exemplo, afeta 4,4% da população mundial. No Brasil, o quadro é mais grave, segundo alguns estudos epidemiológicos, atingindo 5,8% da população. Piores ainda são os indicadores relacionados à ansiedade. O Brasil é líder mundial, com 9,3% da população sofrendo desse problema.
O mais preocupante é que a curva é de crescimento, tanto pelo reconhecimento do caráter patológico quanto pelo aumento dos casos. Entre 2005 e 2015, a depressão cresceu 18,4% no mundo. O Brasil, com 11,5 milhões de pessoas com depressão, só é superado pelos Estados Unidos no continente americano.
Por que a ansiedade e a depressão crescem
Por incrível que pareça, em países como o Brasil, que obtiveram melhoras sensíveis de qualidade e expectativa de vida nos últimos anos, o aumento de casos de depressão e transtornos da ansiedade é maior. Esse quadro decorre do fato de mais pessoas atingirem a idade em que esse tipo de patologia acontece em maior proporção.
O conjunto de possíveis causas é realmente preocupante. Há uma corrente que aponta para o uso da internet, uma poderosa ferramenta para importantes realizações, mas que tem, por outro lado, o condão de colocar o jovem diante de situações que contribuem para o aparecimento desses transtornos mentais.
O anonimato faz as pessoas se comportarem de forma menos prudente, expondo condutas antissociais, mesquinhas e cruéis, que potencialmente contaminam a mente de quem está conectado nos fóruns de debate. Além disso, as pessoas passam menos tempo ao ar livre, em contato com a natureza, e mantêm uma relação de dependência com os dispositivos móveis, o que, como qualquer dependência, gera danos à saúde mental das pessoas.
Se o problema é mais comum entre pessoas com idade avançada e os jovens estão entre as vítimas recorrentes desses transtornos mentais, outro público que demanda cuidados é o infantil. Mais uma vez, as redes sociais estão entre as principais causas, aliadas à pressão dos exames escolares.
A orientação profissional para a competição, a pressão sistemática por resultados e o consumo de valores materiais, aliados às condições de vida estressantes da cidade grande, deixam a população bastante vulnerável a problemas como a ansiedade e a depressão.
A ansiedade pode estar ligada, também, a causas genéticas, ao abuso de drogas, álcool e determinados medicamentos, além de doenças como hipertireoidismo e arritmias cardíacas.
Quais são os sintomas?
Tanto a ansiedade quanto a depressão têm tratamento, que devem ser conduzidas por um profissional da área de psiquiatria.
Por isso, é preciso que familiares e pessoas próximas estejam atentas a alguns sintomas que indicam a existência desses problemas.
No caso da ansiedade, a pessoa se apresenta excessivamente apreensiva, cultiva medos irracionais e pensa de modo acelerado. Como outros relevantes sintomas, são observados nervosismo antecipado, sofrimento por antecipação com os problemas, inquietação e angústia constantes.
No caso da depressão, que é considerada a doença mais incapacitante, o principal sintoma é a tristeza profunda e prolongada. É importante não confundir com a tristeza pura e simples que é desencadeada por um fato. A depressão pode ser provocada por um fato triste, um grande abalo, mas o paciente, além de não apresentar reação, é acometido por outros sintomas, como angústia, desânimo, irritabilidade, insegurança, pensamentos negativos, dificuldade de concentração e esquecimento, além de cansaço físico constante.
Outro sintoma que sinaliza depressão é a pessoa não encontrar sentido ou prazer em nada e não sentir ou demonstrar alegria com coisas que, em condições normais, deflagrariam essa emoção.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter. Ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais sobre o meu trabalho como psiquiatra em São Paulo.